"Bobby!" - Gritei - "Isso não é seu! Me devolve!"

Corri atrás dele pela sala, tropeçando nos carrinhos e pisando nos LEGOs. Quem nunca pisou em LEGO na vida não sabe o que é dor. Continuei correndo mesmo assim. Estava de saco cheio daquelas pestes, sempre roubando um desenho, um projeto, uma trabalho de escola.

"BOBBY! Devolve meu boné!" - Consegui agarrar a ponta do seu casaco branco, mas ele tirou o casaco numa dança esquisofrênica. Eu só não rasguei a droga do casaco porque estava com muita vontade de colocar as mãos naquele pescocinho lindo.

"Não! Você é uma anoréxica. Se não consegue correr, nãomerece o seu boné" - Sorriu e jogou o boné para Matthew.

"Vamos brincar de bobinho!" - Disse ele, correndo e fazendo seus cabelos negros se levantarem ao pular. Mais uma prova de que eles não eram nada parecidos comigo.

"Seus meliantezinhos de merda!"

"Annabeth" falou a voz calma da minha madrasta vindo da cozinha "Não chame seus irmãos de ladões."

"Eles não são meus irmãos!" gritei, enquanto corria. Suor pingava no meu pijama. "E eles roubaram meu boné!"

"Filha, deixem eles brincarem um pouco!" - Disse meu pai da sala de reprodução de guerra dele. Ouvia essa frase desde que me conhecia por gente. Deixe eles brincarem um pouco, não ligue pro que eles falam, desculpe mas eu gosto mais deles do que de você. - "Não precisa usar boné dentro de casa."

"É o meu boné dos Yankees!"

"Você nem gosta daquele time!" - Falou minha madrasta

Retardada. Ela era extremamente retardada e alienada de tudo o que acontecia no mundo. 'Cale a boca, vadiazinha. Você não tem amor nem pelos seus malditos cookies, Nunca vai saber o que é um sentimento' - Pensei.

"Você nem sabe do que eu gosto ou não!" - Gritei - "Eu odeio esses cookies grudentos e você os faz todos os dias!"

"Seus irmãos gostam." - Interferiu meu pai. Como se eu ligasse para o fato de que eles são nojkentos e comem coisas nojenta, como os biscoitos. " E deixe eles brincarem com o boné!"

Eu ainda tentava agarrá-los, em vão.

"É O BONÉ DA MINHA MÃE!" - Gritei, e meus pulmões doerm.

Pulei no sofá e derrubei a prga no chão. Mas satisfatório do que xingá-los era acabar com a graça deles.

"Peguei!" - Falei, vitoriosa. Mas o idiota segurou meu pé e eu caí de cara no carpete cor de areia da sala.

"MATTHEW!" gritei, tomada pela raiva e surpresa.

"Annabeth, pare de fazer escândalos! Os vizinhos vão achar que você é louca" - Disse a madrasta maldita. Se tinha alguém louca era ela, que achava que dona de casa era uma boa profissão.

"Claro, vou parar." - Falei, colocando meu boné na cabeça e desaparecendo.

Pulei a janela, deixando dois pestinhas atônitos e uma bandeja de cookies duros e asquerosos para trás.