Pov Taylor Swift

Minha mãe ainda não havia concordado com a minha ideia de ir até a premiação e cantar uma canção pedindo a um ex-namorado desculpas, ela achava aquilo uma loucura, e eu também, afinal não é todo dia que uma pessoa cria uma musica expondo todos os seus sentimentos daquela maneira.

Mesmo contrariando minha mãe, que é algo que odeio fazer, eu não iria desistir de ir ao CMA e cantar a musica, cujo o nome foi muito difícil de decidir, acabei optando por Back To December. O nome já resumia o que queria com a canção.

Estava quase anoitecendo quando cheguei a casa de minha assistente, a Evelyn, que também era uma grande amiga. Teria que acertar alguns detalhes com ela sobre um show que teria daqui a um mês, e aproveitaria para contar sobre a musica, e sobre a premiação que aconteceria na semana que vem. Já havia acertado tudo com o meu empresario, e agora faltava a Evelyn.

Toquei a campainha duas vezes e na terceira ela veio atender-me.

- Oi Tay!- Cumprimentou-me animada.

-Olá Evelyn!-

- Entre, por favor- convidou-me. Evelyn morava com sua mãe e sua vó, com quem não se dava muito bem. Eu sempre dizia a ela que queria ter uma casa igual a dela, pois era um charme.

- Eu tenho que te contar algo muito importante, e vou precisar de um conselho e se necessário da sua ajuda- disse sentando-me no sofá.

- Pode falar. Mas eu vou ter que cobrar pelo serviço extra de conselheira ok?- ironizou e rimos.

- Se lembra da historia que te contei sobre o meu ultimo relacionamento?-

- Ah! Com o seu chara o Lautner. Deve ter sido bizarro ter um namorado com o mesmo nome que o seu não é?- Ela fez uma cara pensativa e eu revirei os olhos.

- Foi sim. Mas de alguma forma, era fofo- Lembrei-me de repente do filme que havíamos feito juntos, todos costumavam nos chamar pelo sobrenome, mas mesmo assim era uma tremenda confusão.

- Você ainda gosta dele- não era uma pergunta que ela havia me feito.

- Sinceramente, eu acho que ainda sim. Mas isso não importa, não a essa altura. Eu o decepcionei muito, você não sabe o quanto é horrível pra mim saber que estou arrependida, e que agora isso não vale nada- Era exatamente assim que sentia-me, a pessoa mais horrível desse mundo, por ter magoado uma pessoa que gostava de mim.

- Eu sinto muito minha amiga, deve ser muito difícil pra você conviver com isso todos os dias-

- É por isso que vim aqui. Eu fiz uma musica, uma musica destinada a ele. É uma especie de pedido de desculpas sabe?- ela assentiu com a cabeça – Eu quero apresenta-la no CMA, e quero uma coisinha um pouco complicada também. Eu vou precisar muito da sua ajuda- falei.

- É claro que eu vou te ajudar. Apesar de achar que é uma loucura, mas vou. E você sabe muito bem que nada é complicado pra mim, o que é essa tal coisinha?- perguntou orgulhosa. Respirei fundo e disse.

- Eu quero que o Taylor esteja nessa premiação- falei.

- O que?!- Arregalou os olhos e voltou a falar ainda perplexa- Olha Tay, eu já consegui e fiz muita coisa nessa vida. Mas o que você esta me pedindo é muito mais que complicado, diria impossível. Eu sou uma super assistente, não a fada madrinha!-

- Mas pra mim, você a minha fada madrinha! Você tem um monte de contatos sei que vai conseguir- praticamente implorei a ela.

- Eu sei, mas não se trata de qualquer pessoa, é o Taylor Lautner! E quando envolve celebridade o grau de dificuldade aumenta muito-

- Evelyn, eu perdi o Taylor uma vez eu quero muito pedir desculpas pela burrada que eu fiz, já tenho uma forma de fazer, já esta praticamente quase tudo dando certo no meu plano. Por favor me ajuda a acabar com mais essa barreira que me impede de prosseguir?- disse quase chorando.

- Ok Taylor, eu me rendo- ela fez uma careta seria.

- Ain!! Obrigado Evelyn!- A abracei eufórica.

- Mas você vai ter que me prometer que todo esse esforço vai ter valido a pena tá?- perguntou afastando-se.

- Com certeza-

- Eu não sei como eu vou fazer isso, mas o Taylor vai estar lá na hora em que você subir ao palco, pra pedi-lo desculpas- Sorriu.

