Angel In Disguise escrita por kouelho


Capítulo 3
Capítulo 3 - Heartless


Notas iniciais do capítulo

Oi gente *-*

Bom, esse capítulo é meio parado, mas o próximo vocês vão começar a perceber mais coisas que eu quero que vocês percebam *-*
Espero que gostem do capítulo ^^



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Quando o Bill fechou a porta do bar, estava chovendo muito e a gente se molhou bastante, pois a burra aqui esqueceu de pegar um guarda-chuva e eles também não tinham nenhum. O carro deles estava no fim do quarteirão, ou seja, tivemos que correr. Eu já estava ensopada e vi que eles também. Quando chegamos no carro e entramos, começamos a rir. Até o Tom riu com a gente.

-Você trouxe bastante roupa, né? – disse Bill ainda rindo.

-Mais ou menos... mas eu ainda tenho a chave de casa e no período da tarde, que é quando meus pais ficam fora de casa, eu vou lá e pego mais roupas. – eu disse rindo também. Verdade, eu não tinha pensado nisso. Trouxe pouca roupa. É, eu vou ter que ir pegar mais roupas qualquer dia desses...

Agora já passavam das oito da noite e nenhuma ligação. Nem meu pai, nem minha mãe se importaram em saber se eu estou bem ou não.

-O que foi? – disse Tom enquanto eu ficava olhando pra tela do meu celular sem nenhuma ligação. Até estranhei, pois o Tom não parecia ser um cara que se preocupa com os outros. Mas eu posso estar enganada.

-Ah, nada não...

-Como assim nada? Então por que essa cara de bunda? – é, acho que eu não estava enganada. Ele se virou pra mim e ficou me encarando. Pude ver que o Bill olhou meio assustado pelo retrovisor, mas não disse nada.

-Nossa, obrigada pelo elogio... o problema é que até agora eu não recebi nenhuma ligação...

-Ligação de quem? Nossa, eu to mesmo por fora disso aqui... suponho que você esteja fugindo de casa, não é mesmo?

-É, é isso mesmo...

-Mas por que você quer alguma ligação? Não seria ao contrário? – dessa vez foi o Bill que disse enquanto parava em um semáforo.

-É, pode ser... mas agora sim eu vejo o quanto meus pais se preocupam comigo.

-Ah, pode ser que eles estejam esperando ficar mais tarde pra eles te ligarem. – disse Bill levantando uma sobrancelha.

-Ah não Bill, se eu bem conheço eles, não vão nem perceber a minha ausência. Eles nunca querem saber pra onde eu vou, se eu falo que vou sair, pra eles ta tudo bem, não importa!

-Nossa, se meus pais tivessem sido assim, eu tava feliz! – disse Tom revirando os olhos.

-Eu também pensava isso no começo, mas depois eu vi que isso era sinal de que eles não me amavam o bastante para se preocuparem comigo... – eu abaixei a cabeça novamente. Então todos ficamos em silêncio. O resto do trajeto foi feito em silêncio. Então chegamos na casa deles. Era um sobrado bonito. Eles não devem ser tão pobres assim.

-Tem certeza que você quer que eu fique aqui? Pois se não quiserem, eu procuro um...

-Nem continue falando, você vai ficar aqui e pronto! – disse Bill pegando a minha mochila e levando pra dentro.

-Ta né... já que você faz tanta questão... – eu dei de ombros e entramos na casa deles. A sala era bem aconchegante. Não era tão grande quanto a minha, mas era boa. Não que eu estivesse desmerecendo a casa deles, nada disso! É que eu estou acostumada com a minha casa enorme... mas pra que ter uma casa enorme, mas não ter amor o suficiente? Pra mim isso não adianta nada.

-É... quantos anos você tem? – disse Tom estreitando os olhos e depois me olhando dos pés a cabeça.

-17... e vocês? – eu disse um pouco sem-graça.

-19... achei que você tivesse mais... – disse Tom mexendo naquele piercing do lábio. Ah, pronto, um cara safado, essa eu não mereço.

-E por que você achava isso?

-Ah, por nada... – ele deu de ombros e praticamente se jogou no sofá.

-Tom, mostra o quarto que ela vai ficar. – disse Bill enquanto jogava a minha mochila pro Tom.

-Você é folgado hein! – disse Tom bufando e se levantando sem vontade. Eu não pude deixar de dar uma risadinha imperceptível. Então ele foi subindo as escadas e eu o segui.

-Nossa, que mochila pesada, eu hein! O que tem aqui? Seu guarda-roupa? – ele disse enquanto colocava a mochila na outra mão.

