Lets Stay Together escrita por Nammyee


Capítulo 3
Sonhos, Pesadelos e Morte




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É bem verdade que viver sob o teto dos Sohma, há muito tempo atrás seria doloroso e triste. Mas muitos se esquecem que não somente a parte dos Possuídos dos Sohma que possui problemas, talvez, os possuídos houvessem se esquecido que existiam pessoas que encaravam a sina dos Possuídos, como algo bem mais feliz... Sim...

Nem todo mundo tinha a chance de ter um destino tão feliz.

Hatori pensava nisso depois da festa de Despedida de Kyo, fazia tempo que não ouvia os gritos de Akito e para ser sincero... Meio que fazia falta.

- Hatori, está ocupado? – Akito chamou, timidamente.

Hatori abaixara o livro que lia, abriu a porta e dera de cara com Akito de pijamas. Bom, ela havia ficado uma gracinha usando as roupas que Tohru lhe dera outro dia... Hm... Melhor ignorar esse pensamento.

- O que houve?

- Ah... – Akito fora entrando sem pedir permissão. Ainda não havia aprendido boas maneiras, pelo menos, boas maneiras para com os Sohma... – Kana não andou por aqui, não é?

- Ka... Na? – Hatori imediatamente se lembrava ‘daquela’ Kana.

- Hai, ela sumiu e eu não consigo achá-la de jeito nenhum! Temo que ela vá destruir mais alguma coisa e eu acabarei levando esse clã à falência... – Akito se lamentou.

Era ESSA Kana... Hatori deveria já estar sabendo que Akito jamais iria tocar no nome daquela Kana que ele tanto amou, não... Ela estava tentando mudar as coisas que fizera, mesmo sabendo que poderia ser impossível...

- Ela desapareceu? – Hatori conseguira perguntar, sua cabeça estava cheia de lembranças de Kana. Por que o destino tinha que ser tão injusto? Por que ele o fizera lembrar-se de Kana?

- Ela disse que ia dar uma volta pelas dependências do Clã, não entendi bem... – Akito respirou fundo, visivelmente... preocupada?

Seria engraçado ver o quanto Akito mudara. Mesmo morrendo de medo do ‘monstro’ que insistia em lhe ‘ajudar’, ela ainda se preocupava... Realmente, as coisas mudavam.

- Hm, eu preciso mesmo caminhar. Eu procuro por você.

- Faria isso mesmo! – Akito sorrira aliviada. – Pensei que teria que ir atrás dela, seria horrível dizer que estava preocupada e...

Hatori olhara surpreso para Akito.

- MAS ISSO NÃO LHE DIZ RESPEITO!

Akito dera as costas, sem graça.

- Então, fique aqui. Volto em alguns minutos. – Hatori pegara seu casaco, muito embora o inverno estivesse indo embora... A primavera não chegara e logicamente o frio daquela noite era enorme.

Após a saída do médico, Akito se sentou num canto do escritório e começara a admirar a foto de Kana no meio das flores embaixo da árvore.

- Ah. Ela... – Akito sorrira levemente ruborizada. – Essa mulher realmente era bonita.

Akito tinha a ligeira impressão que havia cometido o pior erro da vida. Sabia que todas as lembranças voltariam, sim, ela se lembrava do dia em que fizera Hatori sofrer... O dia em que fizera Kana desistir de viver... Como ela podia ter feito tais coisas? POR QUE!?

- Ah! – Akito se encostou, cansada. – “Por que eu continuo me culpando? Preciso me animar... Preciso... Fugir da Kana um pouco...”.

Era engraçado perceber, como ela se tornara dependente de uma pessoa tão estabanada... Seria um Tohru 2 surgindo?

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- MAIS UMA VEZ!! – Uotani socava a mesa de tanto de rir.

- Eu já falei que não! ‘Cê é surda? – Kyo socara a mesa, rachando-a logo em seguida. – Me recuso a comentar sobre esse ‘fatídico’ dia!

- Mas... Huhuhuhu... HÁ, HÁ, HÁ! Beijar o Yuki foi o melhor! Como eu gostaria de ter visto! – Uotani não agüentava mais, caíra para trás de tanto rir.

- Continue a rir... – Kyo olhou para os lados, enfezado. – Para minha sorte, ninguém filmou isso.

Yuki dera um sorriso malicioso.

- Eu pedi gentilmente ao Kakeru para filmar a festa, eu gostaria de guardar como recordação e... – Ele puxara de maneira fria uma fita de dentro do bolso. – Oh, veja o que eu tenho aqui! Uma fita... Seria do maior evento do ano?

