Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 22
Sombras




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Vou deixar uma coisa clara antes de contar o que aconteceu: eu nunca fui amiga de ninguém da Grifinória, não porque eu não quis, mas eu já era excluida na Sonserina, então as outras casas não eram tão acolhedoras.

Era óbvio que eu ouvia histórias, tipo, os Weasley eram bastante famosos. Nunca conheci propriamente nenhum deles, mas eu adorei como os gêmeos -que eu nunca soube o nome- saíram da escola no quinto ano.

Todo mundo odiava a Umbrigde, até hoje não sei porque Draco fazia parte da Brigada Inquisitorial… Mas isso não vem ao caso. Meu ponto é: certo, eu não era amiga de nenhum Weasley, mas eu nunca, nunca, nunca iria querer que um deles morresse por minha causa.

Vou explicar… Eu soube por Cece, que, cá entre nós, sabe tudo sobre todos.

- Você soube sobre Rony?! – ela perguntou subitamente.

Como sempre, apenas neguei com a cabeça e continuei a ler um dos livros chatos que o Flitwick nos mando ler, eu nunca me interessava pelas fofocas de Cece e eu nunca podia imaginar o que viria a seguir.

- Ele quase morreu!

Ergui as sombrancelhas e a fitei confusa.

- Como assim? Tem outro basilísco solto pela escola? Porque francamente, eu estou…

- Não! Liz! Olha, não conta pra ninguém que eu te disse. – ela sempre falava isso, mas era ela quem saia contando para todos. Enfim. – Mas o que eu soube foi que Rony e Harry estavam muito estranhos quando entraram no escritório do Slughorn, depois, Rony foi direto para o hospital! Ninguém sabe o que aconteceu lá dentro, mas é óbvio que falam que Harry foi quem o salvou… Eu não acredito muito bem nessa parte, por que é sempre Harry quem salva? Quer dizer, ele…

- Espera! O que?! – exclamei, atônita. – Eles entraram aonde?

- No escritório do Slughorn! Estranho, né? – Cece disse, animada. Ela obviamente estava se divertindo as custas do sofrimento do pobre Rony. Espera, O QUE?

- Como assim?!

A loira já estava impaciente e ralhou:

- Nossa, Liz, não é tão difícil de entender! Eles entraram no escritório de Slughorn e Rony saiu de lá hospitalizado. Não sei mais de nada.

Meus olhos se arregalaram imediatamente. Era só que faltava. Eu tinha matado um aluno. Certo, ok, eu tinha matado alguém. Eu. Tinha. Matado. Alguém.

Mas é claro que tinha. Obviamente. Foi o preço por eu ter beijado Draco. Foi tudo tão estranho para o universo que ele teve que me punir de algum jeito. Eu sabia, simplesmente sabia que era muito bom para ser verdade.

Em completo estado de choque, não ouvia mais nada do que Beatrice estava falando, ela tinha mudado para outra fofoca, como se a última não fosse impactante o suficiente.

Eu já sentia as lágrimas vindo e dessa vez não iria conseguir escondê-las por muito tempo. Simplesmente soltei uma desculpa qualquer e sai correndo pelos corredores, precisava falar com Draco. Precisava contar o que tínhamos feito.

Era verdade que ele não gostava nada dos Weasley, sua família era contra absolutamente tudo que os ruivos pregavam, mas eu tinha certeza que não ia querer matar nenhum deles também.

Correndo pelos corredores, eu não via por onde eu estava indo, mas eu ia encontrar Draco, eu sempre conseguia encontrá-lo. Então, de repente, bati em algo muito duro e cai para trás. Era o Barão. Eu não o via faz semanas, então a presença dele finalmente me assustou e eu dei um berro no meio dos meus soluços.

- Elizabeth! – ele exclamou, levantando suas correntes para não fazerem barulho enquanto vinha até mim.
 
– Barão, por que raios você ficou.. Sei lá… Sólido? Bem agora? – tentei falar, mas minhas lágrimas faziam minha voz soar como a de um gatinho tentando não miar.

- Você está bem? – ele perguntou, ignorando minha pergunta.

Era verdade que o fantasma era meu melhor amigo, mas naquele momento eu não conseguiria falar com ninguém que não fosse Draco, eu precisava dele.

– Não. Depois te explico. – grunhi. E ele desapareceu. Eu gostava desse nosso tipo de amizade, ele respeitava minhas vontades e entendia o que eu queria no momento. Talvez o fato dele ter alguns milênios de idade contribuisse para o fato dele ser tão compreensivo.

Continuei correndo sem rumo, até, finalmente, a porta da Sala Precisa se materializar e eu entrar subiamente. Rapidamente, encontrei os cabelos loiros de Draco sentados na frente do armário e eu não me importava se ele estava me evitando e se as coisas estavam estranhas entre a gente, eu simplesmente comecei a falar, enquanto chorava violentamente:

- Hidromel. Rony! Slughorn. Matamos… Harry. Hospital… - foi tudo que eu consegui soltar de uma vez enquanto soluçava. Eu estava em estado de choque, ok?

