A nossa vida é baseada em decisões. Algumas tão importantes que definem nosso futuro, outras tão insignificantes que nem deveriam ser tomadas. Erros acontecem, falhas surgem, arrependimentos existem, conseqüências nascem. Isso pertence a um ciclo. É a maldita lei não só da física, mas também da vida. Para toda ação, existe uma reação.

Alguns atos em nossas vidas são sábios. Escolhas duram para sempre. Decisões precisam ser pensadas, estudadas, analisadas. As decisões insignificantes, por menores que sejam, podem nos deixar atordoados. E era assim que Bella se sentia. Nos últimos messes sua vida havia mudado tanto. A presença de Edward em sua vida tinha feito dela tão estranha, mesmo que fosse certa.

Bella nas ultimas semanas havia pensado muito. Tudo após aquele maldito beijo. Caramba, sentia falta dos lábios macios dele. Mas não, ela não podia simplesmente cair a seus pés. Ela era uma mulher adulta, com quase 30 anos que tinha uma filha e regia com trabalho e determinação um hospital. Ela tinha vidas dependendo dela, deveria ter sua cabeça no lugar e se manter em seu plano: honrar o nome e criar sua menina. Ela não tinha tempo nem espaço para sentimentos e transtornos adolescentes. Já passara desta fase.

Havia conversado com Edward sobre aquele beijo. Fora algo de momento, que não voltaria a acontecer e deveria ser esquecido. Este descordava. Ele não podia fingir que Bella não mexia com ele e que se sentiu perdido. Não podia negar que sentia falta dela. Não podia. Aquela era Bella, a mulher que o fazia perder o controle, que o fazia tomar banho frio pela manhã por acordar acesso, tendo a noite povoada por sonhos com a mulher. Aquela era Bella, a mulher que havia perdido por pura estupidez.

Bella não negava que ainda se sentia atraída por ele, ainda mais agora quando ele se tornara o homem másculo e viril que a havia beijado. Diachos, não esqueceria aquilo.

—Cadê a mulher madura Bella? Cadê? — perguntou a si mesma enquanto estacionava seu carro. Havia acabado de deixar a filha na casa do pai. Ficaria o final de semana lá, o que faria dela uma mulher solitária dentro de casa. Entrando em casa, tratou logo de tirar os sapatos, se jogando no sofá. estava exausta para subir as escadas e trocar de roupa, então ficou por ali mesmo em sua blusa de seda e calça jeans.

Optando por assistir um filme que passava se ajeitou no sofá. Não demorou muito para que pegasse no sono.

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Tanya estava sentada no sofá assistindo a uma programa de moda quando o canal é substituído por um infantil, onde Bob Esponja fritava seus costumeiros hambúrgueres de Siri.

—Mas que diabos você pensa que esta fazendo?— Ela rugiu vendo uma Reneesme encolhida no chão, com o controle da TV em mão.

—Assistindo desenho?— Ela perguntou inocentemente, embora sorrisse internamente.

—E porque diabos você não assiste no seu quarto?— Perguntou removendo o controle das mãos da pequena.

—Porque a TV daqui é maior. Eu gosto dessa, não a do meu quarto.— Respondeu Reneesme pegando novamente o controle.

—Olha aqui garotinha, essa é a minha casa. Você fica aqui sté a hora que eu disser chega, e então Edward manda você e a mosca morta da sua mãe para o inferno.

Então suma da minha frente enquanto esse momento não chega.— Rosnou a mulher deitando no sofá. os olhos de Reneesme encheram-se de lagrimas enquanto ela se levantava e corria pelo apartamento. Tanya sorriu satisfeita e voltou sua atenção para a TV. Estava crente de que a criança ficaria longe pelo resto de sua estadia ali, quando foi surpreendida por um Edward nervoso desligando a televisão.

—Essa é a minha casa e esta é a minha filha. Então enquanto ela estiver aqui eu quero você fora dessa casa. Então pegue suas coisas e volte na segunda para conversarmos.— Ele disse jogando-lhe as chaves do conversível vermelho da mulher.

