Bokura no Love Style escrita por Shiroyuki


Capítulo 20
Capítulo 20 - Suki...?


Notas iniciais do capítulo

Waaaaa! Mais um capítulooo!!! Espero que gostem, esse capítulo está especialmente doki doki, mais no final~

Aproveiteeeeeem! :3



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—... eu já fiz o que queria!

Tudo aconteceu bem rápido. Num instante, Kaoru me largava, e então, Hikaru cambaleava para trás, de encontro a parede. Um filete de sangue escorreu pelo canto de sua boca, enquanto ele sorria de um jeito cruel.

— Essa é a primeira vez que você bate em alguém, querido príncipe? – Hikaru disse sorrindo enquanto limpava o sangue da boca.

— Não, espera, Kaoru-kun!  - eu segurei o braço de Kaoru, antes que ele avançasse novamente. Isso está errado! Eles não deviam brigar dessa forma! – isso é um mal-entendido, Kaoru-kun, ele não fez nada comigo! – expliquei suplicante, esperando que ele me entendesse – ele só está querendo te deixar bravo! Na verdade, ele cuidou de mim enquanto eu estava bêbada – argumentei, querendo que Kaoru-kun compreendesse realmente as minhas palavras – Ele até fez café da manhã pra mim. Com bolo, frutas e panquecas!

— Panquecas? – Kaoru repetiu incrédulo.

— I-idiota! Não diga esse tipo de coisa! – Hikaru se aproximou e começou a gritar comigo novamente, daquele jeito irritante e mandão.

— Mas é verdade! – Rebati, corando de irritação, com as sobrancelhas arqueadas para baixo – Hikaru não devia ter mentido!

— Aaaaaah! Você é muito barulhenta! – ele gritou, parecendo perturbado, com o rosto enrubescido – Cai fora! – ele apontou para a porta, escondendo parte do rosto corado com as mãos, olhando para o lado – Garota irritante – sibilou entre dentes.

— Vamos embora, Hanako! – Kaoru segurou minha mão com força, me puxando para fora do apartamento. Foi tão rápido que nem pude me despedir, ou agradecer pela comida. E, droga! Minhas roupas ficaram lá! E eu devo pareçer uma crossdresser mendiga vestindo isso!

Kaoru seguiu andando rapidamente, eu tinha que correr para alcançá-lo, e desde aquela hora ele não olhou para mim, nem falou nada. Eu era rebocada pelas ruas, sem saber ao certo aonde ia, e sem coragem para perguntar. Algumas pessoas ficavam olhando e apontando, me pergunto o que elas pensam que está acontecendo, não que a essa altura a opinião delas importe. Kaoru continuava olhando para frente, respirava pesadamente com o semblante fechado. Eu nunca o vi desse jeito, ele está tão bravo. O que eu devo fazer? E pensar que ele passou a noite toda me procurando, enquanto eu tomava alegremente o café-da-manhã.

— A minha casa fica para o outro lado – sussurrei, mais para mim mesma, ao notar para onde ele estava andando. Provavelmente era para lugar nenhum, mas ainda assim, minha casa não ficava nessa direção.

— Ah, é claro – ele murmurou sem emoção. É melhor você pegar um táxi – disse, já acenando para dos muitos carros que passavam por aquela rua – Aqui está – ele me entregou algumas notas, e saiu, sem dizer mais nada.

-

Minha mãe havia passado a noite trabalhando novamente, e só por causa disso, não fiquei de castigo pro resto da minha vida. Izumi-chan teve o cuidado de dizer a ela que eu já havia chegado em casa e que estava dormindo, quando ela ligou, então eu dei a ela o Sr.Porco como recompensa. Ela mereceu. Apesar disso, não consegui agradecer como devia, nem mesmo ficar alegre com o fato de ter me livrado por pouco – se ela tivesse chegado na hora, eu já não estava viva – e apenas tomei um banho rápido e fui para cama, mesmo sendo ainda de manhã.

