Escolhas escrita por sophiehale


Capítulo 36
35 - California king bed


Notas iniciais do capítulo

Oie! Como prometido estou aqui com mais um capítulo. Espero que vocês gostem :)



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Capítulo 35

California king bed

Lips that felt just like the inside of a rose

Lábios que pareciam o interior de uma rosa

So how come when I reach out my fingers

Então como pode, quando eu estico meus dedos

It feels like more than distance between us

Parecer que há mais que a distância entre nós?

California king bed - Rihanna

Já era mais de oito horas quando decidi ir para casa dormir um pouco. As poltronas daquele hospital eram plenamente desconfortáveis; Travis e Ella, no entanto, ficaram por lá. Não quiseram deixar o pai sozinho; e umas das enfermeiras, que simpatizou com eles, deixou-os ficar em um dos quartos privativos que estava sobrando para que pudessem se acomodar melhor.

Deixei meus filhos aos cuidados do hospital e, ao voltar para casa, finalmente, deitei e dormi já que Alice e Jasper não estavam mais lá. Tinha sido um dia longo, assim como todos os outros. Quando acordei, quase ao meio-dia, fiz um café para mim e voltei para o Mount Sinai para ver como tudo estava.

Dei almoço para as crianças na própria cafeteria do hospital e deixei-as com o pai durante o horário de visitas sem interferir em nada. Agora eu tinha quase o resto do dia todo para fazer o que eu quisesse... O que me deu uma ideia.

Abri meu celular para olhar as chamadas recentes. Eu não havia apagado aquele número, felizmente. Apertei o botão para que a chamada se iniciasse antes que eu perdesse a coragem de fazê-la.

-Alô? – a voz conhecida atendeu do outro lado da linha. Eu respirei fundo brevemente.

-Julie? É Rosalie Hale, como está? - perguntei educadamente.

-Olá. Estou bem, e você? – a mãe de Emmett respondeu. Eu murmurei um “eu também”. – Aconteceu alguma coisa?

-Não. – sorri de leve, completando minha frase com um ainda mental. Eu realmente tinha fé que algo estava por acontecer, e logo. – Só preciso de um favor seu, se não for incomodar muito.

-Absolutamente. – Julie era sempre tão solícita. Talvez fosse a sogra dos sonhos... – O que posso fazer por você?

-Bem, eu quero o endereço de Emmett. – respondi. Meu coração, então, passou a bater descompassado. – Preciso falar com ele. É uma urgência.

-Tem a ver com a sua filha? – Julie logo se preocupou do outro lado da linha. Era certo que Emmett já havia lhe contado que atendera Ella por causa de um atropelamento.

-Sim... – e não era uma mentira. Ella tinha tudo a ver com a situação, assim como Travis.

-Tudo bem. – Julie rapidamente passou o endereço de Emmett e até o repetiu para ver se eu o anotara de forma correta. Eu a agradeci e desliguei. Só esperava não tê-la preocupado muito.

Procurar a casa de Emmett não fora tarefa fácil. Quer dizer, o endereço em si era de rápida localização (ele morava quatro quadras depois de Julie), o problema todo foi o caminho até ele. Eu não tinha muito controle das minhas mãos ao volante; eu tremia muito. Fazia tempo que eu não tomava uma atitude como a que eu estava prestes a tomar; na verdade, eu nunca tinha feito nada parecido antes.

Bem, eu queria contar a Emmett sobre Royce, e tinha tentado fazê-lo no hospital antes de levar as crianças para almoçar, mas ele já tinha ido para casa.

Aquela era a minha última tentativa daquele dia. Eu precisava que desse certo para que, pelo menos uma vez em todos os últimos dias, eu pudesse dormir com um sorriso no rosto. Aquilo era, de certo, o meu sonho de consumo para aquele momento.

Demorei cerca de dez minutos parada em frente à casa dele, pensando na melhor forma de dizer o que eu diria. Não queria que nada estragasse o meu momento, o nosso momento. Eu estava decidida a fazer tudo dar certo, e eu esperava que ele ainda estivesse disposto a fazer o mesmo... Afinal, a atitude dele de ir até a minha casa e depois me defender de Royce daquele jeito queria dizer alguma coisa, não queria?

Caminhei até a entrada de sua casa a passos curtos. Apertei a campainha com dificuldade, meu coração parecia querer pular de meu peito; mas eu tinha que ser forte. Eu tinha que conseguir ser forte.

Ele abriu a porta alguns minutos depois, coçando os olhos (certamente eu o havia acordado), sem perceber de fato que era eu que estava ali.

-Emmett? – eu chamei a sua atenção e ele finalmente me encarou surpreso. Eu sorria.

