Hitch : o Conselheiro Amoroso escrita por Flaviatoretto
Logo pela manhã Flávia já estava de pé. Havia dormido umas três horas apenas , Quando caiu em si e percebeu que não tinha ligado para Hicth, correu em direção ao telefone.
-Alô, com quem falo?
-É o próprio...
-Oi Hicth, estava precisando falar com você.
-Oi, Flávia. Até que enfim você me ligou. Estava esperando sua ligação desde ontem e você não deu sinal de vida. Que coisa feia! E ainda diz que quer conquistar... disse ele rindo ao telefone.
Neste instante Hicth estava em casa, acordando e ainda um pouco sonolento, bocejando ao telefone.
-Eu te acordei, Hicth?
-Não, Flávia. Eu já estava acordando quando me ligou e hoje também eu iria aí...
-Pois é...
-Pois é... Mesmo! Eu achei que tinha desistido...
-Não! Mal comecei, como vou desistir?
-Que bom! É assim que se fala. Hoje nós vamos fazer diferente:Você vem almoçar comigo, enquanto isso a gente vai dialogando e se divertindo pra você não ficar séria.Tá certo?
-Tudo bem. Mas onde eu te encontro?
-Não se preocupe moça, eu passo aí e te pego daqui uma hora. Um beijo!
-beijo...
Flávia já estava pronta quando a recepção ligou avisando que Hicth já estava a sua espera. Os dois seguiram para o restaurante do qual continha uma vista maravilhosa e ambiente super agradável que dava a sensação de s estar na varanda de casa. Não havia apenas americanos ricos, era um restaurante acessível a qualquer americano, mas nem se parecia popular. No percurso do Hotel e do restaurante Hicth deixava o carro ao som de Bob Marley e logo depois de Snoop Dog. Igualzinho, não acha?
Chegando ao restaurante eles ficaram só há base de vinho para começar aquecer a conversa e o frio...
-Bom Flávia, você já deu umas voltas pela cidade?
-Ainda não...
-A cada reunião nossa estará em algum lugar e creio que irá gostar, beleza?
-Beleza, adoro!
-Pra começar eu quero saber uma coisa...
Disse ele com os cotovelos na cadeira e coçando o queixo. Continuou:
-Depois daquela ligação e a confusão toda você encontrou ele mais alguma vez?
-Sim, eu o encontrei quando estava saindo de uma padaria. Depois eu o vi descendo o morro e o parei. Também o encontrei no dia 7 de setembro, feriado no Brasil.
-Nossa mãe! Você vai me contar tudo, começando pela padaria...
-Como assim?
-O que aconteceu, caramba?
-Simplesmente não aconteceu. Porque eu estava com muito ódio, passei com meu refri na mão, ele com a cara bem fechada e eu fiz o mesmo!
-E o segundo?
-Para dizer a verdade, naquele dia eu queria voar nele, aquele vagabundo, idiota, filho da puta...
Flávia começou a tagarelar sem parar.
-E o segundo Flávia, depois você xinga...
-Bem, o segundo encontro foi um pouco melhor, mas nem tanto...
-Por quê?
- Eu estava com um amigo subindo o morro, comentando da viagem que faríamos, no entanto eu não tinha companhia... quando de repente o peste me desce o morro na mesma calçada que eu olhando pra mim. Eu não resisti. Deixei esse amigo de lado e quando L.c.s já havia passado por mim um metro eu o chamei e disse tudo, abri o jogo e não fiz tantas perguntas, mas perguntei a ele se tinha recebido meu recado. Se foi ele que tinha falado comigo ao telefone e parei por aí...
-E aí? quais foram as respostas?
Perguntou Hicth curioso.
-Ele disse que tinha recebido o recado do irmão, achava que tinha conversado comigo , até disse meu nome, só que errado: Fabiana! Agora olha pra mim Hicth, eu mereço isso! Devo ter colado chiclete sabor uva na cruz!!!
Flávia dizia isso fazendo gestos e chamando atenção das pessoas no restaurante, enquanto Hicth ria sem parar.
-Você está rindo? Não é o caso. Olha pra mim meu Deus!E depois eu ia pegar o telefone mas eu não quis mais...aí ele perguntou meu nome eu respondi. Tudo que eu dizia era perguntar pra ele se tinha problemas.
-Há não!!!! Flávia....EU NÃO ACREDITO!
Nessa hora Hicth até colocou a mão na cabeça e olhou pro céu.
-E tem mais... no final eu perguntei bem assim: “Qual é seu nome mesmo, Lucas?”
-Não...não...você não fez isso?
-Fiz!
Neste instante Hicth se levanta da cadeira e senta de novo com a mão no rosto agoniado...
-Flávia, ainda bem que você assume que errou feio. Porque essa foi das piores que já ouvi. Como você pergunta o nome já falando o nome? Jesus Cristo!!!!!
