Two Sins, One Passion escrita por nandahh


Capítulo 4
IV - One passion [Final]


Notas iniciais do capítulo

Olá meus leitores!

Bom, aí está, o último capítulo ;o;
Eu iria postá-lo antes, mas pergunta se o site deixou~~'
Enfim~~

Os leitores andaram desaparecendo das minhas fics... será que eu estou escrevendo mal? Ç_Ç #foreveralone

Bom, desde já, muito obrigada a todos que acompanharam esta história!
Deixemos para as notas finais -Q

Boa leitura deste último capítulo .q



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        "Naturalmente está acontecendo dentro da sua cabeça, mas por que é que isto deveria significar que não é verdadeiro?"

        A claridade era intensa demais para que suas pupilas suportassem. Abriu os olhos, mas imediatamente os cerrou, diante do branco que envolvia todo o lugar. Colocou a mão frente ao rosto, para barrar um pouco da luminosidade. Quando deu por si, viu que algo estava preso em seu pulso, e que seguia um caminho vertical, até algo que pingava em uma sequência quase calculada.

        Talvez, aquele lugar não fosse o paraíso.

         Nem o inferno.

         Aos poucos, os olhos se acostumaram com a claridade do local, e, finalmente, puderam se abrir. Mas se espantaram com a imagem que chegou até eles. Alguns instrumentos cirúrgicos, luzes, uma poltrona, uma pequena mesa com um aparelho de batimentos cardíacos exalando um som tão característico do local.

         Um hospital?

         Mizuho ainda estava atordoada com a situação. Olhou para os lados mais uma vez e admirou-se com a pessoa que estava debruçada sobre sua cama, dormindo, provavelmente, entre os braços.

         - Y-Yuki?

         O que seu padrasto estaria fazendo ali? Tudo a estava deixando muito confusa. Resolveu se sentar na cama, com um pouco de dificuldade. Seu corpo doía, estava bamba e os olhos ainda pesavam. Mas o que teria acontecido consigo para estar em um hospital?

         Percebeu alguns arranhões pelas mãos e pelo rosto, mas não conseguia assimilar nenhuma idéia. Queria chamar alguém, gritar por um conhecido. Talvez estivesse sonhando. Mas a sua inquietação despertou o homem que pousava ao seu lado.

         - Mizuho? Você... Você acordou? – Yuki esfregava o rosto, para ver melhor.

         - O quê...

         - Não, não diga nada! – Levantou-se, quase trombando no cateter, que pingava um soro quase invisível. – Não faça nada! Eu vou chamar sua mãe!

         - E-Espere! Yuki! – Ainda o chamou, enquanto o via sair, sorrindo, pela porta de seu quarto.

         Mizuho olhou para a janela, quase incrédula. O que estaria fazendo ali, afinal? Tentava lembrar-se de algo, mas seu esforço era inútil. Colocou as mãos sobre o rosto, para tentar recorda-se do ocorrido, mas a única imagem que passou sobre sua mente foi o sorriso de um garoto desconhecido, ao qual ela não pudera ver o rosto.

         - Mizuho?

         Ressurgiu de seus pensamentos ao ouvir uma voz tão familiar e doce. Abriu os olhos e deparou-se com sua mãe, parada, frente sua cama.

         - Mizuho, minha filha! – Seus olhos já lacrimejavam.

         - Mãe?

         - Oh, graças a Deus! – Não segurava mais suas lágrimas. Yuki a abraçou, tentando acalmá-la.

         - O que está acontecendo, afinal? – A jovem já não compreendia mais nada.

         Chizuru, a mãe de Mizuho, mal podia falar com tantas lágrimas a invadirem seu rosto. Sua alegria era imensa.

         - Mizuho, você está bem? – Yuki a perguntou.

         - Sim, eu estou. Mas por favor, me expliquem o que aconteceu.

         - É normal você estar atordoada, depois de tudo que lhe aconteceu, minha filha. Os médicos disseram que no começo seria assim, já que no momento da queda a parada foi muito brusca.

         - E se não fossem três corajosos bombeiros, você não estaria mais aqui, minha jovem. – Um médico entrou na sala, sorrindo, e cumprimentando os presentes.

         Queda?

         Bombeiros?

         Mas o que era tudo isso, afinal?

