-Argh!O que é isso!? – disse Catarina ao ver algo se mexer em seu prato de comida.

-Nem queira saber. É melhor pagar um lanche hoje pois eu não fui com a cara dessa...coisa.

-Hailey,você não vai com a cara de nada e ninguém. – disse Annabel pegando uma fruta na mesa de sobremesa.

-Nem sempre, eu fui com a cara dessa pizza! – disse enquanto pagava pela pizza.

-HAILEY! Isso deve ter milhares de calorias!!! – disse Annabel horrorizada.

-Que se dane as calorias. Eu não vivo sem pizza!

De repente a porta da cantina se abre, é Giovanna furiosa. Annabel não resistiu ao ver a cara dela cheia de lesões e começou a rir. Giovanna fez uma cara tipo, vá se ferrar! E sentou ao lado de Fred, e o beijou. Annabel ficou roxa de raiva, mas não aguentou e começou a chorar.

-Eu não sei por que eu ainda insisto de gostar dele – disse Annabel secando as lagrimas que insistiam em cair – É óbvio que ele a ama.

-Não fica assim Bell – disse Catarina tentando consolar a amiga – Ele que está perdendo, a garota maravilhosa que você é.

-Obrigada! – disse Annabel abraçando a amiga.

-Pelo amor de deus, vocês são muito melosas – disse Hailey indiferente – Parte pra outra, tem tantos garotos que se matam por você, e você fica sofrendo pelo Fred.

-Você está certa, eu tenho que parar com isso – disse determinada – Mas eu não consigo, eu o amo muito.

-Até parece que é tão fácil assim, Hay, é o tipo de coisa, quase impossível de esquecer.Você nunca amou alguém – disse Catarina com tom de sermão.

-Você não pode falar isso de mim – disse revoltada, se levantando da mesa – Nem ao menos me conhece para dizer essas coisa, você não sabe de nada sobre mim! – disse já saindo do refeitório furiosa.

-Nossa o que foi isso? – disse a Annabel meio espantada – Acho melhor você ir falar com ela.

-Não, a Hay pode matar um quando esta com raiva.

-Ela deve ter ido praticar esgrima para esfriar a cabeça.Deixa ela.

Elas tinham razão. Praticar esgrima era a melhor coisa quando estava nervosa. E como estava nervosa.Como ela podia dizer essas coisas, não conhecia sua historia, sua família, ou mesmo a própria Hailey. Estava revoltada.Seu passado mais um vez vinha átona.Tinha que ser forte ,sempre fora. Foi tirada de seus pensamentos por um som de passos que chegavam mais perto.

-O que você esta fazendo aqui? – perguntou Hailey

-Esse lugar é publico – disse Edu –Sabe lutar?

-Não, estou brincando de boneca.

-Engraçadinha – disse dando um sorriso.

-Não sou palhaça, vamos lutar ou está com medo? – disse em um tom desafiador.

-Não tenho medo de garotas – disse pegando uma espada.

-Isso porque nunca me viu lutar Eduardo.

-Não precisa me chamar me chamar de Eduardo.

-Prefiro assim. Gosto desse nome – disse com um sorriso travesso nos lábios, o que fez Edu corar.

Ela aproveitar de sua distração para investir com sua espada no seu lado direito, fazendo Edu perceber que a luta já havia começado. Continuou investindo contra ele, mas ele só defendia o que deixava a Hailey muito irritada.

-Não sou uma garota indefesa!

Edu percebeu que ela queria uma luta de igual pra igual.

-Se isso que você quer --disse investido em seu lado direito. Fazendo com quer Hailey sorrisse.

Agora sim era uma verdadeira luta, quem visse de fora talvez achasse que era uma luta de profissionais, com golpes e defesas perfeitas.

Hailey estava impressionada com o garoto, nunca havia imaginado ele lutava esgrima tão bem. Estava na hora de começar apegar pesado, não podia perder pra ele. Investiu pela esquerda duas vezes, uma pela direita, várias vezes fazendo com que ele decorasse sua sequência de golpes. Funcionou. Ele defendia perfeitamente seus golpes. Atacou mais uma vez, mas com dois golpes pela direita, deixando um Eduardo confuso e sem espada.

-Tuchê! – disse com um sorriso vitorioso.

-Você trapassiou!

-Não, eu ganhei.

-Tem razão, eu te subestimei, você luta muito bem.

-Obrigada, pena que eu não possa dizer o mesmo.

-Muito obrigado – disse fingindo estar magoado – Onde aprendeu a lutar?

-Não que isso te interesse, mas meu p-pai me ensinou – disse triste lembrando do pai.

-Eu disse algo errado?

-Não – disse se levantando para sair do local, quando sentiu pontadas na cabeça fazendo a cambalear para trás.

-Esta tudo bem?

-T-to legal – disse meio tonta.

-Tem certeza? Não quer que eu te leve para enfermaria?

-Não precisa eu estou bem, só um pouco...