-Pois é... mais não me deprime mais do que eu já tô!
-Tudo bem, prossiga. Só deixe eu respirar...
Ela olhou pra ele séria enquanto ele se recompunha.
-E tudo que ele dizia era: “sem problemas”...
-E ainda acha ruim! Ele errou, mas você errou muito mais. você poderia ter sido mais objetiva, ir direto ao ponto.
-Como assim? queria que eu ficasse nua pra ele?
-Se seu instinto te pedisse isso, por que não?
-Cê tá maluco!
-você que disse! ele ia entender seu recado...
-Eu não quero transar com ele...
-Você que disse que queria ficar nua e deu a entender que...
-Chega Hicth! Você não esta me levando a sério.
-É claro que estou! só estou querendo te explicar a lógica da “coisa” mas você não deixa.
-tá bom... fala.
-Você deveria ter dito a ele que o amava e deveria ter perguntado se tinha uma chance. Senão o cara fica perdido sem entender nada. Ele de cara iria perceber o que você estava querendo e ia tomar uma posição! Mesmo que pedisse um tempo, porque pegar as pessoas de surpresa na rua não é fácil. Ele se sentiu abordado, mas apesar de tudo eu admirei a sua coragem! E como ele te tratou?
-Ele me tratou muito bem! Fiquei até surpresa. A todo instante ele olhava pra mim. Não olhava pro lado e nem pro céu. Só pra mim! Por isso fiquei tão desconcertada, os olhos dele me hipnotizavam como um pêndulo...era tão radiante e bonito, aqueles olhos castanhos me olhando, ele parecia interessado, me tratou com respeito e não fazia ar superior. Quando ele sorriu quase morri porque era o sorriso mais de lindo de todos. Ele se configura em um ser iluminado. Mas os olhos dele queriam falar e minha alma parecia que se estava lá dentro da menina de seus olhos!
E ela continuou radiante...
-Nada importava mais para mim...eu queria beijá-lo ali mesmo e abraçá-lo bem forte. Mas eu estava cheia de grama e suada. Senão não responderia por mim.
Flávia volta a “terra” neste instante.
-Então quer dizer que ele te deu atenção. Isso não parece ruim...Pode ser também que ele apenas não quis ser grosseiro. Mas continue...onde você o conheceu?
-Na época em que ele estudava na mesma escola que eu...quando o vi não tive explicação...
E quanto tempo tem isso?
Disse ele interrompendo a “viagem a marte” dela.
-Cala boca! Deixa eu falar...
Nessa hora ele até tomou mais um gole de vinho.
-Eu acho que tem uns seis anos...
Neste instante ele engasgou fazendo com que todos olhassem pra eles de novo.
-Cruzes! Se fosse eu já estava na minha vigésima mulher! mas continue...
Flávia ignorou o chilique.
-Certo dia escrevi um bilhete pra ele e pedi pra coleguinha entregar. Segundo ela, ele havia lido e gostado, mas não poderia ficar comigo porque estava ficando com outra garota. E quando ele estava lendo, as “putinhas” da sala dele viram e começaram a zuar ele dizendo: “-Nossa L.c.s tá recebendo cartinha agora?” e ele apenas respondeu: “-Pelo menos eu recebo alguma coisa, né!”
Mas na época ele não sabia que era eu, porque eu não tinha assinado.
-Mas se sua coleguinha não tiver entregue?
Disse Hicth com um olhar desconfiado.
-Não sei e nem me interessa, mas algo me diz que ela entregou e ele ficou curioso em saber. E de certa forma eu mesma me entreguei. Porque um dia ele me olhou de forma muito estranha. Mas deixa pra lá...Depois disso ele saiu da escola e eu descobri que ele trabalhava no supermercado.Todo dia eu ia vê-lo de longe, mas até que um desgraçado começou a me observar porque tanto eu olhava pra lá e acabou me apontando pra ele, cortou minha graça.
-Flávia, pelo o que pude observar, ele sabe que você gosta dele a muito tempo. Não só por esses fatos que você me contou, mas o seu olhar te condena fácil! Ele também sabia que era você no outro lado da linha no dia ligação,porque ele já tinha te visto outras vezes e o irmão deve ter descrito você. A verdade é que ele te conhece muito bem de vista! Só tem um problema.
-Que problema?
Neste instante Flávia coloca mão no peito assustada.
-Fala Hicth!
O garçom chega entregando o cardápio e Flávia se descontrola xingando em Português.
-Ô seu Zé buceta! Tanta hora pra chegar tinha que ser agora, seu caralho!!
Hicth fica sem entender enquanto um gordinho ria a valer na outra mesa quase engasgando porque ele também era brasileiro e tinha entendido o xingo no garçom.E o garçom ficara com uma cara de perdido sem entender nada e saiu.
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