Haruno Sakura, do Clã Haruno escrita por EstherBSS


Capítulo 12
A Batalha das Irmãs - Parte II


Notas iniciais do capítulo

Meu último capitulo na casa velha. A mudança sai daqui a pouco. Nos vemos na casa nova, Mina.

Oh, deu cinco páginas no word.



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Capítulo 12 – A Batalha das Irmãs – Parte II

            - Por que você me odeia tanto, neechan? – Sakura perguntou praticamente implorando.

- Porque você não entende o seu lugar! Eu sou a melhor aqui e não você. Eu sou a campeã. Você é só mais alguém que acha que pode me ofuscar. - Akina disse com desprezo.

- Então não tem jeito, né. Vamos ter que decidir aqui e agora. Não há meio termo para nós. Eu só vou conquistar o seu respeito quando quebrar a sua cara.

- Ha - Akina bufou - Como se isso fosse possível. Eu sou f*** e você não. Respeite isso e eu respeitarei você.

Um silêncio pesado caiu sobre a arena. Ninguém se atrevia a fazer o menor ruído. Até Chouji parara de mastigar as suas famosas batatinhas.

Sakura fechou os olhos enquanto tentava se acalmar. Ela respirou fundo algumas vezes até que sua expressão estivesse tão inexpressiva quanto devia. Usando um truque que criara ao estudar ninjutsus médicos, ela acelerou a sua circulação de chakra. Era algo difícil e desgastante. Mas era o único meio dela conseguir aquilo que queria.

            - Então temos um problema aqui, neechan. – Sakura disse enquanto agitava mais e mais o próprio chakra. Devido à velocidade, o chakra dela parecia maior e uma leve brisa começou a soprar em torno da ninja. Akina estreitou os olhos. Os cabelos de Sakura, curtos, tornaram a crescer lentamente enquanto a brisa se intensificava e jogava os fios rosa em todas as direções.

            - Pro... ble... ma? – Akina disse indiferente mas se afastando um passo enquanto o chakra da irmã parecia aumentar.

“Não é intensidade, é velocidade.” Sasuke observou intimamente da platéia através do Sharingan.

            - Hai. – Sakura abriu os olhos e olhou com determinação para a irmã – Porque eu cansei de perder para você.

Sakura começou a fazer os selos necessários...

            - Ha, acha que eu vou deixar você fazer qualquer coisa? – Akina passou a mão no chicote. Ela ainda não o usara desde o inicio da luta. Acumulando chakra rapidamente, ela o mandou para a arma e disse – Fuuton, Chicote da Serpente alada. Ondulando o chicote, ela recriou o movimento de uma serpente e mandou o em direção à Sakura. O ar tomou a forma de uma serpente com asas e, com urros assustadores, estava prestes a atingir a outra Haruno. Sakura sorriu de canto e disse:

            - Ima! (Já! Agora!)

Quando a enorme serpente estava para tocar em Sakura, o réptil foi lentamente se transformando de uma serpente de vento para uma de fogo.

            - Masaka! (Não pode ser! Impossível!) – Akina começou a fazer selos para montar uma barreira. Ela conhecia aquele jutsu! E ela sabia o que aconteceria em seguida.

Durante a “conversão” da serpente, uma névoa pesada foi se desenvolvendo em torno de Sakura de modo que apenas seus olhos verdes brilhantes podiam ser vistos. A serpente, agora de fogo, rodeou a ninja escondida na névoa. Com um urro, ela se voltou e atacou Akina.

Quando o réptil alcançou a outra Haruno do outro lado do estádio, a arena pareceu ser tomada por uma onda de fogo líquido.

            - Kore wa... (isso é...) – Kakashi falou hesitante.

            - Isso é lava? – Naruto perguntou de olhos arregalados.

Enquanto a lava varria a arena em ondas, Sakura permanecia de olhos fechados com as mãos unidas. Em torno dela, parecia haver uma parede que impedia a lava de se aproximar. Não se via nada de Akina debaixo daquele oceano de fogo.

            - Katon: Hi no Umi! (Estilo fogo, Oceano de Fogo) – Sakura diz abrindo os olhos. Do mesmo jeito que as ondas tinham ido em direção à Akina, elas se remexeram zangadas e voltaram para Sakura. Ao se aproximar da jovem, lentamente elas iam se apagando e endurecendo. Não demorou muito e todo o solo da arena era coberto de terra basáltica.

