Aira Snape escrita por Ma Argilero


Capítulo 19
Pegos em flagrante


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês. Obrigada pelos reviews!

P.S. não tem hentai, nem lemom, nem NC 17, nada do gênero. O título do capítulo deixa a desejar.



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Estava adorando a ideia de aparecer em público junto de Fred Weasley e provocar Snape. Ele merece por tentar mandar em mim. Nem minha mãe consegue essa façanha, por que ele acha que vai conseguir?

  Giulia e Geovanna estavam à procura de um vestido especial e longo. E onde será que se compra? No Beco, claro, mas como tínhamos visita a Hogsmead, elas já se preparavam para lutar para conseguir um belo vestido. Eu estava normal; não tinha motivos para ficar doida atrás de uma peça de roupa, pois eu já tinha uma.

  Em meu malão estava meu vestido, o que a Carolina Smith fez para mim. Tinha planos para com o vestido; pensava em acrescentar algumas coisinhas a mais.

  Passei em frente à mesa da Grifinória, indo em direção à mesa dos professores, segurando meus braços em minhas costas; andava nem lenta, nem rapidamente. Aproximei-me de Snape e o vi olhar-me.

  - O senhor não disse qual é a minha detenção...

  Todos observavam a mim. Olhei Snape. Não revelaria meu segredo e tão pouco demonstraria que ele e eu temos mais algo em comum do que pertencer a mesma casa em Hogwarts.

  - Eu deveria lhe retirar pontos por sua petulância ontem – ele se levantou e veio até mim. – Mas não vou fazer isso.

  - Por que?

  Lancei um olhar suplicante. Tenho certeza que algumas pessoas pensaram que eu estava tentando seduzi-lo.

  - Em minha sala, às nove e meia!

  Ele passou por mim. Tive vontade de puxar sua capa, mas controlei-me.

  Voltei a minha mesa e sentei-me. Por causa dos visitantes a refeição mudara. Havia iguarias da Bulgária e da França. Muitos alunos deixavam de lado por não conhecerem, eu mesma não tocava em certos pratos.

  Observei Fleur Delacour ficava cheia de frescuras e para não perder a rotina de reclamação, começou a falar em francês, segredando com as amigas. Mas eu entendia tudo.

  - Tem muitas garotas que morrem de inveja de você, Fleur – comentou uma garota, da qual não sei o nome.

  - Sei, Janine! – ela observou o lugar. – Ainda não sei com qual vou ir ao baile...

  E elas riram de um jeito estranho.

  Odeio metidas, e muito menos as que são mimadas, como essa tal de Fleur.

  Tive um pensamento maléfico e sorri. Giulia olhou-me e entendeu na hora que eu aprontaria mais uma.

  - Sabe, acho que amanhã será inesquecível!

  Todos olharam pra mim, após meu comentário.

  Levantei-me da mesa e fiz questão de passar ao lado de Delacour, fazendo com que ela derrubasse um cálice de suco de abóbora em suas vestes.

  A garota ficou enfurecida e começou a me xingar em francês:

  - Votre stupide! Regardez ce qu'il a fait dans mes vêtements!

 Pensei que ela fosse uma boa moça.

  - Em primeiro lugar, Delacour, sei o que você acabou de falar – ela ficou estática e suas bochechas rosaram. – Em segundo, foi de propósito para você parar de ser mimada! – as bochechas dela estavam vermelhas, de pura vergonha do meu último comentário. – E em terceiro, se não gosta do que vê, não coma!

  A atenção toda estava para nós. Percebi cabeças espichadas e entre elas a de Fred.

  Eu me identificava com aquele garoto. Ele fazia de tudo para ficar entre os mais engraçados e pouco se importava com a opinião alheia.

  - Antes de dizer palavras horríveis contra a minha pessoa, saiba que desde os meus três anos estudo francês. Sei cada palavra e seu significado.

  Virei-me e contornei a mesa, indo para a da Grifinória.

   Parei em frente a Fred.

  - Ainda vai querer ir comigo ao baile ou desistiu?

  Ouvi gritos de alguém. Olhei e vi Jasmine Lion cair desacordada no chão. Sorri. Não acreditava que a garota era apaixonada pelo Fred.

  - Não mudei de ideia... Mas por que da pergunta?

  Aproximei-me de seu ouvido e sussurrei:

  - Encontre-me na torre do relógio uma da manhã, sem falta! – afastei meu rosto dele. Ele parecia atordoado. Dei um beijo no meu dedo indicador esquerdo e toquei os lábios dele.

  Pouco me importava se todos estavam espantados. Minha pirraça começara.

§§§

Entrei na sala de Snape e fui direto para a cadeira vazia. Sentei-me e o observei.

  - Qual é a minha detenção?

  - Nenhuma.

  Se ele não me desse uma naquele momento me daria depois... Deixei um pedaço de pergaminho cair no chão ao lado dos pés dele.

  - Aira, preciso conversar com você sobre...

  - Sobre nada! Não temos nada para conversar, Snape!

  Se o machucasse seria melhor. Ele que sofra pela minha dor, que seu coração se dilacere por tudo que me fez!

  - Você não sabe o porquê de não ter te criado...

  - Sei que você nunca me quis, nunca me amou e isso que está fazendo é algo esdrúxulo, pois não preciso de um pai, já tenho uma família!