Draco não entendeu nada e só levantou, me fitando com uma face confusa e um tanto irritada por minha incapacidade de expressão.

Eu fechei os olhos e respirei fundo, então disse:

- Nós matamos o Rony Weasley.

Draco continuou me fitando confuso.

- O que? – ele perguntou, realmente sem nenhuma ideia do que estava acontecendo.

– Rony e Harry entraram na sala do Slughorn e ele saiu de lá hospitalizado então acho que foi por causa do hidromel que demos ao professor porque obviamente ele não deu para Dumbledore já que ele está vivo então isso quer dizer que Rony está morto e é tudo nossa culpa não acredito que Slughorn foi tão burro e não percebeu o odor do veneno e…

- Devagar! – Draco gritou e deu um suspiro de alívio, sentando-se novamente no chão.

Arregalei meus olhos marejados e perguntei, em um fio de voz:

- Você não entendeu o que eu disse? Rony está morto por nossa causa!

- Eu entendi, não sou burro. – ele disse simplesmente e eu abri a boca, ainda chorando.

- Draco! – berrei, inconformada. – Matamos uma pessoa inocente!

Ele revirou os olhos e me respondeu:

- Ele não está morto, tá legal? O idiota do Potter conseguiu salvá-lo. – suspirei aliviada. Certo, talvez tenha me precipitado, mas meu coração pesou mil vezes menos agora que eu não era uma assassina.  

- Agora pára de chorar, odeio te ver… Quer dizer, odeio ver mulheres chorando! – ele exclamou e sua correção me fez sorrir. Minhas lágrimas ainda desciam suavemente, mas logo o alívio tomou conta e eu pude sorrir em paz.

De qualquer jeito, tinha sido perigoso, e já não bastava Kate Bell... Estava grata por Draco não ter mais nenhuma ideia. Ele até estava parecendo um tanto aliviado pelo hidromel não ter dado certo, era óbvio que ele não estava realmente querendo matar Dumbledore, só não estava pronto para admitir isso ainda.

- Você estragou tudo novamente! – ele disse, porque claramente não conseguia dizer uma coisa gentil sem nada rude logo depois.

- Eu?! A ideia idiota foi sua e eu ainda disse que era uma péssima ideia! – respondi, mesmo sabendo que ele tinha dito aquilo apenas para não soar como uma boa pessoa.

- Cala a boca... – ele murmurou e voltou a olhar para a sua varinha.

Eu sentei ao seu lado e a tensão voltou a ficar presente entre nós. Era óbvio que eu ambos estávamos pensando no beijo e, se eu conseguisse me ver, com certeza veria minha face avermelhada.

- Elizabeth. – Draco disse de repente. – Você realmente acha todas aquelas coisas de Dumbledore?

Ergui as sombrancelhas, surpresa. O que era aquela pergunta tão de repente? Ele estava se referindo daquele vez que xinguei muito o Dumbledore só para ver se ele realmente queria matá-lo ou se estava sendo forçado?

Não sabia o que ele queria ouvir. Se eu dissesse que não, nunca quis matar Dumbledore, ele saberia que eu sabotei suas tentativas de propósito e talvez até pensasse que o próprio diretor sabia de tudo.

Então, resolvi me fazer de vítima. Eu era boa nisso.

- Você tem que entender... Eu... Ele alterou minhas memórias, ele mexeu com a minha mente, eu não posso simplesmente aceitar isso. Só tenho duas memórias dos meus pais verdadeiros e... – já sentia as lágrimas vindo, quando ele me interrompeu:

- Só perguntei se era verdade, não sua história de vida.

Eu sorri e acenei, mesmo sem entender porque ele finalmente queria a minha opinião. Será que aquilo faria alguma diferença? Será que o que eu disse era a diferença dele querer ou não matar Dumbledore? Não... Não tinha esse efeito todo nele, certo?

- Então você não estava mentindo quando disse que era parente do Lord das Trevas...

- Não! – exclamei. – Eu não mentiria sobre algo assim... Você não contou isso para ninguém, né?!

 - Eu disse que não ia contar! – Draco exclamou, irritado. – Só queria saber se era verdade, parece meio... Improvável.

- Eu também não acreditei na primeira vez que eu soube, mas então as memórias começaram a voltar e... Bom.

Ele acenou e me fitou. Percebi que seu olhar era diferente, como se finalmente me respeitasse e entendesse tudo o que eu tinha passado e o porque de eu estar fazendo aquilo. E acreditasse no meu último discurso -aquele que tinha feito a gente se beijar- e finalmente aceitado que eu estava tentando ajudar, que meus motivos não eram tão egoistas quanto eu fazia soar.