Algumas imagens passavam como slides na minha mente, mas tudo o que eu queria agora era esvaziá-la completamente. Está tudo uma bagunça! Hikaru-kun sendo gentil daquela forma... isso me surpreendeu! Bem, ele mentiu... mas ele faz tanto isso que acho que já um tipo de traço de personalidade (negativo) e aquela ideia era tão ridícula que nem sei como Kaoru-kun acreditou. Obviamente Hikaru nunca seria capaz de... de...dem... de...   Ou ele seria? Ele roubou um b-beijo meu naquele dia, não foi... Kyaaaaaaa! Não! Eu não quero pensar nisso! E também... Kaoru-kun... ele tava tão estranho... eu fiz algo que não devia? Aaah! Claro que fiz! Sumir daquela forma! Deixá-lo preocupado! Eu sou uma estúpida! Baka! Bakaaaa!!!

O que eu faço agora?

-

Eu anotava rapidamente as palavras do quadro-negro no caderno, sem nem mesmo saber do que se tratava. A classe ao meu lado estava vazia, Hikaru faltou, ou melhor, fugiu da sala, como sempre. Hoje, Kaoru-kun não me cumprimentou com o “Ohayo” de sempre. Ele está estranho comigo, aliás, não só comigo, ele está diferente com todos. Ele não respondeu às perguntas da professora, não ajudou ninguém a terminar a lição, e ainda pediu para Tamaki calar a boca na entrada. E é tudo culpa minha! Ai-chii até mesmo me perguntou se havia acontecido algo de errado na festa, mas eu não tive coragem de responder.

— Com licença! – o ruivo entrava na sala sem nem mesmo esperar pelo consentimento do Ikeyamada-sensei, que estava incrivelmente não-sarcástico ou debochado hoje.

Hikaru trazia a mochila displicentemente nas costas, e nas mãos, um embrulho mal-feito. O uniforme todo amarrotadocom os botões da camisa meio abertos, os tênis desamarrados e os cabelos ainda mais desalinhados que o normal, demonstravam que ele tinha acabado de acordar. Kaoru-kun trincou os dentes ao vê-lo, mas manteve-se impassível quando Hikaru olhou-o. Ele andou na direção da minha classe, sem encarar nada especificadamente, com o semblante calmo de quem se controla ao máximo por dentro.

Jogou o embrulho rudemente na minha frente. Eu o olhei sem entender.

— Você esqueceu suas roupas ontem lá em casa, Coelhinha – ele sorriu de canto, parecendo satisfeito. Meu rosto entrou em combustão instantaneamente. Naquele mesmo momento, um burburinho começou a se formar na sala, todos falando ao mesmo tempo. Primeiro eram cochichos, mas logo eu já podia ouvir o que diziam.

— Esqueceu as roupas? Será que...

— Você ouviu o que ele disse? Eles passaram a noite juntos. Passaram a noite!

— Aaaaah! Eles devem ter feito coisas pervertidas!!!!!

— Quem diria! Sempre achei que a Wakamiya fosse toda certinha e boba!

— Haha! Será que ela me dá uma chance também?

Alguém sabe onde se compra uma peruca e óculos escuros por aqui? Quem sabe um daqueles saquinhos de papel pardo, com furo nos olhos...

Aaaaaaaaaaaaah! Eu quero sumir!!!

Enquanto eu definhava lentamente na minha classe, pude ver Hikaru sorrindo ao meu lado. Maldito! O que ele pensa que está fazendo?

-

Depois de um breve discurso de Ikeyamada-sensei sobre a vida particular, e o fato de ninguém daquela sala ter algo a ver com o que Wakamiya-san e Hitachiin-san faziam entre quatro paredes – se pudesse, eu quebrava toda a mobília da sala na cabeça daquele maldito sensei – ele liberou todos para o almoço.

Eu desci como sempre para o refeitório, junto com Ai-chii, para procurar por Haruhi (e Tamaki). Encontramos os dois na mesa do centro. Tamaki chorava copiosamente, lembrando uma criancinha que deixou cair no chão o seu sorvete, e Haruhi o consolava, passando a mão no seu cabelo, como se faz com um cachorrinho.

— Ele... ele... m-me mandou... c-calar a boca... Hunf... eu.. e-eu ... – suas palavras eram apenas gemidos indistintos, enquanto ele chorava ainda mais no ombro de Haruhi, que me olhava como que pedindo ajuda. O que eu poderia fazer?

