Minha Vida depois de o Último Olimpiano escrita por Mari_Carlie


Capítulo 15
Capítulo 15 Apolo é um idiota


Notas iniciais do capítulo

Heyy!!Terminei o capitulo a bem uma semana, só que eu tava com um problema na formatação do Word, e todas as vezes que eu passava o capitulo para cá, ficava todo bagunçado.Mas enfim, eu consegui ajeitar tudo e passar para vocês...



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"Situações desesperadas pedem medidas desesperadas"

PDV de Percy.
“Não quero que ele pense que eu sou algum tipo de garota adolescente fraca que não consegue lidar com os problemas.”
“Eu amo o Percy,de verdade, mas...É tão confuso.As vezes eu me sinto tão...Vulnerável quando estou com ele.”

Eu ouvi todas essas conversas na cabeça de BlackJack, que havia feito o favor de só lembrar das partes em que ouviu meu nome.
Thalia e Annabeth trocando segredos.Eu daria a vida para ouvir a conversa inteira.
BlackJack que continuava lá, ouvia meus pensamentos confusos. Já pensou em perguntar a elas o que elas estavam conversando?
Era uma opção.Talvez.Para namorados normais.Annabeth, sei lá, daria um ataque se soubesse que ouvi parte da conversa dela.
O pior era que eu queria perguntar a ela.Queria falar com ela sobre isso.Mas não conseguia imaginar como.Eu queria dizer que...Eu não sei o que eu queria dizer para ela, depois de tudo.
BlackJack fez um balanço com a cabeça, do tipo de quem desiste de algum coisa, de um lado para o outro e preferiu me deixar sozinho com meus pensamentos e foi embora.
Eu comecei a caminhar para os banheiros, decidido a tomar um banho para esclarecer as idéias.Encontraria Elliot mais tarde.
Logo que a água tocou minha pele, fiquei feliz por ter decidido ir um pouco
antes, dava para pensar, e pensar me ajudava a tentar achar uma resposta.Só que tudo estava ficando mais confuso até eu tentar organizar minhas idéias.
Primeiro de tudo:Como Apolo pode nos ajudar?Não fazia tanto sentido.O que ele tem que pode se permitir nos ajudar?
Annabeth saberia, é claro, o que me leva de novo a ela. Eu queria tanto poder falar com ela, por que afinal de contas, aquelas coisas que ela para Thalia sobre mim estavam aterrorizando minha mente.
“Mas não queria ficar conversando com ele sobre isso, sabe.Não quero que ele pense que eu sou algum tipo de garota adolescente fraca que não consegue lidar com os problemas.”
Como?Era Annabeth.E eu queria dizer para ela isso.De verdade.Só fico com medo do modo que ela reagirá quando souber disso.De novo, eu preciso de ajuda.Felizmente tenho um amigo, que já teve muitas namoradas.Estava namorando a décima quatorze nesse ano, se me lembro.
Não demorei muito para encontrar Jesse.Primeiramente fui no chalé dele.Mas me disseram que ele tinha saído.Então procurei nos alvos, um enorme campo cheio de alvos, alguns redondos, que você tem que tentar acertar no circulo negro no centro, e outras em formas de pessoas e monstros gigantes, que você tem que acertar no ponto que
pode matar mais rápido.
Eu meio que desconfiava que Jesse estava lá, desde o começo.E não me surpreendi em vê-lo lá, só que ele não parecia estar treinando arco e flecha.Parecia mais disposto a testar a resistência do arco, quebrando-o ao meio e jogando no chão.
–Jesse? – chamei – Queria falar com você.Não estou num horário muito ruim, estou?
Ele se virou e me viu.Por um minuto pareceu um tanto surpreso, mas deixou isso de lado, e jogou as flechas no chão,indo falar comigo.
–Percy?Que bom que é você, se uns dos meus irmãos me vissem mutilando aquele arco provavelmente tentariam atear fogo a mim.A maioria dos filhos de Apolo ama Arcos e Flechas.
