Arrumei meu quarto, coloquei um casaco eu precisava sair, peguei o carro alugado que aliás não sei como o Tom não perguntou por ele. Eu havia me esquecido completamente do carro ali, qualquer coisa depois digo que esse carro é da família. A MINHA família, a família da qual no momento eu estou bem longe nesse momento, me escondendo aqui para ser mais exata e o Tom precisa continuar acreditando que eu sou apenas uma empregada pelo menos por enquanto e uma, uma amante também como ele gosta de me chamar, isso dói mais eu não posso destruir tudo que construí até agora.

Fui para o único lugar que me deixaria feliz, fui ao SHOPPING. E para meu azar ouvi coisas que não deveria, eu estava entrando em uma loja quando duas fotocópias de manequim de boutique falavam alguma coisa sobre Tom Kaulitz, não que eu queria fazer fofoca mais eu precisava saber mais sobre o homem que estava na minha casa sobre convite do meu pai. Uma das meninas era morena, era muito bonita confesso que ela poderia seduzir fácil, fácil o mané do Tom, a outra era ruiva muito bonita também, mais eu estava prestando atenção na conversa delas e não nelas.

- Hoje eu fico com o Tom, escreve isso Clair! – a morena que parecia pensar que era dona do mundo disse.

- Ah Rose, se for conhecer a todos teria como me apresentar o Bill o vocalista? Por Favor?- a ruiva parecia suplicar para a rainha da cocada preta ali. QUE HORROR!!

- Não seja ridícula Clair, sabe que eu vou ir para o show para ficar com o Tom, não vai dar tempo de conhecer ninguém.

Aquela morena tinha uma cara de poucos amigos, ela parecia viver só no seu mundinho encantado e perfeito de homens, ela não parecia que desistia fácil das coisas e Tom Kaulitz seria mais um na lista dela, assim como ela na dele acredito eu. Mas eu não estava ligando pro que ela falou, eu tinha ido ao shopping para comprar e não me esqueci iria tirar umas fotos daquele lugar lindo tirei tantas fotos e já estava super ansiosa para revelá-las, tirei de uma senhora sentada na lanchonete, de entrada do shopping, de um casal de namorados se divertindo perto  do chafariz central, era bonito ver duas pessoas que tiveram sorte no amor, no suposto amor. Não que eu não acreditasse no amor, mais acho que ele escolhe as pessoas e as que não merecem ou que ele ache que simplesmente não merece não pode conhecê-lo aí que entra a decepção.

Cheguei em casa já passava das sete da noite, corri para o bendito quartinho onde eu guardava minhas sacolas e as guardei lá, daqui uns dias eu teria que arrumar um lugar maior para guardar todas essas coisas. Fui até o meu quarto, o quarto que me tomaram, aquele idiota me tomou e tomei um longo banho de banheira, ele não iria chegar cedo mesmo então eu podia relaxar, depois do banho eu deixei tudo limpinho como estava antes, até que o idiota não é tão desorganizado assim, eu disse “tão” ok?

Vesti um camisão que eu adorava usar para dormir, preparei um chá com biscoitos e fui assistir televisão, não sei por quanto tempo fiquei ali dormindo, eu adormeci antes de ver qualquer coisa o meu dia foi cheio e eu estava cansada. Senti que estava sendo levada no colo para algum lugar, senti um beijo leve na boca, era tão bom, tão calmo e tão suave. Logo depois o beijo se foi e eu me senti sozinha no quarto, sozinha naquela cama, sozinha no mundo. Eu sabia que o dia prometia não ser bom no momento que eu vi a jaqueta do Tom em cima do sofá, sim o Tom era real mesmo, meu pesadelo era muito real e estava ali pertinho de mim para não me dar paz. Fui para a cozinha preparar o café, fiz um café bem forte assim como eu gostava e um bolo de morango com chocolate que estava maravilhoso e era o meu predileto. Estava quase acabando de tomar meu café e pensando nos meus pais, já fazia três dias que fugi de casa e eles se quer me procuraram. Como estariam agora? Será que sentiam minha falta? Perguntas que não teriam resposta, pelo menos por enquanto, alguém me tirou do meu devaneio e eu quase engasguei quando vi quem era.

- Ei garota você não é a faxineira daqui? Não sabia que os empregados nessa casa podem usar a sala dos patrões para diversão como você fez ontem a noite. O meu Tom coitadinho teve que levar você para o quarto, apesar da minha opinião ser te mandar embora pelo vacilo.

Aham, ela mesma a morena do shopping. Parece que ela conseguiu realizar o sonho dela, ela estava com a camisa do Tom e pelo jeito a noite foi muito interessante para eles. A camisa era xadrez e aberta na frente e muito grande por sinal ela usava a camisa aberta com seu corpo a mostra revelando sua calcinha e sutiã. O Tom pelo jeito se divertiu mesmo, me lembre de nunca o subestimar e ainda arrumou uma mulher com o ego parecido com o dele. Os dois se merecem!

- Querida eu vivo nessa casa há anos e você é a pessoa menos plausível para me dizer o que devo ou o que não devo fazer, e você não é ninguém para dizer o que tem de ser feito comigo, se o seu Tom me ajudou a me deitar ontem foi porque ele quis eu não estava em condições de implorar nada para ninguém estava? Bom, tenho mais o que fazer o café está pronto é só se servir, com licença.

Não acredito que ainda tive que ouvir isso de uma desconhecida que vem passar a noite com o Tom, mas ele ia me ouvir depois que colocasse ela para correr. Eu não merecia esse sofrimento todo, será que é castigo por eu ter fugido de casa? Era a única resposta que poderia existir para isso.e o Tom como conhece meu pai a ponto de conseguir esta casa emprestada, são coisas que eu não consigo entender mesmo. -Quando isso tudo vai acabar?-eu só quero paz, nada mais do que isso. Não entendo porque minha família precisa de um casamento arranjado, papai nunca me falou sobre esse assunto e do nada depois do meu aniversário de 19 anos ele disse que era preciso que eu me casasse com um desconhecido. Creio que não tínhamos problemas de dinheiro, meu pai dono de uma das maiores redes televisivas da Europa a SWI e minha mãe uma empresária de grande sucesso entre os famosos. Eu sempre vivi cheia de luxo, mas muito sozinha, meu pai o único que me dava amor era ocupado demais para isso na maioria das vezes, eu sempre tive de tudo mais no momento me sentia a mais pobre alma do mundo todo. Meus pais não estão nem aí para mim, essa é a única verdade que existi, talvez por isso tenham inventado esse casamento arranjado, para se livrarem de mim logo. O que eles poderiam simplesmente pedir e eu faria, tudo bem que seria mais doloroso mais eu me recuperaria rápido.

Eu estava em Berlim para ter paz e ser feliz, até agora não fiz nada disso mais iria começar hoje.