Dangerous Feelings escrita por Razi


Capítulo 16
Rispidez


Notas iniciais do capítulo

Aeh,
Espero que curtam a discussão dos dois.
^^



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Não sabia onde estava, mas notei que usava minha roupa de dormir que nada mais era que uma blusa de manga longa lilás e um short curto que não cobria minhas pernas bambas.

Meus pés estavam em contato com a fina camada de gelo que dominava o chão e me dava frio mais do que suficiente para me abraçar esquentando-me.

Olho ao meu redor querendo saber onde me encontrava, mas não parecia ser simples com o luar iluminando algumas partes dando-lhes um aspecto brilhante e surreal.

A única coisa que tinha certeza é que estava em um parque e morreria de frio se não encontrasse a saída ou alguém que pudesse me ajudar.

Meus dentes começam a bater contra si enquanto começo a gritar por Sean, mas como sempre não havia resposta e isso estava me deixando bastante preocupada.

Não que tivesse sentimentos por aquele deus que devia ter me deixado mortinha, quietinha no meu canto para não ter agora que morrer congelada usando tais roupas.

Piso em falso que me faz ir ao chão batendo minhas costas com tudo no gelo que me faz soltar um grito de dor agudo. Ergo-me lentamente, tendo o cuidado de não escorregar novamente. Sinto uma ardência na minha canela direita.

Ótimo, acabo de ganhar um arranhão.

Limpo minhas mãos no short sentindo a ardência nelas também, mas muito pouca.

Ergo meus olhos para a escuridão que se estendia na minha frente.

Posso jurar de pés juntos que ouvi um barulho e na minha atual situação, um barulho significa muita coisa.

Recuo lentamente tendo o cuidado de não escorregar e manter minha respiração apesar de dolorosa lenta e compassada, não podia dizer isso do meu coração que batia cada vez mais acelerado que acabaria por achar que meu convidado deveria estar ouvindo.

Muito lentamente giro meu corpo de vez para então iniciar uma corrida para salvar minha pele não mais apenas do tempo gelado, mas de quem quer que queira minha própria vida.

Correndo as cegas sem saber que rumo tomar acabo batendo minha testa em um poste que não sei como não tinha visto antes.

Deveria ser o fato de que estivesse com a lâmpada desligada!

Ouço então o farfalhar das folhas ficando cada vez mais intenso enquanto me levantava zonza abrindo e fechando meus olhos querendo ter mais visualização do que ocorria a minha volta.

Só que não sou treinada para situações como essas, na verdade, nem sabia em que situação estava.

Uma mão pousa sobre meu ombro me fazendo saltar de susto e instintivamente levar meu braço ao seu rosto querendo acertá-lo. Isso seria possível se ele não segurasse meu braço e me fazendo ficar de frente a si deixando que eu visse suas asas azuladas me cobrindo no mesmo instante enquanto absorvia seu perfume delicioso e...

Afastei-me na mesma hora, ao reconhecer a figura que entrara no meu caminho.

Leon, Deus da Guerra e o assassino dos meus pais.

-Você precisa se esquentar – disse ele numa voz morta.

-Prefiro morrer de frio a ficar abraçada a você – rosno mantendo todo o meu corpo rígido.

-Um pouco de educação não lhe faria mal – disse ele com escárnio.

-Para um assassino como você, a educação fica de férias – replico sentindo toda a fúria vir para a superfície e sair por meio de minhas palavras.

Ele ficou em silêncio por alguns segundos antes que eu pudesse ouvi-lo suspirar.

-Vai ficar calado? – instigo-o – Não vai dizer nada em sua defesa? Ah, claro, não vai falar nada porque sabe que a verdade é essa. Você matou os meus pais!

-Então te matei também quando fiz aquele avião cair – devolve ele com a mesma fúria latente que eu falava – Então me culpe pelo acidente de carro que matou sua avó, ou mesmo pelo ladrão que matou seus tios ou mesmo...

Dei-lhe um tapa em seu rosto que nem mesmo sei como consegui dar naquela escuridão.

-Não coloque em sua boca a minha família – rosno cerrando os dentes – Você não possui esse direito.

-Se é assim – ele respira fundo – Me diga com que direito, você me chama de assassino e ousa me dar um tapa!

