Escolhas escrita por sophiehale


Capítulo 8
8 - Misunderstood


Notas iniciais do capítulo

o primeiro de 2011. espero que seja o primeiro de muitos ;)
booa leitura!



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Capítulo 8

Did the best I could

Damn! Misunderstood

Intentions good!

Misunderstood – Bon Jovi

Passavam das nove horas da noite quando meu celular tocou mais uma vez naquele dia, mas, dessa vez, eu tinha certeza que não era Royce, Jasper e nem Alice. O primeiro deveria estar com a namorada curtindo o resto do dia de folga, enquanto os outros dois deveriam estar em casa pensando no que fazer da vida, literalmente.

Peguei o aparelho irritante para ver de quem se tratava, mas o número era desconhecido. Quem ligaria a essa hora da noite?

-Alô? – atendi em dúvida. Em minha mente, comecei a imaginar todas as piores coisas possíveis.

-Rosalie Hale? – uma voz feminina, mas desconhecida, perguntou.

-Ela mesma. – confirmei. – Quem é?

-Julie Jenkins. – sim, eu juro que quase caí para trás ao ouvir aquele nome.

-Julie Jenkins? – repeti feito uma retardada. Não, não, é o Papa. Por Deus Rosalie, só você para dar uma dessas.

-É...  Da empresa de advocacia de seus pais. Eu trabalho em um andar acima do seu... – ela explicou e eu não a interrompi. Melhor ela acreditar que eu não reconhecera seu nome, do que pensar que eu estava embasbacada porque eu sabia exatamente quem era por causa de seu filho que eu acabara de conhecer. Ufa.

-Ah sim, claro. Desculpe-me. – tentei parecer simpática, embora eu estivesse estranhamente curiosa para saber a razão daquela ligação. Era coincidência demais... No mesmo dia que eu descubro que Emmett, o doutor que tratou de Ella, é seu filho, Julie resolve me ligar. Ainda por cima a essa hora da noite.

-Eu que tenho que me desculpar por estar ligando tão tarde. – ela parecia verdadeiramente envergonhada quando disse isso, me deixando surpresa por ter ecoado meus pensamentos – É que eu não consegui falar com você durante a tarde... E acredito que também não conseguiu ir ao escritório hoje.

-É verdade. – concordei. E era mesmo verdade o que ela dizia. Ao checar meu celular em “ligações perdidas”, esse mesmo número havia me ligado três vezes há duas horas.

-Então... Pretendo não tomar muito de seu tempo. – ela riu docemente, fazendo-me rir também. – Por acaso está ocupada amanhã à noite?

Ocupada amanhã à noite?

-Hmmm, não me lembro de nada. – arrisquei. Queria ver no que aquilo ia dar. – Por quê?

-Não sei se está a par de minha situação, mas eu logo irei me aposentar... – ela começou. Na verdade, todos sabiam exatamente o que acontecia com Julie. Além de ela chamar a atenção por ser a mais velha de todo o grupo, que tinha idade entre 25 e 40 anos, Julie era a melhor advogada dali. – Desculpe por avisar tão em cima da hora, mas eu realmente gostaria que comparecesse em minha festa de despedida.

-Farei o possível para ir. – sorri. Seria um prazer, na verdade. Além do que seria uma provável oportunidade de ver Emmett McCarty mais uma vez.

-Fico agradecida. Sua presença é muito bem-vinda. – sua voz ainda era doce e simpática. Ela era realmente um amor de pessoa. – Passarei o endereço via e-mail, com todas as informações necessárias. Mais uma vez, muito obrigada.

-Obrigada a você. – respondi. – Até mais.

-Até. – ela se despediu. – Um beijo, querida.

E então ela desligou. Eu queria ir àquela festa, e faria o possível para que Jasper fosse também. Meus pais não apareceriam de qualquer forma, já que nem estavam na cidade. Na verdade, eles não estavam nem no estado – o senhor e a senhora Hale estavam agora em Michigan, em Detroit mais especificamente, cuidando de um caso milionário.

-Quem era mãe? – uma voz interrompeu meus pensamentos. Para minha surpresa até o último fio de cabelo, não era Ella que estava ali.

-Hmmm, nada de importante. – respondi para Travis – Só um compromisso que terei amanhã à noite.

