Hitch : o Conselheiro Amoroso escrita por Flaviatoretto


Capítulo 7
A história continua...




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Logo pela manhã Flávia  já estava de pé. Havia dormido umas três horas apenas , Quando caiu em si e percebeu que não tinha ligado para Hicth, correu em direção ao telefone.

-Alô, com quem falo?

-É o próprio...

-Oi Hicth, estava precisando falar com você.

-Oi, Flávia. Até que enfim você me ligou. Estava esperando sua ligação desde ontem e você não deu sinal de vida. Que coisa feia! E ainda diz que quer conquistar... disse ele rindo ao telefone.

Neste instante Hicth estava em casa, acordando e ainda um pouco sonolento, bocejando ao telefone.

-Eu te acordei, Hicth?

-Não, Flávia. Eu já estava acordando quando me ligou e hoje também eu iria aí...

-Pois é...

-Pois é... Mesmo! Eu achei que tinha desistido...

-Não! Mal comecei, como vou desistir?

-Que bom! É assim que se fala. Hoje nós vamos fazer diferente:Você vem almoçar comigo, enquanto isso a gente vai dialogando e se divertindo pra você não ficar séria.Tá certo?

-Tudo bem. Mas onde eu te encontro?

-Não se preocupe moça, eu passo aí e te pego daqui uma hora. Um beijo!

-beijo...

Flávia já estava pronta quando a recepção ligou avisando que Hicth já estava a sua espera. Os dois seguiram para o restaurante do qual continha uma vista maravilhosa e ambiente super agradável que dava a sensação de s estar na varanda de casa. Não havia apenas americanos ricos, era um restaurante acessível a qualquer americano, mas nem se parecia popular. No percurso do Hotel e do restaurante Hicth deixava o carro ao som de Bob Marley e logo depois de Snoop Dog. Igualzinho, não acha?

Chegando ao restaurante eles ficaram só há base de vinho para começar aquecer a conversa e o frio...

-Bom Flávia, você já deu umas voltas pela cidade?

-Ainda não...

-A cada reunião nossa estará em algum lugar e creio que irá gostar, beleza?

-Beleza, adoro!

-Pra começar eu quero saber uma coisa...

Disse ele com os cotovelos na cadeira e coçando o queixo. Continuou:

-Depois daquela ligação e a confusão toda você encontrou ele mais alguma vez?

-Sim, eu o encontrei quando estava saindo de uma padaria. Depois eu o vi descendo o morro e o parei. Também o encontrei no dia 7 de setembro, feriado no Brasil.

-Nossa mãe! Você vai me contar tudo, começando pela padaria...

-Como assim?

-O que aconteceu, caramba?

-Simplesmente não aconteceu. Porque eu estava com muito ódio, passei com meu refri na mão, ele com a cara bem fechada e eu fiz o mesmo!

-E o segundo?

-Para dizer a verdade, naquele dia eu queria voar nele, aquele vagabundo, idiota, filho da puta...

Flávia começou a tagarelar sem parar.

-E o segundo Flávia, depois você xinga...

-Bem, o segundo encontro foi um pouco melhor, mas nem tanto...

-Por quê?

- Eu estava com um amigo subindo o morro, comentando da viagem que faríamos, no entanto eu não tinha companhia... quando de repente o peste me desce o morro na mesma calçada que eu olhando pra mim.  Eu não resisti. Deixei esse amigo de lado e quando L.c.s já havia passado por mim um metro eu o chamei e disse tudo, abri o jogo e não fiz tantas perguntas, mas perguntei a ele se tinha recebido meu recado. Se foi ele que tinha falado comigo ao telefone e parei por aí...

-E aí? quais foram as respostas?

Perguntou Hicth curioso.

-Ele disse que tinha recebido o recado do irmão, achava que tinha conversado comigo , até disse meu nome, só que errado: Fabiana! Agora olha pra mim Hicth, eu mereço isso! Devo ter colado chiclete sabor uva na cruz!!!

Flávia dizia isso fazendo gestos e chamando atenção das pessoas no restaurante, enquanto Hicth ria sem parar.

-Você está rindo? Não é o caso. Olha pra mim meu Deus!E depois eu ia  pegar o telefone mas eu não quis mais...aí ele perguntou meu nome eu respondi.  Tudo que eu dizia era perguntar pra ele se tinha problemas.

-Há não!!!! Flávia....EU NÃO ACREDITO!

Nessa hora Hicth até colocou a mão na cabeça e olhou pro céu.

-E tem mais...  no final eu perguntei bem assim: “Qual é seu nome mesmo, Lucas?”

-Não...não...você não fez isso?

-Fiz!

Neste instante Hicth se levanta da cadeira e senta de novo com a mão no rosto agoniado...

-Flávia, ainda bem que você assume que errou feio. Porque essa foi das piores que já ouvi. Como você pergunta o nome já falando o nome? Jesus Cristo!!!!!

