Ironias de Uma Vida escrita por ThatzFer


Capítulo 3
Cap. 3 – Os “insuportáveis”




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Cheguei ao aeroporto e fui logo pra área de desembarque, tentando enxergar versões maiores das duas crianças insuportáveis das quais eu lembrava, da última vez que eu tinha ido à Alemanha. Pra falar a verdade, eu nem lembrava os nomes dos garotos, na certa, tinha ficado tão traumatizada que meu cérebro provavelmente havia bloqueado os nomes!

         Então eu vi! Ah, graças a Deus, eles tinham plaquinhas com o sobrenome deles – já que se tivessem só com os nomes, não faria diferença pra mim...! Se bem que plaquinhas eram um tanto cafonas, e aquela cena acabou me dando uma crise de riso no meio do saguão de desembarque. E, veja bem, uma garota de 16 anos, sozinha, vestindo uma boxer preta, com uma camiseta preta, calçando um adidas branco e usando um boné vermelho, se matando de rir no meio do aeroporto, era no mínimo... chamativo. As pessoas olhavam para mim, então eu achei melhor me aproximar dos meus primos – os insuportáveis – pra pelo menos ter alguém comigo, pra dividir meu riso... Se bem que, se minha intenção era parecer pelo menos um pouco normal perto dos garotos, ela foi por água abaixo quando eu realmente prestei atenção aos insuportáveis.

         Cara, juro que aquela visão me fez parar de rir. Se seis anos antes, eles eram apenas duas crianças chatas e feias de 12 anos, agora eles eram rapazes – morram! – charmosos e... diferentes, de 18 anos. O que a plaquinha indicava por Bill era alto – como todos na nossa família Kaulitz – e tinha uns cabelos pretos espetados, na altura dos ombros, e usava maquiagem preta nos olhos. Ele era meio bizarro, mas eu gostei do look dele mesmo assim, afinal, venhamos e convenhamos, eu também era um tanto bizarra para as meninas da minha idade. O outro, que se chamava Tom – plaquinhas benditas! – tinha uma cara de tarado – gostei disso, haha – e usava dreads no cabelo. Eu me lembrava dele, da última vez que eu o tinha visto ele já usava os mesmos dreads, só que agora o cabelo dele estava beeem maior, claro. Tom vestia umas boxers no mínimo três vezes maiores que seu tamanho normal, e umas camisas GG, e usava um gorro com um boné por cima. Parecia um rapper, mas um rapper bastante... Bem, ele era um verdadeiro – não acredito que vou usar essa palavra – “pitelzinho”.

- Olá, queridos! – falei, irônica – Vim buscar vocês, vamos.

E me virei para ir embora. Não estava muito boa pra conversar, ainda que impressionada com a mudança dos meus primos.

Os dois se entreolharam e foram atrás de mim.

- Mamma? É você?! – Bill foi o primeiro a falar, segurando meu braço. Que ousadia, segurar meu braço...!

- Claro que sou eu, quem mais teria a disposição de vir buscar vocês no aeroporto logo depois de acordar? – meu senso de humor estava começando a extrapolar, mas eu não estava preocupada, oras.

- Desculpe, mas... Você está irreconhecível! Sério mesmo! – desde quando Bill era educado? Tempos atrás e ele adorava puxar minhas trancinhas...! “Mamma, eles têm 18 anos, não podem mais puxar suas trancinhas”, minha consciência disse a mim.

- Vou encarar isso como um elogio, Bill. – então, pela primeira vez no dia, deixei meu azedume de lado e sorri. Dessa vez, Tom falou.

- De pirralha chata você até que melhorou, Mamma. – ele disse isso me analisando da cabeça aos pés, e isso me soou MUITO intencional, sabe?

- É, seis anos devem ter servido pra alguma coisa, não é mesmo, Tom? – respondi, entrando no carro. Aqueles dois estavam bem mudados, e eu tinha a impressão de que as férias seriam bastante animadas naquele ano...


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Notas finais do capítulo

Sempre que os gêmeos aparecem, o cap. fica maior, que coisa, não? :P



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