Aira Snape escrita por Ma Argilero


Capítulo 6
Erro


Notas iniciais do capítulo

Reviews rewcebidos estão meio escassos. Tenho milhões de ideias para várias outras fics, então fica meio difícil escrever esta aqui.
Obrigada a todos aos reviews recebidos.
Aqui nesse capítulo, Aira descobre coisas que nunca sonhou...



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Meu primeiro ano estava super legal. Conheci diversas pessoas maravilhosas e descobri que magia é a melhor coisa que aconteceu em minha vida. Meus dias de primeiranista estavam acabando...

  Fiz a festa com meus amigos e percebi que meu lugar é no mundo bruxo e não no trouxa, mas fazer o que se tenho que morar com meus pais adotivos até ser maior de idade? Fiquei mais feliz, quando descobri que ao completar dezessete anos, serei legalmente adulta. Agora é ficar na espera de cinco anos.

  Voltei para casa e abracei meus pais e recebi alguns presentes de aniversário, que não puderam ser enviados a Hogwarts. Em 3 de maio completei doze anos e meu presente seria um jantar em um restaurante. No lugar ganhei vários livros e algumas peças de roupa novas.

  Junto com um livro veio um envelope, que abri imediatamente. Era uma carta do S.

Desculpe por lhe enviar dois meses atrasado, mas somente tive tempo no final de junho. Espero que goste do livro. Pertenceu ao seu pai e ele adoraria que você o usasse com cautela. Ele está feliz que você tenha tomado consciência de como é a vida em um mundo bruxo. Tome cuidado.

S.

O exemplar de feitiços agora era meu. Poderia ler, mas não treinar nenhum feitiço, pois nenhum aluno pode fazer magia fora de Hogwarts. Em meu quarto, comecei a ler e fazer o movimento, mas nada de dizer as palavras.

  Julho se passou e em agosto viajei para o interior do país para visitar meus avós maternos e rever minhas primas. Novamente sou paparicada e Laura e Andréia demonstravam não gostar do que viam. As únicas pessoas que me amavam de verdade naquela família eram meus pais e meus avós, pois os outros parentes mantinham distância de mim. Até parece que eu poderia usar magia contra eles!

  Levei meu livro de magia, sem que meus pais soubessem. Era arriscado, mas queria ter algo dele ao meu lado. Eu estava lendo ele, em meu quarto, quando Andréia pegou meu e começou a folheá-lo.

  - O que é isso? – Andréia exclamou. – Isso ensina como se fazer magia?

  Laura me segurava. Tentava me soltar e pegar o que era meu.

  - Aira, sempre soube que você era estranha, mas se interessar por magia...

  Ela começou a rasgar meu livro e eu fiquei furiosa. Laura me soltou, reclamando que eu estava quente. Meu olhar pairou sobre a Andréia e desejei que ela sofresse pelo que me fez. Ela caiu no chão e começou a se debater e Laura tentava fazê-la parar. Virou-se para mim, pedindo ajuda, mas a única coisa que fiz foi pedir mais dor. Ouvia gritos das duas e em pouco tempo meus pais, meus tios e meus avós estavam ali.

  Minha mãe puxou-me para um lado, me afastando, mas ela me largou logo depois, como Laura, reclamando que eu estava quente. Quando Andréia desmaiou, voltei ao meu normal e vi o que tinha feito. Peguei meu livro e sai do quarto.

  Entrei na sala e procurei fita adesiva e cola para consertar o meu livro. Como ela ousou destruir algo que fora de meu pai? A única coisa que eu tinha dele.

  - Aira! – ouvi a voz de minha mãe. Colei o pedaço de fita e me virei. – O que você fez, filha?

  Contei toda a verdade e minha mãe não acreditou que eu tenha feito isso com a Andréia. Mas ela mereceu por ser mesquinha. Ela não vê que odeio ser paparicada como se ainda fosse um bebê?

  Uma coruja adentrou a casa e uma carta caiu sobre minha cabeça. Olhei o endereço, era do Ministério da Magia, me alertando por usar magia em casa. Se eu fizesse mais alguma magia, teria minha varinha confiscada e seria expulsa de Hogwarts.

  Minhas primas estavam com medo de mim, então, decidi voltar para a minha casa. Não queria ter ido para a casa dos meus avós mesmo. Meus pais concordaram com a ideia, pois não queriam que eles descobrissem a verdade sobre mim.