  - Não diga isso...

  - Digo, e digo muito mais: você não é meu pai e nunca vai ser!

§§§

Cheguei na torre do relógio, quando faltava apenas cinco minutos para o horário combinado. Fui até a janela, de onde podia se ver os terrenos de Hogwarts. Observei a escuridão da noite.

  Ouvi a porta se abrir, mas não me virei; sabia que era ele pelo cheiro que entrou no ambiente: hortelã. Ouvi seus passos e senti sua presença logo atrás de mim.

  - Por que do encontro?

  Virei-me e passei meus braços em volta de pescoço.

  - O que você está pensando?

  - Você faria algo por mim, que será muito divertido?

  - Como assim?

  - Quero me vingar do Snape.

  Ele estava incrédulo. Retirou meus braços envolto ao seu pescoço e afastou-se de mim.

  - É brincadeira, não é?

  Puxei a gola da camisa dele, aproximando-o de um meu rosto.

  - Sei a hora de brincadeira. Apenas diga se aceita!

  Fred enlaçou minha cintura e pressionou meu corpo contra o seu.

  - Qual o plano?

  - Sermos namorados.

  - O que quer com isso?

  Tombei minha cabeça para trás.

  - Ele é um cara muito chato...

  Fez-se alguns segundos de silêncio.

  Voltei a minha cabeça na posição normal. O observei, ele parecia pensar no que responder.

  - Minha reputação na Grifinória vai cair...

  - Então aceita?

  - Fazer o quê?

  Ele colocou sua mão em minha nuca. Já estava preparada para o que viria. Fechei meus olhos e senti a respiração dele próxima. O hálito quente e reconfortante... O aroma de hortelã, de uma certa maneira, me atraia.

  Os lábios dele selaram os meus com delicadeza. Ele aprofundava o beijo lentamente, como se quisesse saborear por mais tempo minha boca.

  Quando percebi estava totalmente envolvida pelo beijo doce dele. Era uma sensação diferente, não a mesma dos dois beijos anteriores. Eu não sabia explicar, mas beijá-lo parou de ser algo normal.

  O puxei para mais perto de mim. Dei alguns passos para trás, batendo contra a parede. Estava presa.

  As mãos dele passeavam pelas minha costas. Havia esquecido completamente do porquê daquele encontro. Não era para tornar-se o que tornaria, algo tão intenso.

  Estava fora do planejado. Não deveria envolver mais do que beijos, mas não era isso que meu cérebro dizia no momento. Ele queria mais, mais beijos e caricias de Fred.

  Entorpecida, encontrava-me, quando separei de seu beijo. Fitei-o e conclui que para ele aquela poderia ser uma chance a mais do que uma brincadeira contra Snape.

  - Não se importa de acontecer mais disso, se importa?

  Ele se referia a beijos.

  - Não.

  Fred não perdia tempo, beijou-me novamente. Mais uma vez meus planos não estavam sendo seguidos. Deixei minha razão pra lá e comecei a somente focar no beijo.

  Ouvimos a porta ser aberta, escancaradamente. Nos separamos e olhamos para Snape, que estava vermelho de raiva e faltava espumar pela boca.

  - Saía de perto dela, Weasley!

  Fred não entendeu nada.

  - Você não deveria estar aqui, Snape! – eu estava omitindo fatos. No pergaminho que deixei na sala dele, horas antes, tinha o lugar e o horário do meu encontro com Fred. Desde o principio queria que ele visse.

  - Vocês dois...? – perguntou Fred. Mesmo sem terminar a frase, entendi.

  - Não! – soltei-me dele.

  Snape puxou meu braço, passando por mim e apontando a varinha para Fred.

  - Fique longe dela, Weasley!

  Como ele ousava fazer aquilo?

  - Você não manda em mim! – ele olhou para mim. – Eu faço o que quiser da minha vida!

  Ele guardou a varinha e avançou para mim.

  - Você não faz tudo que vier em mente! Como você mesmo disse, eu sou seu pai, então conforme-se! – Fred deixou escapar uma exclamação de incredulidade. – Você diz que não precisa de pai, mas eu sou!

  - Você não manda em mim!

  Fiquei cara a cara com ele, fitando-lhe incessantemente.

  - Veremos se não entrará na linha...

  Ele pegou meu braço e puxou-me em direção a porta.

  - O que pensa que está fazendo?

  - Abrindo seus olhos!

  Snape jogou-me pra fora e olhou-me, enfurecido.

  - Você já passou dos limites. Não usa o uniforme adequado, briga com os alunos, discute com professores, é petulante...

  - Se vai dizer minha ficha criminal, vai demorar...

  - Não seja irônica! Você tem meu sangue correndo em suas veias. É por causa de mim que você é bruxa. É por minha causa que você ainda está viva!

  Parei de gritar com ele.

  - Como assim viva?

  - Vamos!

  Ele pegou meu braço e guiou-me.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do capítulo. Acabei de fazê-lo (tinha planejado escrevê-lo dias atrás, mas não deu).

Com certeza, vocês querem saber o que Snape quis dizer com ter salvo a vida de Aira. Alguém tem palpites? Dou um capítulo de brinde, se acertarem! Posto-o assim, que receber o review com a resposta.