- Mas esse era o minimo dos problemas. A minha mãe não quer de jeito algum que eu vá ao CMA. Ela também acha uma loucura o que vou fazer, não quer que me envolva em mais polemicas-

- Ela só esta sendo Mãe-

- Eu não deixarei de ir por isso, mas eu não quero magoa-la, não sei o que fazer-

- É complicado, eu também ficaria perdida como você. Mas acho melhor você esperar talvez ela mude de ideia, perceba que você só esta tentando consertar um erro do seu passado, não a nada de errado com isso-

- E se ela não mudar?- perguntei aflita.

- Se ela não mudar, você terá que decidir se vai ou não a premiação-

- Ah! Que ótimo, agora eu fiquei mais calma- falei sarcástica.

- Depois você pensa nisso, mas agora estou curiosa pra ver essa musica. Canta um trecho pra mim?-

- Não, eu não posso, é uma surpresa- sorri.

- Ah como assim Taylor? Eu te prometo ajudar nessa sua ideia doida, prometo trazer o Taylor Lautner na premiação, e você vai me negar um pedido simples desse?- Ela fez um biquinho e uma carinha de cachorro pidão.

- Não, isso eu não posso fazer, já disse que é uma surpresa- falei. Fiquei um bom tempo na casa da Evelyn discutindo planos para o CMA, era engraçado, parecíamos duas adolescentes planejando um monte de coisas, para que no baile do colégio conseguíssemos encantar os garotos que desejávamos. Mas a realidade era bem diferente. Na verdade era uma garota que desejava que seu pedido de desculpas, ao garoto a quem ela havia ferido horrivelmente, desse certo.

Jantei na casa de Evelyn e depois voltei para a minha. Quando cheguei, meu pai roncava no sofá. Ele parecia não ter conseguido terminar de assistir a um jogo de Basquete, o chamei e ele acordou um pouco desorientado, depois subiu para o seu quarto desejando-me boa noite.

Sentada no sofá zapeei os canais contentando-me em assistir um filme que passava.

- Filha?- minha mãe chamou da escada.

-Sim?- respondi monotonamente.

- Foi até a casa da Evelyn?- ela desceu as escadas e sentou-se ao meu lado.

- Sim, fui resolver alguns assuntos-

- Posso saber quais?- Eu sabia onde ela queria chegar.

- Se a Senhora quer saber se fui até lá para comunica-la que semana que vem nós vamos ao CMA, a resposta é sim- A olhei percebendo a agonia no seu rosto.

Ela respirou fundo e depois de alguns segundos de silêncio ela voltou a falar.

- Sei que mesmo sem a minha autorização, você ira nessa premiação. E então é melhor eu te apoiar mesmo discordando dessa historia-

- O que?- perguntei. A perplexidade tomava a minha voz.

- É isso mesmo que você ouviu Taylor, eu vou com você, estarei lá para te apoiar- repetiu.

- Serio? Nossa mãe! A senhora não tem noção do quanto estou feliz e surpresa. Só de pensar em subir naquele palco sem o seu apoio, já me batia um desanimo, eu não sei se eu iria conseguir- Eu quase não acreditava no que ela havia me dito, era muito bom saber que podia contar com ela.

A abracei fortemente, sentia uma enorme onda de esperança me preencher. Tudo parecia estar dando tão certo, esperava que continuasse.

- Filha eu quero que saiba que eu não concordo em nada com toda essa historia de pedido de desculpas. Mas sou sua mãe, e nunca iria te abandonar- Deitei minha cabeça em seu colo, e ela começou a afagar meus cabelos. Colinho de mãe era uma das coisas mais boas do mundo.

- Obrigado mãe, é bom saber que posso contar com seu apoio, sem ele eu não posso fazer nada- sorri.

- Taylor, você vai cantar a musica, vai pedi-lo desculpas, e tenho certeza que ele vai aceita-las ele é um ótimo garoto. Mas querida, eu não quero que você se iluda, e sofra ainda mais. Você tem que ir, apenas com o proposito de pedir desculpas, apenas isso-

- Eu sei mãe. Mas o imbecil do meu coração quer mais que um perdão, uma reconciliação talvez- uma lagrima escapuliu do meu olho, mas tratei de limpa-la com o dedo de imediato.

- Seja realista filha. O Taylor é famoso, bonito e uma pessoa boa, talvez ele já esteja namorando. Eu entendo você querer pedir desculpas, você o magoou, mas esperar que ele te aceite de volta é algo completamente diferente, você sabe disso não é?-

- Parece que ele já esta namorando- Minha voz falhou.

- Eu não estou dizendo que ele não goste mais de você, eu só não quero que se iluda, que sofra. Você o fez sofrer, talvez o amor que ele sentia por você não tenha suportado a tanto sofrimento que você o submeteu. Caso ele não te perdoa, você vai me prometer que vai seguir em frente? Que vai se desligar dele de vez?- perguntou.