  Recebi um sermão de meus pais ao respeito de ter machucado a Andréia. Eu estava pouco me importando se ela se feriu ou não. Queria ter feito coisa pior, mas ela desmaiou. Não estava arrependida de ter tentado feri-la mais intensamente.

  Nesse dia recebi a carta do S. me alertando. Mandei resposta pela coruja, depois de atraí-la com migalhas de pão. Elas sempre deixavam a carta e depois iam embora, mas desta vez consegui fazer com que elas ficassem. Enquanto lia a carta e fazia as mesmas perguntas de sempre, ela comia as migalhas no parapeito da janela do meu quarto.

  Fui ao Beco comprar meu material e procurei pela Giulia, mas ela não estava lá. Trombei no Malfoy e meus livros caíram no chão.

  - Olha pra onde anda Stwert.

  Estava pegando minhas coisas, quando Malfoy me ajudou. Olhei pra cima e vi que foi Lucio que o mandara fazer aquilo.

  - Obrigada Draco.

  Ele não responderia, mas sempre fui educada com que me ajudava.

  - O que houve com você?

  Como é que ele sabia que eu tinha feito uma coisa errada? Ah... Esqueci que sou da turminha dele.

  - Usei magia e quase matei minha prima – Como eu conseguia dizer isso sem sentimentos? Estava surpresa comigo mesma.

  Lucio olhou-me com admiração, mas sério. Sabia da fama da família dele de puro sangue. Eu gostava de magia, mas não sabia a verdade sobre minha origem. Portanto eu poderia ser puro sangue ou mestiça. E mestiço na Sonserina é quase improvável, nunca vira em livro algum que houve mestiços na Sonserina (estava por fora das coisas).

  - O que sua prima fez para você querer matá-la? – perguntou Lucio, muito interessado em mim.

  - Apenas destruiu um livro que ganhei e que foi de meu pai – olhei para ele. – Mas por que o senhor quer saber?

  - Mas que petulância! – ele gosta de se fazer de superior. – Se descontrolar não é muito sensato e pelo que Draco me disse, você é uma excelente aluna e perder uma sonserina seria péssimo.

  O interesse dele em mim se baseia somente em ganhar em cima dos outros. Saí do Beco pelo Caldeirão Furado e voltamos para casa, onde minha mãe quis saber com quem eu conversara.

  Disse os nomes e subi para o meu quarto. Queria tentar remendar o meu livro, mas não conseguia resultado nenhum. Teria de esperar até estar novamente em Hogwarts para usar o Reparo e reparar o volume.

  No dia do embarque, encontrei Giulia e uma menininha junto dela. As duas eram idênticas. Como não seriam se são irmãs? Geovanna começaria Hogwarts naquele ano e estava entusiasmada, como eu estive no meu.

  Revelei à Giulia o que eu fizera e ela como todos que souberam, me alertaram dos riscos. Estava cansada de ouvir, mas não tinha o do que reclamar. Eu fui idiota de ter usado magia contra uma pessoa.

  Nunca pensei que eu tivesse coragem de fazer com ela o que eu fiz. Estava pasma comigo mesma. Eu não era mais aquela garota frágil, que chorava pelos cantos, por ser humilhada. Agora era Aira Dulce Stwert, a garota que quase se tornou uma assassina, com apenas doze anos de idade.

  A lembrança ainda estava viva em minha mente e eu ainda podia ouvir os gritos dela. Fechei meus olhos e tentei esquecer essa memória horrível da minha vida, mas algo tão forte, não poderia ser esquecida rapidamente.

  Usei o Reparo para concertar meu livro de feitiços. Geovanna parecia muito interessada em mim, pois não movimentava os olhos para outra direção. A garota disse que queria ser como eu. Mas destruí seus sonhos.

  - Não quer, não. Você não queria ser eu e ter que viver com pessoas que podem tanto se boas quanto malvadas e não saber sua origem.

  Ela ficou parada e fitou-me ainda mais, com seus olhos verdes esmeralda. Mas uma pessoa para contar sobre minha vida. Pensei que ela ficaria assustada com os detalhes do que fiz à Andréia, mas ela estava normal. Com certeza entraria para a Sonserina. Não demonstrou nem por um segundo seus sentimentos.

