Aira Snape escrita por Ma Argilero


Capítulo 12
Segredo


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo para vocês! Espero que gostem.
Música: My Immortal - Evanescence
Capítulo editado.



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Desde o dia em que fiquei doente, nunca mais tive aqueles surtos de grito e choros. Estava conseguindo me controlar, mas às vezes Giu comentava que eu gemia e revirava na cama. Ela estava preocupada comigo e eu também. Já tinha me acostumado a ter pesadelos, mas nunca naquela intensidade. Voltei a minha rotina, intediante.

  Meu aniversário estava próximo e o fim do ano letivo também. Nem parecia que havia se passado, meses depois da minha mudança! Era inacreditável como o tempo voava!

  Giu estava saindo com um garoto e parece que rolou alguns beijos e até a Ge já beijou. E eu era a única do grupo que nunca beijou. Era triste, mas era melhor pensar em beijos que nunca recebi do que pesadelos, que sempre me atormentavam.

  Com o tempo, deixei de lado o meu passado e somente me importei com meu futuro. Mas ainda queria saber quem eram meus pais. As cartas de S. sempre viam e iam. Não queria irritá-lo com minhas perguntas. Tudo ao seu tempo! Um dia saberei meu passado.

  Todo final de tarde, sentava-me nos degraus da escadaria da entrada para o castelo, junto de minhas amigas e conversávamos sobre tudo. Passávamos incontáveis minutos rindo e trocando informações.

  - Se não são as fofoqueiras... – Malfoy disse, parando em frente a mim, na escadaria.

  - Trocas de informações. É isso que estamos fazendo.

  - Que seja...

  Ele desceu, seguido pelas duas bolas, Crabbe e Goyle.

  Olhei cúmplice para Geovanna e para a Giulia. Era hora de me divertir um pouco. Apontei a varinha para Draco e elas para o dos outros dois garotos. Proferi o feitiço das pernas presas e ele caiu no chão. Aconteceu o mesmo com as bolas.

  Caímos na risada, enquanto eles tentavam, pegar suas varinhas e se libertarem do feitiço. Malfoy foi o primeiro a se libertar e depois ajudou seus amigos, que eram dois palermas que mal sabiam como se livrar.

  Eu estava chorando de tanto rir, quando vi Malfoy a minha frente. Parei imediatamente e o fitei.

  - Stwert... – disse entre os dentes.

  Levantei-me e Giu e Ge também. Elas subiram os degraus e entraram no castelo.

  - Foi legal conversar com você, Draco, mas preciso ir... – toquei com a ponta de meus dedos seu queixo e saí.

  Abri um imenso sorriso e gargalhei, tombando a cabeça para trás. Todos achavam que eu era doida por fazer aquilo, mas eu não me importava com isso. Entrei rindo e chorando. Continuava gargalhando e as pessoas me olhavam.

  - Que foi gente? – parei de rir imediatamente e fiquei séria. – Nunca viram alguém rir, não? Até parece que sou de outro mundo...

  Encontrei minhas amigas, na sala comunal, jogando xadrez bruxo. Eu gostava do jogo, mas preferia outro. Entrei no dormitório e fucei dentro de minha bolsa e encontrei um baralho. Voltei pra sala, embaralhando as cartas. Sentei-me e elas me fitaram. Expliquei as regras e as duas concordaram em jogar. Venci as dez primeiras partidas.

  - Meu aniversário é amanhã, então pensei em fazermos uma festinha somente entre algumas pessoas... – comentei.

  Olhei a todos e tive uma ideia absurdamente tentadora. Saí da sala comunal e fui procurar os garotos que podem transformar qualquer festa em uma festança. Estava torcendo pra que eles não estivessem em sua sala comunal, se não eu estaria perdida. Fiquei aliviada, quando os vi passarem no sexto andar, com alguns objetos em mãos.

  - Weasley? – disse com a voz melosa. Usaria meu charme para conseguir o que eu quisesse.

  - Stwert – disseram os dois.

  - Vamos parar com os sobrenomes? – eles me fitaram. – Vou direto ao ponto: preciso da ajuda de vocês.

  Como pensei, eles não acreditaram e começaram a rir. Revirei meus olhos e olhei séria. Esse olhar faz qualquer um parar o que estava fazendo.

  - Ah... Chega de risadas pela desgraça dos outros...