–Nunca entendi isso. – falei.
–É quase como se fosse o nosso templo.Era o meu, pelo
menos.
–O que aconteceu? – perguntei.
–Lembra-se?Acho que já lhe disse.Machuquei a mão.Não consigo mais acertar alvos.
–Isso é um droga.
–É mesmo.Agora eu vou ter que passar todos os anos aqui na acampamento.
–Por que?
–Eu virei um decepção no arco e flecha.Lógica simples.Não acerto os alvos.E se não acerto os alvos, os monstros não morrem.Se eles não morrem, eu morro.Simples.
–Aprenda a lutar, com espadas ou..
–Não consigo.É muito difícil para qual quer filho de Apolo de acostumar com qual quer arma que não seja um arco.É nossa herança, nós nascemos com isso.Mas...Acho que isso não é o que você veio falar comigo certo?
–Não.Preciso uma ajuda com relação a Annabeth.
–É, imaginei.
Contei para ele mais ou menos minha situação desesperadora de não saber o que fazer, querendo não falar com a Annabeth, e precisando ao mesmo tempo.Quando terminei, Jesse tinha uma cara pensativa.
–É verdade.Isso é uma situação meio confusa.Você poderia simplesmente fingir que não ouviu nada e continuar a vida como se não soubesse o que ela disse.
–Eu sei. Mas ao mesmo tempo não quero deixar de lado o que está acontecendo.Se ela estava se sentindo mau em relação a tudo, poderia ter me contado.Queria poder dizer isso a ela, entende?Que dá próxima vez que ela precisar conversar.....Que fosse comigo.
Eu tava me achando triste e ridículo por estar falando isso, embora que no
fundo eu soubesse que era verdade.Jesse, por outro lado, começou a rir.Eu o encarei, começando a me arrepender de ter ido falar com ele.
–Jesse?
–Desculpe..Eu .. – ele parou e rir mais um pouquinho e então parou
definitivamente – Desculpe, mas isso é ... hilário.
–O que é hilário?
–Você, com ciúmes.Da amiga da sua namorada.Se fosse amigo, ainda fazia sentido, mas você parece estar morrendo de ciúmes dessa tal de Thalia.Relaxa, Annabeth é sua namorada, você realmente acha que ela te trocaria pela amiga?
–Eu..Eu nunca pensei isso, eu só..
–Seu subconsciente pensou.Não precisa dizer, eu sei que sou um gênio.
–Sei.Gênio?
–Aham.Agora vai atrás da garota e fala para ela isso tudo, antes que eu te
esfaqueie com uma das flechas.Preciso dar umas tentativas nos alvos agora.TCHAU PERCY!


Eu queria ter um tempo livre para falar com o Annabeth, o que eu só daria mais tarde, já que eu tinha treino de esgrima, e logo depois da esgrima, arco e flecha, só que eu simplesmente não vou para os treinos de arco e flecha, por que como vocês sabem muito bem, eu sou horrível nisso.Então tiro esse horário para....Bem..Para não fazer nada.Mas Annabeth não gostaria de ser tirada de um treino desses para saber que eu ouvi
uma conversa dela com Thalia, por isso achei melhor esperar.
E assim o dia foi levando, até a irmos para as forjas de Hefesto, onde fazíamos armas e armadilhas para os monstros, e Annabeth sussurrou que precisava falar comigo.Finalmente chegou o almoço, onde tínhamos um tempinho livre.E então decidi que era um bom horário para eu ir atrás dela ela.


Encontrei Annabeth sentada na grama em frente dos campos de plantações de morangos, escrevendo em seu caderno,
rabiscando várias folhas, amassando-as, jogando fora e começando tudo de novo.De modo que estava totalmente absorvida em suas idéias e nem mesmo percebeu quando eu cheguei lá.
–Annabeth?
