Lições de Amor escrita por ReLane_Cullen


Capítulo 6
Lição nº5: Sensibilidade


Notas iniciais do capítulo

Demorou (um pouco), mas chegou! Ah, gente! Essa é a última lição *todos chora* Agora falta só um capítulo e o epílogo. Espero que gostem! Beijooooos

PS: Esqueci de avisar que os vestidos estão nomeu profile



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Capítulo 5- Lição 5 Sensibilidade

O sol brilhava de maneira promissora em Forks- bem diferente do prelúdio que eu esperava para aquela semana. O típico clima úmido e frio da cidade combinava mais com um momento de desfecho do que toda aquela luminosidade.

Essa seria uma semana de desfechos e términos. As lições terminariam, e durante o baile eu teria a confirmação do sucesso ou fracasso do meu plano.

Se bem que eu não precisava ir tão longe assim para saber o destino de tudo aquilo. Bastava olhar para Alice e o gosto amargo do arrependimento vinha a minha boca. Inúmeras vezes cheguei a cogitar trocar de par com ela para o baile, mas eu não sabia se aquilo apenas a faria sofrer ainda mais. Apesar de todo o tempo que passamos juntos, Jasper não parecia nutrir nenhum sentimento diferente de amizade. Talvez ele realmente amasse Rose. Seríamos três corações partidos ao final da noite, ou quatro, se contarmos com o Emmett.

“Filha, o almoço está pronto.” Minha mãe gritou. Levantei do pequeno cobertor que havia forrado no quintal e fui em direção a cozinha.

Assim que entrei senti o cheiro da minha comida favorita: Ravióli de Cogumelos. Desde que voltaram de viagem, Renée e Charlie, estavam fazendo de tudo para me agradar. Eles realmente tinham ficado chateados por não terem me contado sobre a viagem. Eu como boa filha que era, estava aproveitando esse maravilhoso momento da minha vida. 

Após o almoço, fui para o meu quarto e só então notei que estava com a tarde livre. Ninguém havia feito planos durante a volta para casa, nem ligado para combinar nada. Todos pareciam estar querendo ficar longe uns dos outros. Ou, talvez, eu só estivesse ficando paranóica.

Eu já estava começando a ficar entediada, quando alguém bateu à porta. Antes que eu pudesse responder, o rosto sorridente de Jacob –juntamente com o corpo-  entraram no meu quarto.

“Eu não disse que podia entrar.” Reclamei. “Eu poderia estar pelada.”

“Se você quiser, eu espero lá fora enquanto você tira a roupa.” Ele falou, movimentando as sobrancelhas sugestivamente.

“Você é nojento.” Fiz uma careta, antes de acertá-lo com uma almofada. “A que devo a honra?”

“Queria saber como você está. Quase não nos vimos durante a semana.” Ele me estudou atentamente com aqueles olhos pretos, e eu tinha uma leve ideia do que ele estava procurando.

“Estou bem. Só andei ocupada.” E aquilo realmente não era uma mentira.

“Muitas lições?” Ele perguntou, sarcástico.

“E preparativos para o baile.” Respondi, sem a menor vontade de entrar em uma discussão com ele.

“Quer dar uma volta?” Ele convidou.

“Para quê?” Perguntei, defensiva.

“Não sei. Respirar ar puro, ver gente, sair desse confinamento.” Ele enumerou.

“Você fala como se eu estivesse a semanas aqui dentro.”

“O confinamento nem sempre é físico.” Ele falou com um ar intelectual.

“Obrigada, Freud.” Revirei meus olhos e não fiz nenhuma indicação de que sairia do meu lugar.

“Vamos.” Ele segurou minha mão e me levantou da cama. Decidi não lutar contra ele, afinal, ele tinha quase dois metros de altura. E com certeza, eu não o encararia!

“Então, com quem você vai ao baile?” Perguntei, enquanto caminhávamos pelas ruas de Forks.

“Sabe a Emily?”

“Aquela garota que veio da California?”

“Essa mesmo. Eu vou com a irmã dela.”

“A Leah.” Aquela não era uma pergunta, e sim uma confirmação.

“É.” Eu não sabia se ficava surpresa ou confusa ao ouvir aquilo.

“Mas...Eu pensei que vocês se odiassem.” Eles viviam brigando pelos cantos. Briga é sina de ódio, certo?

“Existe uma linha fina entre o amor e o ódio.” Ele disse sério.