-É que meu notebook ta aí dentro...

-Ah, ta explicado... – ele disse enquanto abria a porta de um quarto. Era branco e bem clean. Tinha poucos móveis, enfatizando a decoração “clean” –Bom, aqui é o seu quarto por esta noite... – ele colocou minha mochila na cama, que era de casal. Que bom, eu adoro cama de casal. Calma, não pensem em besteiras, é só porque eu acho bem confortável e grande. Percebi que era uma suíte, pois tinha uma porta dentro do quarto –Ali é o banheiro, fique a vontade... – ele disse de uma maneira simpática.

-Obrigada por tudo... gostei do quarto. – sorri em forma de agradecimento pra ele.

-Acho que você ia gostar mais do meu, mas tudo bem... – ele mexeu naquele piercing de novo. Olha que safado! Eu não acredito que eu to sendo molestada por ele! Mas será possível?

-Não Tom, muito obrigada, mas eu to ótima aqui! – dei um falso sorriso pra ele. –Agora se me dá licença, eu gostaria de tomar um banho e dormir.

-Ah, eu não me importo em esperar. – safado, safado e mil vezes safado! Que negócio é esse de esperar! Onde já se viu? Ele que pensa!

-Mas eu me importo! Agora sai daqui por favor! – segurei a porta e ele saiu rindo. Depois eu fechei a porta e tranquei, só por precaução. –Ai que garoto idiota! Ai dele se começar com essas gracinhas comigo! Que bom que eu só vou ficar aqui por hoje! Imagine ter que morar com ele a vida inteira? Eu hein! – bati na madeira três vezes enquanto tirava essas ideias da minha cabeça. Amanhã preciso conversar com o Bill sobre isso... será que ele é sempre assim? É, deve ser...

Então fui tomar um banho. Demorei quase uma hora no chuveiro. Mas eu estava precisando relaxar um pouco mesmo. Então quando saí de lá, ainda enrolada na toalha, meu celular tocou. Eu fui correndo pegá-lo para atender. Era o número do celular da minha mãe.

-Alô...? – eu disse com um pouco de medo.

-Onde você ta garota? Que negócio é esse? – ela gritou do outro lado. Nem pra perguntar como eu estou...

-Eu to bem mãe, me esquece ta? – eu disse quase chorando.

-Eu não quero saber se você está bem! Eu quero saber onde você se meteu! – ela disse de uma maneira fria, como sempre.

-Eu to na casa de uns amigos... – agora eu me segurava para não chorar.

-Como assim? Ah, não importa... dane-se garota, eu e o seu pai desistimos de você! Se alguém perguntar de você, falamos que foi fazer um intercâmbio na Inglaterra. Ta bom assim pra você?

-Ta ótimo Sylvia, fale isso mesmo! – eu não fiz nenhuma questão em chamá-la de mãe mais. Ela não merecia esse mérito.

Então desliguei o celular e caí sentada na cama e chorei. Chorei até não aguentar mais. Eu nunca imaginava que ela podia ser tão ruim! Ela nem se preocupa comigo, nem quer saber se eu estou bem ou não! Isso pra mim não é mãe! Agora sim que eu não faço questão de voltar atrás.

Então eu ouvi batidas na porta.

-Ally? É o Bill, posso entrar? – ouvi sua voz abafada pela porta.

-Espera só um pouquinho Bill... – então me levantei, enxuguei minhas lágrimas e coloquei uma roupa de ficar em casa (lê-se um shorts de malha e uma regatinha básica). Destranquei a porta, deixei que ele entrasse e fechei a porta novamente.

-Nossa, ta tudo bem? – ele me olhou preocupado.

-Na verdade não... – então ele se sentou na beira da cama.

-Venha aqui. – ele abriu os braços e eu me sentei ao lado dele, deixando que ele me envolvesse com seus braços. –Me conta o que aconteceu. – ele ficou passando a mão sobre os meus cabelos. Eu ainda não conseguia acreditar que eu o conheci hoje. Parecia que eu o conhecia há anos.

-Minha mãe Bill... ela acabou de me ligar...

-Mas isso não é bom?

-Era pra ser, mas ela tornou isso ruim Bill... – então eu comecei a chorar descontroladamente.

-Calma, eu to aqui... – então ele ficou em silêncio e deixou que eu chorasse. Acho que ele é melhor pessoa que eu já conheci até agora. Ele deve ser um anjo que veio pra me ajudar e me acalmar... não tem outra explicação pra isso...


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Notas finais do capítulo

Reviews? *o*



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