Ela levantou a cabeça das folhas e do caderno e me viu, sorrindo
repentinamente.E eu entendi porque ela escolheu ir escrever ( ou o que quer que ela esteja fazendo) ao lado dos campos.Uma doce melodia podia ser ouvida, vinda da flauta de vários sátiros nas plantações.E também por que você podia sentir uma brisa reconfortante, que cheirava a morangos frescos.
Ela fechou o caderno e o deixou de lado, e fez uma menção para eu me sentar ao seu lado .O que eu fiz, obviamente.Tinha algumas coisas que eu queria dizer para ela.E coisas que ela,obviamente, também tinha que dizer a mim.
Do meio do nada, assim que eu olhei para ela, tudo o que Jesse tinha dito
simplesmente saiu da minha cabeça, e eu não fazia idéia do que eu estava fazendo ali.Embora Annabeth parecesse totalmente normal e sem nenhuma confusão na mente.
Eu apontei para o caderno.
–O que você estava fazendo?
Ela balançou a cabeça.
–Nada de interessante.Rabiscando algumas coisas para o Olimpo, estando presa aqui, dificulta muita a reconstrução das coisas lá.Não importa.Eu me viro.
–Eu sei que sim.
–Percy.Eu...tive uma conversinha com a Thalia, contei um pouco da situação.Ela disse que tentaria falar com Apolo.
–Mas, Annabeth, eu sei que as coisas estão apontando para ele, mas ainda não sei como ele pode nos ajudar. Você sabe?
Ela balançou a cabeça negativamente.
–Não tenho idéia.Mas,você não percebe?A um desespero geral, um medo.As coisas estão chegando a um limite, os deuses não confiam em mais ninguém.Tenho certeza que mais coisas estranhas estão ocorrendo pelo Olimpo.Mas eles não vão nos dizer.É por isso que quero agir. Quero descobrir tudo e resolver, e quem sabe, relaxar e curtir um pouco, depois que tudo acabar.
–Eu sei.
Annabeth colocou sua mão sobre a minha.E não respondeu, e por um segundo, eu lembrei da conversa dela com a Thalia e do modo como eu havia me sentido traído.
–Annabeth, posso lhe contar uma coisa?E você promete que não vai ficar
irritada?
–Depende – ela me olhou, desconfiada – eu tenho motivos para ficar irritada?
–Não. - Na verdade sim, mas eu não ia dizer né?
–Tá, eu prometo não ficar irritada.
–Ok, olha, eu não sou muito bom com palavras, você sabe, mas...Eu queria lhe dizer que – eu me virei de frente para ela, mas ainda estava temeroso de olhar em seus olhos – se quiser conversar, ou só falar, ou qual quer outro nome que vocês garotas usam, eu estou aqui.Eu quero
dizer, não precisa correr para Thalia quando se sentir triste..
–Eu não estava triste.Só estava um pouco confusa....Peraí!Você...Você ouviu tudo que eu disse para Thalia???
As bochechas dela começaram a corar num nível (altamente) alto.
–Eu, eu não estava lá, tecnicamente, BlackJack ouviu parte da conversa e me disse, e eu...
–BlackJack?Eu deveria ter imaginado!Como eu pude ir para os estábulos?! Que estupidez!
Ela abaixou o rosto, tampando-o com as mãos, nessa hora eu senti, quando ela tirou sua mão da minha,era como se deixasse um rastro, onde quer que ela me tocasse.
–Annabeth?Annie?Eu sei que...
–Estou sentindo como se toda a minha privacidade tivesse sido roubada. –
Felizmente, ela não falou isso como se estivesse com raiva, foi mais como algo irônico, ou quase de brincadeira.
Ela tirou as mãos do rosto e prendeu o cabelo num rabo de cavalo.
–Eu sei – eu disse – Mas isso tem me torturado o dia inteiro.Se estiva triste, ou confusa, ou o que quer que fosse, eu só queria...
