Toda Eternidade Tem Um Começo escrita por Danda_Soares


Capítulo 6
A transformação


Notas iniciais do capítulo

Desculpe a demora, mas é que época de Natal...

Finalmente, aqui está o capítulo *anjoscantando*,
espero que gostem !



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PDV ALICE

É impressionante como certas pessoas tem a ignorância de achar que só morrendo tudo vai se resolver. E Bella, é uma delas.

Nesse segundo, eu estou à caminho da praia, pois tenho certeza que nunca vou conseguir chegar a tempo no penhasco. Eu tenho muito medo, Bella tem estado fraca demais e ela pode se afogar rapidamente. Eu só quero que ela fique bem.

Quando cheguei à praia, avistei-a se debatendo contra as correntes.

Sem pensar em um segundo sequer, corri o mais rápido possível para ajudá-la. Quando tirei Bella do oceano, ela parecia inconsciente.

- Bella, você está me ouvindo? Bella, por favor.

Não obtive resposta.

- Você irá ficar bem, tá?

A segurei em meus braços como quem segura um bebê e chorei. [n/a: Eu esqueci, aqui os vampiros choram também] Eu não queria perder ela novamente, eu não suportaria.

Não existe palavra para descrever esse sentimento. É como duas almas se reconhecendo como irmãs (se é que eu tenho alma). Eu só quero ver ela bem e protegida de qualquer mal, e para isso acontecer, não tem limites que me segurem. Eu faço qualquer coisa para não perder ela, e se isso significa que eu terei que pedir à Carlisle que a transforme, eu pedirei.

Rapidamente, eu corri até a nossa casa, e como eles já deviam ter escutado meus passos, eles estavam todos na sala me esperando. A única coisa que eles não esperavam era ver Bella mais pálida que o normal em meu colo.

- O que houve, Alice? - meu pai perguntou

- Carlisle - eu sussurrei fungando - a Bella tentou se matar.

- Aimeudeus, essa garota é maluca? - disse a anta chamada Emmett e eu apenas dei um olhar frio em resposta.

Voltando a minha atenção para Carlisle, eu perguntei temendo a resposta:

- Ela vai sobreviver?

- Me desculpe, querida, mas... - eu o cortei

- Não termine - eu disse chorando outra vez - Mas... você a transformaria?

- Alice, eu não sei... - Carlisle começou a falar, mas foi cortado novamente. Mas pela pessoa que eu menos esperava.

- Eu faço - Edward disse

Eu confesso que não sei se isso deveria ser uma surpresa tão grande quanto estava sendo.

- Você faria mesmo? - eu disse em um fio de voz, com medo de que ele desistisse.

- Eu faço. - ele repetiu - Mas você sabe que eu não tenho certeza se vou conseguir parar ou não. E você sabe que vai ser horrível para ela.

- Eu sei - eu respondi olhando para o rosto de Bella - mas não custa tentar né?

Os segundos seguintes foram agoniantes e silenciosos e para quebrar a tensão, Esme anunciou:

- Eu irei arrumar o quarto de hóspedes para ela. Você me ajuda, Rose?

- Claro.

Eu, Carlisle e Edward levamos Bella até meu quarto, e eu a deitei na minha cama. Ainda segurando-a em meu braços, eu toquei seu rosto pálido e a abracei mais forte, com medo do que viria em seguida.

E se ela nunca me perdoasse pelo que eu sou? Pelo que ela irá se transformar por minha culpa?!

Soluços escapavam de meus lábios que estavam tremendo. Não de frio, e sim de pavor.

- Vai ficar tudo bem, Alice - Edward tentou me confortar, mas ele mesmo não parecia acreditar em suas palavras, e eu o ouvi sussurrar - Tem de ficar.

Por mais que fosse difícil para ele confessar, eu sei que era ELA. Ele também tem medo do que vai acontecer, e eu realmente percebi isso quando uma lágrima rolou pelo seu rosto, e ele tentou disfarçar.

- Você vai tentar com todas as suas forças parar de beber o sangue dela, não é?

- É claro, Alice. Eu não sou tão estúpido assim.

Edward estava meio desconfortável por nós estarmos ali, então relutantemente, eu decidi que era melhor deixar ele sozinho com Bella. Eu e Carlisle saímos do quarto e nos juntamos ao resto da família. Edward era o único que já tinha caçado. Então todos nós fomos caçar e deixamos os dois na casa.

PDV Edward

Eu não sei o que mais me deixava nervoso. Se era porque eu não tinha certeza se conseguiria parar de beber o sangue dela, se era porque ela iria sofrer demais, ou se era porque eu estava maluco na hora que eu falei que faria isso.

Afinal, eu nem conheço ela direito, então por qual motivo eu o faria?