  - Que desgraça?

  - A de terem seus rostos entupidos de furúnculos se não me ajudarem.

  Deixei o charme de lado e fui pra agressividade. Com eles isso de ser menininha não dava certo.

  - Preciso... Deixa-me ver... – mordi a ponta de minha luva, lhes fitando. Mudo de humor rapidamente.

  Retiro o que disse deles não caírem em meu jogo. Os dois faltaram babar. Eu era boa mesmo!

  - Poderiam conseguir cervejas amanteigadas?

  - Vai ter um preço...

  - Mas tem desconto, né? – disse aproximando de Jorge, que parecia preste a explodir de tão vermelho.

  - É claro... – respondeu Fred.

  - Obrigada. Pago vocês amanhã, quando tiverem o meu pedido.

  Deixei os dois babando e segui sorrindo pra sala comunal. Nunca pensei que eu era boa em jogar charme pra cima deles, ainda pra dois grifinórios, que odeiam sonserinos. Acho que ódio entre sonserinos acaba, quando eles vêem uma garota bonita.

  Eu tinha que conseguir os galeões e fazer com que os mais novos e os não convidados ficassem fora da diversão. Entrei na sala, formulando um plano.

  Consegui fazer com que os não convidados ficassem em seus quartos. Os subornei com muitos doces da Dedos de Mel, que tive que fazer pedidos. A festinha da Ge estava me saindo cara. Sorte que tinha minhas economias, depois de meus serviços prestados ao Joaquim’s.

  No corredor, próximo a cozinha; encontrei Fred e Jorge Weasley com um barril de cerveja amanteigada. Gostaria de saber como eles conseguiram tal façanha de trazer aquele objeto para dentro de Hogwarts sem serem vistos. Aproximei-me e abaixei para ver se tinha mesmo cerveja amanteigada ali.

  - Aqui está – os dois disseram.

  Peguei alguns galeões.

  - Quanto?

  - Cinco com desconto.

  Entreguei as cinco moedas ao Fred, que parecia estar passando mal. Foi aí que percebi que ele estava me observando. Com o feitiço de levitação, levei o barril até a sala comunal, onde fui recebida com risos. Todos queriam saber como consegui a cerveja e apensa respondi que tinha meus meios.

  A festa foi super alegre. Primeiramente, porque nos divertimos. Todos estávamos bebendo, mas quem entornava as canecas era eu e a Giu. O resultado não poderia ser outro. Fiquei de porre e ela também. Dançávamos iguais a duas desvairadas e fizemos a burrada de sair da sala comunal daquele jeito. Eu, com meus quatorze anos, já estávamos bêbadas.

  Fui procurar a pessoa que eu mais queria naquele momento de embriagues. Se arrependimento matasse?

  Encontrei meu ruivinho em um corredor... Tenho que comentar que roupa eu estava vestindo. Era somente um shortinho preto e uma blusa soltinha e de alcinha branca. Parei em frente a ele e estava disposta a fazer uma besteira enorme.

  - Stwert? – enrosquei-me em seu pescoço.

  - Weasley...

  - Fred – ele disse, mas eu sabia. – O que você tem?

  E a burrada foi feita! Beijei o garoto. E que beijo! Foi um desentupidor de pia demorado. Eu não era mais BV.

  Eu não estava totalmente de porre, pois lembrava de algumas coisas e esse momento com certeza não era fácil de se esquecer. Mas não fazia a mínima ideia do que houve depois do beijo.

§§§

Acordei em minha cama, com uma tremenda dor de cabeça. Olhei para o lado e vi Giulia, deitada na cama com as mãos na cabeça, também sentia dor.

  Entrei no banheiro e fiquei ali por mais de meia hora. Fiz a maquiagem tradicional e vesti minhas roupas preferidas: coturno, blusa preta e básica, saia de pregas e mina luva arrastão, além seu um anel em forma de serpente.

  Puxei Giulia comigo. Não era bom ficarmos trancadas no quarto, quando estamos de ressaca. Perguntei pra ela o que ouve depois que saímos da sala comunal, mas ela me disse que não lembra nem de ter saído da sala. Alguém havia nos levado para nosso quarto e eu precisava saber quem era.

  Sentei-me na mesa e vi Ge com uma cara de sono. Draco, Pansy, Crabbe e Goyle pareciam que dormiria ali na mesa a qualquer hora. Minha dor de cabeça voltou e eu fechei os olhos pressionei meu crânio. Foi nesse momento que ouvi comentários sobre minha pessoa.