No mesmo instante, Kyo arrebentara a mesa em seu momento de fúria, havia um brilho incomum em seus olhos.

- SEUS DESGRAÇADOS!! – Ele gritou, bravo. – Tohru nem fala comigo por causa disso!

- A culpa é sua por tê-la traído, seu maldito! – Rin arrebentara a porta da sala do Mestre, ela estava emanando uma aura maligna. – ENTÃO FOI POR ISSO QUE O TOHRU TAVA CHORANDO! SEU MISERÁVEL!

Haru entrara em seguida.

- Se ferrou, Kyo. – Sua frase soara como... Bem, ela soava como Kyo bem entendia: Ele estava ferrado.

Kyo olhara com medo para uma Rin completamente descontrolada e irritada. Mesmo ela não sendo mais o cavalo, correr dela seria um verdadeiro inferno... Rin continuava excelente em correr atrás de seus inimigos, e infelizmente... muito forte para bater.

- Corra... Corra para não morrer Kyooon! – Kakeru exclamou.

- EU NÃO VOU CORRER! – Kyo se erguera. – A TOHRU SABE QUE NÃO FIZ POR MA--!

E Rin o socara, fazendo Kyo atravessar a parede da sala e cair na sala de jantar, aonde o Mestre terminava de comer.

- Oh, Kyo? O que houve? – Ele perguntou.

- Desgraçada... – Ele se erguera no mesmo instante. – VOCÊ NÃO VAI GANHAR, NÃO! – E ele correra para dentro da outra sala, usando o buraco.

- Oh, eles estão tão animados hoje. – Sorrira o Mestre.

- Eu chamaria isso de insanidade... – Seu ajudante lamentou.

Tohru lavava a louça com um sorriso no rosto, os gritos e xingamentos vindos da sala, não lhe faziam mal algum. Pelo contrário, só a deixavam mais feliz.

- “Pelo menos, nossa partida foi adiada. Enquanto eu puder viver este momento com meus amigos, Kyo... Eu ficarei tão feliz...” – Ela pensava sorridente. – “Mas... Ainda tem algo que eu precisava fazer...”

A senhorita Kana parecia querer falar algo comigo. Ela parecia tão aflita no dia da fest... Hm, da comemoração do Kyo... O que será que poderia ter acontecido?

Hatori havia chegado numa parte do grande complexo da Casas dos Sohma, aonde havia um verdadeiro mausoléu. Era ali que ficava o cemitério dos Sohmas de menor renome, havia centenas de flores em volta do pequeno cemitério... E diante de uma lápide decorada de Íris, estava Kana.

Hatori por um momento, pensara que Kana estivesse chorando. Mas a moça estava apenas observando a lápide, com um sorriso... Vazio, talvez?

Ela não demonstrava nenhuma expressão. Parecia estar... Divagando.

- Ah... – Kana se agachara, seu sorriso se tornara uma expressão triste. – Haru... Tinha algo que eu gostaria de lhe dizer...

Hatori se aproximou lentamente, percebeu que se chegasse com alguma brincadeira, poderia deixar a ajudante de Akito sem palavras.

- É o local de descanso de seus familiares? – Perguntou Hatori, abaixando a cabeça na altura do rosto de Kana.

Kana nem se virou, ela se sentou diante da lápide que tinha os seguintes dizeres: Sohma Haruno – Agora, brilhando em seu palco, num céu distante.

- 3 anos já. – Kana dera um sorriso triste. – Me pergunto quando foi que deixei de chorar pelo Haru.

- Hum? – Hatori se sentara ao lado dela. Não era de seu costume fazer tal coisa, mas tanto mistério lhe aguçava a vontade de saber mais... Sim! Ele era curioso, algum problema com isso?

Kana tocara na lápide que estava com um pouco de neve.

- Se eu pudesse escolher, não teria sobrevivido... – Kana abaixou a cabeça.

- “O que será que ela está dizendo?” – Hatori pensou. – Não vou lhe perguntar sobre o que exatamente aconteceu, mas se estiver se sentindo mal, pode me dizer. Eu sou um médico, estou acostumado com isso.

- Um médico cheio de feridas, não é? – Kana dera um sorriso á Hatori, um sorriso que ele nunca percebera... Era carregado de tristeza, lhe passava uma imagem que ele não imaginava da ajudante. Estaria Kana... Chorando por dentro?