  Todo sonserino tem sangue-frio e não demonstra suas emoções verdadeiras na frente de inimigos e nem amigos, somente quando estamos sozinhos. Aprendi isso há muito tempo. Usar uma máscara era o que eu mais fazia para meus pais não descobrirem que eu sofria. E teria que continuar usando em Hogwarts depois do que eu fiz.

  Minha vida não era a mesma desde a descoberta de que era bruxa e agora seria ainda mais diferente, pois teria que conviver com o remorso. Depois de dias do incidente, fiquei com remorso. Eu não devia ter feito aquilo, pra começo de história. É uma das piores coisas que fiz no decorrer da minha vida.

  Sentei-me ao lado de Giulia, na aula de DCAT. O professor (amado pelas alunas, com exceção a mim) fez a pior aula de suas vidas. O gênio mostrou os Diabletes da Cornualha, mas ele não sabia que as criaturas, apesar de pequenas, são bagunceiras. Tivemos que tentar agarrá-los, enquanto Gilderoy Lockhart fugia. Ele deveria parar os Diabletes e não ser medroso.

  Não estava nem aí praqueles idiotas. Sai com Giulia, junto a alguns alunos e esperamos a situação se amenizar. Tudo controlado e voltamos para ter o restante de nossas aulas. Eu suspeitava de que Lockhart não era professor coisa alguma. Ele era idiota igual ao Quirino Quirrel, medroso e sem controle.

  Como alguém pode ser tão estúpido como esses dois? Defesa Contra as Artes das Trevas não é pra brincadeiras e sim para se defender, como o nome da matéria já diz. Mas parece que Dumbledore não teve muitas escolhas e suas opções eram quase nulas para alguém lecionar essa matéria. Todos dizem que o cargo é amaldiçoado, pois todo ano muda de professor.

  A Sonserina só falava do professor novo e como ele não sabia de absolutamente nada. Concordava plenamente com a falta de conhecimento nesta área. E que professor faz uma prova com as perguntas a respeito dele? Eu nem me dei ao trabalho de responder as perguntas idiotas.

  Eu parecia ser a única garota da escola que não caía de desejos aos pés dele. Eu tinha a sã consciência de que ele era bonito, mas não estava em Hogwarts para admirar um professor e sim para aprender.

  Tinha que me ocupar em algo e pensei na possibilidade de voltar a pesquisar o passado de Snape, mas desisti da ideia. Seria ridículo eu querer saber algo dele. Eu não tinha esse direito e nem poderia perguntar mais nada, por ser inconveniente, petulante e não queria ter a chance de perder mais alguns pontos para minha casa. Alguns alunos ainda não conseguiram esquecer que eu fora à causa de tantos pontos tirados.

  Levantei meus olhos de meu livro e observei a aula que era de Lockhart. Aprendia mais lendo e treinando sozinha do que com ele lecionando a matéria. Às vezes escutava sua explicação e retornava ao livro.

  Recebi mais uma coruja de meu amigo S. O considerava um amigo, pois ele era o único que me respondia alguma coisa que eu perguntava, mesmo que não fosse uma resposta equivalente, mas satisfazia temporariamente minha curiosidade. Ele era bom na arte de enrolar (N/A:mas que falta de vocabulário! Esquecia a palavra).

  Li a carta e perguntei novamente se ele poderia me dizer quem era meu pai, mas rabisquei a frase e embaixo escrevi outra. Queria saber pelo menos se ele conheceu minha mãe. Mandei pela coruja-igreja e olhei ela voar.

  Lembrei da Noite. Ela adorava minha companhia e estava em casa com meus pais. Sentia falta dela. Durante minhas férias fora com ela que conversei e me tornei amiga. Conversava com um animal. Começava a me achar louca. Alienação não era boa, mesmo no mundo bruxo.

  Treinava incansavelmente os feitiços e ajudava Giulia e ainda procurava respostas para minhas dúvidas em devaneios. Pensava de mais em porque somente quando entrei em Hogwarts, que recebi notícias em relação ao meu pai. Tentava de todas as maneiras, mas S. sempre me respondia dizendo que ainda não era o tempo de saber toda a verdade. Que eu saiba sei de mais coisa dos bruxos do que os bruxos propriamente ditos, que sempre viveram naquele mundo. Vivia para aprender e a recompensa é apenas uma resposta minúscula e desprovida do meu real conceito de resposta correta: nada de nomes.