Aiko sentou-se no seu lugar habitual, e enquanto desembrulhava seu almoço, fitava com uma mistura estranha de pena e nojo, a figura derretendo a sua frente.

— Haruhi-chan, você precisa dar um jeito na figura patética e frágil que é seu namorado – Ai-chii disse, com a voz sem emoção alguma – O que será dele quando você finalmente se cansar e chutá-lo?

Haruhi riu levemente, enquanto Tamaki levantava-se e restabelecia a pose.

— Isso nunca acontecerá, Aiko-sama – Sama? Ele andou apanhando da Ai-chii? – eu sou a mais bela das criaturas, Haruhi nunca se cansará de admirar minha beleza! Hohohoh!

Se aquela era uma tentativa da Aiko de fazer Tamaki se recuperar (e provavelmente não era...) funcionou perfeitamente. Ele logo voltou a discursar e sorrir como sempre, se esquecendo totalmente do motivo da depressão profunda que o acometia.

Mesmo distraída com a conversa, não pude deixar de perceber chama alaranjada que passou pela janela na direção dos jardins. Olhando mais de perto, percebi que era Kaoru-kun. O jeito calmo e elegante de andar e se portar, e a forma alinhada do uniforme eram inconfundíveis.

Sem pensar duas vezes, eu corri. Ignorei completamente qualquer pergunta que me fizessem. Passei direto pelas pessoas nos corredores, trombando em algumas às vezes, e logo cheguei à porta de saída. Desesperada, e me dirigi até os jardins laterais, até encontrar sua figura andando calmamente entre as rosas. Tinha algo que eu senti que precisava fazer.

— Espera! Kaoru-kun! – eu não pude me conter. Segurei seu braço com força, obrigando-o a parar, e virar-se para mim. Ele parecia preocupado por eu ter aparecido tão repentinamente - Me perdoe! – Aquelas malditas e teimosas lágrimas começaram a descer pelas minhas bochechas, que já estavam irremediavelmente vermelhas, mas eu já não me importo – Eu não sabia que Kaoru-kun estava me procurando por todo aquele tempo. Enquanto você estava preocupado, a idiota aqui comia bolo e pedia por mais panquecas... Me desculpa! – me curvei, sentindo meu coração martelar dolorosamente – Eu não te culpo por estar bravo! Mas, por favor... não me odeie... Prometo que não vou causar mais nenhum problema! – funguei, limpando o nariz na manga do casaco, e secando os olhos com as costas da outra mão. Eu sempre acabo parecendo uma criancinha, chorona e escandalosa, dessa forma.

— Não... – a voz sussurrada dele veio mais de perto do que eu pensava. Ele ainda me fitava com preocupação, mas dessa vez, parecia sentir-se culpado também. A raiva já não aparecia mais. Hesitante, ele me segurou pelos ombros, me forçando a fitá-lo diretamente nos olhos. E por instante, eu perdi o foco. Já nem lembrava mais onde estava ou o que estava fazendo. Só existia o dourado profundo e o som da sua voz – Me escuta, não é bem assim. Eu nunca te odiaria... – ele se explicava urgentemente – eu só estou com raiva de mim mesmo. E se Hikaru fizesse realmente algo com você? Isso... isso... me faria ser um cara inútil que nem consegue proteger a garota que ama.

Eu não podia acreditar no que ouvia. Eu ainda podia vê-lo me fitando intensamente, ainda que com o rosto enrubescido, e parecendo levemente desconfortável. Queria a todo custo saber se tudo aquilo não passava de um sonho. Meu coração tinha silenciado, quase parado completamente, para então voltar a bater descompassado e alto, quase gritando. Se eu sentia o aperto forte das mão dele no meu ombro, então não era sonho, não é?

— Eu nunca... – ele voltou a falar, ofegante e nervoso, com a voz trêmula – eu nunca vou deixar outro te tocar, Hanako-chan. Eu te amo.

Eu te amo.

Aquela voz ecoava por todos os cantos da minha mente, que agora estava vazia.

Eu te amo...


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Notas finais do capítulo

Nyan 'w' o que acharam? Ooh! Espero que tenham gostado! >///