Lá no fundo, eu sabia a resposta certa, mas eu procurei pensar que eu fiz isso por Alice.

( É melhor escutar: http://www.youtube.com/watch?v=0NK2WisY3eo )

Eu toquei seu pescoço e inclinei seu queixo para trás. Respirei fundo, inalando o doce e viciante cheiro de Bella, que agora parecia cada vez mais frágil e pequena diante de mim. Sem mais delongas, eu cravei as minhas presas em seu pescoço com todo cuidado possível. Enquanto o sangue era drenado dela, eu senti o laço se formando, e nossas almas, ou o que quer que fosse que existisse dentro de mim, se unindo em uma só. Sua mente estava apenas um pouco consciente, e alguns pensamentos sem sentido vinham dela para mim. Eu tentei, sem muito sucesso, tranquilizá-la.

" Não resista, Bella. Se você se entregar, não irá doer tanto... - eu pensei - ... pelo menos não agora. "

Bella pareceu prestar mais atenção à útilma parte do que no "Não resista".

" Edward? "

" Sim?! "

" O que está acontecendo? E por que eu estou ouvindo os seus pensamentos e você os meus? " Ela parecia nervosa.

" Eu não posso explicar agora, apenas fique calma".

Eu queria parar, mas eu não conseguia, o seu sangue era como o mais saboroso vinho. A força que eu fazia para me afastar era mais forte do que tudo, mas era como se eu fosse um viajante faminto em frente a um banquete. Eu sentia seu sangue descendo pela minha garganta e me preenchendo cada vez mais.

 Mas então eu pensei no que eu havia dito à Alice. E eu pensei no que aconteceria se eu não me afastasse: ela morreria. A força de vontade foi maior, e eu consegui.

Antes que ela morresse por perda de sangue, com minhas próprias presas eu mordi meu pulso. Delicadamente, eu levantei a cabeça de Bella, e coloquei meu pulso entre seus lábios.

PDV BELLA

Um líquido aveludado descia pela minha garganta, causando sensações jamais sentidas. Era doce e suave, ao mesmo tempo, forte e inagualável. Meu coração batia depressamente, e eu suava cada vez mais. Mas isso não importava, eu me sentia maravilhosamente bem, e eu não queria deixar aquela sensação ir embora.

Eu sentia novamente a conexão com Edward. Era como se nós fôssemos um só pensamento, um só coração. E ele também sentia isso, eu conseguia sentir medo, nervosismo, preocupação e algo mais que eu não entendi vindo dele. Era como se só tivesse restado a gente no mundo. Como se o tempo tivesse parado, e as horas não existissem mais. Na verdade, era como se estivéssemos em um outro mundo. Um mundo só nosso.

" Bella, você está me machucando, vai com mais calma. "

" Do que você está falando? Por que eu estaria te machucando? " Foi aí que eu abri meus olhos e vi que aquele saboroso líquido vinha do braço de Edward, que no momento estava sendo emagado pelas minhas mãos. Mas peraí. Do braço de Edward? Então... Eca!  " Tira seu braço da minha boca, garoto. "

" Você vai morrer, se eu tirar. E mesmo se eu quisesse, você que está me prendendo. "

" O que você acha que eu queria no momento que eu pulei do penhasco? "

Silêncio.

E mais um pouco de silêncio.

Eu podia jurar que ouvia até os grilos.

Na verdade, eu ouvia muita coisa agora. Pássaros, folhas se mexendo, carros na estrada.

O gosto maravilhoso desapareceu, e o braço de Edward foi retirado de minha boca. Mas...

Foi aí que eu senti.

A dor era atordoante.

Exatamente isso – eu estava atordoada. Não conseguia entender, não conseguia perceber o que estava acontecendo.

Meu corpo tentava rejeitar a dor, e eu era sugada repetidas vezes para uma escuridão que apagava segundos ou, talvez, até minutos inteiros da agonia, tornando ainda mais difícil acompanhar a realidade.

Tentei separá-las.

A não realidade era escura e não doía tanto.

A realidade era vermelha e me trazia a sensação de estar sendo serrada ao meio, atropelada por um ônibus, nocauteada por um campeão de boxe, pisoteada por touros e mergulhada em ácido, tudo ao mesmo tempo.

A realidade era sentir meu corpo se retorcer e saltar quando eu nem ao menos conseguia me mexer, devido à dor.

O fogo me fazia gritar. 

Eu sentia Edward tentando me segurar. Ele falava várias palavras, mas eu não conseguia dar sentido a elas. Os sons já estavam muito distante.

E depois de tanto lutar, eu me entreguei.


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Notas finais do capítulo

Gostaram?

DEUS, ESPERO QUE SIM ! Porque vai ficar melhor agora.

Beeeijos .