Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 36
Crime




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Por fim, conseguimos achar um livro que falasse do armário, bem vagamente, mas já ajudava. Decoramos o trecho e saimos da Ala Restrita antes do nosso tempo acabar. Minha mente estava a mil com a recente descoberta da minha relação com aquelas pessoas.

Por que Rabastan tinha me acolhido? Belatriz e Rodolfo sabiam que eu era uma Riddle?

Eu tinha mil perguntas e era frustante não saber de nada. Draco já estava cansado de me dizer tudo o que sabia sobre eles, mas aquelas informações não valiam de nada pra mim e ele também não entendia como eu estava viva se os Lestrange sabiam que eu era uma Riddle.

Bom, pelo jeito só Rabastan sabia que eu era uma Riddle e ele parecia ser um espião, então não pude dizer nada.

Depois de dias apenas pensando nisso, só conseguia chegar em perguntas sem respostas, então desisti. Quando os Comensais viessem pra Hogwarts, eu conseguiria as minhas respostas.

Eu e Draco já tínhamos feito bastante progresso em deixar o armário com cara de acabado, mas agora o feitiço de teletransporte estava fraco novamente, era impossível aquilo ficar perfeito e estava nos deixando mais irritados do que costume. Brigávamos à toa e eu percebia Draco ficando mais ansioso cada dia que passava.

O auge foi quando Kate Bell voltou. Ela tinha estado no hospital St. Mungus desde daquele... bem... incidente. Eu fiquei aliviada com a sua volta, claro, mas Draco estava surtando, achando que ela iria lembrar-se de alguma coisa.

Eu tentava reconfortá-lo, dizendo que era impossível alguém lembrar do que tinha acontecido sob o efeito da maldição Imperio, mas ele não queria me ouvir, estava completamente surtado.

- Eu não acredito que a Bell voltou! – Cece disse, frustrada, me acordando de meus devaneios. Estávamos no Salão Comunal, fazendo as enormes lições de Feitiços.

- Nossa, Ce, que ótima coisa de se dizer. – Jesse falou e ela o empurrou com o ombro.

- Você entendeu! Ela é uma boa jogadora, agora a Sonserina vai voltar a perder com certeza...

Suspirei, sempre esquecia que Cece era tão atuante no time de quadribol e que ela realmente se importava com isso, enquanto eu e Su não dávamos a mínima.

- Você vai arranjar um jeito. – disse Suzanna, tentando confortá-la.

- É, qualquer coisa você manda ela para o hospital de novo. – Jesse brincou, mas Cece estava séria, como se considerasse a possibilidade, nos fazendo gargalhar.

- Apesar de estar amando como os instintos assassinos de Cece estão aparecendo, eu preciso ir. – falei, porque tinha que encontrar Draco.

Por sorte, as meninas achavam que eu estava me encontrando secretamente com Peter e eu não me preocupava em desmintir, afinal, era melhor assim e Peter realmente era meu amigo. Tínhamos nos beijado uma vez e ele tinha dito que gostava de mim, mas... apenas amigos.

- Oi. – cumprimentei Draco, ao me sentar ao seu lado no chão da Sala Precisa. Me aproximei para beijá-lo, mas ele se afastou. Ótimo, o que eu tinha feito agora? Minha paciência estava quase no limite com os surtos dele, mas eu aguentava porque sabia de toda a pressão.

- Você beijou aquele tal de Peter? – ele perguntou de repente, já de pé.

Fitei-o incrédula. Como ele tinha descoberto? Será que estava me espionando como eu fazia com ele muitas vezes? Ou tinha mandado Goyle ou Crabbe me seguir?

- Como... ? – comecei, ainda calma.

- É uma pergunta simples! – Draco berrou, claramente descontrolado, e eu me sobressai. Eu estava muito procupada para achar seu ciúmes fofo.

- Foi para...

- E você ainda me vem com aquele papo de eu ter outra pessoa! – ele estava descabelado e totalmente surtado, eu nunca tinha o visto assim. Sabia que aquilo não era só por Peter, ele estava descarregando em mim toda a frustração que teve o ano todo.

- Draco, calma. – pedi, levantando-me e me aproximando, mas ele se afastou e pegou sua varinha. Ergui as mãos, assustada.

- Eu podia.... Eu podia... – começou, furioso. Sua varinha tremendo em sua mão, que estava diretamente apontada para mim.

- Vai me matar? – perguntei, tentando manter a calma e paciência que a situação necessitava. Ele não respondeu, mas eu conseguia ver a fúria em seus olhos. – Desculpa, ok? Eu não o beijei, ele me beijou...

- Que diferença faz?! – gritou e passou por mim, esbarrando em meu ombro com força. Fingi ignorar e me sentei no chão, segurando minhas lágrimas. Aquilo era culpa minha, era a minha responsabilidade ajudá-lo a superar tudo aquilo e eu estava falhando monstruosamente.

