Opera Paris escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 17
Capítulo 15 - Afronta




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Capítulo 15 – Afronta

O plano já estava elaborado. Cada um dos Condes, Alice, Rosalie, Bella, Renée e Gerárd, sabiam o que deveria ser feito. Quanto ao papel de cada um naquele plano mirabolante, ainda não estava tão definido, pois isso dependia dos passos que o Visconde de Chagny daria.

Era segunda – feira. Uma manhã prateada, o céu estava coberto por nuvens fofas e mescladas de cinca claro e escuro. O vento estava mais forte que o habitual; as capas que as pessoas – tanto homens, quanto mulheres – usavam, esvoaçava em todas as direções. Não era um dia bom para se ficar fora de casa, mas os afazeres sempre pediam uma atenção maior.

- Então acho que seria uma idéia ótima eu deixar meus bens inventariados. Não tenho muita coisa, mas já é algo, certo? – Alice falou.

- Podemos ir ao Monsieur Fontaine. Ele é um ótimo inventariante. Preciso ir lá hoje para tratar de alguns assuntos. – bella respondeu.

- Eu não terei problemas, - Dizia Rosalie, quando as três saíam do teatro. – tudo o que tenho está depositado no banco central. Assim, quando viajo, posso sacar qualquer lugar da Europa.

- É uma boa opção. – Alice falou. – Preciso me livrar de muitas quinquilharias.

- Façamos o seguinte. Venderei minha casa aqui, o dinheiro ficará para nós três usarmos. Algumas coisas que estão por lá, podem ficar na sua casa. – bella propôs.

- Tão cedo, as senhoritas já falam sobre negócios?! – Phillip disse as damas, quando as viu na rua. – Bonjour, mademoiselles!

- Bonjour, monsieur! – As três responderam.

- Nós apenas estamos nos livrando de coisas velhas. Pequenos bens acumulados. – Alice falou. – Como vai seu negócio de sucata?

- Oh, vai bem, obrigado por perguntar. Os lucros aumentaram, depois que tornei-me um dos donos do teatro. As pessoas me vêem com melhores olhares. – Ele murmurou, franzindo levemente o cenho.

- não ligue para o que essa sociedade hipócrita diz. – Rosalie disse ao novo patrão.

- Precisamos ir, monsieur. Á bientôt!

Por mais que o tempo não colaborasse, a cidade estava agitada. Naquele fim de semana seria a festa no palácio do Imperador e a toda a nata da cidade havia sido convidada, incluindo o balé do teatro, que fora contratado por um dos organizadores daquele jantar, Vatel* era seu nome. Um francês que viveu no palácio de Chanttily* e tinha ido trabalhar para o imperador, quando este conheceu sua habilidade com a comida.

Como forma de agradecimento pela grande oportunidade os donos do teatro e o Visconde, permitiram que o imperador escolhesse o espetáculo que gostaria de ver na noite de sua festa. E assim foi.

- Tchaikovisky**, Bela Adormecida.. – Disse ele três semanas antes.

Madame Renée sorriu exultante, afinal, Tchaikovisky era uma das suas operas preferidas e ela, como uma ex-bailarina do balé russo, sabia muito bem como executá-lo com perfeição, uma vez que autoridades de vários países estariam lá naquela noite. Assim, aumento a carga horária de ensaios e dividindo-os entre as apresentações semanais do teatro e da festa do imperador, ela ensaiou as meninas.

Lady Tanya, obviamente, não perdeu a oportunidade e se candidatou para um teste no papel principal. O Fantasma enviara outra carta, dizendo que Lady Tanya não podia ter o papel principal, era Bella quem deveria fazê-lo. E assim foi.

- Eu não acredito que ela se atreveu! – Alice resmungou.

- Mas você não sabe do melhor.-  Bella riu. – Phillip chegou em seu escritório e viu que havia uma carta com um selo vermelho. Uma caveira.

- Quem manda cartas com selos de caveira? – Perguntou Rosalie.

- O Fantasma, quem mais? – Alice riu. – Phillip morre de medo dele. O que ele queria?