[1] Terra basáltica é aquela terra roxa (roxa mesmo) que é criada quando a Lava de um vulcão se esfria.

Sakura respirou fundo enquanto seu chakra ia reduzindo de velocidade. O cansaço ia tomando conta do corpo dela também. Para converter um elemento em outro, ela precisara de uma grande quantidade de chakra e rápido. Por isso tivera que aumentar a velocidade da circulação dela para obter essa energia rapidamente.

Aquele dois jutsus seguidos exigiram muito dela. Mas era um combo que ela, tinha certeza, Akina não poderia desviar. Ela pensava isso quando a terra sobre os pés dela tremeu. Sakura arregalou os olhos, mas não pôde desviar. O corpo dela não responderia a tempo.

 Foi com os olhos arregalados e com a respiração suspensa pela surpresa que Sakura viu pequenos orifícios se abrirem na terra. E então o calor... E o vapor... E a dor das queimaduras...

Mais a frente, o chão rachou e se quebrou, e Akina saltou do fundo pousando agachada e com uma mão no solo e a outro em in.

            - Suiton... Doton... vapor... da... terra... – Akina disse completamente ofegante. Ironicamente, ela não estava ferida. Estava exausta mas sem um machucadinho. Ela montara uma barreira de chakra Suiton a tempo. Porém, devido a intensidade do golpe, a barreira sugara muito chakra.

Ela contra atacara com um jutsu raro na qual, a água, aproveitando a que usara na barreira, circulava pela terra por minúsculos dutos fazendo com que a temperatura subisse. A água então brotava na superfície como um Gêiser queimando o oponente. Ela olhou para a Sakura. Não esperava um ataque desse nível vindo da irmã.

            - Eu nunca tinha visto um ninja combinar Doton com Suiton. – Yamato comentou – O Doton não deveria vencer o Suiton?

            - Hai, a menos que Nem esteja envolvido. E está. – Kiro argumentou – Mas aquilo foi estranho... Aquele jutsu da Sakura...

            - Por que? – Sasuke perguntou.

Longe dali, do lugar onde os outros competidores assistiam as lutas, Kurogane conversava com JD:

            - Mesmo querendo vencer, ela não suporta a idéia de matar a irmã. – JD disse sem nenhum sorriso no rosto. Coisa pouco usual para ele.

            - No golpe dela, ela apenas usou Katon para criar aquela lava. Não entendo porque ela não usou Doton para criar uma lava de verdade. – Kurogane disse sério.

            - Já disse, Sakura não é uma assassina. – JD disse com o semblante pesado – O problema é que Akina é.

As queimaduras eram apenas um contratempo. Sakura já estava se recuperando de todas elas. Ela grunhiu de frustração. Aquilo era mais um gasto de chakra. O que a igualava a irmã. Akina estava exausta por se defender do jutsu de fogo e ela estava exausta por fazê-lo.

            - Quando foi que você aprendeu a fazer uma coisa daquelas? – Akina perguntou com raiva.

Sakura riu sem humor:

            - Foi durante a sua batalha com a Moka!

            - Era só o que me faltava! Você usando meus jutsus de alto nível para criar essas coisas vergonhosas! – Akina estava com raiva, muita raiva. Ela percebera que Sakura poderia ter usado uma lava mais forte e poderosa e saber disso apenas a deixava mais enfurecida. Saber que poderia ter morrido. Ela que era a primeira...

            - Você está se colocando em meu caminho, Sakura. – Akina falou com puro ódio – E ninguém sai vivo dele além de mim!

Sakura ia responder algo banal para irritar ainda mais a irmã quando ela viu todos os Harunos saindo do Estádio. “Nani (o que)? O que estão fazendo?” Ela pensou. Ela olhou para Akina que agora ria superiora.

            - Eles não ligam para você, Sakura. – Akina falou com um riso na voz.

            - Do que é que você está falando?

            - Acha mesmo que estão aqui para nos ver lutar? Ah, pelo amor de Kami. É isso que você acha? – Akina soltou uma gargalhada – Você é tão patética! Acredita que o mundo é um lugar bom de viver. Deixe-me lhe ensinar uma coisa Sakura. Mesmo que o mundo seja um lugar maravilhoso, um paraíso, as pessoas que vivem nele não o são. Elas são cruéis e mesquinhas e só se importam em se dar bem.

            - Há pessoas boas também, Akina. Pessoas que se importam com as outras.