  Era teimosa e curiosa, então não desistiria fácil. Queria a resposta e a teria, mesmo se durasse algum tempo. Mas ficar sem saber meu passado, não dava mais.

  Eu havia ficado enfurecida comigo mesma. Queria tirar a todo custo àquela maldita lembrança da minha cabeça, mas não conseguia. Sonhava com aquilo todo dia e já me acostumara a acordar ao meio da noite, suando. Queria contar a algum adulto do meu problema, mas era constrangedor de mais.

  Entrei na sala de Snape e parei em frente a sua mesa. Ele olhou-me, me encarando com seus olhos negros. Eu continuava a perceber nossas semelhanças.

  - O que quer Stwert? – ele sempre carinhoso com todos.

  Sentei-me em uma cadeira e o observei. Ele não me era estranho. O olhando mais atentamente e de tão perto, tinha relapsos de memória onde eu tinha a rara suspeita de que eu já o vira antes de entrar em Hogwarts. Não tinha certeza. Afastei aquele pensamento o mais rápido possível e fui direto ao ponto.

  Sabia por alguns alunos mais velhos que Snape sabia muita coisa sobre DCAT e talvez ele pudesse me ajudar com o meu tormento.

  - O senhor sabe como apagar uma lembrança?

  Já tinha lido em algum lugar sobre um feitiço que apagava a memória. E se ele soubesse seria de grande utilidade. Mas suspeitava que minhas chances eram zero.

  - E pra que quer saber?

  - Somente para parar de te encher – fiquei parada. Meu sarcasmo foi visto como petulância por ele. – Quero que apague uma lembrança minha – disse num tom mais amável.

  Ele segurou a varinha na mão e apontou para mim.

  - Não seria melhor tentar esquecê-la?

  Se eu soubesse como fazer isso eu teria feito, eu tive vontade de dizer isso pra ele, mas não tive coragem.

  - Você faria?

  - Depende do por que querer apagá-la. – olhei para a varinha dele. Desviei meu olhar e retirei a minha de dentro do meu bolso e a fitei por alguns instantes. – Pensando?

  Era o que eu mais fazia depois daquele incidente. Mas não respondi a ele, apenas coloquei minha varinha sobre a mesa dele.

  - Vai fazer?

  - E por que eu faria?

  Esse joguinho estava me cansando. Levantei-me e olhei profundamente naqueles olhos.

  - Sabe por que eu quero apagar uma lembrança? Porque quase matei uma pessoa e isso me atormenta todas as noites. – virei-me, pegando minha varinha. – Mas se não quer fazer...

  Senti ele se levantar atrás de mim. Virei e o vi em pé.

  - Concentre-se em sua lembrança.

  Ele me ajudaria? Quem diria que Severo Snape ajudaria alguém em um dia! Estava espantada com o fato dele aceitar, somente porque quis desistir.

  Snape entrou em minha mente. O senti invadindo minha privacidade, mas não conseguia repeli-lo. Ele era mais forte. Quando ele saiu, senti tontura e uma enorme dor de cabeça. Escorei-me na mesa e respirei rapidamente. Estava ofegante e meu coração pulava em meu peito. Era horrível a sensação.

  - Não é tão fraca. Pode conviver com a lembrança, assim, você saberá que nada é fácil.

  Não acreditava no que ele estava falando. Acabara de ler minha mente e achava que o que vira não era de grande importância? Eu estava incrédula. Guardei minha varinha e tentei recuperar toda minha força perdida.

  Sai da sala e fui para o meu dormitório. Era inacreditável que eu teria que passar o resto de minha vida com esse tormento.

  Mas uma vez sonhara, quer dizer, tive o pesadelo. Minhas noites eram mal dormidas e continuaria por um bom tempo. A atrocidade que fiz nem se compara a de anos depois...


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Notas finais do capítulo

Qual seria a nota?Ótimo?Excede Expectativas?Aceitável?Passável?Deplorável?Trasgo?Mereço reviews, não?Beijos pra quem leu e gostou. E pra quem leu e não quer comentar, comente pelo menos um pouco. Você não perderá seus dedos por isso...