Draco, finalmente, tinha me entendido, lido a minha mente como muitas vezes eu fazia com a dele. Percebi que nossa conexão estava completa. Não era mais um amor platônico idiota que eu alimentava por seis anos.

Sem pensar, como sempre, apoiei minha cabeça em seu ombro e ele não me afastou. Ficamos um tempo em silêncio, apenas assim, quando ele murmurou:

- Preciso da sua ajuda.

Eu me levantei e o fitei com um sorriso irônico e ele me mandou calar a boca, mesmo eu não falando nada. Achei graça e fiquei com o meu sorriso esperando ele me pedir alguma coisa impossível.

- Você sabe bastante sobre esse armário, não sei como, mas sabe. – começou e eu acenei. Também não fazia ideia do porque, mas era verdade, talvez tivesse algo a ver com a minha infância no orfanato. A minha última memória tinha provado que tudo que Dumbledore tinha me dito era mentira, então eu não fazia mais a menor ideia de nada.

A história que eu consegui colocar em ordem cronológica foi: eu feliz com meus pais aos 5 anos, Dumbledore aparecendo para fazer alguma coisa comigo aos 8 e depois eu no orfanato sumindo no armário Semidouro. Certo.

Nada fazia sentido. Por que Dumbledore disse que me achou com 11 no orfanato? Por que ele disse que meu pai morreu quando eu nasci e que não sabia o que tinha feito com a minha mãe? Talvez ele não tivesse apagado as minhas memórias para me proteger de Voldemort, talvez ele não quisesse que eu descobrisse alguma coisa muito importante...

- Miller, está me ouvindo?! – Draco disse, de repente, me tirando dos meus pensamentos.

- Desculpa, o que foi que você ia me pedir?

Ele bufou e revirou os olhos, falando:

- Nós precisamos arranjar um jeito de fazer esse armário voltar a parecer quebrado.

Pisquei depressa e franzi o cenho. Certo, as vezes eu conseguia ler a mente de Draco, mas na maioria ela não fazia sentido nenhum.

- É... – comecei, sabendo que ele ia ficar impaciente com as minhas dúvidas. – Por que?

- Pelo amor de Merlin, só faça e não questione! – me respondeu, sem paciência. Ergui uma sombrancelha e fiquei o fitando, nós já havíamos falado sobre isso e ele sabia muito bem que eu não faria nada sem saber o motivo. Felizmente, a minha teimosia ainda era maior que a dele, o que o fez dizer:

- Potter está no meu pé. Ele está desconfiando que eu estou fazendo alguma coisa, se ele achar a Sala Precisa e ver esse armário, vai entender. Acho que ele já me viu na Borgin & Burkes.

- Sim, ele sempre está se metendo onde não é chamado, mas... Draco, e dai? Não é como se ele fosse assumir o que você vai fazer com o armário, ele não tem como saber e ninguém iria acreditar nele. Ninguém nunca acredita. – respondi, achando graça.

Era verdade, ninguém nunca acreditava no louco do Potter, o que era muito engraçado porque ele sempre estava certo. Entao, fitei a face de Malfoy e percebi o quanto ele estava paranóico por ser descoberto, o quão preocupado ele estava com aquilo tudo.

- Dumbledore confia nele. É melhor prevenir. – disse em um murmúrio e eu acenei.

- Ok, mas se a gente ficar ainda mais tempo aqui dentro, ai sim ele vai desconfiar.

- Vou mandar Goyle tomar uma poção polissuco para se parecer como uma garota para montar guarda na porta. 

Abafei um riso, mas Draco não escondeu o dele. Ele claramente se divertia a custa de seus amigos retardados.

- Ótima ideia. – falei, achando graça. – E... Sobre a outra coisa? Nenhum outro plano para fazer você-sabe-o-que?

Queria saber qual seria minha próxima sabotagem, mas então, acabando com todas as minhas esperanças de ser mais uma ideia idiota sem a intenção real de matar o diretor, ele falou, de modo sombrio:

- Nenhum. Quando os Comensais vierem, vamos tomar Hogwarts, eu vou subir até onde Dumbledore estiver e simplesmente matá-lo.

Senti um arrepio correndo na minha espinha e, de um modo que eu não sei descrever, eu simplesmente senti que ele estava falando sério. Eu teria que arruinar o armário na véspera? Não, ele não estava levando aquilo adiante de verdade... Estava?

Infelizmente, algo naqueles olhos cinzentos confirmou a minha aflição. Sim, ele estava.


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Notas finais do capítulo

Heeey, como estão?
Capítulo novo para vocês ((:
Eu sei, eu sei, demorei, mas gente, juro que to tentando, não me matem! Hahahha
E ai, gostaram? ♥
Beijão :*



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