         - Filha, talvez você não se lembre, mas... – O receio lhe era grande. – Há cinco dias você tentou se matar...

         - E se atirou de um prédio de vinte andares. – Yuki completou a fala da mãe de Mizuho.

         Suas pupilas contraíram-se com as palavras que ouvira. Rapidamente, todas aquelas imagens voltaram em sua mente.

         Quase todas.

         Mizuho lembrou-se daquela tarde, em que estava no alto do prédio e lançou-se em queda livre. Lembrou-se de seus sentimentos, de seu ódio, de seu amor. Lembrou-se de seus desejos mais profundos.

         E novamente aquele sorriso desconhecido pairou sobre seus olhos.

         - Eu... – Mizuho colocou a mão sobre a boca, e as lágrimas já escorriam-lhe a face.

         - Mas você está salva, filha! Graças aos céus, eles te salvaram! – Sua mãe aproximara-se da cama.

         - Sim! Os bombeiros conseguiram te pegar com a cama elástica! Eu jurava que não iria dar tempo, mas... Quase por um milagre, eles conseguiram armá-la e te salvar! – Yuki também aproximara-se de Mizuho.

         - Mizuho, minha filha, você nos assustou...

         - Sim, Mizuho. Sua mãe desmaiou várias vezes, além de ficar aqui com você no hospital.

         - Ora, Yuki, não fale de mim. Você que passou todas as noites no quarto dela, com as mãos juntas às delas.

         - Chizuru! – Yuki corou, reprimindo a mulher.

         Os sorrisos preencheram o quarto, enquanto Mizuho ouvia, quase sem acreditar, a tudo aquilo.

         - E as flores? Acho que ela recebeu mais flores das amigas do que eu já dei à minha mulher! – O médico sorria, brincando.

         - Sem contar os presentes que já a esperam em casa, não é, querido? – Chizuru dirigia-se ao marido.

         - Chizuru! P-Pare de falar essas coisas na frente dela! – E ele encabulava-se mais ainda.

         Mizuho via os sorrisos de todos, e assimilava suas falas. Todos realmente estavam preocupados com ela. Todos se importavam com ela. Todos a amavam de verdade.

         Não conseguia mais segurar as lágrimas, e essas brotaram-lhe com toda a força dos olhos. A jovem tentava esconder o rosto com as mãos. Talvez, o arrependimento tenha invadido seu coração naquele exato momento. Um forte sentimento de remorso...

         ... E felicidade.

         - Me... – Falava entre soluços. – Me perdoem...

         - Filha... – As lágrimas já brotavam, igualmente, dos olhos de sua mãe, que, sem pensar, a abraçou com todas as forças que podia.

         - Me perdoem, por favor...

         - Não diga nada. O importante é que você está bem, querida. Seu pai ficaria muito feliz em lhe ver assim, bem. – Sua mãe apalpava-lhe os cabelos, aconchegando-a em um caloroso abraço.

         Diante de tudo que ouvira e vira, Mizuho tinha uma certeza.

         Certeza de que o tinha feito era o maior erro de sua vida.

         Certeza de que todos a amavam, incondicionalmente.

         Certeza que alguém a tinha salvo.

         (...)

         Na manhã do dia seguinte, Mizuho acordara muito bem disposta, graças à visita de suas amigas e aos mimos que Yuki lhe ofereceu. Aproveitou para acompanhar a mãe até a sala de ultrasonografia, naquele mesmo hospital, para ouvir o doce e pequeno coração de seu irmão a bater.

         - Filha, não chore. – Sua mãe sorria, deitada à cama.

         - Eu não estou chorando, mãe! – Mizuho a repreendeu, muito corada.

         Todos aqueles sorrisos não vedavam mais todo o passado e toda a situação que envolveu a jovem garota. Aqueles eram, de fato, sorrisos verdadeiros.

         - Mizuho?

         - Yuki? – Mizuho o encontrou ainda em seu quarto.

         - Bem, eu... – Tinha receio de lhe falar algo. – Eu estou realmente feliz que você esteja bem. Digo, eu... Eu não quero substituir o seu pai, não serei capaz disso, mas gostaria que você—

         - Hey, hey! – Mizuho interrompeu sua fala. – Ninguém pode substituir uma pessoa, mas... Pode suprimir a falta dela.

