Humanoids In Action. Or Almost. escrita por milena_knop


Capítulo 4
O impossível que aconteceu no dia dos cupcakes




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No caminho pra casa, dentro do meu carro, fiquei completamente perturbado por aquilo ter acontecido. Eu precisava chegar em casa logo e perguntar ao Tom se ele tinha noção de alguma coisa ou se ele ao menos suspeitava o porque daquilo tudo. Mas o Tom era tão lerdo, MAIS TÃO LERDO, que eu realmente não esperava muita coisa dele. Mas mesmo assim, eu precisava dele pra narrar aquilo, era uma coisa... Impossível.
De tão distraído que estava, quase passei direto pela entrada estreita da trilha das árvores que me levavam até minha calma residência. Assim que estacionei o carro, subi pra casa o mais rápido que pude, gritando o nome do Tom desde quando eu estava na garagem, na parte lateral da nossa casa.
- Que foi, isso tudo é amor por mim, passou muito tempo longe ou o que é? – Quando eu ouvi a voz do meu irmão, eu estava apenas fechando a porta da casa, e assim que me viro, me deparo com aquela coisa enrolada na toalha de banho, me olhando de um jeito como se esperasse alguma coisa de mim. Alguma coisa tipo o que, um orgasmo de excitação com o seu corpo altamente sexy? Idiota...
- Você podia... Colocar uma roupa né mano?
- Por que, assim eu te seduzo demais? - Ok, essa frase foi tão altamente idiota da parte dele que eu tive que rir alto. Ele riu junto comigo, e o lapso da lembrança que me veio a cabeça me fez parar instantaneamente.
- FOI ISSO, ISSO!
- O que? – o Tom olhou pra mim com os vestígios das risadas em seu rosto, com a expressão alegre sofrendo uma lenta mutação para uma expressão de questionamento.
- Foi isso que aconteceu Tom, eu ri hoje na frente da Rebecca!
- Com é que é? Mas isso é...
- Impossível! Era, pelo menos até hoje a tarde quando eu esbarrei com ela de novo...
- Bill... – meu irmão baixou o tom de voz e não tirou os olhos de mim enquanto ele caminhava lentamente pra se sentar no sofá. Ele baixou a cabeça por alguns segundos e agora sua expressão de dúvida era ainda maior – Mas como pode, isso nunca aconteceu antes, aconteceu?
- Até onde eu saiba não.
- Será que o problema é... Ela?
- Como assim o problema é ela, o que ela tem a ver com isso? – agora eu é que estava começando a me confundir.
- Não sei se é necessariamente isso mas... Faz só 3 semanas que você está responsável pela Rebecca e você fez seu primeiro contato agora... O que eu quero dizer é que talvez, pela sua distração de ontem ter gerado o primeiro contato entre vocês mais rápido do que deveria ser... Talvez isso possa ter afetado alguma coisa.
Pensei o máximo que eu pude, absorvendo todas as palavras do Tom e colocando-as em ordem na minha cabeça. Por um momento pareceu fazer sentido, só que...
- Isso não é possível Tom, ela é humana ainda, ela acabou de completar 19 anos, ainda falta praticamente 365 dias pra... Ah, você sabe – era meio estranho falar pra mim distinguindo as pessoas que são humanas em raças. Quando eu estava no 2° ano, aprendi que a espécie humana não tem tantas diferenças a ponto de gerar novas raças. E eu... Eu era uma outra raça. Eu sei que esse papo era meio nerd, mas era estranho me sentir diferente assim. Eu gostava do meu outro jeito, o que não era prejudicial pra ninguém, e não essa... Esse “negócio” que eu sou agora.
- É... Você tem razão mas... Como? Bill, não tem a menor condição cara, não faz sentido, quando tudo aconteceu com você – ele fez uma pausa e olhou pra mim pra ver se eu não me importava que ele falasse daquela maneira. Torci a cara de leve, mas fiz um sinal de concordância pra que ele continuasse – Enfim, você demorou quase 1 mês pra poder demonstrar alguma coisa dentro da nossa casa de novo, como é que com a Rebecca você ri no meio da rua no segundo dia de contato com ela? Isso é absurdo!
- Não é só você que acha isso... – Fiquei encarando meu irmão por alguns longos segundos de silencio. Tentávamos pensar em alguma resposta lógica, mas aquilo não fazia sentido. Será que “aquilo” que estava em mim estava perdendo força? Impossível... Mas então, será que o gene da Becca já estava se alterando? Mais ilógico ainda... O que tinha acontecido afinal?

