*POV. Anne:

 Fui correndo para o celeiro, não sabia porque mais era melhor do que ficar ali na casa. A porta era grande e de ferro, abri com um pouco de força... afinal, era bem pesada, quando entrei vi uma menininha dentro de uma cela. Me assustei: o que ela estaria fazendo ali?

- Oi... sou Anne, e qual seu nome? – disse com a voz amigável enquanto me aproximava e abria a pequena porta de grades de ferro.

- Oi, me chamo Samantha Oliver. - Ela respondeu saindo da cela com a expressão vazia, mas ao mesmo tempo feliz por eu tê-la soltado.

- Você morava nessa casa? – perguntei a pegando no colo – Venha vamos... nós vamos procurar seus pais, mais por enquanto você vai ficar com a gente.

- Tudo bem. – A menina de cabelos loiros sorriu. Parecia animada com a idéia... Não devia ter sido maltratada.

Olhei para ela enquanto a carregava para fora do celeiro e vi que suas roupas estavam molhadas, coloquei-a no chão, e perguntei:

- Porque está molhada Samantha?

- Me jogaram um pote com água. – ela disse segurando a barra do vestido rosa de flores brancas.

- Ah, mais assim você não pode ficar! Se não pode pegar um resfriado, vamos, vou ver se acho alguma coisa no carro para a gente vestir você. – disse a pegando no colo novamente.

Fomos caminhando até o 'bebê' (carro) do Dean, e ela foi cantando uma musiquinha sobre borboletas e flores. Chegamos no carro, abri a porta do passageiro, e peguei uma blusa do Dean que estava lá:

- Acho que essa pode servir – disse medindo nela.

- É acho que pode – Samantha deu risada.

- Quer se trocar lá dentro? – perguntei apontando para a porta aberta

- Pode ser – respondeu entrando no carro e fechando a porta ao passar.
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Ela se trocou rápido, e depois saiu para eu ver como ficou:

- O que achou? – ela perguntou dando um rodopio.

- (risos) Uma gracinha – disse a abraçando. Ela realmente me encantou. Era linda,  e simpática. Falava como uma pessoa grande e mantinha sempre um sorriso no rosto, apesar, do provável pânico que sentia.

Estávamos girando no ar, e Dean veio correndo e gritando:

- Anne! Estava desesperado atrás de você! – ele disse me abraçando. Meu coração foi a mil mais ainda consegui responder:

- Uê. Estava aqui o tempo todo! Não é Samantha? – disse a pegando no colo novamente apesar que acho que ela percebeu meu desespero ao sentir o Winchester mais velho tão próximo.

Dean foi para frente e a cumprimentou com seu jeito “bad boy” de sempre

- Olá baixinha, sou Dean Winchester. Você é a menina que morava nessa casa?

- Sou sim... Muito prazer. – ela respondeu o abraçando. Ele ficou sem jeito, mais retribuiu o abraço. Aquela cena me comoveu.

 Entramos no carro, Samantha foi ao meu lado, Victória do outro, e Dean e Sam foram na frente. Estávamos chegando em um hotel próximo, Dean dirigia com muito cuidado, o que era um milagre já que ele adorava velocidade. Estava nevando, muito frio, mais com as janelas do carro fechadas, dentro estava abafado e quentinho.

Quando chegamos ao hotel, entramos correndo, peguei Samantha no colo, e Dean nos cobriu com sua blusa, quando entramos na recepção, ele nos soltou e limpou a neve do seu casaco de couro. Sam pegou nossas chaves, e subimos para o apartamento, eu, Dean e Samantha ficamos no quarto 5 e Sam no 6 bem a frente do nosso com Victória. Sim, ela fez questão de ficar conosco. Fingi que nem sabia porque.

O hotel era pequeno por fora, mais os quartos eram imensos. Entramos, em um que tinha um quarto ao lado, que serviria perfeitamente para Samantha, e duas camas de solteiro para mim e para o Dean. Samantha adorou o quarto e logo se jogou na cama. Eu e Dean rimos da cena.

Havia também uma lareira em uma das paredes laterais do nosso quarto, quando vi, fui até lá me abaixei na frente dela, e fiquei me aquecendo perto do fogo. Meus lábios estavam roxos de frio. Senti uma mão quente em meu ombro, me virei, era Dean:

- Gosta de lareiras? – perguntou sorrindo sentando ao meu lado.

- Gosto sim, e você? –  retribui o sorriso.

- Também. Me faz refletir. – disse fixando o olhar ao fogo que consumia lentamente as toras de madeira.

- Acalma. Parece que todas as coisas ruins se afastam. – eu disse olhando para os orbes verde água de Dean.

- Hoje está muito frio, nê? – ele confirmou, e eu quase tive um ataque de riso, estávamos tão bem, e ele começou a falar sobre o clima? fala sério!

- Está, mais eu adoro a neve, sempre quis ficar horas brincando e fazendo anjos. – eu contei suspirando. Ele colocou a mão em meu ombro, e gargalhou, fiz o mesmo.

Estávamos rindo e fazendo piadas, e alguém bateu na porta, levantei e fui atender, era uma mulher de cabelos ruivos, lisos, e bem magra. Praticamente esquelética! Passou por mim esbarrando, e foi em direção ao Dean, o abraçando. Me controlei e fiquei na minha, só olhando. Mesmo Dean parecendo desconfortável com a situação, senti meu sangue ferver. Mulherzinha imbecil!

Samantha me chamou manhosa e fomos para quarto dela, ficamos olhando eles conversarem escondidos atrás de um móvel, até que Dean se levantou e a mulher ruiva logo em seguida, quando vimos que ele estava vindo em direção ao quarto onde estávamos, nos sentamos correndo na cama, e fingimos conversar, parecíamos crianças:

- Vou descer meninas... Daqui a pouco eu volto – ele disse fechando a porta. Bufei segurando o queixo com a mão. 

Logo que ouvi o barulho da porta do outro quarto se fechando, eu e Samantha corremos para seguir Dean e a mulher que estava com ele. Eles desceram e saíram do hotel, ainda estava nevando e ventando muito, eles foram andando para um estacionamento cheio de árvores, que mais parecia uma floresta. Se encostaram no carro, enquanto eu e Samantha os observavamos de trás de uma árvore grande. Ela ficava cada vez mais perto dele, e eu respirava fundo. Eu e Samantha estávamos em um barranco de terra bem alto, de onde víamos Dean e a mulher em baixo. Ficávamos bem quietas para não ser vistas:

- Ann, quem é essa mulher? – Samantha susurrou com o cenho franzido.

- Calma meu anjo, prometo, que ela não vai fazer nada de mal com o Dean e nem com a gente. – disse tentando confortá-la. Ficamos em silêncio por alguns minutos, e pela neve que caía no chão o deixava escorregadio. Samantha deu um passo a frente para olhar melhor mais se desequilibrou, e quando ia cair, a segurei pelo braço e a puxei para trás e acabei caindo morro abaixo. Samantha deixou de se esconder e gritou desesperada:

- Anne! Anne! Oh meu Deus!