         - Quer dizer...

         - Não se importa se eu lhe chamar de... Pai? – E a jovem sorriu.

         Yuki ficou a olhar o sorriso daquela jovem garota à sua frente. Uma preciosidade que ele havia encontrado. Sabia que nunca poderia ser “o pai” de Mizuho, mas seu coração encheu-se de alegria com aquelas palavras.

         - É claro que eu não me importo.

         - Então, temos um acordo! – Sorriu ainda mais.

         - Temos sim. – O homem sorriu igualmente, mas imediatamente seu rosto tornou-se rubro, e ele ficou totalmente sem jeito. – Ok, Ok! Agora vá lá fora tomar um ar! – E já empurrava a jovem pela porta do quarto.

         - Hã? – Mizuho não entendeu.

         - Vá, vá, vá logo! I-Isso vai lhe fazer bem!

         - An, tudo bem...

         E ao ver a garota distanciar-se de si, Yuki apenas limitou-se a sorrir.

         (...)

         Era um dia perfeito! O sol brilhava, onipotente. A brisa era fresca, como o verão podia demonstrar. As árvores estavam verdes, repletas dos mais belos pássaros. Mizuho sentou-se em um banco branco do jardim, olhou para cima e ficou a observar as aves que planavam em uma corrente de ar.

         - ... Até que eles se tornem doces pombas brancas, preenchendo o céu de alegria. De pureza. De amor. E de esperança. – Mizuho reproduzia alguns versos de sua canção, enquanto observava tão simples pombas.

         - Está um dia formidável, não é mesmo?

         A jovem parou de falar e abaixou sua visão para direcioná-la àquela voz, que vinha de seu lado.

         - Posso me sentar aqui? – Um jovem garoto estava parado ao lado do banco onde estava Mizuho. A jovem não podia negar. Era um lindo rapaz.

         - Sim, claro que sim. – Respondeu-lhe.

         - Com licença. – E o garoto se sentou.

         Os dois ainda permaneceram em silêncio. Afinal, eram desconhecidos.

         Seria mesmo?

         - Você é paciente deste hospital? – O jovem tomou a palavra.

         - Sou sim. Mas tomarei alta amanhã.

         - Hum. E posso lhe perguntar qual é o motivo de sua estadia aqui?

         Mizuho começara a desconfiar de tantas perguntas. Por que um estranho estaria ali, a lhe questionar?

         - Oh, perdão se eu me intrometo. Se não quiser dizer, tudo bem. – O garoto direcionou seu olhar às pombas.

         - Não, tudo bem. Se estivéssemos em outra ocasião, eu com certeza te expulsaria daqui. Mas... Acredito que não há mal em lhe contar.

         - Às vezes devemos partilhar com as pessoas as coisas que nos assombram... – O jovem sorriu, ainda a olhar o céu. – Mas conte-me, por que está aqui? – E voltou seu olhar para Mizuho.

         - Bem... – Mizuho admirou-se com os olhos daquele garoto. E com suas palavras. – A verdade é que eu queria me matar. Digo, eu tentei me matar.

         - Eh? Você fez isso mesmo? – Demonstrava uma expressão de curiosidade.

         - Sim, eu fiz. Atirei-me do prédio onde meu falecido pai trabalhava. Mas felizmente—

         - Você foi salva!

         - Sim.

         - Mas por que fez isso?

         - Eu acreditava que a minha vida tinha tomado um rumo terrível. Que tudo e todos estavam contra mim. Talvez, eu tenha me tornado egoísta o suficiente para pensar somente em mim mesma.

         - É, eu concordo. – O jovem sorriu e direcionou seu olhar novamente ao céu.

         - Concorda?

         - Claro! Eu tenho certeza que existem pessoas que lhe amam incondicionalmente aqui. Então, privar-se de sua vida não lhe levaria a nada. Só deixaria as pessoas que aqui ficariam muito tristes.

         Afinal, quem era aquele garoto?

         - Estou errado?

         - Não. – Mizuho abaixou o rosto. Parecia envergonhada. – Você está certo. Eu percebi que realmente sou amada. E me arrependo amargamente pelo que fiz. Acho que estou muito feliz por aqueles bombeiros terem me salvo.