—Edward você não pode...— Tanya foi impedida por um aperto em seu braço.

—Posso e estou fazendo. Fora Tanya.

—Sabe o que é isso? é essa criança infeliz. Ela só veio para estragar tudo. Nós estaríamos bem se você não tivesse matado nosso filho— Disse a megera para atingir o homem. Porem Edward apenas trincou o maxilar enquanto empurrava a mulher para fora de seu apartamento.

Tanya bateu a porta e gritou, enquanto Edward fechava seus olhos e encostava-se na porta. Era a porra de um homem infeliz. Sua vida tornara-se um grande inferno e ele não fazia nada para mudar. Abrindo os olhos, ele encontrou o olhar atento e marejado de Nessie, que mordia os lábios nervosa. Ele suspirou e se deu conta que ele na verdade era sim muito feliz. Ele tinha uma linda filha, ao qual amava loucamente. Sorrindo, ele caminhou ate ela e a pegou no colo.

—O que faremos hoje princesa?— Ele perguntou beijando-lhe a bochecha.

—Queria andar de patins.— Disse Reneesme sorrindo.

—Irei tomar banho e então irmos ao parque tudo bem?— Perguntou pondo-a no sofá. ela assentiu fazendo-o correr rumo ao seu banheiro. Reneesme esperou alguns segundos até correr ao telefone. Discou o numero e pôs o telefone no ouvido, ouvindo a voz familiar.

—Tio Emm, Cruela fora do caminho.

—É isso ai Nessie. Vamos para a etapa dois. —Respondeu a grossa voz de Emmet Cullen.

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Bella sentia algo suave em seu rosto, algo que fazia cocecas. Levou a mão ao rosto, e nada encontrou. A “coisa” novamente passou em sua face, e novamente ela não conseguiu pegar. Até que desistindo da brincadeira inútil, abriu os olhos se deparando com um montante de músculos e sorriso de covinha.

—Emmet— Bradou nervosa. A voz rouca e áspera, por conta do sono e da raiva.

—Bom dia Bella adormecida. Como estás?— Perguntou o grandão sentando no sofá, os pés de Bella em seu colo, enquanto ele começava uma dolorosa massagem.

—Estava melhor antes de você me acordar. O que você faz aqui? LARGA O MEU PÉ.— Ela disse dando tapas nos braços do homem que riu, se levantando do sofá.

—Edward vira buscar o patins de Nessie. Então resolvi adiantar o serviço. Anda logo poia.— Ele disse a puxando, fazendo-a se levantar meio tonta.

—Ainda te enfio a mão na cara. Porque você não vai pegar?— Ela disse subindo as escadas.

—Porque você já estava indo. Vou comer. Se divirta la em cima.— Disse indo para a cozinha, abrindo a geladeira e pegando as coisas necessárias para um lanche.

O volvo prata estacionou na porta da casa silenciosamente. Edward estranhou o som alto mas nada disse. De certo Bella estava distraída com o som limpando a casa ou algo do tipo.

—O senhor pode ir pegar lá no ultimo quarto enquanto eu deixo o tênis na lavandeira?

—Perguntou Reneesme descendo do carro e subindo as escadas, acompanhada e seu pai.

—Claro querida.— Ele disse abrindo a porta. Dizer que Edward ficou surpreso quando viu seu irmão deitado no sofá assistindo clipes musicais na TV era pouco. O grandão estava deitado no sofá, todo folgado com um prato cheio de pequenos lanches feitos no pão de forma.— O que você esta fazendo aqui? Cadê a Bella?— Perguntou confuso, fechando a porta silenciosamente atrás de si.

—Vim fazer uma visita. Sabe, passar o tempo. A Bella ta tomando banho.— Respondeu de boca cheia, piscando desapercebidamente para a sobrinha que tentava esconder o riso.

—To indo.— Disse antes de sair correndo rumo a lavanderia.