Precisava ir consertar isso antes que ele fizesse alguma besteira. Então o segui discretamente até o banheiro dos meninos. Depois de alguns minutos, vi Harry Potter entrando e soube imediatamente que aquilo não poderia ser bom, mas então vi que Harry só ficou ouvindo, como eu, que fiz um feitiço do lado de fora.

- Me conte qual é o problema... posso ajudar você. – ouvi uma voz feminina e o sangue ferveu no meu corpo. Ótimo, agora ele iria se vingar beijando alguma qualquer que tinha encontrado no banheiro masculino, aquilo era simplesmente ótimo.

- Ninguém pode me ajudar... Não posso fazer isso... não posso... não vai dar certo... e se eu não fizer logo... ele diz que vai me matar...

Conhecia aquele tom de voz, ele estava chorando de novo. Engoli um seco, queria entrar e abraçá-lo e dizer que tudo estava bem, que estávamos juntos e que eu não deixaria Voldemort matá-lo. Mas se eu tinha aprendido alguma coisa, era que incentivar a raiva dele mostrando a minha cara não ia adiantar nada, então me manti imóvel, limpando minhas lágrimas incansávelmente.

Então, do nada, ouvi uns barulhos de coisas quebrando e pulei de susto. Será que Draco estava jogando coisas na parede? Ouvi mais alguns estrondos e pensei em entrar.

- Não! Não! Parem com isso! – ouvi o grito da menina. – Parem! Parem!

Ouvi outro estrondo e entendi. Potter. Corri desajeitadamente, tentando encontrar a primeira pessoa que aparecesse nos corredores, eles iam se matar. Draco naquele estado podia matar Potter. Desesperada, bati de frente com um corpo alto e olhei pra cima, vendo a face franzida de Snape.

Segurando minhas lágrimas de alívio, consegui dizer:

- Draco... Harry... banheiro.

Logo depois de eu dizer essas palavras, ouvi de longe, um grito:

- Crime! Crime! Crime no banheiro! Crime!

Felizmente, Snape não pensou duas vezes, saiu correndo e entrou no banheiro com rapidez. Eu não o segui, apenas deixei meus joelhos cederem e as lágrimas cairem, alguém tinha cometido um crime... Aquilo queria dizer que alguém tinha morrido?

Não conseguia acreditar e nem queria levantar para ver se era verdade, apenas fiquei soluçando no chão de um dos muitos corredores de Hogwarts. Ninguém passou por mim e nenhum quadro se deu ao trabalho de falar comigo, eu estava completamente sozinha.

Parte de mim quase desejou que Harry fosse o que tivera morrido, mas eu não me permiti pensar nisso, ninguém podia ter morrido, aquela menina devia estar exagerando, ela só podia estar exagerando.

Não soube dizer quanto tempo passou, até que Snape aparecesse na esquina do corredor. Engoli um seco e juntei todas as minhas forças para levantar e não surtar, mas já era tarde demais. Ele carregava um corpo... um corpo completamente coberto com manchas de sangue e inconsciente. Olhei automaticamente para a cabeça e a última coisa que eu vi foram os fios loiros de Draco antes de apagar completamente.


Acordei na cama da ala hospitalar, como muitas vezes antes. Levantei na hora olhando em volta e recebi um olhar de desaprovação de Madame Pomfrey, murmurei um “estou bem, foi só a cabeça de novo” e ela deu de ombros. Claramente Pomfrey já estava cansada de me ver ocupando suas camas com dores de cabeça.

- Onde está Draco Malfoy? – perguntei e vi o olhar da Madame Pomfrey ir de divertido para pesaroso. Engoli um seco, ele não podia ter morrido. Ele simplesmente não podia...

Ela apontou para uma cama e eu me aproximei.

- Não o acorde, Elizabeth. – ela me alertou e eu acenei roboticamente.

Cheguei perto o suficiente para ver vários curativos grandes espalhados por todo o seu corpo, mas não quis me aproximar mais porque já estava começando a ficar tonta de novo.

Senti lágrimas de alívio descendo no meu rosto novamente, pelo menos ele estava vivo. Quase cai no chão de novo, mas me segurei, estava tudo bem, ele sairia dali e tudo ficaria bem.

Simplesmente não acreditava que Harry Potter tinha feito aquilo... O que raios ele tinha na cabeça? Aquilo não podia estar certo, algo a mais tinha acontecido, eu tinha que descobrir a verdade, mas não queria deixar o lado de Draco até ele acordar.

Simplesmente não podia deixá-lo sozinho naquele lugar. Ele não tinha um Peter para alegrá-lo. Engoli um seco. Peter. Era tudo culpa nossa. Era óbvio que Draco ainda estava bravo comigo e não tinha me perdoado por ter beijado Peter, nem sabia se eu mesma tinha me perdoado... Ele estava fora de si quando começou a brigar com Potter e era culpa minha, aquilo tudo era culpa minha.

