Mensagens escrita por WinnieCooper


Capítulo 15
Treinamento




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“Pare de se lamentar” digo a mim mesmo “Você quase a beijou, devia se ater a este fato” enfatizo.

Estou no meio dos jardins esperando minha irmã chegar, o sol ainda nem nasceu.

Alguma coisa me diz que ela vai vir mais cedo. Mas o pior é que não consigo parar de pensar na Hermione.

Quer dizer que para ela eu sou só o Rony?

- O que está fazendo aqui?

A Gina pergunta assim que aparece nos jardins.

Sabia que ela viria mais cedo.

- Esperando você para a gente correr – esbocei meu maior sorriso.

- Ainda não desistiu? – ela perguntou decepcionada – Cheguei mais cedo para ver se escapava de você.

- Sorte que temos mentes interligadas, pois pensei que apareceria mais cedo para escapar de mim.

- Você chama isso de sorte?

Ela começou a correr em volta da casa se alongando, eu prontamente a segui.

- Andei treinando – menti.

Minha irmã começou a rir debochadamente.

- Ai Ronald, adoro o fato de não perder o bom humor.

Ela parou a corrida e começou a se alongar.

- Ta bom, eu não vou correr, não sou estúpido de cometer o mesmo erro duas vezes.

- Ótimo! Vá para dentro dormir e me deixe em paz.

- Ah não! – me espreguicei e sentei na grama – Vou ser seu treinador.

- Treinador? – perguntou indignada – Para sua informação irmãozinho, um treinador precisa saber mais do esporte do que o próprio atleta e no meu caso, você não sabe nada de corridas.

- Ta, eu posso não saber os aspectos físicos, mas eu posso te fazer correr mais rápido – respondi levantando as sobrancelhas de triunfo.

Ela parou de se alongar e olhou perplexa para mim:

- Como...como...como sabe que eu... – ela balançou negativamente a cabeça – Esquece.

Ela começou a correr em volta da casa, levantei do chão.

- Devia prender o cabelo! – gritei a vendo correr.

Gina não me escutou ou fingiu que não e continuou a correr.

- O cabelo atrapalha – insisti – Ele desvia o foco, desvia sua atenção da corrida, ou seja, diminui o ritmo.

Não sei de onde veio essa mentira, mas a Gina acreditou, pois parou de correr e usou o feitiço convocatório para pegar sua presilha no quarto e prender seu cabelo no alto.

- Não diga nada! – ela gritou apontando o dedo para mim voltando a correr.

Eu queria rir e gritar que meu plano estava dando certo, mas vesti minha melhor cara de treinador estressado e me postei no meio do caminho, impedindo ela de continuar a correr.

- Ronald! – ela gritou quando a parei.

- Escute – puxei um pomo de ouro no bolso do jeans e mostrei a ela – eu enfeiticei nosso velho pomo. Ele sempre vai voar na altura de seus olhos e sempre vai dar uma volta ao redor de casa.

- Você está dizendo que...

- Sim, que é para correr atrás dele.

- EU NÃO VOU CORRER ATRÁS DE UM POMO IDIOTA.

- Porque não? – perguntei chateado.

- Porque isso não é quadribol! Olha aqui! – ela apontou o dedo indicador em meu rosto – Isso que estou fazendo é muito sério, ok?

- Eu acredito que seja – vesti minha melhor cara de garoto serio – Esse pomo vai começar a voar mais lento, depois vai aumentando o ritmo, Gina.

Ela levantou as sobrancelhas.

Pelo menos não gritou não é?

- Esse pomo vai te ajudará correr mais rápido – eu sorri.

Ela cruzou os braços e respondeu:

- Isso pode parecer brincadeira para você, mas é muito sério, Ronald.

- Eu acredito que seja – confirmei novamente.

- Eu sei que está fazendo isso só para eu te contar o motivo pelo o qual eu corro...

Eu neguei com a cabeça.

Droga! Ela não vai me contar.

- ...E eu sei que vou me arrepender mais tarde, mas – ela fechou os olhos e suspirou –

Ok! Eu vou te contar Ronald, mas tem que me prometer parar de me encher na hora da minha corrida.

Eba! Por essa não esperava.

Tira esse sorriso de triunfo da cara Ronald, ou ela desiste de te contar.

- Eu... – ela começou a falar com dificuldade, acho que com medo de revelar seu segredo – Eu corro para... – engoliu em seco – para voltar no tempo.

- O que? – perguntei.

Ok! Por essa realmente não esperava.

- Eu quero voltar no tempo, para salvar algumas pessoas naquela guerra Rony – ela olhou para baixo evitando me encarar – pra salvar a Tonks, o Lupin e o Fred, eu vi muitos corpos, eu ajudei a recolher esses corpos...Eu sei que o uso do vira-tempo é proibido, então partindo daquele principio, se eu der um certo numero de voltas em um certo período de tempo ao redor de nossa casa, vou conseguir voltar no dia da guerra e talvez consiga salvar algumas vidas – ela parou de falar respirando forte.

Eu sabia que era loucura.

Ela sabia que era loucura.

Mas de uma forma inexplicável, ela acreditava fielmente nessa teoria maluca.

E o pior, estava tentando torná-la verdade.

- Quantas voltas em um minuto você precisa dar?

- Pelas minhas contas, umas vinte voltas por minuto.

- Hã?

Ela estava tentando o impossível do impossível.