–Que eu tivesse ido á você, certo? – ela perguntou, mantinha um sorriso feliz no rosto, nada irritada.Apenas levemente feliz.
–Mais ou menos.Eu só me senti, como se você não....
–Confiasse em você o bastante para isso? – ela sorriu – está tudo bem.Entendi, o que você quis dizer.
–Então não está irritada por eu ter descoberto parte da conversa?
Ela negou com um balanço de cabeça.
–No começo, talvez.Mas agora não.
Annabeth começou a pegar as coisas em que estava trabalhando.E disse:
–Acho que esse seu pequeno ataque de ciúmes amoleceu meu coração. – Então beliscou meu nariz, e saiu.
–O que?Não, não era isso, era só que... – Mas ela já tinha ido.Eu bufei, garotas...



Encontrei Elliot, enquanto estávamos indo subir a parede de escalada, ele havia chegado mais cedo do que eu, e parecia bem pouco interessado, apenas olhando de vez em quando alguns campistas subindo. Ele estava conversando com uma garota.A garota do Nico.
Olhando para ela, não podia dizer que acreditar em sua idade.Ela era alta, isso ajudava no fim das contas, mas o que contava era a expressão, o rosto bonito, havia maturidade ali, não havia nenhum traço de infantilidade ou inocência.Ela parecia mais velha do que era realmente, fato.Não tinha percebido antes porque....Acho que por que nunca me preocupei em olhar realmente para o rosto dela.
–Elliot. – eu chamei.
–Ah oi Percy.Pensei em esperar você antes de subir.
–Medo?
–Não, não, de maneira nenhuma, só achei que seria..Mais educado.E também por que acho fácil, ai é bom ter alguém para conversar, enquanto subimos, a não ser que você tenha dificuldade na escalada.
Ok, eu detectei tanta mentira junta, que meu cérebro quase começou a dar voltas.Primeiro, ele não achou que seria educado me esperar, olhando para Elliot sorrindo para a garota, sabia que ele só estava querendo passar uma boa impressão para ela.E aliás, demora algum tempo para que subi nessa parede de escalada se torne fácil.Elliot estava no acampamento há, o que?Duas semanas.Eu sei que ele tem
porte muscular, mas isso é até de mais.
–Não, não acho difícil. – a minha parte amiga do Nico estava gritando
histericamente, que o Elliot estava dando em cima da garota que ele gostava, mas a minha parte amiga do Elliot tava me dizendo para não fazer nada.Parecia que meu cérebro ia se dividir ao meio.Então as duas partes ficariam satisfeitas quando eu tive uma idéia – Elliot, você acha tão fácil, mas aposto com você como não consegue subir e descer a parede de escalada, sem se queimar e nem ser esmagado em alguns ....Segundos.
A garota olhou para ele, esperando a resposta.
–Tudo bem – respondeu Elliot – eu aposto vinte dólares como eu consigo, em apenas alguns segundos certo?Cronometre – ele me entregou seu relógio e correu para escalar.
A garota parecia estar atenta a cada movimento do corpo de Elliot trabalhando e subindo, ele era rápido, admito, mais nem tanto assim, ele estava começando a chegar no topo,50 segundos, 60 segundos, e eu já podia ver a lava e as rochas começando a surgir, Ele chegou ao topo, quase tocando na lava, e então desceu.
–E ai? Cadê meus vinte dólares?
Eu neguei com a cabeça.
–Passou-se dois minutos.O combinado era que não passaria apenas de segundos
Ele sorriu para a garota, e depois me respondeu:
–Exatamente, nada além de cento e vinte segundos.
Essa era a idéia, eu havia comentado com ele que Annabeth um dia me enganara com isso, a minha parte que era amiga de Elliot dizia que se ele lembrasse disso então poderia bancar o inteligente na frente da garota.Mas se não lembrasse então ia parecer incapaz na frente dela, o que meu lado amigo no Nico aprovava.