Hatori abaixou a cabeça e deu um sorriso.

- Tantas feridas quanto as que você carrega. Não é?

- Hm. – Kana sorriu. – Haruno era meu namorado, íamos nos casar no dia em que ele completasse 18 anos.

Hm, uma história de amor... Não era o momento ideal que Hatori queria ouvir tal coisa, afinal, ele já sabia o que fim que a história teria.

Kana abraçara as pernas e parecia se lembrar das coisas que ocorreram no passado, ela olhava para a lápide de maneira tão apaixonada... que mal lembrava que Hatori estava ali.

- No dia do aniversário, estava chovendo. – Kana olhara para Hatori. – Era inverno ainda, e justamente nesse dia... Nesse dia...

Kana fechara os olhos e começara a tremer de raiva.

- Por que eu tinha que ter um pai tão... Tão... Eu nunca quis ter um pai assim! – Kana apertara a ferida em seu pescoço, a cicatriz que Hatori pensou ter sido feita por ‘acidente’.

- O que aconteceu com seu pai? – Ele perguntou, visivelmente preocupado.

- Meu pai... – Kana murmurou. – Me estuprou... Naquela noite, naquela festa de aniversário... Na mesma hora em que Haruno ia me pedir em casamento... Iee... Eu não quero...

Kana arregalara os olhos e no mesmo momento, pequenos filetes de lágrimas começara a escorrer. Era como se ela tivesse libertado o sentimento que havia sido guardado durante tantos anos.

Ela, lentamente, estendera as mãos na direção da lápide de Haruno.

- Haru... Haru tentou afastar meu pai... Era tarde... Sim, era tarde... – Kana chorava. – Meu pai começou a brigar com ele, e na confusão havia aquela faca... Aquela maldita faca!

Hatori fechou os olhos, sim... essa era a linha que imaginava da história.

- E naquela noite, antes de tudo acontecer, eu tinha prometido ao Haru que jamais seria tocada por outra pessoa... Jamais... Como eu poderia tentar impedir a briga de ambos? Como?! – Kana se debruçou sobre a lápide. – Ele cortou meu pescoço, dizendo que eu não passava de uma vagabunda que se arrastava para qualquer homem! E Haru...

- Haru... ?

- Não agüentou... Ele ia partir pra cima de novo, mas... – Kana soluçou. – A faca pegou seu peito... Não houve demora, acho, nem consegui dizer o que sentia a ele! Ele foi embora sem nem ao menos me dizer: Boa noite, baka-chan... Háa!!

Kana começara a chorar mais e mais. Hatori entendia que perder a pessoa amada, ainda mais sem esta lhe dar uma palavra de consolo... Era pior que fazê-la se esquecer de você, sim, podia ser até pior do que ocorrera entre ele e Kana, no dia em que apagara a memória da noiva.

Ele tocou o ombro de Kana.

- Chore. Acredite, melhora muito.

- Não é isso!! – Kana chorava. – Eu... Quero poder voltar! Quero mudar o que aconteceu! Eu quero morrer no lugar dele! – Ela olhara para Hatori. – Eu não me sinto no direito de esquecer Haru! Eu estou... lentamente me esquecendo de como era seu rosto! Eu não quero!

- Kana-chaaan... – Tohru murmurou.

Os dois viraram as cabeças para trás. Tohru estava de pé, diante de ambos com lágrimas nos olhos.

Ela correu e abraçou Kana no mesmo instante.

- Kana-chan! Não precisa ficar triste! Não podemos mudar nosso passado, mas eu... Eu te entendo! – Tohru dizia, enquanto chorava. – Sentimos falta das pessoas que se foram, mas nem por isso devemos desistir! Mesmo que nos esqueçamos de seus rostos, jamais iremos nos esquecer de seus atos.

Kana fechara os olhos e dera um sorriso cansado. Ela parecia estar... Se despedindo.

- Hm, era isso que eu fazia... Honda-sama. – Ela sorriu novamente. – Haru não pode me ver assim, neh? Eu tenho que lhe dar orgulho! Eu quero ser uma pessoa prestativa!

- Eh? – Hatori ficara surpreso.

- Eu já não me lembro de sua voz e seu rosto aos poucos está sumindo... – Kana murmurou. – Mas eu sei que lá no fundo, eu sempre vou estar do lado do Haru, sempre me lembrarei dele de alguma maneira...