-Rose? Mas o que... – ele começou, mas eu não o dei tempo para terminar a pergunta. Peguei-o desprevenido e o enlacei em um beijo saudoso. Não fazia tanto tempo desde que nos beijáramos pela última vez, mas para mim parecia ter se passado uma longa eternidade.

Nossos lábios se encaixaram perfeitamente quando ele me correspondeu à altura, sem fazer perguntas. Suas mãos desceram do meu cabelo até a linha da minha coluna e continuavam a escorregar. Eu o empurrei para dentro, (o que as pessoas poderiam pensar?) e continuamos nos beijando com extrema vontade de ambas as partes.

Foi então que ele me empurrou para trás com delicadeza. Eu não fiquei desapontada; sabia que a hora das explicações chegaria algum momento.

-Eu não estou dizendo que não gostei disso, porque eu gostei, acredite. – ele lutou, tentando escolher as palavras certas para que eu não o entendesse de maneira errada. O que ele não sabia era que eu não me importava com o que ele perguntasse naquele momento.

Emmett sorria assim como eu, mas de um modo mais inseguro.

Bem, ele pelo menos não estava mais com sono.

-Mas, Rosalie... – ele levou uma das mãos ao cabelo e deixou-o adoravelmente despenteado; apesar de eu não conhecê-lo plenamente sabia que aquilo significava certa timidez. – O que aconteceu? Quero dizer, o que mudou?

-Tudo.  – respondi sem pensar. Eu apenas dizia o que me aparecia na mente. – Emmett, tudo mudou!

-Nada mudou. – ele deu um sorriso triste. – E Royce?

-Tenho uma ótima notícia. – eu não conseguia parar de sorrir. Expliquei detalhadamente tudo o que eu sabia sobre o caso do meu ex-marido e Emmett pareceu surpreso; mas não animado do modo que eu esperava que ficasse.

Não passava um dia que esse homem não me surpreendia.

-Você não está feliz? – eu perguntei após ele não dizer nada. Nada.

Emmett assentiu, ainda visivelmente inseguro.

-O que foi?

Ele mordeu o lábio inferior. Devia estar pensando se falava o que havia de errado ou não. Eu bufei.

-Emmett, eu vim aqui para dar um jeito nas coisas. – eu o expliquei, chegando perto e lhe dando um selinho na esperança de que a guarda dele baixasse. Começou a funcionar. – Só preciso que você queira o mesmo...

-Eu quero. Sempre quis, desde o começo. – ele sorriu, mas suas covinhas não apareceram. Ele estava triste; estava me escondendo alguma coisa.

-E o que mudou agora?

-Eu não posso viver em uma mentira, Rose. – ele respondeu de imediato e depois fez uma pausa longa demais. Ele estava mentindo?

-Que mentira? – ecoei meus pensamentos.

-Não exatamente uma mentira, uma omissão. – ele olhou no fundo dos meus olhos. –Se você realmente quer que isso dê certo, vai ter que saber de tudo.

-Eu vou... – entender. Completei mentalmente, já que ele me interrompeu.

-Não prometa coisas que você não sabe se pode cumprir. – ele despejou em cima de mim. – Rose... Você é linda, a mulher que todo homem quer ter... Eu sei que isso é meio clichê, mas não sei se eu mereço você.

-Por que não mereceria Emm? – eu sorri para ele, levando uma de minhas mãos ao seu cabelo, despenteando-o um pouco mais. – Você também é lindo, tem um futuro promissor bem ali a frente com a sua profissão, as mulheres com certeza caem aos seus pés... Eu não sou nada se comparada a você.

Ele segurou a minha mão forte.

-Não diga isso. – seu sorriso ainda era triste. – E não se iluda comigo. As aparências enganam.

Tudo bem, agora ele estava me assustando. O que ele tanto poderia estar escondendo de mim?

-Minha vida não é um mar de rosas como você pensa. – ele continuou. – Eu também tenho problemas... Muitos problemas.

-Problemas? – ecoei, sem entender. Emmett assentiu.

-Sabe aquela história de “o meu passado me condena”? – foi a minha vez de assentir. – O meu passado me condena, Rose. Não só condena como me assombra. Eu gosto de você, só não sei se vai aguentar.

Agora eu o encarava quase de boca aberta; um vinco se formara em minha testa.

O que estava acontecendo, meu Deus?


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Notas finais do capítulo

Olha, não traduzi o título do capítulo porque na verdade não tem uma tradução exata. California king bed faz mênção a uma cama king size na Califórnia, então ficaria em inglês de qualquer jeito...Bom, mas o título não fala nada do capítulo, apenas a musica mesmo.. Dessa vez :)Espero reviews, por favor! Beijãoo