         - Bombeiros, é...? – Outro sorriso invadiu o rosto do jovem.

         O silêncio reinou ainda por alguns instantes. A brisa balançava o cabelo dos dois jovens, que permaneciam ali, tranquilamente.

         - Pombas nos trazem um sentimento de esperança, não é? – O garoto tomou a palavra.

         Mizuho levantou o olhar e o direcionou ao jovem ao seu lado.

        - Sabe... – O garoto ainda olhava o céu. – Eu acredito que o coração das pessoas é algo mutável. Os sentimentos o invadem com tamanha força que às vezes tudo pode parecer confuso. Tomar caminhos inesperados é normal. Mas é preciso conciliar tudo o que sentimos. Afinal, tudo está ligado. Se algo se rompe, tudo desmorona, como uma cadeia. O importante é confiar nas pessoas que mais amamos. Porque ninguém está sozinho neste mundo... Não é mesmo? – E voltou seu olhar para Mizuho, com um sorriso incrível.

        Aqueles olhos de um castanho tão raro encontraram os olhos da jovem ao seu lado. Aquelas palavras a haviam cativado. Rapidamente, Mizuho sentiu o rosto ficar quente. Estava corada. Um jovem desconhecido, tão belo, com um sorriso cativante, e com palavras tão certeiras...

        - Mas acho que eu devo ir agora, não é? Já lhe incomodei demais. – E o jovem garoto se levantou do banco.

        - Ah, espere! – Mizuho levantou-se também, ainda corada. – M-Me diga qual o seu nome...

        O jovem sorriu ao ver Mizuho sem jeito.

        - Rygel. Muito prazer.

        Familiar?

        - E qual o seu?

        - M-Me chamo Mizuho.

        - Mizuho? É um belo nome, sabia? – O jovem sorriu mais uma vez, fazendo Mizuho ficar ainda mais corada. Colocou as mãos atrás da cabeça e já ia se retirando.

        - Rygel! – A jovem o chamou. O garoto apenas parou, sem se virar. – Nós já não nos conhecemos de algum lugar?

        - Bom... – Virou-se para ela. – Quem sabe...? – Sorriu e continuou a caminhar.

        Mizuho continuou parada, a observar Rygel a se distanciar. Pousou a mão sobre o peito e sentiu uma sensação agradável. Acolhedora. Quente. Familiar.

        Talvez fosse alegria.

        Paz.

        Ou, o mais provável...

        ... Amor.

        Um sentimento mútuo, talvez. Uma única paixão.

        Um sorriso invadiu-lhe o rosto. Realmente, ela estava feliz por alguém a tê-la salvo. A tê-la trazido de volta ao mundo. À realidade. Às pessoas que ela ama.

        E que a amam.

        Um reencontro?

        O final de uma história?

        Podem ter certeza que não.

        Na verdade, a história daqueles dois estava apenas no começo...

E se você não encontra uma razão para viver, saiba que você é a razão de os outros viverem...

Two sins, one passion: FIM~~


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Notas finais do capítulo

Waaa, é isso -Q

E eu não poderia ter achado uma foto melhor para o final .q
Só dei uma editada~~
Claro, o Rygel dessa foto está um pouco diferente do da capa, mas tudo bem ;o;

Vamos aos agradecimentos e aos créditos -QQ

Primeiramente, devo agradecer à Shin-chan. Pois as frases dos finais dos capítulos foram dela .q
Shin, a fic é sua ~~♥
Essa de hoje é autoria da Re-chan -Q
Foi ela também que me deu a ideia da frase que iniciou o capítulo .q
Arigatou, Re -QQQ

Agradeço à todos que leram e deixaram reviews nessa história. À Van-chan e a Kiki-chan pelas recomendações lindas .q

Fico feliz em lhes ver lendo minhas originais, já que é difícil criar uma boa história. Muito muito obrigada a todos!
Logo eu estarei com novos projetos por aqui. Então, gostaria que, quem quisesse, acompanhasse a minha mais nova fic, "The night guardian"

http://www.fanfiction.com.br/historia/120427/The_Night_Guardian

É uma básica história de contos, um pouco interligados -QQ
Espero que gostem~~

E pra fechar com chave de ouro... reviews? ♥

Tks a todos, de verdade!

Nandah~~