- Ontem, por exemplo, eu só precisava dar dezenove voltas por minuto...quanto mais o tempo passar, mais voltas precisarei dar para voltar no tempo e preciso atingir minha meta o mais rápido possível, senão daqui há alguns dias vai ser impossível.

Já é impossível.

Acho que minha irmã precisa provar a realidade para finalmente ver que o que ela julga necessário é inviável.

- Eu vou te ajudar – anuncie decidido.

- Não! – ela gritou – Eu só te contei para largar do meu pé. Anda! Vá para dentro! Você vai me atrapalhar, Rony.

- Não, eu vou ver onde está falhando e posso te dar uns toques para que corra mais rápido – eu ergui o pomo – Ah! Minha idéia do pomo é boa, vai.

Ela bufou, mas ergueu os braços no ar se rendendo.

- Ok! Coloque esse pomo para funcionar.

Então eu o soltei e ele começou a dar voltas ao redor de casa com Gina em seu encalço.

Ela corria com determinação, o seguindo. E conforme o pomo aumentava de velocidade, minha irmã o acompanhava.

- Quantas voltas por minuto eu dei? – ela me perguntava toda vez que achava seu ritmo bom.

- Três – respondia sempre.

Ela voltava a correr e o pomo aumentava sua velocidade.

- Quantas agora? – me perguntava.

- Quase quatro – respondia.

E ela voltava a correr.

O sol já havia nascido, a manhã já havia passado, a tarde já tinha se arrastado, o sol estava se pondo, mas minha irmã continuava a correr.

- Quantas? – me perguntou deitando no chão arfando.

- Cinco – respondi.

- Droga! Como melhoro meu ritmo, Rony? – me questionou esperançosa.

Invente alguma coisa idiota!

- É... – olhei para seus pés – tire o tênis, o tênis não te deixa correr livremente.

- É verdade! – ela gritou arrancando seus tênis se postando de pé – É agora!

E voltou a correr atrás do pomo.

Não sei como, mas ela conseguia correr com mais força de vontade.

Talvez porque sabia que se agora não desse certo, nunca mais daria.

Ela cai.

Mas não desiste se levanta e fica a centímetros de distância do pomo.

Seus joelhos estão vermelhos e ralados.

Ela deve ter espetado seu pé em algum lugar, pois ele está todo ensopado de sangue.

Vejo a dor estampada em seu rosto.

E o sacrifício que faz até segurar o pomo em seus dedos.

Ela sorri de dor.

Sei que não é por causa dos hematomas que tem do lado de fora.

De repente, como se uma luz lhe mostrasse a verdadeira face das coisas, ela cai no chão soluçando de tanto chorar.

Ela havia enxergado a verdade.

Vi seu corpo se balançar e ouvi seus soluços por uns minutos.

- Não dá, não é? – ela perguntou já sabendo a resposta.

- Não – confirmo.

Aguardo mais uns minutos e volto a falar:

- E mesmo que desse, não é assim que as coisas funcionam Gina, se salvássemos a vida do Fred alguma coisa iria acontecer de diferente, talvez Voldemort ganharia a guerra, talvez se uma daquelas pessoas que morreram lutando pelo que achavam certo sobrevivessem, estaríamos ainda no meio do caos. As coisas são como tem que ser, um passado não pode ser mudado, nem por magia.

Ela olhou para mim com o rosto banhado de lágrimas.

- Eu só corro... – eu confirmei com a cabeça permitindo que ela prosseguisse – Só corro da tristeza Rony, só não quero que os outros se contagiem com meu desespero...

- Por isso foge do Harry?

Ela confirmou com a cabeça.

Gina olhou para baixo, pensei que voltaria a chorar, mas fiquei surpreso ao ver ela juntar varias pedras na mão, levantar do chão e me olhar furiosa.

- Você - sabia - o - tempo - inteiro – pontuava cada palavras com uma pedra jogada em mim – Que - era - impossível - o - que - eu - estava - fazendo.

- Ai! – eu tentava desviar – Mas se falasse ia ficar brava.

- Há Há – ela riu sarcástica e pegou mais um monte de pedras – você - me - fez - machucar - os - joelhos.

Nessa altura da fúria de minha irmã, já estava correndo fugindo das pedras.

- Me - fez - cortar - o - pé.

Não sei como é possível, mas Gina tinha disposição para correr mais rápido do que eu.

Eu?

Bom, eu ria e esquecia a dor que as pedras causavam quando batiam em minha pele.

Afinal,

Minha irmã voltou!


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Notas finais do capítulo

N/B: Perdoe-me, mas quando li que ela corria pra voltar no tempo, eu ri! Hahahahaha, mas uma pergunta, pra quê correr? Não era mais fácil pegar uma vassoura e voar rápido? bem, acho que isso tem haver com o fato de ela querer fugir... hahaha, Rony correndo das pedradas... Se Hermione o visse agora, veria que ele continua sendo o seu velho Rony, só que em uma mistura de imaturo com brincalhão...


N/A: gente essa idéia do correr pra voltar no tempo roubei totalmente do filme do Superman, aquele antigo mesmo... No caso ele voa em volta do planeta pra voltar no tempo. Eu poderia colocar ela em cima de uma vassoura, mas não tinha muita lógica, não é a velocidade que é essencial nesse desafio maluco da Gina, é o esforço em si srrsrrs
Então eu disse que ia atualizar mais rápido mas o Nyah falhou muito esses dias como notaram, tomara que agora ele tenha voltado de vez.

Beijinhos