Na verdade, eu tinha ensinado essa para os Stoll. De modo que depois que a garota saiu, Elliot perguntou quando eu ia entregar para ele os vinte dólares da aposta.Eu ri.
–Eu deixei você bancar o inteligente na frente da garota.Não vou lhe pagar nada com isso.
Ele só balançou a cabeça e desistiu de tentar argumentar.
Depois de tudo, eu e Elliot fomos jantar.Ele parecia ficar olhando diretamente para o outro lado do refeitório, a garota(aquela garota) parecia estar conversando com um carinha do chalé de Hermes e rindo bastante, aparentemente a piada era bem engraçada.
–Você gosta mesmo dessa garota não é? – perguntei.
–O nome dela é Samantha.
Eu só acenei com a cabeça, e dei mais uma mordida no meu hambúrguer com alface azul (?).
–E sim – ele disse – eu gosto dela ok?Ela diferente de qual quer pessoa que eu conheço. Mas não conte isso para ninguém. Estou ganhando boa reputação aqui.
–Reputação?
–É.Eu gosto das garotas.As garotas gostam de mim em retorno.Gosto de relações mutuas assim.Não quero perder isso.
–Mas e a Samantha...
–Ela é diferente, mas vou continuando a sair com...Com quem eu quiser, e se a coisa com a Samantha começar a virar outra coisa,eu mudo.Serio.
Eu sorri.
–Você tem sorte.Quando eu cheguei aqui, não tinha tempo de pensar nisso.Tava meio preocupado em me manter vivo.
Ele sorriu em retorno.
–Então talvez tenha sido você que teve azar quando chegou.
–Provavelmente – eu disse.
–Mas vendo por outro ângulo, você até que se deu bem.A sua garota deve usar sutiã tipo M não?As garotas de Atena não são normalmente bonitas a esse ponto.
–O que???? – perguntei assustado – Eu... Nunca olhei...O tamanho do sutiã da Annabeth.
–Não, provavelmente não.Mas dá para adivinhar, tipo, olha para a Samantha, ela deve usar um extra Grande, por que é simplesmente...UAU.
–Você é pervertido. – declarei.
–Nem tanto.Eu só aproveito a minha vida.Todo esse negocio de poder morrer de um modo horrível a qualquer momento me fez valorizar algumas coisas.Se eu morrer amanhã, sei que curtir o suficiente.
–É um bom jeito de pensar, até.
Ele ficou um segundo em silencio e depois falou:
–Mas, perai, fala serio, você nunca se perguntou o tamanho do sutiã da
Annabeth?Ele deve usar. ..
–Cala boca!
Ele deu de ombros e voltou para a sua comida.Eu no fim resolvi deixar de lado.
Eu estava tomando uma coca, quando Annabeth, esperou um momento em que Quíron não estivesse olhando, e veio se sentar ao meu lado.Ela lançou um olhar nervoso para Elliot, e então me beijou, colocando suas mãos no meu pescoço, e ficamos assim, por algum tempo, até Elliot dizer um “Ugh” e sair da mesa.
–Finalmente – disse Annabeth, afastando-se de mim – preciso falar com você.A sós.Agora.Vem comigo.
Ela se levantou, e acenou para fora do refeitório.Eu me levantei e fui andando com ela, sem prestar muita atenção aonde estávamos indo,parecia que estávamosindo de uma ponta a outra do acampamento, passando por campos escuros, e lugares claros , e então escuros
novamente.


Por algum motivo, eu não fiquei surpreso em encontrar Apolo.Se Thalia disse que iria nos ajudar, eu deveria ter previsto que ela seria rápida.Ele estava encostado numa arvore, na entrada da floresta.
–Eu encontrei com ele no começo da noite, fique calado, e deixe que eu vou resolver isso – falou Annabeth, nós nos aproximamos dele, ela se curvou, e me forçou a fazer o mesmo – senhor Apolo.
