- General Howard, aqui estão as análises do assassinato de ontem. – A mulher de longos cabelos negros, olhos verdes e expressão séria entregou um envelope pardo para o general. – Estamos esperando a sua autorização para interrogar suspeitos.

- Vocês já têm suspeitos? – O rapaz de cabelos cor de mel e olhos verdes estreitou os olhos.

- O departamento de investigações levantou suspeitas de algumas pessoas. – A mulher respondeu, impassível.

- Ótimo. Depois, me passe os nomes, preciso ver uma coisa. – Expressou leves sinais de satisfação.

- Já estão no envelope. Suspeita de alguém? Posso levar o nome ao departamento, eles investigarão a pessoa.

- Não, não é necessário, obrigado. Tenente Sophie Laurent, eficiente como sempre, não? – Sorriu. Mesmo sendo tão jovem, chegou ao cargo de general. Mesmo sendo general, era gentil com as pessoas.

- Obrigada, general Howard. Com licença, vou me retirar. – Colocou a mão direita estendida sobre os olhos, num gesto de respeito e saiu da sala.

- Sozinho de novo... – Murmurou – Preciso resolver esse caso logo...

“As marcas de borboletas. Deve ser algo poético. Vou pesquisar algo sobre as borboletas.” Pensou, tirando os papéis do envelope pardo. Espalhou um a um, a ficha de cada suspeito.

“Será que tem alguém dentro da polícia?”

Seu rosto expressou frustração por ser um caso tão difícil de ser resolvido. “Já bloqueamos as saídas da cidade. Ninguém pode sair da cidade, mas isso pode aumentar o risco de mais assassinatos. O quê? O que está escrito aqui? ‘O que nos leva à crer que o assassino é do sexo feminino.’. Então na verdade o assassino é uma mulher. Interessante. As mulheres gostam de poesia, é?”

Virou a cadeira giratória para o notebook de última geração em cima da mesa de carvalho. "É, vou pesquisar sobre borboletas. Quem diria que teria que pesquisar sobre borboletas em função do trabalho."

"As borboletas contêm um significado além da beleza de suas asas: representam a metamorfose, transformação e renascimento. Além disso, são conhecidas por conter um pó irritante nas asas, algumas vezes envenenado."

"Metamorfose.". O semblante de Howard denunciava cada vez mais seu interesse pelo caso. "Renascimento. Veneno. Isso está mais difícil do que eu pensava. Talvez seja melhor eu interrogar estas damas.". Examinava cada uma das 15 fichas espalhadas sobre a mesa. Todas as suspeitas eram extremamente bonitas e tinham antecedentes criminais. A maioria era estelionatária.

O barulho oco repetido na porta chega aos ouvidos do general, que junta todos os documentos confidenciais espalhados na mesa e enfia desordenadamente no envelope pardo.

- Entre. - Ordenou.

- Bom dia, general Howard! Vim aqui só para notificar-lhe de que sou a nova assistente geral daqui do departamento de investigações. Estarei à disposição para qualquer ocorrência. Meu nome é Luna B. Psyche, conto com a sua colaboração. - Parou de falar e fitou ele. Era linda, linda mesmo. Rosto alvo com bochechas coradas, olhos azuis, quase cinzas, boca rosa; cabelos loiro-avermelhados com espirais nas pontas dos fios, que iam até o meio das costas. Corpo esquio, mamas fartas. Óbvio que ele reparou nisso.

- Bom dia. Seja bem vinda ao departamento. Bonito broche. - Referia-se ao broche prateado em formato de borboleta azul, fincado no lenço da moça.

- Muito obrigada, senhor. Gosto muito deste, foi meu presente de aniversário de quinze anos. Se não se importa, vou me retirar. - esticou a mão direita horizontalmente à frente da testa.

- Por nada. - Fixou os olhos nela até que a porta se fechasse. Ainda que fechada, parecia olhar além daquela porta, refletindo na formosa aparição.

- Luna Psyche, é? - Tomou um gole de café da caneca azul ao lado do notebook.