___________________


Eu tinha acabado de fechar a porta de casa e eu já sabia que a Audrey ia ficar louca. Ela até que demorou muito pra isso, 10 segundos, pensei que ela iria começar a berrar aos 3 segundos que se passassem depois que eu fechasse a porta da frente.
Eu estava na cozinha, rindo, revirando os armários procurando minhas forminhas de cupcake, e foi aí que eu ouvi a Dri respirar fundo, parada no rumo da porta da cozinha. Ia começar:
- ESSA FOI A ATITUDE MAIS ESTÚPIDA QUE VOCÊ JÁ TEVE REBECCA DINKSON!
Eu dei uma risada super escandalosa, não me contive e até sentei no chão pra rir mais um pouco. A Audrey até que tentou preservar uma expressão séria como se fosse minha mãe, mas ela acabou rindo junto.
- Eu tô falando sério Becca, nossos bolinhos poderiam ficar pra qualquer outro dia, nossa tarde de DVD’s poderia ser atrasada ao menos mais um pouquinho e...
- Audrey Phrisman, você já tem namorado, o Dean, lembra dele? Por que você está desse jeito com o tal do Bill? Primeira vez que você vê o menino cara, que coisa...
- Becca, ontem quando você me contou do acidente eu até fiquei preocupadinha sabe? Mas poxa, o que eu não daria pra estar no seu lugar ontem e ter meu carro todinho arrebentado por... É... Qual é o nome dele mesmo?
- Bill Kaulitz. – Eu disse sem emoção na voz, preparada pra asneira que ela iria falar.
- Então, o que eu não daria pra ter meu carro todinho amassado por aquela fofura de Bill Kaulitz? Eu deixava o carro era por lá mesmo, pegava uma caroninha no carrinho dele, papo vai, papo vem e...
- AUDREY, CALA A BOCA, QUE HORROR, VOCÊ NÃO PRESTA! – e dizendo isso, atirei um paninho que eu vi pela frente, era a coisa mais próxima que eu poderia acertar nela, que horror, ela não tinha noção.
- Falando sério Becca – agora ela estava se partindo de rir, mas voltou a se recompor pra dizer isso – Fiquei pasma. – ela puxou uma das cadeiras da mesa da cozinha e fez cara de paisagem. Logo depois começou a rir e só faltou começar a babar.
- É, deu pra perceber mesmo, só que....
- ELE-ERA-LINDO! Perfeito, magnífico, nossa, Becca, vai falar que você não achou? – faltou pouco ela pegar uma faca pra me cortar em mil se eu por acaso dissesse que o Bill era feio.
- Ele é pegável, somente isso.
Eu vi que ela iria responder, mas preferiu deixar assim. Já tínhamos conversado sobre aquilo várias vezes, e sempre ficávamos horas e horas discutindo sobre esse assunto e nunca chegávamos a lugar algum. Ela era inconformada com meu jeito de ser e de não me sentir atraída por ninguém. Simples: talvez esse alguém não exista, e isso pode ser bom porque assim exerço meus planos de vida totalmente livre, sem ter de dar satisfação a ninguém. Eu não acreditava nesse lance de amor. 
Logo me deixei levar por outras coisas e pensamentos: Aquela era uma espécie de dia sagrado pra mim e pra Audrey. Íamos uma pra casa da outra, conversávamos sobre tudo que tínhamos direito, fazíamos brigadeiro, bolinho e o escambal, além de passar a tarde vendo alguns filmes. 
Eu estava separando as forminhas de cupcake e conversando entusiasmadamente com a Dri quando senti uma irritação no meu braço direito, um pouco abaixo do cotovelo, e aquele lugar foi ficando vermelho e começou a queimar. A dor era suportável, mas era chata. Por um momento não me importei, mas logo comecei a fazer algumas caretas.
- Becca, o que foi?
- Meu braço... – caminhei até onde a Dri estava sentada e mostrei pra ela a área irritada.
- Mas você não tá mexendo com faca e nem ligou o fogão ainda pra ter se queimado, de onde saiu essa coisa?
- E você pergunta pra mim?


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