- Sim! Mesmo que nos esqueçamos de como estas pessoas eram... Não iremos nos esquecer de COMO elas eram conosco, neh? – Tohru sorrira. – Como eu. Não me lembro de meu pai muito, mas eu sei que ele era uma pessoa gentil...

- Sim... – Kana sorriu. – Assim como Haru era uma pessoa boa.

Hatori sorrira.

- Esta cicatriz... – Ela tocara gentilmente em sua garganta. – Ela está aqui para provar o quão triste foi meu passado, ele não pode ser apagado. Por mais que eu queira, por mais que eu deseje... Ela é a prova de que eu estou viva! De que eu estou vivendo pelo Haru. De que ele não será esquecido.

- Sim. Ela também prova que a senhorita ficou mais forte, a senhorita conseguiu superar... Não é? – Tohru sorriu.

- Ela prova uma coisa. – Kana abrira um largo sorriso. – Que eu tenho orgulho de ser quem sou. Eu não me importo de ser esta pessoa que me tornei, sei que Haru ficaria orgulhoso!

- Sim. – Hatori se erguera. – Mas, para isso, você precisava se despedir não é mesmo? Sinto ter interrompido.

- Ah, isso... – Kana limpara os olhos que ainda teimavam estar vermelhos. – Não interrompeu não. Eu só estava conversando com ele.

- Então, vamos juntas dar adeus à ele? – Tohru sorrira. – Sei que parece prepotência minha, mas quero também me despedir da pessoa que ajudou a senhorita a se tornar o que é!

- Sim!

Kana e Tohru ficaram diante do túmulo de Haru. Elas juntaram as mãos e começaram a rezar.

Hatori colocara as mãos no bolso e apenas observara as duas, ele dera um sorriso bobo... Era a primeira vez que vira alguém com tamanho trauma estar tão vivo quanto Kana estava... Por pior que tivesse sido sua experiência, ela ainda não desistira... Ela não desistira de se lembrar dos acontecimentos, como... Kana.

- “Eu não vou desistir das lembranças, não vou desistir do dia em que você deu sua vida para que eu vivesse...” – Kana pensava. – “Mesmo que eu me esqueça de como você era, eu sempre irei me lembrar dos nossos momentos juntos...”.

- “Arigato, Haruno-san... Graças a você, Kana-chan pôde expressar seus sentimentos. Eu pude conhecê-la, sei que você pode estar triste por não esta mais ao lado dela, mas eu acredito que ela será feliz... Sim, talvez com outra pessoa ou talvez sozinha. Por isso, continue a olhá-la... Sempre.”.

Hatori também poderia fazer uma oração não? Estava lhe dando uma vontade inexplicável, sentiu como se devesse satisfações a pessoa que... Tivesse tornado possível seu encontro com Kana.

- “Você realmente deve ter sido alguém admirável, muito obrigado por ter existido”. – Fora tudo que ele pensara no momento.

- “Agora, eu encontrei alguém que me faça feliz”.– Kana pensara num sorriso. – “Encontrei a razão do meu viver...”.

Hatori espirrara, mas não muito longe dali. Akito começara a ter uma crise de espirros que nem imaginava a razão da origem.

- “Se bem que... Essa razão do meu viver mais foge do que fica.” – Pensara Kana. – “Mah! De qualquer maneira, eu prometo, ninguém irá tocar este corpo! Ninguém! E um dia, iremos nos encontrar de novo...”.

Kana se voltara com um sorriso meigo para Hatori.

- E então, senhor Sohma, o que deseja? – Kana perguntou.

- Que apareça logo, Akito está preocupada. – Hatori riu.

- Oh! Akito-sama!! Tinha esquecido disso! – Kana começara a correr. – Até, eu tenho que ir trabalhar!! – E ela começara a tropeçar. – AKITO-SAMA! ESTOU INDO!

Hatori tinha a certeza de que tinha ouvido um grito de desespero de Akito. Tudo havia voltado ao normal... Pelo menos, o ‘normal’ da família Sohma.

Ele se voltou para Tohru, já estava ficando tarde e ele tinha certeza de que Kyo ficaria desesperado se ela não aparecesse logo.

- Falando nisso, não está na hora de você ir tam... !

Tohru abraçara algo de frente para o túmulo.

- O que houve?

- Ela estava... Kana-chan estava... Chorando! Sim, ela estava chorando para dizer adeus a esta pessoa tão maravilhosa, a esta pessoa que lhe acompanhou durante quase uma vida. – Dizia Tohru. – Ela estava sofrendo por estar esquecendo de alguém que existia desde sua infância...

