Those Blue-gray Eyes. escrita por malchikgey_


Capítulo 10
It's just a casual ride ... - final




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E ali, sob o olhar atento da lua, e o cuidado das estrelas, Strify e Kiro ficaram por um bom tempo. Abraçados, se sentiam bem, seguros, e é claro, a pequena corrente de energia que corria por ambos os corpos sempre que se tocavam também se fazia presente. Era um momento dos dois, apenas eles, ali, sem mais nada para atrapalhar.
Mas logo Kiro sentiu o efeito do longo dia em seu corpo, que ansiava por um longo banho quente e uma cama bem macia. '' Talvez com Strify do lado '', pensou Kiro, sorrindo de lado. Era impossível, essa força que o mantinha ligado ao dono dos olhos azuis-cinzentos. E é claro, este percebeu o sorriso, e levantou os olhos.
- Quer ir pra casa? Já está ficando tarde. - Kiro continuou sorrindo, mas agora, com ternura. Ele adorava aquela nova sensação de ter o garoto de cabelos multicoloridos em seus braços, confortavelmente aquecido. Mas tinha que leva-lo para casa, apesar de tudo. Não queria que Strify pensasse que ele era um safado que dava em cima de todos os garotos que conhecia.
- Não quero ir. Aqui é tão lindo... - foi a resposta que recebeu, junto com um olhar melancólico do mais novo, por ter que deixar o lugar que lhe encantara. E, no fundo, o mais novo sabia que queria ficar não apenas pelo lugar, mas também porque se sentia seguro e feliz ali, aninhado entre os braços do menor.
- Entendo você. Não quis sair daqui quando descobri o lugar. Mas a noite aqui é realmente fria,e  acho que você já está gelado o suficiente. - dizendo isso, Kiro soltou o garoto por alguns instantes, levantando-se para pegar sua bolsa. Strify levantou junto, abraçando-se, para manter-se aquecido. É claro, não fazia o mesmo efeito.
Ele não precisou sentir frio por muito tempo, já que logo sentiu os braços fortes do mais novo em volta de seu corpo novamente. E assim eles voltaram pela mesma trilha, agora escura e sombria, mas de modo algum assustadora, que dava para o descampado onde o carro estava estacionado. Nenhum dos dois disse uma palavra sequer, talvez pelo medo de que aquele momento acabasse. Se estavam indo ''rápido demais''? E quem disse que ambos de importavam?
Quando chegaram no carro, Kiro o destravou, e entraram. Mesmo com o ar quente ligado, Strify continuava sentindo seu corpo frio. O motivo? Kiro. Não sabia o porque, mas sabia que o garoto trazia esse tipo de sensação. Já na saida do descampado, ele preferiu não pensar, quando aconchegou-se próximo ao corpo do menor, que permaneceu com uma mão no volante, enquanto o outro braço envolvia a cintura do garoto de olhos-azuis-cinzentos.
Aninhado, confortável e quente, Strify sentiu o cansaço dominar seu corpo e mente. Claro, aparentemente o dia nem fora tão longo e cansativo, mas seu cérebro recebera informações demais em tão pouco tempo. O lugar, as fotos, o clima, Kiro. Kiro... como ele conseguia? Em poucos dias o menor já dominava toda a vida de Strify.
Assim, afundado em pensamentos em torno de Kiro e seu poder sobre sua vida, e aconchegado contra a lateral do corpo quente do menor, o mais novo acabou dormindo, deixando o cansaço vencê-lo. E nem viu quando Kiro aproveitou-se da parada do sinal de trânsito para poder abaixar-se um pouco e depositar um leve beijo na testa do garoto adormecido.
Quando chegaram ao edifício, o mais velho ficou realmente receoso em acordar Strify. O rosto do garoto agora tinha uma expressão angelical e inocente, quase infantil. Algo além dos conceitos de perfeição. Além de qualquer conceito que possa existir. O mais novo havia enlaçado a cintura de Kiro com um de seus braços, e respirava contra a lateral do corpo deste, que se arrepiava com cada vapor que ultrapassava sua camisa, sabendo que vinham do mais novo.
Apesar de contrariado, ele acordou o dono dos olhos azuis-cinzentos, que sonolento olhou em volta, meio confuso e desnorteado.
- Já chegamos em casa?
- Sim, já chegamos.