Bom, tinha o fato de Voldemort ameaçar matar ele, caso não assassinasse o diretor de Hogwarts, mas isso era apenas um detalhe.

Virei-me para Madame Pomfrey e perguntei se ele ficaria bem e o que tinha causado aquilo, mas ela apenas me respondeu:

- Não sei dizer, é algo que eu nunca vi antes.

Seu tom era de decepção, como se odiasse ter alguma coisa bruxa que ela não soubesse curar. Suspirei, desde quando Harry –eleito- Potter sabia feitiços proibidos?

Eu precisava investigar, precisava saber o que tinha acontecido de verdade...

- O que você está fazendo aqui? – ouvi por trás e me virei de susto.

Me deparei com ninguém menos que Pansy Parkinson, que trazia algumas flores e me olhava com um tom nojento de desdém. Levantei-me para ficarmos no mesmo nível e franzi a testa, o que ela estava fazendo ali? Seria ela a menina do banheiro? Não... eu reconheceria a voz nauseante de Parkinson em qualquer lugar.

Me lembrei de como tinha a enfrentado no começo do ano e me arrependido logo depois. Eu era tão fraca e só tinha passado alguns meses, como eu tinha mudado tanto? Eu não dava a mínima em ser má com Pansy agora, nem em ser seca e grossa com ela. Não entendia como eu cheguei a me importar um dia...

Deixando a minha raiva acumulada falar mais alto, eu soltei:

- Não sabia que você era cega. Acho que é bem claro o que eu estou fazendo.

Vi a face de Parkinson se contorcer e ficar vermelha de ódio.

- O que você falou pra mim, sua sangue-ruim? – perguntou, furiosa e eu me manti indiferente.

- Você ouviu. E não grita, estamos na ala hospitar, caso não tenha percebido essa fato óbvio também. – retruquei e ela cerrou o punho, querendo me matar. Não tinha nada que ela pudesse fazer, estávamos em público e sabia que eu era melhor em feitiços que ela.

- Olha como você fala comigo, sua...

- As duas! Fora! – Madame Pomfrey disse em tom moderado, nos pegando pelo braço e nos jogando para fora da sala.

Bufei, ótimo, agora não poderia entrar para ficar com Draco.


- Viu o que você fez? Sua suja, nojenta! – Pansy berrou pra mim e eu revirei os olhos.

 - Você só sabe me chamar disso? – perguntei, com desgosto. Eu queria muito falar que eu era uma Riddle, muito mesmo, mas sabia que aquilo só provocaria mais risadas do que triunfo, já que não tinha como ela acreditar.

Então, Parkinson fez uma coisa que eu não esperava que ela fizesse nem em um milhão de anos. Ela sacou sua varinha. Me sobressai, o que ela ia fazer? Começar um duelo no meio do corredor e arriscar ser expulsa?

Reagindo do modo óbvio, peguei a minha varinha também, não queria morrer tão cedo e ela estava com um olhar assassino.

- Miller! – alguém gritou pro trás, mas não baixei a guarda para ver quem era, afinal, era a oportunidade perfeita para que Pansy atirasse uma Maldição Imperdoável em mim. – Parkinson! Abaixem as varinhas!

Snape se colocou entre nós com uma face de irritação e Pansy abaixou a varinha com relutância. Depois que a vi guardando, abaixei a minha, me perguntando o que Snape estava fazendo ali.

Ele parecia estar em todos os lugares certos, nas horas certas. Estava realmente se esforçando para ajudar Draco. Talvez estivesse trabalhando para Dumbledore afinal, ou talvez estivesse fazendo os dois, nunca saberia dizer. Pelo menos eu já havia avisado o diretor sobre ele...

- Venha comigo, Miller. – ele disse me fitando e eu suspirei. Ótimo, Draco tinha quase morrido e eu tinha que cumprir algum tipo de detenção com Snape.

- Ela que começou! – protestei, incrédula.


- Só quero falar com você. – ele respondeu e eu franzi a testa. Por que que raios o professor queria falar comigo?

Então, entendi. Ele queria saber o que aconteceu. Ele queria por que eu sabia que Draco estava no banheiro com Potter. O mestre de entrar nas cabeças das pessoas queria saber o que eu tinha a ver com tudo aquilo... Em um instante, percebi... Ele iria descobrir tudo. 


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Notas finais do capítulo

Ooi gente linda, ta ai mais um cap da fic
Não postei semana passada porque meu pc foi pro conserto, mas tamo ai! Hahah enfim, esse cap é dedicado à PietraQuench que deixou uma recomendação tão linda pra fic *-*
Enfiiim, gostaram?? Tentei caprichar porque essa cena é bem importante no livro, né? Me falem o que acharam (:

Beijão :*



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