- Como assim?

Tohru se voltara para Hatori, ela tinha em mãos uma pequena fotografia. Duas crianças sorrindo para a câmera.

Uma, com certeza, era Kana que ainda deveria ter seus 4 ou 5 anos. A outra, era um rapaz de cabelos laranjas e olhos da mesma cor. Ele era muito parecido com Kyo.

- Ele deve ter sido seu único amor... Sinto pena da Kana-chan. – Tohru sorria tristemente. – Eles deviam se gostar desde a infância.

- Triste. – Hatori olhara para o retrato. – “Eu gostaria de poder evitar que ela chorasse mais, mas não sou eu a pessoa que ela escolheu... Não é?”

Estúpido pensamento.

Mais estúpido ainda, era mantê-lo em sua cabeça. Então, Hatori decidira esquecer desse momento idiota, não estava pronto para assumir novamente o risco de se ferir e... Espere! Lá estava ele pensando em asneiras de novo!

- Imagino... Como minha mãe se sentiu quando papai morreu. – Tohru limpara as lágrimas. – Seria a mesma coisa que Kana-chan sentiu? A dor de esquecer o rosto? A voz?

- Hm... Difícil explicar. – Hatori disse. – Amor é algo muito complicado de se explicar, a perda de um amor... Pode ser tanto dolorosa como fácil de se aceitar. Eu acredito que Kana deve ter aceitado, no próprio tempo dela.

- Sim... Mas talvez ela ainda o ame. – Tohru dissera em um lamento. – Amara algo que está longe, é tão doloroso.

- Amar ou não, ninguém simplesmente deixa de amar. Amor é eterno, cada pessoa que amamos, ficam em nossos corações de uma maneira... mas... Enfim... Está na hora de irmos.

- Hai...

E os dois saíram. As pequenas Íris que estavam decoradas na lápide começaram a se abrir de maneira delicada, a foto de Haru e Kana parecia mais bonita do que antes... Parecia que o sorriso das duas crianças estavam mais bonitos do que nunca.

Uma pequena lágrima parecia ter surgido na foto, e era do olho de Haru.

- Boa noite, baka-chan.

-.-.-.-.-.-.-.-.-.-

- Onde ‘cê tava? – Perguntou Kyo quando vira Tohru entrando com Hatori.

- Ahhh! Acho que fiz algo indevido! – Tohru ficara gelada. – Fui visitar uma amiga e nem avisei ao senhor e... Ai, ai!! Desculpe-me!

- Hm. – Kyo sorriu e alisou os cabelos de Tohru. – Se era sua amiga, que bom que ela te viu, não?

- Sim. – Tohru sorrira meigamente.

Hatori respirou fundo.

- Acho que deu minha hora, preciso ir. – Ele disse já se retirando.

- Ah! Hatori! – Kyo chamou.

Hatori dera meia volta e lançara um olhar de indagação para o ex-gato.

- ?

- Essa amiga da Tohru, chame-a para o casamento. – Kyo disse sem jeito. – Ela deve ser bem próxima da Tohru, não? Chame-a.

- Ah, sim... Lembrarei disso. – Hatori sorriu.

Pelo menos por agora, sempre seguiremos em frente. Não iremos olhar para trás, para o passado doloroso... Por mais que seja triste, traumático, não podemos mudar o que aconteceu.

Não se pode mudar, mas ao menos, podemos seguir em frente e fazer diferente. Guardando consigo as mágoas, para que um dia, elas sejam o combustível que nos dá forças para continuar.

Foi isso o que aprendi com Sohma Kana. Agora, irei olhar apenas para frente, para que eu e Kyo sejamos felizes... Passando por altos e baixos, é assim que iremos amadurecer.

Certo? Mamãe?

- Estou orgulhosa de você...

-.-.-.-.-.-.-

Próximo Capítulo

A adolescência de Tohru e Kana, como teria sido o momento da separação das pessoas mais amadas? Como será que teria sido o momento da separação de Kana e Haru?

Seria o momento para tentar mudar o futuro? Será que Hatori teria coragem de falar uma última vez com... aquela Kana?

Poderia Hatori estar... ?

- Não é possível! Você está...

- Eu gostaria de poder não sentir isso, mas é algo que nem eu posso controlar. – Ele se lamentou. – NÃO QUERO SENTIR ISSO!

- ‘CÊ JÁ DESISTIU ANTES MESMO DE TENTAR!?

Vamos ficar juntos? Para sempre?

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