-Com o mesmo direito que digo que você é um idiota sem coração que sabe apenas causar destruição por cima de destruição! – berro sentindo as lágrimas caírem violentamente de meus olhos.

Sua respiração ficou mais forte.

-Sua insolente – ele pausa novamente – Você não sabe de nada, por isso não fale como se fosse dona da verdade.

-E não sou – replico séria – Sei apenas que você matou minha família e ainda tem a coragem de agir como se fosse alguém melhor que eu!

-Mas, se sou melhor que você – disse ele com escárnio – Por que mentiria por tal coisa?

-Por humildade? – sugiro com sarcasmo – Você é a pior raça que já conheci.

-Tem certeza? – indaga ele retórico – Ou se esqueceu que estava a poucos minutos atrás sendo perseguida por Arrancars?

Recuo um pé olhando-o abismada.

-Como sabe disso? – pergunto perplexa – Como sabe?

-Possuo minhas fontes – responde ele evasivo.

Trinco meus dentes e avanço na sua direção.

-Que tal me contar quais são elas – exijo – Melhor, me conte como pude ir aquele lugar.

-Porque apenas você pode – explica ele num tom misterioso.

-Pare de mentir – ordeno batendo em seu peito com violência que faz ele ir de contra o poste – Agora.

-Vou te levar de volta – ele inclina-se na minha direção – Mikelly e Wade devem estar preocupadas e te procurando.

-Já disse para não encostar em mim! – berro novamente o encarando com fúria – Não quero que suas mãos sangrentas me toquem.

Ele para no mesmo instante deixando que visse seus olhos se tornarem pedras de vez.

-Você não sabe de nada – resmunga ele farfalhando suas asas.

-E você muito menos – rebato, não iria deixá-lo me humilhar.

Ele solta uma risada que parecia forçada.

-Então ficamos empatados – disse ele sério – Você é uma humana estúpida, imatura e que se acha a dona do mundo, quando na verdade não passa de uma menininha birrenta.

Não vou mentir que ouvir ele dizer aquelas coisas não doeram, mas não ia demonstrar hoje nem nunca.

-Se vamos mesmo lavar a roupa suja aqui – coloco as mãos na minha cintura – Deixa te dizer umas coisinhas interessantes.

-Sou todo ouvidos – debocha ele cruzando os braços pelo que pude assimilar.

-Você é mesquinho, idiota, calculista, frio, arrogante e que só sabe olhar para si mesmo sem pensar nos sentimentos das outras pessoas e mata sem dó e nem piedade – solto tudo que estava entalado na minha garganta – Não sei nem como seus amigos te agüentam.

-Me diz como os seus te agüentam – replica ele inclinando-se ainda mais na minha direção.

-Simples – dou de ombros – Não tenho amigos.

Ele fica em silêncio por alguns segundos.

-Agora sei porque não tem – conclui ele com um leve riso na voz.

Fecho minhas mãos em punho e levo uma delas ao seu rosto que não chega tocá-lo, já que me puxa de contra si deixando seus lábios a centímetros dos meus e suas pedras esverdeadas caírem sobre meu semblante que naquele segundo estava desnorteado.

-Engula sua raiva – disse ele movendo os lábios lentamente – Não preciso dela.

-Maldito – xingo-o batendo em seu peitoral que era uma coisa – Suma da minha vida!

-Se eu pudesse... – ele se silencia – faria isso o quanto antes.

-Não pode ou não quer? – arrisco não sabendo de onde tirei essa idéia.

-Uma pergunta estúpida a sua – disse ele sério. – Vou levá-la para casa.

-Prefiro ir a pé – digo ríspida querendo me soltar de seu abraço – Pode me largar?

Em resposta, ele me coloca em seus braços e abre suas asas deixando-as a minha vista.

-Não – nega-se ele no segundo seguinte levantando vôo.


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Notas finais do capítulo

Antes que pensem demais, ainda existem pontas soltas, várias e cada uma vai se encaixando ao longo dos cap.
Por isso calma.
E nem sei porque fiz a coitada bater a cabeça no poste, mas me veio a idéia de quando ela fugia e ficou.
Como brinde outro cap. digamos esquisito.
—________>



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