–Vejo que você trouxe o Percy.Agora pode me especificar o que quer realmente?
–Quero respostas.Eu sei que você pode nos ajudar.
Apolo começou a andar de um lado para o outro.
–Talvez, talvez eu tenha a resposta para a sua pergunta, e você sabe como eu sou quando garotas bonitas me pedem alguma coisa, a Thalia foi bastante convincente.Bastante.Mas você sabe, Zeus fica de olho, mesmo numa situação complicada em que estamos.
–Seja claro.
–Olha Annabeth, posso não ser Athena, mas não sou idiota.Zeus não me deixaria ter essa conversa se soubesse.Mas com os últimos acontecimentos,ele tem várias coisas na cabeça além de me perseguir.
–O que você quer?
–Veja, eu quero muitas coisas. Muitas.Mas se estão tão desesperados por uma resposta,por que não se perguntam o que eu posso querer de vocês.
Annabeth havia sido atingida por ele, dava para ver que ela não pensou que ele ia tentar negócios desse modo.
–Senhor Apolo ... – começou Annabeth, mas ele a cortou.
–Só Apolo, não tem problemas.
–Apolo, a questão é séria.Eu sei que você sabe de algo que pode nos ajudar.Algo que pode nos guiar, se sairmos do acampamento.
Ele fez uma cara de brincadeira.
–Sair do acampamento?Que coisa feia, pensei que Zeus tinha ordenado que ficassem aqui.
Eu olhei para Annabeth, no desespero, as coisas não estavam saindo como esperávamos.
–O que? – perguntou Apolo – você acha que seria só eu aparecer aqui, e ai contar tudo o que precisam?É, talvez.
Houve um momento de silencio depois disso.Então Apolo pareceu finalmente relaxar. E então disse:
–Ah finalmente.Não se preocupem.Eu estou do lado de vocês.É que tive a
impressão de que Ares estava passando por aqui, e decidi fingir alguma coisa para não parecer que estava dando informações a vocês.
–Então, você vai nos dizer o que precisamos?
–Bom, eu ainda queria ganhar algo com isso, vocês entendem.Eu sei o que vocês precisam.E eu sei o podem fazer.Mas seria legal ganhar algo em troca.
–Você sabe? – perguntou Annabeth.
–Com certeza.Eu não posso fazê-lo.Não de novo.Mas acho que alguns semideuses podiam se arriscar a tentar.
–Diga logo Apolo. – falou ela.
–Ah querida Annabeth,sem pressa, sem pressa, você sabe como meu tempo com filhas de Athena é pequeno.Elas não gostam muito de mim,mas eu gosto de apreciar sua presença.
Olhei fixamente para ele, com um ar de “Você tá falando sério?”.E segurei o braço da Annabeth.Eu estava gostando cada vez menos de Apolo.
Mas Annabeth,parecia ter visto, ou ter entendido algo.Ela tirou minha mão do seu braço, e foi até Apolo, e lhe sussurrou algo no ouvido, o que fez algo dentro de mim crescer mais e mais.Mas ela saiu de perto dele, vindo a mim.
–Eu sei o que ele quer. – ela falou bem baixinho, próxima do meu ouvido,tão próximo que eu conseguia sentir a língua dela na minha orelha falando – Apolo é louco por tudo aquilo que ele não pode ter.Um beijo meu faria ele dizer qualquer coisa.
–O que???? Annabeth, não.
–Eu sei – ela abaixou o tom – não estou feliz com isso.Mas é o único modo que eu vejo, ele sabe que nunca poderia me ter, dar a ele o gostinho vai fazer com que eles nos diga tudo o que sabe.Conheço Apolo, com ele é assim.
–Não gosto disso. – declarei.E não gostava mesmo.Não gosto de outras pessoas com a minha namorada.
–Nem eu – ela sussurrou de volta – esse beijo não vai significar nada, é
sério.Vai ser apenas nossa passagem de saída, para o que realmente estamos procurando.De acordo?