- Nada demais, disse que era para mim ficar com o papel principal, e não Lady Tanya. – Bella riu novamente. – Edward tem que parar com essas travessuras.

- Ah, não! É divertido, agora que sabemos da verdade. – Rosalie riu.

- Eu ficava com medo. Eu não sei como Bella conseguia sonhar com aquela coisa.

- Aquela coisa. – Bella debochou. – Aquela bela coisa.

- Oh, sim. – As duas exclamaram.

- Por acaso monsieur Phillip já acertou com a costureira? –Alice perguntou.

- Se não me falhe a memória, iremos fazer a prova final hoje.

- Ah, perfeito. Então não podemos demorar. A prova final é sempre as três horas. – Alice apressou-se.

As três damas saíram do tintureiro e foram ao pequeno café Merlot, um dos restaurantes mais aconchegantes do centro, onde serviam um ótimo filé mignom marinado no vinho tinto e especiarias. Assim que entraram, se dirigiram a mesa próxima a janela e logo fora atendidas. Apesar do mal tempo, fizeram a refeição tranquilamente, trocando algumas palavras sobre os espetáculos, os jantares e sobre os Condes.

Logo após o almoço, que terminou em torno da uma hora da tarde, Bella, Alice e Rosalie seguiram caminho para o escritório de monsieur Fontaine, o contador e advogado de Bella. Ângela, a simpática secretária do homem, foi quem as atendeu. Logo que Fontaine estava desocupado, as três damas entraram no escritório amplo e bem decorado.

Fontaine abriu um sorriso ao ver Bella e beijou-lhe a mão, como cumprimento.

- Seja bem vinda, milady. – Ele dizia todo cortês. – O que posso fazer pela senhorita hoje? Estranhei a senhorita não vir no começo do mês passado, como era nosso combinado.

- Oh, perdão. Espero que eu não tenha lhe dado problemas. – Bella desculpou-se. – Estas são Alice e Rosalie, minhas amigas, que também precisam vender alguns bens, organizá-los e inventariá-los.

- Então estão com a pessoa certa! – Ele exclamou sorridente. – Então vamos aos negócios. Vou abrir seus arquivos, já! São amigas da Bella, vejo eu. Você é bailarina, não é?

- Oui, monsieur. Eu e Rosalie, somos. Rosalie é nova integrante de equipe. – Alice disse sorrindente.

- Seus dados por favor, vou abrir seu arquivo e então pode começar a me dizer o que vão fazer. – Ele pediu, exibindo seus dentes brancos e a barriga, coberta pelo colete cor de chumbo, junto á uma camisa branca.

- Meu nome é Alice Pavlova Brandon. Preciso que inventarie os bens que estão na minha casa. – Alice falou, anotando o endereço de onde morava.

- Sim, entendo.

- Um pequeno detalhe, Fontaine. – Bella interrompeu-o.- Preciso vender minha casa daqui do centro, vou passar lá e deixar marcado tudo o que poderá ser vendido. Não quero nenhuma mobília, vou pegar somente alguns objetos de valor sentimental e eles ficarão na casa de Alice.

- Tudo bem, entendi. Então marcaremos. E a senhorita, Rosalie?

- Eu não tenho casa ou qualquer bem desse tipo. Tudo o que tenho já está numa conta no banco europeu. – Ela respondeu.

- Tudo bem, então. Na sexta-feira está bom para as senhoritas?

- Oh, desculpe, mas terá que ser na outra semana. – Alice falou. – Este final de semana vamos nos apresentar para o imperador.

- Certamente é uma oportunidade e tanto! Então marcaremos para a próxima segunda-feira. Voltem aqui neste mesmo horário. Então já terei os documentos preparados. Senhorita, o dinheiro relativo a venda da casa, depositarei em sua conta? – Bella assentiu.

As três conversaram mais um pouco com Fontaine. Ele lhe fazia várias perguntas, algumas sobre os bens e outras sobre assuntos variados. Mas Fontaine era um homem esperto, não esperto á maneira de J. Jenks ou de James, ele era um homem inteligente e estudado. Sabia muito bem o serviço que fazia e por isso era considerado um dos melhores do país, quando se tratavam das questões financeiras e da advocacia.

