Aira Snape escrita por Ma Argilero


Capítulo 1
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Notas iniciais do capítulo

[Capítulo editado em 26.12.2012]
Espero que gostem...



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Sempre fui motivo de piada. Pra começar pelo o meu nome: Aira não é um nome comum. Nem sei se existe.

Sempre senti-me deslocada. Convivi minha infância com dor, não saber quem são os seus pais; sofrer porque você é diferente...

Aos dez anos comecei a usar roupas pretas, e iniciou a onda de me chamarem de gótica - coisa que odeio. Não vou aderir a nenhuma moda, muito menos a gótica. O preto foi a única forma de me proteger, a única maneira em que me senti segura...

Mas um dia descobri porque sou diferente, porque faço coisas que ninguém mais faz. Descobri aos meus onze anos...


Era um dia de verão muito quente, mas eu teimava em usar pelo menos uma peça de roupa preta. Estava deitada em minha cama, quando ouço a campanhia tocar. Vou à janela e vejo uma senhora com o cableo amarrado em um coque e óculos quadrado.

Desci com cautela, alguns degraus, ficando perto o bastante pra ouvir e entender a conversa deles.

Nunca fui de escutar as conversas de ninguém, mas aquela mulher estava usando uma roupa verde, uma túnica pra ser mais exata - era diferente. Então não vi problema em escutar.

Enquanto escutava, me assustava com o que ouvia. Eu tinha uma vaga desde que nasci em uma escola. Mas eu sou adotada... Então eles sabem quem são os meus pais.

Levantei-me e adentrei a sala. Segurei a minha curiosidade incessante.

– Escola? - meus pais me viram, tentaram me tirar dali, mas não saíria sem uma explicação. - Não saio até me contarem porque não me querem aqui!

– Ela tem direito de saber. É sobre ela que estávamos conversando...

Sentei-me no sofá. A senhora com a túnica verde, me entregou um envelope com o remetente escrito em verde esmeralda e um selo com um brasão.

– Que selo é esse? - olhei mais um pouco.

– É o brasão da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts - olhei-a nos olhos. Bruxaria? - Você é uma bruxa, senhorita Stwert.

Não escondi a felicidade: sorri de cabeça baixa. Bruxa? Era por isso que eu era estranha. Mais estranho ainda era eu aceitar ser diferente. Era uma possibilidade de encontrar a verdade sobre mim; sobre meus pais.

– Então meus pais eram bruxos?

Ela franziu a testa e olhou-me.

– Primeiramente vou me apresentar: sou Minerva McGonagall, professora de Transfiguração e vice diretora de Hogwarts.

Transfiguração? Não sabia o significado da palavra, mas não era uma coisa comum de aprender e parecia ser dolorosa.

– Então se sou bruxa... - olhei profundamente em seus olhos. - É por isso que sou diferente?

– Sim. E respondendo a sua pergunta anterior: talvez seus pais tenham sido bruxos ou você nasceu trouxa.

– Trouxa?

– São as pessoas não-bruxas. - retirou uma varinha das vestes. - Abra a carta. E você verá a lista de seus materiais.

Abri a carta. Após ler, olhei para McGonagall. Os materiais era bem interessantes.

– E se eu não acreditar em você?

– Posso provar - com a varinha transfourmou-se em uma gato laranja. Segundos depois voltou ao normal. - Quem decide se acredita é somente a senhorita.

Dei uma boa olhada no pergaminho em minha mão. Eu acreditei desde que ela falara que eu era bruxa. Eu fiz coisas estranhas quando criança. Explodia lanches na escola das crianças que me maltratavam.

– E aonde vou comprar tudo isso?

McGonagall levantou-se e retirou um endereço das vestes.

– Neste endereço vocês encontrarão um bar: O Caldeirão Furado. E dentro dele acharão a passagem para o Beco Diagonal. Deixarei aberto assim que vocês chegarem no dia marcado e hora.

Ela saiu pela porta e eu a segui, mas no instante seguinte ela havia desaparecido. Continuei com a carta na minha mão.

Subi correndo a escada. Tinha esperança de saber quem eram meus pais biológicos. Uma esperança renovada. Estava viva novamente... Estaria em um lugar onde todos são iguais a mim.

•••

No dia marcado pra vistarmos o Beco, fomos até a rua. Meus pais não havia encontrado o lugar. Eu vi uma placa ecrito O Caldeirão Furado. Mostrei aos meus pais e eles se espantaram de não ter visto aquilo antes.

Entramos e deparei-me em um bar cheio de bruxos. Cadeiras movendo-se sozinhas. Magia por todo lado. Fomos à porta dos fundos, e a passagem para o Beco estava aberta, como disse McGonagall.

Tudo que vi ali me surpreendeu. Nunca tinha visto tantas pessoas diferentes e iguais a mim, em um só lugar. As novidades eram tantas pra mim... Estava entorpecida de alegria e curiosidade sobre esse novo mundo do qual faço parte.

Em uma vitrine tinha exposto as últimas novidades de vassouras. Todos se apertavam para ver. Não fui difeente deles. Juntei-me ao grupo e fiquei maravilhando a vassoura. Era linda, uma Nimbus 2000. Era estranho admirar uma vassoura. Já vi muitas e tinha várias em casa, mas aquela estava frutuando e os garotos comentavam que voavam a mais de 50 Km/h.

Tivemos que ir ao Gringotes - o banco dos bruxos - para trocarmos as libras em galeões, sicles e nuques. Não fazia a mínima ideia de como era feita a contagem de dinheiro bruxo, mas talvez não fosse difícil de aprender. Talvez fossem como as moedas e as notas, só que com uma peça a mais.

Na loja de roupas, uma senhora pegou as minhas medidas e me vesti com um uniforme grande e que foi ajustando. Eram muitas peças, pelo que reparei. Havia a saia, camisa, colete, gravata, capa e mais o sapato social que compraria mais tarde. Nunca usei sapato social. Em minha antiga escola eu usava roupas normais e era uma nova experiência usar uniforme. Me sentia indo a uma escola particular. O que certamente era, pois nem todos poderiam participar de Hogwarts.

Na compra da minha varinha, vi tantas variedades. Estantes lotadas. O lugar era imenso. E um senhor de olhos azuis adentrou corredores á procura de uma varinha pra mim.

Foi nesse dia que descobri que é a varinha que nos escolhe e não nós que as escolhemos. Demorei pra encontrar a varinha, mas no final achei: preta, vinte e cinco centímetros, feita de pereira e o interior de pena de hipogrifo.

Não sei o que é hipogrifo, mas pelo que ouvi é um animal dócil, mas que pode ser raivoso se for insultado. Não tinha certeza se queria encontrá-lo pessoalmente.

Voltei pra casa contente. Pronta pra ir à Hogwarts a qualquer momento.


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews se gostaram da estória.