            - Como o Inouto? – Akina disse desdenhosa e deu outra gargalhada diante da expressão da irmã – Você ainda se lembra bem dele, não é irmã? Você se lembra do irmão do JD, né?

            - Como você sabe disso? – Sakura perguntou assustada. Aquilo devia ser segredo. Era segredo. Ela olhou para a platéia. Os Harunos não estavam mais e outras pessoas começavam a sair também. O que estava acontecendo? Voltando se para a irmã, ela disse – Não entendo aonde você quer chegar.

Akina olhou para ela como dizendo “Acha que eu sou idiota?”. Ela suspirou e se sentou, limpando as sujeiras da roupa. Ela piscou os olhos em direção a Sakura e falou:

            - Eu sei o que você fez, sua danadinha!

Sakura arregalou os olhos com puro pavor. Ela abriu a boca, mas não saía som nenhum. Ela não conseguia falar.

            - Ah, se acalme. Não tem ninguém lhe recriminando aqui. – Akina revirou os olhos – Eu sabia que vocês eram amigos. E eu, como boa irmã que sou, não podia largá-lo abandonado lá sabendo a falta que ele lhe faria aqui.

Um tremor incontrolável tomou conta de Sakura. Aquilo não podia estar acontecendo. O que Akina estava querendo dizer com aquelas coisas? Cadê o resto do clã? Ela procurou o resto do time sete com os olhos. Avistou Naruto e Sasuke. Eles olhavam para ela sem emoção nenhuma. Só assistindo. Isso era normal, não era? Akina acompanhou o olhar da ninja mas não disse nada apesar de inclinar um pouco a cabeça curiosa. Sakura tentava se acalmar.

            - Eu acho que você não está muito bem, neechan. Você deve ter batido a cabeça enquanto trocávamos golpes de taijutsu.

            - Por que você acha que eu não estou no meu normal? Será que é porque finalmente estamos tendo aquela conversa? Será que é porque eu estou tentando te alertar sobre os verdadeiros interesses do nosso amado ojiisan Tsukoi? Ou será que é porque eu disse que Inouto está vivo?

Sakura arregalou os olhos mais ainda e voltou a tremer. Ela estava ofegante com a respiração curta.

            - Diga me, minha adorada irmã Sakura, você ficou lá para conferir o serviço? Não, espera, eu digo realmente ficar lá e tocá-lo durante aquelas três malditas horas para ter certeza de que ele não se levantaria de novo?

            - Como você...

            - Eu acho que não. – Ela falou lentamente como se apreciasse cada palavra, cada sílaba. – Eu vou lhe dizer o que eu acho que aconteceu.

            - URUSAI!!! (Cale a boca! Fique Quieta)

Akina deu uma pequena risadinha e continuou quase cantarolando:

            - Vamos lá. Era uma vez uma menininha sem graça que não tinha amigos. Ela era chamada de nomes feios e ninguém a respeitava dentro do clã porque ela não sabia lutar. Porém um dia, ela ajudou um menino na beira do rio. Eles se tornaram amigos. E esse menino tinha um irmão muito poderoso que o estava treinando. A menininha fraca pediu e o menino concordou em ensinar a ela, tudo o que o irmão ensinasse a ele.

Sakura não agüentou e caiu de joelhos, segurando a cabeça com as mãos. Akina deixou que um lento sorriso tomasse espaço em seu rosto. Ela continuou a narrativa.

            - Eles treinavam escondidos e isso continuou por muitos anos. Eles cresceram e o menino se tornou um ninja importante dentro do clã. Já a menininha, apesar de ter o conhecimento, tinha medo de usá-lo e foi ficando para trás. O menino não gostou. Tinha treinado a menina e achava um absurdo ela não usar aquilo que ele ensinara. Ele ficou com raiva e brigou com ela. E a menina ficou só de novo. Sem amigos. O pai da menina, sem saber que ela já havia treinado, contratou alguém para ensiná-la. Por capricho do destino, era o irmão do ex amigo dela. E ele a levou para uma missão...

            - Yamero. Onegai, yamero! (pare com isso, eu imploro, pare com isso). – Sakura começou a soluçar.

            - ...nessa missão, eles encontraram o ex amigo dela. Só que ele estava muito, muito machucado. E eles estavam em lugar ruim onde as pessoas podem perder a cabeça, sabe. E o ex amigo dela perdeu a cabeça. Ele se descontrolou e se tornou um monstro. Um Kakuseisha. Uma espécie de youma. Só que a missão da menina era caçar essas criaturas, os youmas. Mas matar um amigo seria muito ruim, não é mesmo. Então ela não o matou. Só que, de noite, ele voltou e matou todo o grupo dela, menos a menina e o sensei dela que era o irmão do menino. Então a menina chorou muito porque era a culpada pelo massacre. O sensei dela nunca reclamou mas sempre olhava para ela de um modo estranho...