—Emmet. Me diz o porque de você estar aqui e não na faculdade?— Perguntou Edward. A voz áspera denunciando o tom de irritação. Ou ciúmes. Vai saber.

—Relaxa homem. Não vou fazer nada com a sua princesa indomada não. Agora faça o que você tem que fazer que eu ainda tenho que falar um lance com a Bella.— Disse o homem tentando fazer intriga com o irmão.

—Que lance?— Perguntou Edward se aproximando do irmão, querendo saber mais.

—Uma fita. Agora rala peito homem. Anda, sua menina te espera.— Disse enxotando Edward do sofá.

—Se eu souber de alguma coisa..— Ele disse apontando o dedo para Emmet.

—Já sei vai estourar a minha fuça. Agora cai fora.

Bufando Edward subiu as escadas com passadas pesadas. Emmet, ele que aprontasse. Andando pelo largo corredor, foi rumo a ultima porta, entrando e deparando-se com a figura da mulher na ponta dos pés em cima de uma cadeira.

 —Você vai cair e se machucar.— Ele disse na sua voz suave, fazendo Bella se assustar e desequilibrar da cadeira. Apoiando na porta e olhando furiosa para ele, ela rosnou antes de falar.

—È Obvio que isso vai acontecer quando mal educados entram sem avisar.— Edward riu do stress da mulher, se aproximando e pegando-a pela cintura. Um choque passou pelo corpo dos dois, fazendo o coração de Bella acelerar e os pelos de Edward se arrepiarem. Merda, ainda isso, pensou Bella sendo tirada da cadeira e colocada em segurança ao chão. — Agradeço sua preocupação nobre cavalheiro.

—Isso tudo é TPM?— Perguntou Edward subindo na cadeira e pegando a caixa preta, descendo em seguida.

—Eu não estou de TPM. Qual é o problema de vocês por acharem que quando uma mulher esta estressada o mal dela é TPM? Pode ser outra coisa sabe, qualquer outra coisa. Bando de machistas e preconceituosos.— Disse brava cruzando os braços sobre o peito.

Edward a olhou da cabeça aos pés. Analisou a ruguinha na testa, o bico, os olhos raivosos e a postura brava. Rindo internamente, tirou a cadeira de onde estava e encostou-a na parede, sentando-se nela logo em seguida.

—Definitivamente TPM. — E então riu quando Bella lhe olhou cética e chutou um saco de brinquedos na cabeça do homem. —Qual seria o outro problema? Hemorróida? Menstruação? Ou sexo, na verdade, falta dele?

—Eu não acho nenhum desses assuntos adequados a se falarem com você. Não te dei essa intimidade. — Disse Bella ainda brava, ficando de costas para ele.

—Você sempre me deu liberdade ou intimidade para falar qualquer assunto com você. Age assim porque ainda é uma criança imatura que não aceita as coisas como são e se acha a dona da razão.— Ele disse bravo, parando de achar graça em tudo.

—Claro,porque eu sou aquela que deixa uma pessoa me culpar pela morte do meu filho quando eu não fiz nada não é mesmo? Porque sou eu que caio feito uma idiota na lábia de uma mulher vadia que só fez me destruir? Tem razão Edward, sou muito imatura e não sei lidar com os problemas e saber o meu lugar. — Ela disse virando-se para ele e soltando as palavras.

—Vamos discutir isso novamente? Toda vez que nos encontramos é isso. Nos restaurantes, no hospital. Dá para pararmos com isso? é estressante e frustrante. — Ele rugiu batendo se levantando e batendo a porta.

—Pararmos? É sempre você quem começa me chamando de criança imatura. O irresponsável que se fez de idiota por acreditar em alguém foi você. O inútil e infiel foi você. Se era sexo que queria Edward, não arrumasse uma namorada inferno.— Gritou levando as mãos ao rosto.

—Agora você acha que eu não te amava? Porra Bella eu te amava sim inferno e você sabia disso, mas não tenho culpa, já conversamos, já me expliquei e você perdoou. É isso? as mulheres mentem?