“Você está lendo algum livro de Filosofia?” Perguntei. Esse garoto só podia estar de brincadeira comigo.

“Não é preciso ler nada para saber isso. Na maioria das vezes escondemos o amor, ou atração, através de ódio e brigas.” Ele explicou.

“É?!” Perguntei espantada. Eu tinha quase certeza que uma pequena ruguinha estava estampada no meio da minha testa.

“Geralmente. Principalmente quando você se recusa a aceitar o sentimento, ou o objeto de sua afeição. Por exemplo, Emmett e Rose...”

“Espera!” Disse antes que ele continuasse como aquela insanidade. “Você não está querendo dizer que eles se amam, não é?”

“Bella como você pode ser tão ingênua?”

“Eu não sou ingênua!” Protestei. ”Eles vivem brigando desde que nasceram, não tem a mínima chance de eles estarem apaixonados.”

“Você precisa enxergar além do óbvio.”

“E você precisa parar de imitar o Horatio, dizendo essas frases de efeito. Acredite em mim elas não têm nenhum efeito!” Se já não me bastasse o Charlie citando CSI Miami.

“Okay! Sem mais conselhos da minha parte.” Ele levantou as mãos em rendição.

“Melhor assim. Só espero que você não use aquelas cantadas baratas com a Leah. A garota vai precisar de um bom analista depois disso.”

“Não se preocupe essas eu só guardo para você” Ele piscou para mim.

Quando já estávamos no centro da cidade, Jake, convenientemente, lembrou que tinha de passar na casa do Mike. Como eu não conseguia ouvir o nome do Newton sem ter ânsias de vômito, decidi ficar sentada em um banco da pequena praça de Forks enquanto esperava por ele.

“Bella?” Escutei aquela voz extremamente familiar me chamando.

“Oi, Edward.” Olhei em sua direção. Ele estava lindo com sempre, mas os cabelos desarrumados –fruto de sua compulsão em passar a mão por eles- davam um charme ainda maior. Era mil vezes melhor do que quando ele tentava acertá-los.

“O que você está fazendo aqui?” Ele perguntou, ajeitando os óculos.

“Esperando o Jake, ele foi à casa do Mike.” Vi o rosto dele se contorcendo em uma careta. Nós compartilhávamos a mesma opinião sobre o Newton. “E você?”

“Eu estava indo para sua casa, mas pelo visto eu deveria ter ligado antes.”

“Não. Você pode ficar um pouco comigo e com o Jake e depois podemos assistir a um filme.” Sugeri. Eu sabia que estava sendo masoquista em propor passar um tempo sozinha com ele, mas eu não estava me importando.

“Eu não sei” Ele respondeu indeciso.  “Acho melhor não. Talvez amanhã.”

“Tudo bem.” Encolhi os ombros e forcei um sorriso.

Edward foi embora e eu senti todos aqueles sentimentos voltarem. Eu devia estar fora de qualquer padrão de sanidade mental quando aceitei ajudar aqueles garotos. Jake e eu acabamos indo a sorveteria, já que o dia estava propício para aquilo.

No domingo, tudo se repetiu. O telefone não tocou em nenhum momento, e ninguém bateu à porta. Nem mesmo Edward. Parecia que havíamos feito um acordo não verbal de não nos vermos durante o fim de semana. Até mesmo na nossa volta para a escola. Embora conversássemos, eu ainda conseguia sentir que alguma coisa havia mudado. Eu só me perguntava se eu era a causadora de tudo aquilo.

Felizmente, na segunda-feira, as coisas pareciam estar voltando à normalidade.

“Faltam quatro dias!” Alice exclamou na hora do almoço, fazendo quase o refeitório inteiro olhar em sua direção.

“Não sei para que tanta animação.” Murmurei.

“Só espero que nenhum dos três esqueçam o corsage.” Rose avisou.

“Sim, mamãe.” Emmett, provocou.

“Olha aqui...” Rose começou a falar, o dedo em riste demonstrando toda sua irritação, mas acabou parando no meio do caminho já que o sinal acabou tocando.

“Acho melhor irmos andando.” Alice disse puxando Rose pela mão.

“Posso falar com vocês?” Perguntei aos garotos.

“Claro” Jasper respondeu.

“A próxima lição pode ser hoje?” Perguntei. Quanto mais cedo eu acabasse com aquilo, melhor seria para mim.

“Mas já?” Edward perguntou tristonho.