-Pois é... mais não me deprime mais do que eu já tô!

-Tudo bem, prossiga. Só deixe eu respirar...

Ela olhou pra ele séria enquanto ele se recompunha.

-E tudo que ele dizia era: “sem problemas”...

-E ainda acha ruim! Ele errou, mas você errou muito mais. você poderia ter sido mais objetiva, ir direto ao ponto.

-Como assim? queria que eu ficasse nua pra ele?

-Se seu instinto te pedisse isso, por que não?

-Cê tá maluco!

-você que disse! ele ia entender seu recado...

-Eu não quero transar com ele...

-Você que disse que queria ficar nua e deu a entender que...

-Chega Hicth! Você não esta me levando a sério.

-É claro que estou! só estou querendo te explicar a lógica da “coisa” mas você não deixa.

-tá bom... fala.

-Você deveria ter dito a ele que o amava e deveria ter perguntado se tinha uma chance. Senão o cara fica perdido sem entender nada. Ele de cara iria perceber o que você estava querendo e ia tomar uma posição! Mesmo que pedisse um tempo, porque pegar as pessoas de surpresa na rua não é fácil. Ele se sentiu abordado, mas apesar de tudo eu admirei a sua coragem! E como ele te tratou?

-Ele me tratou muito bem! Fiquei até surpresa. A todo instante ele olhava pra mim. Não olhava pro lado e nem pro céu. Só pra mim! Por isso fiquei tão desconcertada, os olhos dele me hipnotizavam como um pêndulo...era tão radiante e bonito, aqueles olhos castanhos me olhando, ele parecia interessado, me tratou com respeito e não fazia ar superior. Quando ele sorriu quase morri porque era o sorriso mais de lindo de todos. Ele se configura em um ser iluminado. Mas os olhos dele queriam falar e minha alma parecia que se estava lá dentro da menina de seus olhos!

E ela continuou radiante...

-Nada importava mais para mim...eu queria beijá-lo ali mesmo e abraçá-lo bem forte. Mas eu estava cheia de grama e suada. Senão não responderia por mim.

Flávia volta a “terra” neste instante.

-Então quer dizer que ele te deu atenção. Isso não parece ruim...Pode ser também que ele apenas não quis ser grosseiro. Mas continue...onde você o conheceu?

-Na época em que ele estudava na mesma escola que eu...quando o vi não tive explicação...

E quanto tempo tem isso?

Disse ele interrompendo a “viagem a marte” dela.

-Cala boca! Deixa eu falar...

Nessa hora ele até tomou mais um gole de vinho.

-Eu acho que tem uns seis anos...

Neste instante ele engasgou fazendo com que todos olhassem pra eles de novo.

-Cruzes! Se fosse eu já estava na minha vigésima mulher! mas continue...

Flávia ignorou o chilique.

-Certo dia escrevi um bilhete pra ele e pedi pra coleguinha entregar. Segundo ela, ele havia lido e gostado, mas não poderia ficar comigo porque estava ficando com outra garota. E quando ele estava lendo, as “putinhas” da sala dele viram e começaram a zuar ele dizendo: “-Nossa L.c.s tá recebendo cartinha agora?” e ele apenas respondeu: “-Pelo menos eu recebo alguma coisa, né!”

Mas na época ele não sabia que era eu, porque eu não tinha assinado.

-Mas se sua coleguinha não tiver entregue?

Disse Hicth com um olhar desconfiado.

-Não sei e nem me interessa, mas algo me diz que ela entregou e ele ficou curioso em saber. E de certa forma eu mesma me entreguei. Porque um dia ele me olhou de forma muito estranha. Mas deixa pra lá...Depois disso ele saiu da escola e eu descobri que ele trabalhava no supermercado.Todo dia eu ia vê-lo de longe, mas até que um desgraçado começou a me observar porque tanto eu olhava pra lá e acabou me apontando pra ele, cortou minha graça.

-Flávia, pelo o que pude observar, ele sabe que você gosta dele a muito tempo. Não só por esses fatos que você me contou, mas o seu olhar te condena fácil! Ele também sabia que era você no outro lado da linha no dia ligação,porque ele já tinha te visto outras vezes e o irmão deve ter descrito você. A verdade é que ele te conhece muito bem de vista! Só tem um problema.

-Que problema?

Neste instante Flávia coloca mão no peito assustada.

-Fala Hicth!

O garçom chega entregando o cardápio e Flávia se descontrola xingando em Português.

-Ô seu Zé buceta! Tanta hora pra chegar tinha que ser agora, seu caralho!!

Hicth fica sem entender enquanto um gordinho ria a valer na outra mesa quase engasgando porque ele também era brasileiro e tinha entendido o xingo no garçom.E o garçom ficara com uma cara de perdido sem entender nada e saiu.


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