Changing Lifes escrita por Maty


Capítulo 29
Here We Go Again




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A cerimônia foi pequena. Não tenho certeza do por quê. Acredito que depois de experimentar festas gigantes e luxuosas e não ter encontrado nada de especial você acaba optando por uma pequena e discreta para a data mais especial da sua vida. Tudo aconteceu no jardim da casa do Bill, foi uma cerimônia secreta e felizmente não houve nenhum papparazzi nos perturbando e o único fotógrafo presente foi aquele contratado para fazer o álbum do casamento, e é claro a minha mãe que se negou a largar a câmera por um segundo sequer.

     Não houve damas de honra, somente Bill, Georg, Gustav e para meu desconforto Adolph como padrinhos. Teresa estava adorável com um vestido rosa claro da Ralph Lauren e usando por cima, devido ao frio, um casaco de lã da Dior. Beatrice desfilou por entre as poucas fileiras de cadeiras com um vestido longo tomara que caia branco com detalhes de renda na barra e na parte de cima, um laço azul decorava sua cintura.

-Você está linda... Mas não está com frio? – sussurrei quando ela finalmente chegou ao fim do altar. Beatrice sorriu e balançou a cabeça.

-Talvez um pouco, mas compensa já que eu estou pegando fogo por dentro.

    Eu não sabia dançar, muito menos valsa, então pulamos toda aquela baboseira da valsa dos noivos. Finalmente tive a chance de conhecer a família da Beatrice que eram pessoas excepcionais. E eu digo isso pelo fato de todos eles, sem exceção, terem ficados bêbados até o fim da festa, o ponto positivo foi que isso tornou a festa bem mais divertida por alguma razão. Bill e Britney noivaram depois de um ano e Georg e Melany planejavam um bebê para esse ano ainda.

    Faz 2 anos que estamos casados. Até agora é um pouco estranho pensar nisso. Quer dizer, eu, Tom Kaulitz, realmente estou casado. E sou feliz assim. Finalmente mudamos para uma casa maior, dessa vez com espaço de sobra para Biene e nossa pequena brincarem. A banda já tem um novo CD lançado e continuamos fazendo concertos por todo o mundo.

     Conviver diariamente com a Beatrice não era de nenhuma forma o que eu esperava de uma vida de casado. Nós tínhamos o comprometimento, mas tudo acontecia de uma forma diferente. Ela não ficava em cima, nós fazíamos sexo a todo tempo, assistíamos filmes enrolados em um cobertor no sofá da sala, ás vezes brincávamos de cozinhar e ás vezes de fingir que realmente éramos pessoas sérias e maturas. Ela era uma mulher incrível e eu sabia que podia confiar nela não importa no que fosse.

    Há alguns meses a Teresa ficou doente, vomitava tudo o que comia e começou a ter febre, perdeu peso e ficou muito fraca. Nós corremos até o hospital e eu me lembro de estar segurando forte na mão dela enquanto esperávamos os resultados de alguns exames. Eu estava apavorado, tão apavorado que nem mesmo conseguia respirar perfeitamente, e foi olhando nos olhos dela que eu encontrei o mesmo medo e a compreensão para a minha dor. Foi naquele momento que eu percebi que seria fácil passar o resto da minha vida com ela se toda vez que algo de ruim acontecesse eu encontrasse aquele mesmo olhar. No final das contas era só um vírus e tudo estava terminado em poucas semanas, mas mesmo assim aquela situação foi o começo de um sentimento de cumplicidade que só ia crescendo entre a gente com o passar do tempo.

-Chegu.... – abri a porta de casa e congelei ainda com a mão na maçaneta.

     Katharine estava sentada no meu sofá. Ela estava no meu sofá e minha filha estava no seu colo. Ela estava no meu sofá, segurando minha filha no colo enquanto minha esposa estava sentada ao lado dela.

-Papai! – Teresa exclamou ao me ver. Ela desceu do colo de Katharine e correu na minha direção. Peguei-a do chão e beijei-lhe o rosto demoradamente.

-Oi, princesa... Tudo bem? – perguntei, ela assentiu com a cabeça e eu sorri. – Não vai me dar um abraço? – ela rolou os olhos e envolveu meu pescoço com seus bracinhos.

-Olá, Tom. – Katharine cumprimentou-me com sua voz extremamente aveludada e sensual. – Eu estou encantada pela sua filha. Ela é uma versão melhorada de você...

-Eu sei, já ouvi isso antes. – tentei sorrir para esconder o nervosismo. - Tudo bem, amor? – aproximei-me e dei um selinho em Beatrice, sentindo-me aliviado quando ela retribuiu e sorriu assentindo com a cabeça. - E qual o motivo da sua visita? – dirigi-me á Katharine.

-Estou morando a alguns quarteirões daqui agora... Só achei que você deveria saber. – deu de ombros. – Agora que o recado já está dado eu vou embora. – sorriu notando meu nervosismo. Despediu-se de mim e Beatrice e então agachou-se na frente da Teresa que a observava curiosamente. – Tomara que um dia você entenda tudo o que fez pelo seu pai, mesmo sem perceber... Você é uma menininha muito linda e sortuda, sabia disso?

-Sim. – Teresa respondeu convicta. Era uma certeza de criança que arrancou sorrisos de todos os rostos presentes. – Papai sempre me diz que sou linda e sortuda por que meu sobrenome é Kaulitz. – Katharine estourou em risadas.

-É... Mais ou menos isso.

    Segui-a até a porta e antes de fechar esperei que ela se virasse e me olhasse pela última vez. Será que eu nunca pararia de admirar sua beleza? Katharine sorriu.