–Não.Mas sinto que não tenho escolha.
–Nenhuma escolha.
Enquanto ela ia até o deus do sol, percebi que estava fechando a minhas mãos em punhos.Annabeth voltou por um segundo apenas para falar :
–Está tudo bem.Não precisa ficar aqui.Pode voltar, eu te encontro no seu chalé mais tarde.
Não consegui considerar a possibilidade nem por um segundo.
–Não.Não vou deixar você sozinha com ele.
Quando ela foi até Apolo, eu fiquei dizendo a mim mesmo que não importava.Não significava nada.Olhei para cima, não querendo ver aquilo.Mas quando eu olhei, acho que teria doido menos sentir meu coração ser arrancado fora.Ou igualmente doloroso.
Não é de verdade.É apenas um...acordo.Não é de verdade. Disse para mim mesmo, para ver se ajudava em algo.
Depois que eles terminaram, o que deveria ter sido alguns segundos, para mim foram longas horas, Annabeth passou um segundo olhando nos olhos de Apolo.Eu nem quis saber.Segurei o braço dela, e a puxei para longe dele.
–Percy.Está tudo ok.
–Então,- eu falei – agora diga o que sabe que pode nos ajudar.
Ele sorriu, feliz.E sussurrou poucas palavras no ouvido de Annabeth, e no mesmo instante, ela pareceu ver alguma coisa totalmente nova e surpreendente.
–E pode dar certo? – ela perguntou.
–Eu tentei uma vez e deu certo.Mas se eu for lá de novo, com certeza não.
–Mas...Não vai ser nenhuma surpresa, elas já saberão que estaremos lá, e
saberão o que faremos.
Apolo balançou a cabeça negativamente.E enquanto isso eu tava boiando, sem fazer idéia do que era tudo aquilo.
–Do que vocês estão falando? – perguntei, confuso.Mas Annabeth e Apolo me ignoraram, continuando a conversa deles.
–Não se tiverem cuidado – disse Apolo - precisam ir com decisões pequenas, ai elas não terão poder de entender.Eu acho.
Annabeth tinha os olhos brilhando na expectativa de algo, que parecia incrível.
–É genial...Mas é incerto.
–Eu sei.Mas cai entre nós, tudo está bem incerto agora, então que está tudo bem em tomarmos medidas incertas.
–Sim, sim, claro.Agradeço muito por essa é informação.Estou muito agradecida mesmo.
–Agradecida o suficiente para outro beijo?
–Não. – eu disse, junto com Annabeth ao mesmo tempo.O que fez Annabeth lançar um certo olhar para mim e repetir, sozinha: - Não,Apolo.
–É achei que não.Mas eu ainda posso tentar, não é?
Ela não respondeu, e eu continuei em silencio.Então Apolo continuou:
–Bom, então eu vou indo.E acho que vocês também.
E ele desapareceu( felizmente).
–Annabeth?Vai me explicar o que está acontecendo agora?
–Sim, é simplesmente genial, eu deveria ter pensado isso antes.Mas é o
seguinte,aconteceu a muito tempo atrás, havia um amigo de Apolo na Grécia Antiga, ele se chamava Admeto,o rei de Feras, e se apaixonou pela filha do rei de Iolco, Alceste, mas , seu pai, o rei Pélias, anunciou que para casar-se com sua filha tinha que vir numa carruagem de ouro, puxado por um leão e um javali.
–E o que isso tem a ver com nosco?
– Eu vou chegar lá.Admeto ficou desesperado, sem saber como domar um leão e um javali para que ambos pudessem andar lado a lado, sem briga.Então apelou para Artemis, e ela comovida com a paixão dele, lhe deu a carruagem com os animais e tudo mais, com a condição de que ele faria sacrifícios a ela no dia do casamento deles.Mas ele esqueceu, e ela o amaldiçoou, prevendo que em dois dias ele morreria picado por uma serpente venenosa.