—As mulheres perdoam, mas não esquecem Edward. você como um conquistador barato deveria saber disso. Você já deve ter lido ou tem o manual do cafajeste, pois você o encarnou muito bem. —Disse sentindo seu ser se desfazer em pedacinhos.
Era sempre a mesma coisa. Brigavam tocavam em assuntos indesejados e ela se sentia assim, frágil, ferida, incapaz e desamparada.

Instalou-se o silencio no quarto. O som alto ainda ecoava pelo ambiente, porem ambos esqueceram o som da musica horripilante, o passeio de Reneesme ou qualquer outra coisa. Sempre ficavam assim quando se encontravam. Brigavam, falavam as coisas e depois se arrependiam. Mas arrependimentos não podem existir, pois se arrepender não te da a oportunidade de voltar atrás.

—Eu posso ser cafajeste, mas eu te amei. Te desejei e se te perdi foi por pura estupidez. Quero que esqueça Bella, que esqueça. Isso apenas me mata. — Disse Edward se encaminhando novamente a cadeira. Puxando os cabelos, desceu as mãos a face e as esfregou.— Sei que sou um grande idiota por ter deixado e deixar Tanya fazer tudo isso comigo, me tornar um inútil desgraçado, mas penso que é a minha forma de pagamento por ter feito você sofrer tanto. E agora mais que nunca, depois de Reneesme sinto que é a forma de pagar as minhas contas com o passado. Eu destruí você Bella, e a sua destruição é a minha. Sua dor é a minha. Eu sei que doeu, sei que machucou, mas esqueça por favor. Eu te imploro, pare com esse tormento pra mim. não me odeie.— Lagrimas passaram a descer pelos olhos de Edward.

lagrimas que fizeram o coração ferido de Bella se machucar mais um pouco, notando que sua atitude, feria aquele homem. Nunca o vira chorar. Não assim,tão angustiadamente. Sentindo-se fraca e cruel, caminhou na direção do homem, agachando-se a sua frente, entre suas pernas e levantando seu rosto.

—Não se torture. Eu não te odeio. — Disse suavemente, a voz nada mais que um sussurro.

Queria reconfortá-lo. Trazer de volta o sorriso sínico e debochado, o ar sarcástico e sabichão, justo e traiçoeiro. O sorriso torto e sedutor, a personalidade forte e charmosa. Queria o Edward que conhecia de volta, o seu Edward.

—Sim me odeia. Vivemos brigando Bella, e o que você vive fazendo é jogando a verdade em minha cara, só para que eu possa sofrer um pouco mais. Mas sabe, eu mereço o seu ódio, mas não posso suportar a idéia disso. Não posso suportar o seu rancor e desprezo, quando eu só sei te amar e te querer. —Ele disse a olhando fundo nos olhos. Muitos dizem que homem chorar é sinal de boiolice. Mas na verdade, na frente de Bella, aquele homem ali que derramava suas lagrimas era um homem que dizia a verdade, e provava isso em seus olhos e em sua voz. — Eu só queria que esquecesse Bella. Pode me ignorar, mas não me odeie. Não me esqueça. Não fuja de mim novamente. Eu só quero estar, onde você esta. Eu só te amo e te quero Bella, e mesmo você não me querendo, só diga que entende e que esquecerá disso, e eu poderei tentar ficar bem.

Bella sentia seu coração bater em um ritmo descompassado em seu peito. A respiração arfante, os olhos marejados enquanto via ali aquele homem maravilhoso jurando-lhe amor.

—Eu também te quero Edward, e se falo tudo isso é pelo seu bem. Quero que seja feliz. Muito, mas não podemos fazer nada. É tarde demais. Eu sinto muito.— Disse com as lagrimas molhando sua face. Encostou sua testa na do homem, sentindo que estava perdendo a cabeça, mas era o certo. Não podia cair a seus pés. Não podia.

—Não é não. —Disse Edward antes de puxá-la para seu colo e tomar seus lábios.