-Por que será que toda vez que te vejo você parece estar mais bonita?

-Por que toda vez que você me vê eu estou mais bonita. O tempo serve para melhorar as pessoas, você é um exemplo disso... Quase não o reconheço quando o comparo com o idiota infantil que namorei alguns anos atrás. – sorri, encarando aquilo como um elogio. Sabia que era um homem muito melhor agora.

-Até um dia então.

-Até um dia. – fiquei parado na porta observando-a desfilar pela pequena trilha de tijolos na frente da casa que levava ao seu carro. Katharine parou e virou-se com uma expressão intrigada. – Só por curiosidade... Aquele trato que fizemos em Paris ainda está valendo?

-Não acho que vou precisar dele... Mas seja como for, sim. Ainda está valendo. – respondi. Ela sorriu.

-Que bom então.

    Fechei a porta e observei pela porta de vidro Beatrice brincando com a Tessie e a Biene no jardim que ficava na parte de trás da casa. Não tinha certeza do que havia acabado de acontecer, mas espero que não mude nada do lugar. Eu estava feliz com as coisas exatamente do jeito que estavam.

-Quem era a moça bonita, papai? – Tessie perguntou-me quando finalmente juntei-me á elas.

-Uma velha amiga. – respondi, Teresa encarou-me por alguns segundos, deu de ombros e voltou a correr pelo jardim atrás de Biene. Beatrice me observou estreitando os olhos.

-Isso foi... Interessante.

-Sim, um pouco. – concordei sem graça.

-Ela é ainda mais bonita ao vivo. Acho que estou com ciúmes... – fez bico, cruzando os braços. Eu dei risada, certo de que ela estava brincando. Beatrice não era nem um pouco ciumenta, ao contrário de mim. - Tudo bem então... – deu de ombros agarrando a bolsa e andando em direção á porta.

-Aonde você vai?

-A visita dela meio que me fez lembrar de fantasmas passados. Cheguei á conclusão que fui muito boazinha com toda aquela história de você ter dormido com ela... Acho que vou dormir com o Adolph para nós ficarmos quites. Quero dizer, é justo não? – sorriu.

    Fiquei parado com meus olhos arregalados quando ela fechou a porta. Eu sabia que devia fazer alguma coisa, mas era como se tivesse que esperar meu cérebro processar o que Beatrice havia acabado de falar antes de conseguir me mover. Para meu alivio apenas 10 segundos após ela sair pela porta ela voltou a entrar, andou rapidamente até mim e ficou me encarando com uma expressão nervosa.

-Você é um bundão, Tom Kaulitz. Não ia mesmo correr atrás da sua esposa e impedir isso?

    Novamente meu cérebro estava atrasado e eu não consegui raciocinar nenhuma resposta. Beatrice continuou me olhando e então segundos depois nós dois desatamos a rir descontroladamente.

-Qual a graça? – Teresa questionou-nos, ofegante da pequena corrida pelo jardim.

-Sua mãe é uma boba, essa é a graça.

-Papai! Boba é uma palavra feia! A mamãe disse que nós não podemos falar essa palavra em casa. - fez cara de brava arrancando-me mais risadas.

-É verdade, filha... Desculpe. – fiz lhe uma carícia na cabeça.

-E quanto á mim? Não mereço uma desculpa também? – Beatrice cruzou os braços me olhando com reprovação. – Você acabou de me chamar de uma palavra muito feia.

-Você acha que a mamãe merece desculpas? – perguntei á Teresa que imediatamente assentiu com a cabeça. – Muito bem então. – peguei na mão de Beatrice puxando-a para um abraço apertado. – Desculpa. Você é a melhor esposa do mundo. E eu te amo muito. – beijei-a, Teresa ficou nos observando por mais alguns segundos e então voltou á sua brincadeira no jardim, correndo atrás da Biene.

-Teresa, já falei para não puxar o rabo dela desse jeito! – repreendi-a, a pequena criança de quase 4 anos e cabelos loiros olhou para mim e sorriu de uma maneira levada antes de soltar a Biene e fazer-lhe carinho na cabeça, crente de isso iria redimi-la.

-Sabe o que a nossa filha me pediu hoje? – Beatrice estava sorrindo. Balancei a cabeça negativamente, ainda abraçado á ela. – Ela disse que queria um irmãozinho. – arregalei os olhos, sem muita certeza sobre o que sentir a respeito disso. – E eu estava pensando... Até que não seria uma má idéia!

-Amor, você perdeu completamente a cabeça. Eu não estou pronto para voltar áquela rotina de choros, acordar de madrugada, vômitos, fraldas... – fiz careta.

-Ah, vamos... – arranhou de leve minhas costas, mordendo seu lábios inferior com um pequeno sorriso. – Por que não aproveitamos que ela está brincando e fazemos um irmãozinho para ela agora mesmo?

     Continuei sem reação por alguns segundos, mas a verdade é que eu nunca resistia a aquelas carícias que ela fazia quando estava excitada, nunca resistia aos seus pedidos, e tinha uma tendência natural a realizar todos os desejos da Teresa. Rolei os olhos.

-Lá vamos nós de novo...


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Notas finais do capítulo

É isso aí...
Acabou "/

eu queria agradecer a todo mundo que leu, deixou reviews e recomendações!!
Tudo isso significou muito pra mim, mais do que você podem imaginar... (:
não tem nada que se compare com a sensação de receber um review ou descobrir que tem um novo leitor *-*

Tomara que todo mundo tenha gostado!! :D