- Vai ser difícil mas, eu vou, eu prometo- sorri tentando esconder a dor em minha voz. Não conseguia imaginar-me seguindo minha vida tranquilamente sem o seu perdão, era algo impossível de se pensar. Mas minha mãe estava coberta de razão, por que ele iria perdoa-me? Eu não merecia, fui egoísta e má, feri uma pessoa pensando que não gostava dela. E o meu castigo por essa maldade sem escrúpulos foi descobrir que depois de tanto tempo, eu o amava. O amava de um jeito que nem eu mesma sei explicar, e infelizmente descobri tarde demais, e agora isso não importa.

- Mãe eu prometo que eu irei apresentar-me no CMA apenas pra pedi-lo desculpas, vou fazer isso por ele, apenas pelo Taylor- disse em um tom decidido levantando a cabeça para olha-la.

- Fico feliz por isso- sorrimos as duas, e nos abraçamos outra vez. A quem eu queria enganar? Não podia ser desonesta com o que sentia, com o que pensava. Mas havia prometido a minha mãe, então cumpriria.

***

Os dias passaram rápidos demais. A premiação aconteceria hoje daqui a algumas horas. Havia acabado de voltar do ensaio com a orquestra de violinistas, era a primeira vez que cantava a musica junto com outras pessoas. Evelyn disse que havia ficado incrível, e a orquestra toda também adorou. A Evelyn preparou um cenário no palco exuberante, estava impressionada.

- Evelyn você conseguiu fazer com que o Taylor venha?- perguntei nervosa entrando no meu camarim.

- Sabe aquela revista que insistia em ter uma entrevista com você? Então a editora chefe era uma velha colega de escola, ela me devia um favor, então eu pedi a ela que convidasse o Taylor Lautner para uma seção de fotos, só que teria de ser aqui em Nashville e hoje. Bom, em troca eu disse que você cederia uma entrevista a revista, tudo bem?- perguntou.

- Mas é claro! Evelyn o seu plano é incrível!- falei

- É mas o mais importante eu ainda não sei como fazer. Como vamos traze-lo pra cá?- perguntou confusa.

- Eu acho que já sei. Evelyn ele não pode ser visto, por conta da impressa, então ele não pode entrar pelo tapete vermelho como se é de costume pra todos, mas tem como ele entrar pelos fundos como meu convidado? Assim como a minha mãe, só que sem ter que sentar-se na plateia ou ir junto comigo ao tapete vermelho?-

- Tem sim, mas ele teria que ser bastante discreto pra ninguém o reconhecer-

- Tenho certeza que o Taylor vai conseguir ser discreto o suficiente. - a assegurei.

- Então eu vou preparar eu mesma um crachá pra ele. Enquanto isso você pode fazer um bilhete pra ele, sei-la, um convite pra que ele venha-

- Obrigado Evelyn pelo seu otimismo, é uma ótima ideia fazer um bilhete-

- Deixa eu ir agora- falou por cima do ombro e saiu do camarim.

Um bilhete era uma ótima ideia, nem sei como vou fazer, mas só um convite meu, talvez, seria o suficiente pra que ele viesse. Peguei um papel que estava na penteadeira e uma caneta, comecei a escrever, mas logo rabisquei a primeira linha, estava horrível. Amacei a folha jogando no cestinho de lixo.

Joguei fora nove folhas, por não gostar de nada que havia escrito. Não podia ser tão difícil escrever um bilhetinho pra convida-lo, eu havia escrito uma musica pra ele, por que um simples convite tinha que ser tão complicado?

Apenas na decima vez eu consegui escrever algo decente. Algo que pudesse faze-lo vir aqui, escutar sua musica. Não tinha percebido, mas havia ficado quase uma hora escrevendo os bilhetes.

Alguém bateu na porta duas vezes e depois a abriu, era a Evelyn.

- E ai? já conseguiu fazer o bilhete?- perguntou, ela segurava uma pequena caixa na mão.

- Nunca pensei que fosse tão difícil fazer um bilhete, mas sim eu terminei- disse passando o papel para ela.

- Humm... Esta perfeito, agora vou coloca-lo nesse envelope- falou colocando.

- O que há dentro da caixa?- perguntei curiosa. Ela deu de ombros passando-me a caixa.

A abri e peguei algo que parecia um cartão. Era o crachá do Taylor, havia uma foto dele, sorrindo. Ao ver a foto não pude conter-me em sorrir também, fazia tanto tempo que não o via, sentia muito a sua falta. Fiquei feliz ao lembrar-me de que eu o veria em breve.

- Um motoboy vai entregar no hotel em que ele vai ficar. Agora já esta praticamente tudo realizado no seu plano, é só esperar que ele venha-

- Ele virá- murmurei esperançosamente ainda sorrindo com o crachá dele em mãos.