Vampire Kiss escrita por Sakurahime


Capítulo 8
Capítulo 8 - Memórias de meio século atrás


Notas iniciais do capítulo

Bom, depois de muuuuuuuito tempo, resolvi voltar à fic. Espero que me desculpem por meu desaparecimento, mas a escola me desanimou para escrever. Peço que sejam piedosos e voltem acompanhar minha história, pois ela é nada sem vocês. Hoje dei uma introdução sobre o que está por vir. Por isso, hoje falarei do passado de Sophia, meus vampiros e sua mãe. Espero que gostem.Obs.: a história passa-se durante a segunda guerra, que não foi há meio século atrás, mas por questão de estética, deixei o título assim mesmo.Obs.2: que fique claro que sou contra qualquer tipo de preconceito e não concordo com os ideiais nazistas. Por isso coloquei termos como "ariano" entre aspas.



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19 de dezembro de 1941.

Sophia narrando.

 Fazia frio naquele dia e mamãe saíra para caçar ao crepúsculo. A vida em Roma não era nem de longe tão luxuosa quanto parece ser nos dias atuais. Estavamos em plena II Guerra Mundial, com a Itália apoiando a Hitler. Nós, vampiros, não ligávamos exatamente para o motivo da guerra, achávamos os humanos mesquinhos e idiotas, afinal, não eram nenhuma "espécie perfeita", "ariana", ou como quer que chamassem. Todos não passavam de meros humanos, nenhum melhor do que o outro. Porém, esta briga de pessoas afetava ao mundo sobrenatural, em especial ao dos vampiros. Alguns poucos humanos ainda sabiam do segredo dos senhores da noite. Há muito tempo atrás, o que ficou conhecido como Idade Média, os vampiros não viviam em segredo. Então os humanos foram adquirindo conhecimento e assim surgiram os caçadores de vampiros que, juntamente com os caçadores de bruxas e a Igreja, dizimaram monstros das trevas durante o dia e protegiam suas casas à noite. Mas, na velha Europa, mesmo tanto tempo depois, algumas famílias descendentes destes caçadores de membros da Igreja ainda sabiam do nosso segredo. O que foi decisivo durante o massacre humano liderado por Hitler. Os humanos queriam a eternidade e invencibilidade para sobreviver. Então passou-se a, além de caçar judeus, negros e outros povos não "arianos", os vampiros. Conhecendo táticas para capturar-nos, levavam-nos à laboratórios onde sucumbía-nos à diversas esperiências. Queriam nosso sangue regenerador e dono da imortalidade mas sem sofrerem nossa maldição. Por esse motivo, vivíamos em uma pequena e sobria cabana aos arredores de uma floresta próxima à cidade. Tínhamos que sermos cautelosos na caça para que nenhum humano percebesse nossa presença. Nesse dia, já era tarde da noite e mamãe não chegara. Andei até o fundo corredor de nossa cabana e bati à porta do último aposento.

- Papai, já é tarde. Mamãe ainda não regressou. - "Entre.", escutei uma voz profunda ressoar de dentro do quarto.

Aquela fora uma das únicas vezes que vira meu pai pessoalmente. Ele era um vampiro bem velho. Sério, rigoroso, macabro. Fazia parte da terceira geração de vampiros. Tinha aparência de uns 40, quem sabe 50 e, eu sabia, que graças ao sangue vampírico em suas veias, ele não envelheceria mais do que isso. Sim, vampiros envelhecem na aparência até certo ponto. Quando nascem, crescem até a "adolescência" num período muito rápido (afinal, é uma questão de sobrevivência de nossa espécie, bebês e crianças são fracos, mal conseguem caçar, por isso, desenvolvem-se rápido), depois, o crescimento é desacelerado em questão de séculos, até milênios, para que a criatura atinja sua maturidade (fisicamente aparente de 40, 50 anos) com bastante desenvolvimento de poderes e habilidades. Após isso, como somos seres "amaldiçoados", meio-vivos, o corpo pára. O que o move é a presença de sague, o qual não produzimos, por isso, trata-se de nosso principal alimento. Todo esse desenvolvimento só ocorre com vampiros legítimos, aqueles nascidos de outros vampiros (sim, isso acontece porém é extremamente difícil pois a mãe tem que ter muito sangue a mais em seu corpo, o que, na maioria das vezes, é insuficiente, impossibilitando a gravidez). Já para os vampiros transformados (algo que ocorre com um humano contaminando seu corpo com nosso sangue já transformado pelo nosso organismo após sugá-lo de alguma pessoa), o desenvolvimento é incompleto, então sua aparência e poderes jamais se alteram de maneira muito perceptível.