“Sim.”

“Claro. A que horas?” Emmett indagou.

“Depois da aula vocês estão livres?”

“Sim. Espera! Vão ser todos juntos?” Jasper perguntou surpreso.

“Vai. Nessa lição não tem necessidade de separá-los.” Expliquei.

“Podemos passar no seu dormitório depois da aula.” Emmett sugeriu.

“Combinado.”

***

“Bem vindos a sua última lição.” Falei, assim que os meninos se sentaram no pequeno sofá que eu tinha no quarto.  “Antes de qualquer coisa, embora eu saiba que é o desejo de todos aqui, eu gostaria de lembrá-los para manterem o nome das admiradas em sigilo, ok? E nada de perguntas sobre isso.” A última coisa que eu precisava era de uma briga entre eles na última lição. Eu não queria nem imaginar a confusão que seria se o nome Rosalie Hale viesse à tona.

“Sobre o que é a lição?” Edward perguntou.

“Sensibilidade.” Respondi com um sorriso.

“Por um acaso você não vai nos obrigar a ver um filme de mulherzinha, vai?” Emmett protestou.

“Ou vai querer que nós comecemos a chorar?” Jasper se juntou ao protesto.

“Não é nada disso!” Revirei os olhos. “Segundo um dicionário, sensibilidade é a habilidade de experimentar e entender sentimentos profundos. Essa última lição nada mais é do que tudo o que vocês já fizeram antes, só que agora a sensibilidade é essencial; tanto para entender os seus sentimentos quando os delas. E lembre-se que, às vezes, mesmo com todos esses passos, vocês não conseguirão ganhar a garota no final.”

“Isso não é legal.” Emmett reclamou.

“Não mesmo. Vocês vão precisar perceber se suas investidas estão surtindo algum efeito. Caso não estejam, recuem. Não adianta insistir quando o outro lado não está disposto a ceder. E mais uma vez: sejam sensíveis com relação aos sentimentos delas!” Instruí.  “Bem, acho que era isso.” Era tão estranho dizer adeus a isso. Eu já estava ficando acostumada àqueles encontros semanais.

“Essas lições acabaram muito rápido.” Edward murmurou, quase de maneira inaudível.

“Obrigado por tudo, Bella.” Jasper disse antes de me abraçar.

“De nada.” Sorri.

“É Bellinha, você arrasou!” É necessário dizer que o Emmett me esmagou em um abraço? Acho que não.

“Valeu, Emmett” Disse, tentando recuperar minha função respiratória.

“É uma pena não poder mais te chamar de professorinha, professorinha.” Edward me abraçou, antes de beijar levemente minha bochecha.

“Pois é.” Disse embaraçada, sentindo meu rosto ficando vermelho.

“Tchau, Bella.” Ele se despediu.

“Tchau.”

Eu sabia que aquele não era um adeus definitivo, mas para o meu coração era. Ali ficavam enterradas todas as minhas esperanças. Dali em diante, Edward e Bella, mais do que nunca, seriam frutos da minha imaginação.

“Bella?” Jasper chamou, acordando-me dos meus pensamentos.

“Oi.”

“Eu tenho uma dúvida. O que é um corsage?” Ele perguntou, timidamente. Por que eu não me apaixonava por ele?

“Aquela flor que as garotas usam no pulso.” Respondi.

“Ah! De que cor é o seu vestido?”

“Azul.”

“E onde eu compro isso?” Ele perguntou, hesitante.

“Não faço a mínima ideia.”

“Certo, vou perguntar a alguém então. Até mais.” Ele saiu, me deixando novamente a sós com os meus pensamentos.

***

O ginásio estava totalmente decorado. Nem parecia mais o campo de batalha das aulas de educação física. Ao menos era assim que eu encarava. Na verdade, era quase agradável estar ali.

“Que decoração é essa?” Jasper perguntou, enquanto estávamos na fila. Havia apenas um casal na nossa frente para entregar os convites.

“Não sei. Acho que Monte Carlo.” Respondi em dúvida.

”Nada disso! É Las Vegas, baby. Las Vegas.” Eric –que estava responsável pelos convites- respondeu. E de uma maneira bem peculiar, eu diria.

“Valeu, Eric!” Forcei um sorriso. Eu tinha a nítida impressão que ele repetiria aquilo à noite toda.

“Como você e o Edward aquentam ele?”