Sakurou soltou um pequeno grito enquanto balançava a cabeça de um lado a outro enquanto as lágrimas rolavam soltas.

            - Eles caçaram o Kakuseisha por dias até que o encontraram. A menina devia matá-lo mas ela não conseguiu fazer. Então o sensei dela teve que matar o próprio irmão porque por culpa da menina, ele havia se tornado um monstro.

            - Não foi... minha... culpa... – Sakura disse entre soluços.

            - A menina, como não fizera nada de útil, tinha que ficar para conferir se o Kakuseisha voltaria. Porque se ele não for morto direito, ele pode voltar. Você sabia disso? A alma deles tem que ser completamente selada porque senão, eles dão um jeito de voltar a esse mundo. O sensei dela queria ficar sozinho e a deixou lá, com ele... Mas eu tenho uma pergunta. Você ficou mesmo com ele, Sakura? Você ficou lá esperando para ver se ele voltava?

            - Não. Ela não ficou. – Uma voz masculina e rouca disse atrás de Sakura. Akina abriu um sorriso. Já a outra Haruno estava paralisada.

Ela não podia pensar. Ela não podia falar e nem se mexer. Ela não podia sequer respirar. Até o ar em volta dela parecia parado e ameaçador. Sakura procurou os amigos com os olhos de novo. Eles não estavam lá. Ninguém mais estava lá. Ela estava sozinha com a irmã e com... ele. Então ela sentiu. Braços fortes a rodearam. E uma respiração fria e esquisita no pescoço da Haruno, fazia com que Sakura tivesse calafrios.

            - Você tem razão, Sakura. – Akina disse com uma expressão aparentemente séria - Há pessoas que se importam com os outros. Que querem o bem dos outros acima do deles próprios.

            - Inouto... – Sakura sussurrou. Os braços que a rodeavam a apertaram ainda mais.

            - Isso Sakura. Inouto não guarda rancor. Vocês eram amigos e ele gostava de você. Ele ainda quer ficar com você. – Akina falou séria sem a menor nota de sarcasmo na voz.

            - Eu tenho saudades, Sakura. – Uma voz masculina, rouca e extremamente familiar falou no ouvido dela.

Sakura fechou os olhos com força. Ela não queria ver. Ela não podia ver. Ela não conseguiria ver o rosto dele de novo. Ela sentiu ser arrastada para um abraço quente. E aquele cheiro... Era o cheiro dele. E a voz...

            - Sakura, eu não tenho raiva. Eu só tenho saudade. Saudade de você. Sabia que o seu rosto foi o último que eu vi? E aquela dor nos seus olhos... Eu me lembro de querer tocar seu rosto, mas os meus braços não se moviam. E eu queria dizer para você não chorar, mas não encontrava a minha voz.

Sakura se deixou ser levada por aquela voz, por aquele carinho, por aquele momento. Ela se afundou naquele braço. Quanto tempo fazia?

            - Nós podemos ficar juntos agora. E para sempre. Nós dois. Só eu e você. Não haverá mais lutas e nem sofrimento. Ninguém para nos dizer o que fazer. Vamos deixar esses irritantes para trás.

“Irritantes...” Aquela palavra a sacudiu. “Onde foi que eu já ouvi isso? Irritante...” “Essa palavra...”

            - Venha comigo, Sakura. Seremos felizes juntos por toda a eternidade. Só eu e você.

“Omae (você), é irritante.” Sakura abriu os olhos depressa. “Essa palavra!” “Ele sempre diz essa palavra quando quer me distanciar dele.” “Ele me chama de irritante quando eu desvendo os sentimentos que ele gosta de esconder!”

            - E então Sakura? Você vem comigo? Qual a sua resposta?

            - A minha resposta é: KAI!


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Notas finais do capítulo

OBS: No anime, apesar de sempre traduzirem como Irritante, Sasuke fala URUSAI que pode ser traduzido como "fique quieto" "cale a boca" (como eu usei nesse capitulo) ou pode ser interpretado como "Que saco" "Não enche". Achei que valia a pena colocar isso a título de curiosidade.