- Estou preocupada com mamãe. - disse.

- É estranho pensar que ela se atrasou. Talvez devessemos procurá-la na cidade.

- Mas pai! Há caçadores lá. Um exércio de nazistas, com armas benzidas e preparadas para pegar-nos.

Meu pai urrou feito uma fera.

- Acácia pode estar em perigo. - Acácia, nome de origem grega cujo significado é "imortalidade e ressureição" era minha mãe. - Não há um único exército capaz de vencer um vampiro experiente.

Segui meu pai, um homem alto de cabelos loiros-acinzentados, barba espessa e olhos tão azuis como os meus para fora da cabana. Começamos a andar com cautela. Foi então que escutamos passadas em marcha saindo das árvores. Quando nos demos conta, estávamos cercados pelo exército nazista. No meio do batalhão, estava um padre, que falava com intensidade uma reza que me fez sentir abatida. E, ao lado do padre, estava um jovem muito bonito com um anel cujo brasão era símbolo dos Caçadores. E, sobre seus musculosos braços morenos, estava uma bela mulher, de cabelos tão negros como os meus, que ondulavam lindamente até seus joelhos sobre um vestido cor de vinho profundo. Tinha o rosto com os traços iguais aos meus, porém um rosto mais comprido. E os olhos eram de um delicioso castanho-chocolate. Sua boca vermelha estava ensanguentada e, sobre seu peito, estava uma estaca de madeira que fora mergulhada em água benta.

 - MÃE! -berrei, sentindo minha postura mudar, meus caninos saltarem e os olhos pegarem fogo.

- ALÍ ESTÃO ELES, O ESCONDEIRIJO DEVE SER AQUI PERTO. ATIREM! - gritou o general.

Porém meu pai fora mais rápido. Desviando de cada bala de prata com uma agilidade inacompanhável, arrancou cabeça por cabeça dos soldados, tirou o coração do padre do peito deste e avançara no caçador.

- PARE! - exclamou Acácia.

Olhei chocada para minha mãe. Escorriam lágrimas pelo seu rosto. Ela abraçava protetoramente o rapaz.

- ESTÁ LOUCA? ELE É UM CAÇADOR! - retrucou meu pai.

- Eu sei. - a mulher dissera baixinho.

Caminhou até minha direção, acariciou meu rosto levemente com sua mão delicada, então trêmula e gélida e voltou ao lado do caçador.

- Isso era uma emboscada que preparei para vocês. - disse, entre lágrimas - Queria poupá-los desse mundo e sumir para vocês. Desculpe-me por tentar ferí-la, minha querida filha. Mas meu coração pertence a este homem. É com ele que quero passar minha eternidade. Não com vocês. - e falou olhando com seus olhos inchados para meu pai, que não possuia expressão alguma.

Ao terminar suas palavras, o caçador enfiou a estaca de madeira no peito de minha mãe, que caiu, morta.

 -NÃO! - berrei, avançando no homem. Porém, senti a mão do meu pai parar-me.

- Ela não nos queria. - disse, numa voz amarga. - Foi o merecido.

O caçador deu um salto e correu com velocidade desumana, carregando o corpo de minha mãe e saindo de nosso alcance.

- Ela deu sangue vampírico a ele. Não o suficiente pra se transformar. Mas o suficiente para matar-nos e fugir.

Eu soluçava. Lágrimas escorriam por meu rosto. Não podia ser verdade. Minha própria mãe quisera se livrar de mim e morrera na minha frente.

- Vamos fugir, minha filha. Roma não é mais segura. A Itália não é mais segura. Nenhum lugar desta amaldiçoada Europa é. Descobriram nosso escondeirijo. Vamos para as Américas.

E aquela fora a noite mais longa e dolorosa de toda minha eternidade. Nunca achei que mudar seria tão difícil.


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Notas finais do capítulo

Está aí. Ficou corrido e sem contexto. Enfim. Comentem, por favor. Críticas construtivas são sempre bem-vindas. Beijos.



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