“A Força está conosco.” Jasper falou num tom solene, me fazendo rir.

“Certo.”

 “Quer beber alguma coisa?” Ele ofereceu.

“Não sei. Será que tem alguma chance de terem batizado a bebida?” Levando em conta que o time de futebol estava perto do ponche aquilo era bem provável.

“Verdade.”  Ele assentiu. “O que você quer fazer?”

“Eu não sei. Não tenho o hábito de ir a bailes.”

“Nem eu.”

“Nós somos uma droga.” Disse me sentando em uma das mesas.

“É, nós somos.” Ele concordou rindo.

A mesa que pegamos ficava na direção da entrada, o que nos dava uma ótima visão de quem entrava e saía. Jasper e eu conversávamos para preencher o silêncio, mas nossa atenção estava sempre voltada para frente. Para o nosso alívio, não demorou muito para que Alice e Emmett aparecessem. Ele estava impecável em seu smoking, enquanto Alice estava maravilhosa num vestido tomara que caia azul claro. Os saltos que ela usava, ajudaram a diminuir a diferença entre ela e Emmett.

Eles logo no acharam e vieram até nós. Alice sentou ao lado do Jasper, com Emmett do seu outro lado,

“Eu preciso beber alguma coisa.” Emmett comentou, levantando-se. “Alguém quer?”

“Eu quero!” Alice e Jasper responderam juntos.

“Bella?”

“Só se não estiver com álcool.” Eu soei tão Charlie Swan naquele momento que até eu me assustei.

Pouco tempo depois Emmett voltava equilibrando quatro copos nas mãos.

“A opção sem álcool não tinha. É melhor beber isso ou vai ficar com sede.”

“Ok.” Aceitei o copo que ele me entregava. Bebi um gole do líquido e senti minha garganta queimar um pouco. Mas até que não era tão ruim assim. Na verdade, era até gostoso.

Antes que eu pudesse me preparar psicologicamente para o acontecimento, Rose e Edward entraram no salão. O vestido vermelho abraçava perfeitamente as curvas dela. E ele, bem, ele estava deslumbrante. Mesmo com a distância, eu podia notar os olhos verdes brilhantes - agora - não mais escondidos pelos óculos. Era melhor eu nem começar a falar dos cabelos porque senão, eu ficaria divagando por um bom tempo.

Eles combinavam tão perfeitamente que chegava a doer. E não era apenas eu quem havia notado, todos naquela festa pareciam estar com os olhos grudados neles, enquanto caminhavam em nossa direção.

Edward sentou-se ao meu lado, e Rose sentou entre ele e Emmett. Nosso grupo agora estava completo. Nosso pequeno e confuso hexágono amoroso. A conversa até que fluía muito bem, diferente da mudez e estranheza do início da semana.

“Meu Deus! Que vestido é aquele que a Tanya está usando? Era melhor ela escrever ‘Vadia’ na testa.” Rose comentou. Nunca descobri o real motivo da hostilidade entre elas. Mas eu conseguia entender o porquê de ela odiar a Tanya. Quer dizer, a Tanya era bem odiável.

“Eu gostei.” Emmett elogiou, olhando a loira de cima a baixo. Não que ele precisasse fazer isso, já que eles haviam namorado durante o nosso primeiro ano ali.

“Lógico que você gostou. Por que isso não me surpreende?” Rosalie parecia estar... magoada? Aquilo era tão não-comum. Emmett a olhou por um instante e então suspirou.

“Desculpa. Eu não tive a intenção... Eu só queria implicar com você. Desculpa.” Ele pediu. Rose o encarou surpresa. Era como se pela primeira vez ela realmente estivesse o vendo.

“Você está linda.” Edward sussurrou no meu ouvido, me fazendo desviar a atenção do que ocorria bem na minha frente.

“Obrigada” Agradeci, corando.  “Parece que o seu visual está fazendo sucesso. Várias garotas não param de te olhar.” Todos agora enxergavam o que só eu via. Mesmo que ele não ficasse com a Rose, haveria uma fila imensa de garotas querendo ocupar o seu lugar. Eu tinha uma sorte tremenda!

“Sério? Nem reparei.”

“Você está partindo corações.” Incluindo o meu, adicionei nos meus pensamentos.

“Você também.” Ele elogiou me olhando atentamente. Eu queria desviar o olhar, mas os olhos dele exerciam uma atração quase que magnética sobre os meus.