Strify teve de se segurar para não voltar a sua posição confortável, fechar os olhos, e fingir que ainda estavam no trânsito. Ele queria que o tempo tivesse passado mais devagar, porque ele se sentia tão bem, aconchegado contra o corpo quente de Kiro, que agora lhe sorria ternamente.
- Cansado? - indagou o menor, quebrando o silêncio.
- Um pouco. - respondeu-lhe o mais novo.
Kiro sorriu, quando viu que o lado do rosto que o mais novo apoiara contra seu corpo estava vermelho. Ambos tiraram os cintos de segurança, e sairam do carro. Kiro pegou sua bolsa, e seguiram para o elevador, sempre sorrindo e conversando sobre o lugar. E o menor podia sentir seu coração saltar a cada sorriso que o mais novo dava, ou a cada vez que este arrumava o cabelo.
O que ele realmente não sabia, era que Strify também sentia como se seu coração estivesse a ponto de sair por sua boca. '' Jack Strify, o que está acontecendo com você? '', ele ralhava. Mas não conseguia refrear as sensações que caminhavam por seu corpo a cada palavra que saia da boca do menor. Ele nunca sentira nada parecido. Ele estava oscilando entre o quente e o frio, sentindo falta do calor do corpo de Kiro, enquanto perguntava-se o porque de se sentir assim, ralhando consigo mesmo.
Enquanto ambos estavam mergulhados em pensamentos, foram conversando até chegarem na porta de seus apartamentos, virando-se um para o outro.
- Bom, você está entregue, são e salvo. - disse Kiro, sorrindo, levando uma mão a sua nuca, e outra ao bolso.
- Muito obrigado, Kiro. Por tudo. - Strify sorria, e sabia que suas bochechas estavam vermelhas. - Espero que possamos ter mais passeios assim.
- Se depender de mim, teremos vários. - Após dizer isto, Kiro não pode deixar de sorrir, e ralhar consigo mesmo. '' Na boa, Carsten, só abra a sua boca quando tiver algo realmente decente para falar. ''
Ambos sorriam, vermelhos. E satisfeitos.
- Então, deixarei você descansar, e lhe livrarei do fardo de minha companhia, sir. - Kiro sorriu quando o disse, em tom de brincadeira.
- Sua companhia não é um fardo. É uma honra.
- Enfim, boa noite, Strify. - Sim, Kiro estava malditamente vermelho. Odiava sua pele branca neste momento.
- Boa noite, Kir. - Strify se virou, indo em direção ao seu apartamento. Não sabia como se despedir de Kiro sem deixar seu interesse exagerado transparecer.
O menor continuou ali, parado, por alguns segundos, vendo as costas do garoto que ele julgava ser fruto de sua imaginação, e que a alguns minutos estava em contato com seu corpo. Ele ainda sentia o calor do garoto, que era tão quente que chegava a ser febril. E Kiro era frio, gélido. '' Talvez ele seja o que eu preciso. ''
Com este pensamento, ele se virou, procurando suas chaves. Mas sentiu uma mão segurando a sua, e antes que pudesse tomar qualquer atitude, se sentiu abraçado pelo mais novo, que enterrara o rosto em seu pescoço, causando-lhe arrepios pelo contato de sua pele com a respiração quente deste.
Assim ficaram, por alguns segundos que, para ambos, foram os melhores do dia.
- Boa noite, Kiro. - Strify disse novamente, desta vez despedindo-se com um beijo no rosto do menor. E então realmente se foi, entrando no apartamento, deixando um Kiro confuso no corredor.
Quando o menor conseguiu sair do transe, achar suas chaves e se arrastar para seu apartamento, ele foi tomar um banho, para conseguir acalmar seu coração. Deitou-se, e percebeu o rumo que as coisas estavam tomando. A alguns dias, Strify era fruto de sua imaginação. E agora, ele estava ali, no apartamento da frente, convivendo com Kiro e roubando o coração deste pouco a pouco.
'' Se ao menos fosse recíproco... ''
O que o menor não sabia é que Strify estava sentado no sofá, olhando para a janela, para o céu estrelado, conversando consigo mesmo.
- É isso mesmo que você quer, Strify? Se apaixonar novamente, e se machucar novamente....
E assim, ambos adormeceram. Um pensando no outro. E tentando aceitar que agora dependiam um do outro.


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