Slytherin Pride escrita por Gaia


Capítulo 21
Luxúria




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Certo, então Draco Malfoy –só a minha paixão de toda vida- estava se aproximando de mim depois de me agradecer pelo discurso mais humilhante da minha vida.

Eu estava surtando.

Claro que, exteriormente, apenas fiquei-o fitando com uma face confusa, mas, por dentro, eram fogos de artifício tentando escapar. Era a ansiedade de uma vida toda querendo sair.

Não deixei. Me manti indiferente e aparentemente confusa, fingindo não entender o que ele queria. Mas era óbvio, era tão óbvio que não me ousei me mexer.

Ele iria me abraçar ou… Ou beijar. Qualquer um dos dois era demais para o meu pobre coração aguentar. Da última vez, tinha sido eu quem tinha me jogado em seus braços e ele nem retribuiu, então uma iniciativa significava tudo pra mim.

Ok, quem eu estou enganando? Eu queria que ele me beijasse e segurasse a minha mão e falasse que me ama e… Certo, Liz, voltando para a realidade.
 
No chato mundo real, ele continuava se aproximando e eu realmente cheguei a acreditar que o tempo parou, porque ele não chegava nunca.

Mas isso era besteira, era óbvio que o tempo não tinha parado, ele estava indo rápido, normal… Porque quando ele parou mesmo, de verdade… Foi quando os lábios de Draco encontraram os meus.

Eu poderia mentir e dizer que foi tudo que eu sempre imaginei, mas não, não, com certeza não. Foi melhor.

Vou tentar colocar em palavras tudo o que eu senti, mas eu duvido muito que consiga.

A princípio, apenas fiquei em choque, sem realmente perceber o que estava acontecendo, mas assim que percebi, fechei os olhos e aproveitei.

Comecei achando que o beijo foi completamente contra a personalidade de Draco, foi doce, suave, calmo…

E então, assim que retribui, a voracidade começou e, de repente, percebemos que estávamos sedentos um pelo outro. Eu, claro, tinha a minha vida toda de paixão platônica para culpar, mas ele… Ele parecia estar carente de amor, de carinho, atenção.

Não podia deixar isso acontecer. Continuei beijando-o e, para a minha surpresa, ele retribuia.

Percebi, então, que nenhum de nós dois conseguíamos largar o outro. Eu senti uma necessidade de consumir toda a essência de Malfoy e ele também não estava tentando esconder sua luxúria.

A nossa química era inegável. Ele percebeu e se forçou a parar. Afastou-se por exatamente três segundos, quando se deu conta de que, assim como eu, precisava de mais.

Tínhamos obviamente esquecido de tudo, esquecido de que eu era Liz Miller, suposta sangue-ruim da Sonserina e ele; o famoso Draco Malfoy. Nossos problemas pareciam coisas de outro mundo, nos deixamos levar completamente e somente pelo prazer daquele beijo.

Se um de nós acordasse para a realidade, perceberíamos o erro que estávamos cometendo, mas nosso lábios se encaixavam tão perfeitamente que nenhum de nós dava a mínima para o universo.

O mundo era outro.

Um mundo onde eu e ele podíamos ficar juntos. Para sempre.

Sabia que Draco negaria tudo depois, diria que eu que me joguei em cima dele e coisas do tipo. Mas nada disso importava naquele momento tão… Tão único

Então, assim, sem mais nem menos, acabou.

Ele se afastou e olhou para baixo, dessa vez decidido em ficar longe. Busquei seus olhos, mas não consegui alcançá-los. Respirei fundo, não só para recuperar meu fôlego perdido, mas para assimilar tudo o que tinha acontecido e disse:

- Draco, eu…

Mas não consegui terminar a minha frase, porque ele tinha ido embora. Me deixando apenas com a minha vontade absurda de beijá-lo novamente.

Quando já não conseguia mais vê-lo, parei de fazer tanta força para ficar em pé e deixei meus joelhos cederem. Encostei na parede e fiquei apenas rindo, sendo idiota como sempre.

Certo, mundo real, mundo real. Eu não tinha contado da invasão da minha mente e isso era um problema. Um problema grande. Só que agora tinha ficado ainda mais difícil, porque ele tinha me beijado.

Draco Malfoy tinha me beijado. E continuado a me beijar. E foi bom, foi extraordinário. Como, Merlin, eu iria falar com ele? Como iria olhar pra ele novamente sem querer me jogar em seus braços?

Ok, sempre tive essa vontade, mas dessa vez era uma possibilidade, era real. Ele tinha me beijado.

Depois de vários minutos repetindo isso para mim mesma e me certificando de que não tinha sido um sonho, me deixei pensar em coisas importantes. Coisas do tipo: como contaria para as meninas? Para Jesse? Merlin, Jesse com certeza não poderia saber, ele iria matar Draco. Me mataria.