  - Ela estava beijando um grifinório, o Fred Weasley – abri meus olhos e procurei a fonte do murmúrio. – Olha, tem até uma foto pra provar!

  Encontrei a fonte e me levantei. Cheguei ao lado de Alicia Simons e sua amiga, que nem queria saber o nome. Arranquei a fotografia e observei atentamente.

  Eu e Fred estávamos nos beijando e ele parecia gostar tanto quanto eu estava – olhei para os alunos, que me observavam. – voltei a olhar a fotografia, mas não havia mais nada do que o beijo ali. Fiz uma bola com a fotografia e a incinerei.

  - Quem foi que tirou essa foto? – eu berrei e os professores olharam pra mim. – Se eu descobrir...

  Andei até a mesa da Grifinória e procurei a única pessoa que adorava tirar fotos de todas as situações: Colin Creevey. Encontrei o garoto, mas não poderia ter sido ele que retirou a fotografia.

  Bufei, frustrada e olhei para Fred. Andei até ele.

  - Desculpa! – eu pedi, assim que ele se virou.

  - Uma Sonserina pedindo desculpas? – ouvi o comentário de Ronald Weasley.

  Olhei para ele e depois para Fred.

  - Ronald eu sei ser educada... Desculpa, Fred, mas eu não sabia o que estava fazendo. Eu estava bêbada.

  Ele ficou vermelho.

  - Porque você fez aquilo?

  - Não sei. Nunca fiquei bêbada antes... E pode acreditar, é horrível! Amanhecer com a cabeça estourando de dor e sem saber o que fizera! Meu primeiro porre aos quatorze anos...

  Bufei novamente e joguei meu cabelo para trás.

  - Por acaso, você sabe quem tirou a foto?

  Negou com a cabeça. Respirei fundo e coloquei minhas mãos nos bolsos.

  - Er... Fazer o que? Agora é tentar descobrir...

  Peguei uma maçã e mordi. Olhei para todos e engoli.

  - Tão olhando a atração de circo? – coloquei a maçã sobre a mesa. – Mas ninguém pode ter privacidade? Ah! – bufei mais uma vez. – Vou me debulhar em lágrimas lá fora e talvez tente me afogar... Até mais... – dei um tchauzinho e saí jogando a maçã de uma mão pra outra.

  Saí para os terrenos e fui andando em direção ao lago. Joguei a fruta no chão e fiquei de frente ao lago. Agachei-me e toquei as pontas do dedo na água. Lembrei de meu primeiro dia. Foi estranho me acostumar, mas não difícil. – Deitei-me na grama e fiquei com a mão dentro da água. Comecei a cantar uma música que reflete a mim mesma. Fechei meus olhos.

I'm so tired of being here

Suppressed by all of my childish fears 

And if you have to leave 

I wish that you would just leave 

Your presence still lingers here 

And it won't leave me alone 
         

These wounds won't seem to heal

This pain is just too real 

There's just too much that time cannot erase 

Sentei-me e observei meus amigos, grifinórios, lufanos, corvinais e professores a me fitarem. Levantei-me e fiquei parada, observando todos eles.

  Reparei em uma capa preta ir em direção à entrada do castelo. Abri um sorriso, não sabia porque, mas aquilo parecia um bom sinal.

  - Não acreditaram que eu fosse me matar, não é? – sorri mais uma vez. – Nunca seria doida de fazer isso...

  Passei por eles e entrei em Hogwarts. Queria seguir a capa e vi o dono dela, descendo a escadaria para as masmorras. Segui e o vi entrando na sala de Snape. Parei na porta, preste a bater, quando ouvi ruídos e a voz do professor.

  - Por um momento pensei que ela fosse se matar! – ouvi barulho de vidro se quebrando. – Não posso perder mais ninguém. A minha filha não!

  Não estava entendendo nada. Ele tinha uma filha?

  - Tenho que contar pra Aira que sou seu pai...

  Fiquei pasma com a revelação. Sempre quis saber quem era meu pai e ele, todo esse tempo estava a poucos metros de distância de mim. Fui correndo para meu dormitório e fiquei trancada o resto do dia, pensando que Snape era meu pai.


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Notas finais do capítulo

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