“Eu não agüento mais ficar sentada!” Alice reclamou entediada, desmanchando a pequena bolha na qual eu estava com Edward. ”Vamos dançar!” Ela ordenou ao Emmett.

“Sim, senhora!” Ele concordou, levantando-se. Ele esticou sua mão para Alice que aceitou com muita prontidão.

“Vamos, Edward?” Rose convidou.

“Hum...claro.” Logo, Edward e Rose estavam se juntando aos demais casais na pista de dança. Olhei para Jasper e assim como eu, ele mantinha os olhos fixos na pista. Nessa hora, Lesson learned da Alicia Keys começou a tocar. Aquilo não era justo.

“Quer dançar?” Ele perguntou.

“Não acho uma boa idéia. Quer dizer, você já me viu andando?”

“Já que estamos aqui, acho que deveríamos passar por todos os processos, mesmo os dolorosos.” Ele propôs com um sorriso.

“Ok, mas só uma música.” Avisei.

“Viu? Até que não está tão mal.” Jasper elogiou, bem-humorado.

“É assim que você elogia uma garota?” Zombeteira, arqueei uma sobrancelha.

“Oh! Eu esqueci. Sensibilidade, não é?”

“Exatamente!” Concordei com uma risada.

“Ei! Tenha a sensibilidade de não pisar nos meus dedos.” Ele reclamou. Eu olhei para baixo e vi que estava pisando em seu pé.

“Desculpe.” Pedi, tentando controlar o riso. O que não deu muito certo, já que o próprio Jasper começou a rir.

Nós acabamos dançando muito mais do que eu havia planejado. Por mais que eu odiasse admitir eu estava gostando de estar ali. Eu realmente estava me divertindo. Era isso ou aquele ponche realmente estava fazendo efeito em mim.

“Acho que eu preciso beber alguma coisa.” Jasper avisou e saímos da pista.

“Os meus pés estão me matando.” Reclamei, enquanto bebia um pouco do ponche. Eu já nem sentia mais o gosto do álcool.

“Não seria eu quem deveria falar isso?”

“Engraçadinho.” Revirei meus olhos, antes de estirar a língua para ele.

“Quer ir embora?” Ele perguntou, provavelmente notando o meu cansaço.

“Acho que sim.” Percorri o salão com meu olhar, mas não consegui achar ninguém. Parecia que todos os casais ali presentes resolveram ir dançar e estava impossível achá-los. A única pessoa que consegui encontrar foi o Jacob, que parecia estar se divertindo à beça com a Leah.

O caminho de volta até o dormitório foi feito no mais absoluto silêncio. Diferente do da festa, aquele era um silêncio muito mais tolerável.

“Obrigada. Me diverti muito hoje.” Agradeci, parada a porta do meu quarto.

“Eu também.” Ele sorriu e pareceu pensativo por um momento. “Posso tentar uma coisa?”

“O quê?” Perguntei, curiosa.

“Isso.” Ele sussurrou, antes de colar seus lábios nos meus. Fechei os meus olhos esperando que aquelas sensações tão conhecidas começassem: o coração acelerado, as borboletas no estômago, os fogos de artifício, mas nada apareceu. Deixei que Jasper aprofundasse o beijo, ainda na esperança de sentir algo a mais, mas de nada adiantou. Ele beijava muito bem, disso eu não tinha dúvidas. No entanto, aquele beijo não chegava a significar mais do que ele realmente era: um simples beijo.

“Jazz...” Tentei falar alguma coisa, mas não consegui;

“Então?”

“Eu não sei como dizer isso, quer dizer, foi bom, mas...” Mordi o lábio, hesitante em terminar a frase.

“Você não sentiu nada.” Ele concluiu.

“É.” Admiti, envergonhada.

“Eu também não.” Ele sorriu.

“Nós realmente somos uma droga.” Disse também sorrindo.

“Sem dúvidas.” Ele riu. “Boa noite, Bells.” Ele se despediu, dando um beijo no meu rosto.

“Noite, Jazz.”  Sussurrei, antes dele ir embora. Fiquei olhando o corredor até Jasper aparecer ao final dele, quando olhei para o lado oposto senti meu corpo congelando. Alice estava estática, olhando em minha direção. Assim que nossos olhares se cruzaram, foi como se ela tivesse despertado de um transe, e correu na direção oposta.   “Alice? Alice!” Chamei, mas foi em vão.

Tudo começava a dar errado.


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