Submersa em meus próprios pensamentos, não percebi o tempo passar e quando percebi, levantei-me e corri para minhas aulas. Não podia me atrasar no primeiro dia, eu já não tinha as licenças da enfermaria, porque não desmaiava como antes, talvez eu devesse….

As aulas de poções eram ainda mais insuportáveis com Potter sendo um gênio tão de repente. Slughorn o amava e o elogiava a cada cinco minutos e isso me fazia revirar os olhos na mesma frequência.

Procurei Draco pela sala, mas era óbvio que ele estava me evitando. Su e Cece continuavam me perguntando porque eu estava tão vermelha e eu só dizia que eram sintomas da minha doença desconhecida.

Eu também não fazia questão de me encontrar com Malfoy. Apesar da minha vontade de agarrá-lo e querer beijá-lo de novo, eu sabia que teria que contar a verdade uma hora ou outra e não ia conseguir mentir novamente.

Conseguimos ficar distantes um do outro até a primeira aula de aparatação, quando Crabbe me abordou.

– É sua culpa! – gritou para mim.

Ergui as sombrancelhas e esperei ele começar a se explicar, mas Jesse se colocou na minha frente e disse, calmo:

- Calma lá, Crabbe, acho que você está cometendo um engano…

Cece se posicionou do lado do meu primo e eu notei como sua presença era intimidadora.

– Eu quero falar com a sangue-ruim a sós. – Crabbe respondeu, sem se importar com meus amigos.

- Olha como fala, cara! – Jesse alertou, já com sua varinha em mãos.

- Ei, calma, Jess. – pedi. – Tudo bem, venha Vincent.

Depois de ficar um tempo apenas fitando Jesse para confirmar que eu estava concordando com a situação, ele deixou Crabbe passar e fomos para um canto mais isolado do Salão Principal.

Na frente, já estavam os quatro diretores das Casas e um sujeito do Ministério prontos para nos ensinarem aparatação. Não sabia o que eles estavam esperando para começar, mas a demora deu a deixa para Crabbe falar o que ele queria.

- Draco está em problemas por sua culpa, sua sangue ruim! – exclamou tentando manter o tom baixo. – Ele já devia ter conseguido a essa hora!

Continuei o fitando sem entender.

– Não sei o que Draco te contou, mas eu estou tentando ajudar…

- Uma figa! – me interrompeu em um berro.

– O que foi, Crabbe? – ouvi a voz tão desejada nos últimos dias perguntar atrás de mim. Me virei e me deparei com um Draco cansado, fitando o amigo com indiferença.

- Estou tentando descobrir o que foi que essa sangue-ruim fez para você demorar tanto! – ele respondeu feroz.

Revirei os olhos, ele não tinha nenhum outro xingamento? Francamente…

- Você não tem nada a ver com isso! – Malfoy respondeu, nervoso.

- Bom-dia. Meu nome é Wilkie Twycross, e serei o seu instrutor ministerial de Aparatação nas próximas doze semanas. – o homem do Ministério começou a falar, o que não impediu Crabbe de continuar com suas loucuras:

- Foi só depois de conhecer ela que você começou a ter dúvidas e seus planos começaram a dar errado! Você também não fala mais nada pra gente e…

- Cala a boca, Crabbe! – Draco berrou de volta.

- Espero poder prepará-los para o teste de Aparatação, neste prazo… - Twycross continuou, mas foi interrompido por McGonagall, que berrou:

- Malfoy, sossegue e preste atenção!

Sinceramente, essa mulher gostava de pegar no pé de Draco. Era óbvio que Crabbe estava gritando bem mais que ele. Mesmo assim, todos se viraram para apreciar a cena.

Draco obviamente ficou vermelho de fúria e se afastou um pouco de Crabbe para demonstrar que ia parar com a discussão, mas mesmo assim manteve seus olhos no parceiro.

O homem do Ministério continuou seu discurso chato de como é impossível aparatar e desaparatar em Hogwarts, mas que abriu uma excessão no Salão para podermos praticar. Bom, obviamente…

- Gostaria agora que cada um se posicionasse deixando um metro e meio de espaço livre à frente. – continuou.

Certo, isso não iria prestar. Sem nem tentar, eu já sabia que eu iria me sair péssima em Aparatação, simplesmente sabia.

O fato de termos que nos posicionar de uma forma específica causou uma certa confusão e fez com que os diretores das Casas andassem entre os alunos para os enfilerarem nas posições.

Aparentemente, eram todos crianças que não conseguiam medir um metro e meio de distância.

Com o barulho dos outros alunos se xingando e empurrando, Crabbe aproveitou para continuar a discussão com Malfoy.

- Quando é que vai rolar? Algumas pessoas estão ficando impacientes! – gritou, obviamente se referindo aos Comensais da Morte.