E era por isso mesmo, que Fontaine notara, que de uma certa forma, aquelas jovens e doces bailarinas, estavam fazendo seus inventários. Ele sabia que alguém só fazia um inventário quando não podia tomar conta de seus bens, quando havia algum parente próximo que estaria á beira da morte – o que não era o caso de nenhuma delas – ou quando, ou quando iam deixar a cidade.

- Se me permitem, vejam bem, não precisam responder se não quiserem. Mas por acaso pretendem deixar a cidade, senhoritas? – Fontaine perguntou.

- Veja bem, monsieur Fontaine, bailarinas como nós, nunca ficam tanto tempo no mesmo lugar. – Rosalie disse sorrindo.

- O fato é que nós não queremos continuar dançando, ou cantando, até ficarmos enrugadas feito uva passas. – Alice riu.

- Não se preocupe, você sempre será o meu contador e advogado. Manteremos contato de onde estivermos. – Bella sorriu gentilmente. – Se nos permite, agora precisamos ir, temos uma prova de roupas ás três e logo depois ensaios.

- Se não nos vermos mais essa semana, então nos veremos na festa. – Fontaine sorriu. – Muito obrigado por virem. Passar bem.

- Passar bem, monsieur. – Acenaram elas.

Quando faltavam quinze minutos para as três horas, elas chegaram ao teatro. Nem monsieur Phillip e nem Charlie estavam por lá, como era de costume durante essas semanas turbulentas antes da festa do imperador. Madame Renée já estava no outro salão com todas as outras bailarinas, enquanto elas já vestiam seus novos vestidos, acompanhadas por algumas assistentes da costureira e pela própria.

A orquestra também teria novos fraques para a apresentação no sábado, eles seriam pretos, com um pequeno detalhe em fios dourados na lapela. Haviam dois alfaiates no palco, fazendo os últimos acertos, quando Renée mandou avisar que as meninas estariam saindo. Bella – estava trajando um vestido longuette (um pouco abaixo dos joelhos), evasê, sem todas aquelas armações dos tradicionais, havia várias camadas de tecido. O primeiro era um branco, fluido; o segundo era de um tule branco, bem como a terceira e quarta, e a quinta, e última camada, era de renda preta, contrastando com o branco do fundo. Seu corsellet era branco, com arabescos negros e alguns pequenos detalhes em fios dourados. Havia um grande laço em torno de sua cintura, novamente, na cor negra.

As outras bailarinas usavam quase o mesmo vestido, só que eram mais curtos, na altura do joelho. Eram brancos com detalhes em preto e dourado.

Por desprazer de Bella, era o Visconde quem ficaria responsável por avaliar os trajes, dizendo se realmente estava a altura ou não. Quando percebeu isso e viu James em frente ao palco, seu sangue gelou.

- Absolutamente perfeito! – James exclamou ao vê-los. – Bella ficou magnífica! Obrigado, madame Renée. Estão dispensadas.

Depois que saiu do camarim, já com um vestido normal para os ensaios, Bella se deparou com James.

- Pensei que ia me escorraçar em frente á todos. – Ela disse.

- Não misturo pessoal com o trabalho, além do mais, não tem sentido te escorraçar em frente a todos. – Ele disse, evasivo. – Bella, Bella... Eu vou encontrar quem é esse fantasma. Vou desmascará-lo.

- jamais saberá quem ele é. – Bella retrucou.

- Então você sabe. – Rebateu James.

- Pode ser que sim. Pode ser que não. – Ela deu de ombros.

- Então... Vou declarar guerra a vocês dois. Vou desmascará-lo. Se isso não acontecer, eu o mato.

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N/a: Tchaikovcky era um compositor russo. Ele escreveu algumas óperas, balés (dentre eles A bela adormecida, o lago dos cisnes, o quebra nozes), sinfonias e alguns concertos.)


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Notas finais do capítulo

Aiya meninas!! :D

Desculpem a demora, mas é que eu não ando com imaginação para escrever, não ando bem de saúde e ando sem tempo para vir aqui @_@

Comentem bastante, porque senão o james vai dar o troco heinn!!
hihi

beijinhos