Sentiu novamente a pontada em sua cabeça só que mais forte. A dor era tão intensa que não conseguiu se manter em pé. Nunca havia se sentido assim, sempre acontecia de ter fortes dores de cabeça, mas, não como essa.

O garoto estava preocupado, ela fazia expressões de dor e ele não podia fazer nada. Ela não deixava ser ajudada mesmo precisando. Se questionava como uma pessoa pode ser tão cabeça dura.

-Hailey me deixa te levar para a enfermaria.

-Não! Eu só preciso ir para...

Antes de terminar a frase desmaio, num rápido reflexo o garoto a pegou. Ela passou algumas horas desacordada, e em sua mente vinham e voltavam pensamentos, lembranças de seus parentes queridos, e muitos perdas nessa vida. De repente ela abre os olhos e vê um garoto, sua imagem vai melhorando e ficando mais clara.

-E-eduardo? – disse com a voz fraca e rouca.

-Sim, pode ficar tranquila, estou aqui com você.

-E por que teria medo? Sei me defender sozinha – ainda com a voz fraca – mas... obrigada.

-Não foi nada, e eu sei que não preciso subestimar você, é uma garota incrível – ela deu sorrisinho, e ele aproveitou para pegar sua mão, mas ela soltou.

-O que é isso? – disse meio brava. Ele tentou se explicar, mas, estava sem palavras – Olha, eu agradeço sua ajuda ,mas não pense que eu sou dessas garotas que saem com o namorado da amiga.

-Que amiga?

-Você e a Catarina são namorados – disse, mas sabia que não era verdade, sabia que eles eram amigos de infância.

-Eu não...

-Ta bom! Agora você pode sair?!

-Mas...

-Vai embora Eduardo!

No exato momento entrou a enfermeira e o expulsou de lá.Ele saiu inconformado,e disposto a pedir para Catarina falar com a Hailey.

Catarina reencontrou uma caixa com tantas lembranças dela com Eduardo, desde pequenos sempre foram tão próximos. Lá haviam fotos, cartões de aniversario, cartões de melhoras, para quando ela ou ele estiveram doentes, ou simples cartões de amizade. Ela pegou um cartão feito à mão com letrinha de criança escrito:

“Catarina você é minha melhor amiga, do mundo!

Você sempre será! Te adoro.”

Quando acabou de ler, percebeu que havia uma lagrima deslizando sobre seu rosto. E a fez pensar se seu “príncipe encantado” sempre esteve ao seu lado e nunca havia notado. Com o coração apertado ela pegou  seu MP3 e começou a ouvir “Mine” com musica fica melhor para pensar enquanto guardava tudo e colocava de volta em seu armário.Quando acabou a musica, ela ouviu alguém bater na porta.

-Preciso falar com você! – disse Eduardo meio nervoso por ter sido expulso da enfermaria, e pela sua decisão de pedir ajuda para Catarina.

-Pode dizer, o que foi? – disse compreensiva.

-É... é complicado...

-O que foi?

-A Hailey...

-O que foi! Diz! Ta tudo bem com ela?

-Tá, ela já acordou... mas preciso te contar algo.

-Ah, que bom né! Então, pode dizer. Confia em mim, sou sua melhor amiga.

-Ela acha que nós estamos juntos, eu e você!

-É claro que nós estamos juntos! Desde os quatro anos de idade somos melhores amigos.

-Não... ela acha que nós somos namorados.

-O quê?! E mesmo se fossemos, o que isso tem a ver com ela?

-Não com ela, tem a ver comigo, sabe... eu gosto dela.

-Sério? – disse meio magoada.

-É. E eu preciso de sua ajuda para convencê-la  de que nós somos apenas amigos, nada além.

Eu amo a Hailey!

-E-então, e-eu posso ajudar, se isso te fizer feliz – disse com tom de interesse mas, deprimida por dentro.

-Valeu, sabia que podia contar com você!

Saiu de lá confiante, porém Catarina deitou com a cara no travesseiro e começou a chorar. Ao ouvir passos se aproximando, enxugou rapidamente suas lágrimas e foi para o notebook.

-Hailey voltou Cat! – disse Annabel bem animada.

-É. Oi.

-Nossa que alegria ein – disse Hailey sendo sarcástica.

-É hoje não estou muito animada.

-Tem alguém de TPM? – disse Annabel brincando com Catarina

-Não. – respondeu sem dar confiança.

-Gente vamos animar as coisas! Quer que eu chame o Edu? – disse Annabel tentando anima-la.

-Não!!

-Qual é Cat, diz o que tem de errado?

-Nada não – disse fechando o notebook - Hm... são 5:30 da tarde.Vamos dar uma volta? – Catarina tentando fugir do assunto.

-Por mim tudo bem – disse Hailey dando de ombros.

-Então vamos! – disse Annabel pegando sua bolsa cor-de-rosa e retocando o batom.

-Anda Annabel – disse Hailey pegando a chave, e ao sai bateu a porta.