-Tipo um encontro? – ele perguntou sem nem ao menos piscar. Parecia que ele estava ali exatamente para saber disso desde o começo.

-Claro que não, Trav. É só uma festa de despedida de uma das funcionárias da empresa onde eu trabalho. – eu esclareci. – Por quê?

-Nada. – ele já saía do meu quarto.

-Travis Jeffrey King. – eu disse com calma, mas foi o suficiente para fazê-lo se virar com uma expressão nada amigável. – Venha aqui.

Ele revirou os olhos.

-Por que você quer saber se eu tenho um encontro? – eu arqueei uma sobrancelha.

-Por nada. – ele repetiu, dando de ombros. – Posso ir para o meu quarto agora?

-Não. – eu sabia exatamente que ele estava escondendo alguma coisa. Eu era uma mãe ausente, sim, mas eu o conhecia o suficiente para saber que estava omitindo algumas coisas. – Você não sai daqui até explicar tudo.

-Ah, qual é? Eu quero jogar vídeo-game! – ele bateu os pés no chão.

-Tudo bem então, você pode sair – me fiz de vencida, fazendo com que ele me olhasse incrédulo, talvez por ter sido tão fácil de lidar. Meu filho era tão ingênuo.  –, mas fica sem vídeo-game por uma semana.

Eu sabia que era só ameaçar aqueles joguinhos que Travis falaria ou faria tudo o que eu quisesse. Ele bufou – ele também sabia disso muito bem.

-Por quê? – insisti. Ele me encarou carrancudo.

-Papai pediu para que eu perguntasse pra você. –ele despejou as palavras pra cima de mim. – Na verdade, ele queria saber se você tinha um namorado. E agora ele vai me matar quando souber que eu contei pra você que foi ele que quis saber. Muito obrigado.

Eu tive que rir quando ele cruzou os braços e fez um biquinho, semelhante à postura de sua irmã mais cedo.

-Por que seu pai quer saber disso? – eu perguntei quando parei de rir, alguns instantes mais tarde. Ele bufou novamente pela minha curiosidade.

-Ele disse que quando se trata dos filhos dele, ele precisa saber. – ele sentou-se em minha cama e começou a contar, dando de ombros logo em seguida. – E ele viu o modo como aquele médico olhava pra você hoje mais cedo. Ele pensa que vocês estão namorando.

-Eu e o Em... O doutor McCarty? – era melhor eu tratá-lo com a menor intimidade possível. Aquilo já se transformara em uma tremenda confusão, mas eu ainda não entendia aonde Royce pretendia chegar com toda aquela conversa pra cima do nosso filho.

-É. – Travis deu de ombros. – Estão ou não?

-Claro que não. – respondi. – Nós nos conhecemos hoje. –ele arqueou uma sobrancelha, desconfiado, me fazendo sustentar a minha resposta. - Eu juro.

-Hmmm... – ele desceu de minha cama, parecendo não muito satisfeito. Ainda. – Posso ir agora?

-Só um minuto. – eu pedi. – Travis, é a primeira vez que seu pai pede para você saber coisas de mim?

-Claro que não. – ele respondeu sem pensar e piscou os olhos com força, fazendo uma careta, como quem dizendo que tinha falado demais.

-Pode falar pra mim, Trav. Não vou dizer nada ao seu pai. – prometi.

-Ele quer saber dos seus horários, com quem você anda, quem são seus amigos... – esclareceu. –Eu não sei pra que ele precisa disso. Quando eu perguntei, ele respondeu me fazendo outra pergunta.

Eu o encarei com olhos questionadores. Ele suspirou e continuou.

-Ele perguntou se eu não queria ver nossa família reunida de novo. – seus olhos agora eram fixos no chão. – É o que eu mais quero, mamãe. Eu quero o papai em casa de novo. Eu quero o meu pai.

Ele nunca me chamava de mamãe.  Talvez ele não tivesse percebido, mas eu com certeza percebera. Saí de minha cama e abracei o meu garoto. Eu também queria um homem na casa, como a companhia masculina que Travis tanto precisava, mas com certeza eu nunca deixaria Royce voltar a por os pés aqui novamente depois do que ele fizera comigo.

O que me deixava intrigada era o que ele queria dizer com família reunida de novo. Talvez fosse melhor não saber. Meu ex-marido tinha fases como a Lua.


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Notas finais do capítulo

reviews? *-*