- Não sei quanto tempo vai demorar, tá bem? Está levando mais tempo do que eu pensei. - considerando que eu sabotei as duas únicas coisas que ele tentou e não tínhamos nenhum outro plano, ele até que foi otimista.

Crabbe até abriu a boca para responder, mas algo atrás de Malfoy o impediu de falar. Fitei o que o incomodava e vi que Potter pairava atrás de Draco, ouvindo tudo. Qual era o problema desse cara? Sinceramente, o que ele queria?

Antes de conseguir falar alguma coisa, Draco continuou:

- Escuta aqui, não é da sua conta o que eu estou fazendo, Crabbe, você e Goyle façam o que eu mando e fiquem de olhos abertos!

Admito que fiquei um tanto feliz em saber que eu realmente era a única que sabia de seus planos. Ok, ok, eu descobri por acidente, mas mesmo assim. Eu me senti importante, só eu podia ajudá-lo, só eu sabia, só eu tinha o beijado… Quer dizer, óbvio.

Estava fazendo uma careta ao imaginar a cena de Malfoy beijando um dos meninos quando Potter disse:

- Eu digo aos meus amigos o que estou fazendo, se quero que eles fiquem vigiando para mim.

Imediatamente virei meus olhos para fitar Draco, ele certamente iria ficar furioso com o comentário –desnecessário, convenhamos- de Harry. Concretizando minhas suposições, Malfoy pegou a varinha rapidamente e virou-se para confrontar o intrometido.

- Quietos! – os quatro diretos da Casa gritaram ao mesmo tempo, dessa vez para todos os alunos e fez-se o silêncio. Draco virou-se contra a sua vontade para frente. Eu quase podia ver a fumacinha saindo de sua cabeça.

Twycross agradeceu e começou a falar várias instruções que passaram em branco para mim. Tinha algo a ver com três Ds… Realmente não sei dizer, estava muito preocupada recuperando o tempo que tinha passado longe de Draco.

Fiquei o fitando o tempo todo enquanto ele se dava bem em suas tentativas, enquanto eu só conseguia me mexer dois metros, isso quando não caia em cima de ninguém. O negócio começou a ficar sério quando eu vi alguns estrunchamentos, que é basicamente quando seu corpo não aparata inteiro.

Enojada, fiquei tentando com cuidado para não esquecer minha perna ou cabeça e, depois de um tempo, até que estava razoalmente bem. Após um tempo, Twycross finalmente encerrou e disse que nos via no próximo sábado. Certo, depois dos estrunchamentos que vimos, tinha certeza que várias pessoas não iam aparecer.

- O que Crabbe queria? Tá tudo bem? – Jesse perguntou assim que nos encontramos de novo, depois da aula.

Cece e Su me olhavam com preocupação também, mas eu sorri e respondi:

- Eu estou bem gente, calma. Ele só queria saber se eu podia ajudá-lo com o dever de Feitiços e estava com vergonha de pedir na frente de vocês.

Não sei como, mas aquela mentira pareceu convincente para eles.

– Você não vai ajudar, né? – Su exclamou, inconformada.

– Claro que não! – exclamei sorrindo, satisfeita por ter amigos tão ingênuos. Podia mentir para vocês e dizer que me sentia mal mentindo para eles, mas a verdade era que eu me sentia um pouco superior.

Como sempre, meu lado podre que só afloreceu naquele ano estava tomando conta de mim, me tornando em uma pessoa mentirosa, manipuladora e corajosa que eu nunca seria em outros anos.

Eu não ligava muito, para falar a verdade. Eu estava gostando de ser assim. Essa nova eu tinha conquistado coisas que a antiga Liz nunca teria conquistado, então pra que mudar de novo?

Com esse pensamento nojento em mente, os dias passaram e Draco continuava me evitando, me impedindo de contá-lo a verdade. Ok, talvez eu estivesse gostando de não ter que me encontrar com ele, porque assim não precisaria contar que alguém sabia de seu plano, mas… Vamos fingir que eu sou uma pessoa decente.

Tudo parecia estar correndo relativamente bem, Draco –até onde eu sabia- não estava tendo nenhuma outra ideia para matar Dumbledore e apesar do armário estar em boas condições, não acreditava que ele teria coragem de trazer os Comensais.

E outra, nós tínhamos nos beijado. O que pode ser melhor que isso? Nada podia me deixar infeliz.

Quer dizer, até ocorrer um incidente que com certeza foi pior do que o de Kate Bell. 


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Notas finais do capítulo

Ooi, haha, ok, a fic estava em hiatus, mas voltou!
Me desculpem a demora, mas segundo semestre é tenso, muitas provas, trabalhos, simplesmente não dá tempo de nada DD:
Mas enfim, espero que tenham gostado desse cap! Finalmente um beijo entre eles (:
O que acharam?
Beeijão :*



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