–Ainda não entendi como isso nos ajuda.
–Estou quase lá.Apolo ficou com pena dele e de Alceste, então como ninguém do Olimpo estava disposto a ajudá-lo, ele foi a uma força que estava além dos deuses.As parcas.
–Então Apolo acha que...
–Que as Parcas saberão, e que podem nos ajudar e ajudar o Olimpo, como ajudaram ele.
–Faz sentido.Um pouco.Mas, espere um momento, como saberemos onde elas estão?
–Tudo que havia na Grécia, tem um lugar correspondente aqui, o Olimpo, o Hades, o Labirinto, tudo.Portanto, para achar a caverna delas, e só relacionar o lugar na Grécia com um aqui, e pronto, temos uma direção.
Nós começamos a caminhar de volta para os chalés, e quando começamos a chegar perto, ela disse, segurando minha mão:
–Viu?Você já esqueceu o beijo.
–Não esqueci mesmo.
–Ah qual é?Eu pensava que a ciumenta aqui era eu. – eu não respondi, e ela continuou – é serio, Percy.Eu não ligo para o Apolo.Percy?
–Sim.
–Eu te amo.
Eu acho que poucas vezes consegui me senti tão bem assim, era perfeito, eu me sentia perfeito.Naquele momento, era como se nada mais importasse, nada, era apenas eu e Annabeth, e eu não ligava para mais nada.Ela me abraçou, e eu podiasentir cada centímetro da pele dela que estava tocando a minha.Era como se ficasse mais quente, ou coisa do tipo.
–Eu te amo. – respondi.
Depois de um tempo, nós continuamos andando, até o chalé dela.Annabeth me deu um último beijo de “boa noite” e abriu a porta para entrar.
–Annabeth?
–Oi?
–O que Apolo fez com as Parcas para resolver o problema de Admeto?
–Ele levou muito vinho para elas.Ás embebedou, e fez com que elas concordassem e ajudá-lo com o caso de Admeto, prometendo que se alguém se oferecesse para morrer no lugar de Admeto, elas trocariam os fios da vida dessa pessoa da hora da morte de Admeto, e ele sobreviveria.Mas a busca foi em vão,ninguém queria se sacrificar, até que Alceste se ofereceu para morrer no lugar do marido.
–Então, ela morreu no final?E ele ficou sozinho?
–Sim, mas quando as Parcas voltaram a ficar sóbrias, perceberam tudo e contaram a Perséfone.Pobre Perséfone, na época estava um pouco carente, já que Hades não estava lhe dando muita atenção, e ficou impressionada,encantada com a demonstração de amor de Alceste, então enganou Hades e a levou de volta para o mundo dos vivos, para Admeto.
–É uma história muito bonita.
–É, adoro ela.Mas, enfim, esta noite vou dar uma olhada nos livros e em alguns mapas e a gente vê o que pode fazer amanhã, certo?
–Certo.Boa Noite, te vejo amanhã.
–Boa noite.
E quando ela me beijou novamente, entendi Alceste, morrer, se sacrificar para que outra pessoa vivesse.Fazia sentido.E admirar esse fato, como Perséfone, fazia mais sentido ainda.Por que eu vi que quando chegasse a hora, eu faria o mesmo por Annabeth.


































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Notas finais do capítulo

*Nota 1:Os horários eu tirei do site do Tio Rick, onde ele coloca os horarios do acampamento.
*Nota 2:Essa é uma das duas versões da história de Admeto, também existe outra, envolvendo Hercules e outras coisas, mas escolhi a outra pelo encaixe com a história, sem querer ofender nenhuma das pessoas que preferem a versão com Hercules.
E ai?Legal?Bom?De mais?Mereço reviews?Recomendações??
Beijos,
Mari.



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