A Beautiful Lie escrita por Raquel Severini


Capítulo 28
Capítulo vinte e oito: Permanent Revolution


Notas iniciais do capítulo

Espero, sinceramente, que o capítulo não tenha ficado muito complexo. Pesquisei muito à respeito de Coma e tentei bolar uma explicação razoável. todos conseguiram entender? Se ficou muito complicado, digam, que eu edito depois, ok?


Capítulo bonitinho. I like it! *-* Bom, converso com vocês lá em baixo.



Enjoy! ;D



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- Podem revistar agora. - Respondeu Jared, sentando no sofá, com cara de tédio e me puxando com ele. Enquanto olhavam nos quartos, fiz Jay vestir uma blusa.
Ficamos parados enquanto os homens reviravam a casa, o que estava me extressando um pouco. Um deles apareceu com a minha mala e despejou tudo no chão. Jared
bufou, irritado. Imagine todos os seus pertences no meio do piso. Inclusive as roupas íntimas. É, muito constrangedor. O mais alto deles olhou para uma calcinha minha,
que era apenas de renda, ou seja, não cobria quase nada. Corei rapidamente.
- Chega. - Falou Jared - Isso já é exagero.
- Porque, sr. Leto? Está insinuando que ela tem algo a esconder?
Jay levantou e encarou o delegado, porém, antes que ele pudesse falar, entrei na frente dele e segurei seus braços levemente.
- Não, tudo bem... Podem olhar. - Respondi, colocando um ponto final na história.
Após olharem milímetro por milímetro, o delegado disse:
- Obrigado pela gentileza. Mellanie, você deve ir "falar" com seu namorado no hospital às 14hrs.
Assenti e ele partiu, levando os dois homens consigo. Comecei a dobrar minhas roupas e colocá-las dentro da mala. Jared pegou aquela mesma calcinha de renda que os
policiais estavam olhando um tempo atrás e segurou na ponta dos dedos. Parei para fitá-lo, seu olhar era sugestivo.
- Quê? - Deixei a pergunta no ar.
- Nada - Disse ele, fazendo sinal de inocência e rindo corrompidamente. Ignorei, então ele se aproximou e falou perto do meu ouvido - Mal posso esperar pra estreiar essa
coisa.
- Cala a boca. - Falei, dando um tapa nele e arrancando a calcinha de suas mãos. Ambos rimos.
Terminamos de arrumar minha mala e fomos até o resto dos cômodos, que também estavam uma zona. Enquanto reorganizávamos, Jared estava cantando. Fazia milênios
que não o ouvia cantar casualmente, e, pra falar a verdade, eu amava quando ele fazia isso. Não sabia qual era a música, mas mesmo assim estava gostando. Quando
ele parou, pedi:
- Canta mais?
- Hmm, você gosta?
- Você sabe que sim. - Jared continuou cantando umas músicas que eu não conhecia, enquanto terminávamos de guardar as coisas. Quando estava tudo limpo, um
pensamento meio estranho me ocorreu - Sabe do que mais eu gosto?
- De que?
- Quando você diz que é um "prostituto" em search and destroy.
Ele se inclinou pra trás e riu comigo durante uns bons segundos.
- Porque?
- Não faço a mínima ideia...
- Então você gostaria que eu fosse um prostituto?
- Não! Você é meu, a ideia de que ficaria por ai vendendo seu corpo pra outras pessoas é inaceitável. - Rebati, possessiva.
- Claro que não, só vendo meu corpo pra você!
- Pensei que pra mim fosse de graça...
- Hey, eu preciso pagar minhas contas.
Ambos rimos até chorar. Naquele momento me senti inesperadamente feliz e, percebi que os pequenos gestos precisam ser apreciados.
- Jay...
- Que foi?
- Eu te quero.
- O que? Não entendi.
- Eu te quero - Falei mais alto.
- Dá pra repetir? - Perguntou, colocando uma das mãos em forma de concha perto do ouvido.
- Eu te quero!- Gritei e agarrei-o, começando a beijá-lo. Jared ria entre os beijos, assim como eu.
- Vem tomar café da manhã comigo. - Afirmou, puxando-me pela mão. - Quer comer o que? - Perguntou, enquanto eu me sentava na bancada.
- Você tá muito romântico, cherou alguma coisa?
- Não faça eu me arrepender, Mellanie. - Brincou.
- Eu quero você de café da manhã.
- Sério?
- Não, ia me dar indigestão comer coisa ruim logo cedo.
- Nossa - Bateu no próprio rosto - Você tá me esculachando muito hoje.
- Você é minha prostitua, esqueceu?
- Tá legal, Frank Costello. - Novamente morri de rir. Aquilo me lembrava quando éramos apenas dois adolescentes.
- Vem aqui. - Exigi e quando ele se aproximou puxei-o pelo cabelo, e o beijei ardentemente, envolvendo seu quadril com as pernas. Alguns segundos depois, falei,
com a boca próxima a sua orelha e uma voz sexy - Torradas e suco.
Ele riu de maneira infantil e se afastou para procurar o que eu queria dentro dos armários.
- Não tem torradas aqui. - Concluiu, se aproximando de mim novamente. - Vamos sair pra comer algo decente?
- Vai ser na Starbucks? - Perguntei, olhando-o.
- Com você fazendo essa cara, eu tomaria até um tiro de café da manhã.
- Amor, você tá muito fofo hoje, sabia? - Perguntei enquanto dava vários beijos nele.
- É?- Perguntou enquanto deixava nossos lábios colados algum tempo - E o que eu ganho com isso?
- Depende. O que você quer?
Jared mordeu o lábio inferior, com aquela cara infantil e safada que eu amava.
- Você sabe. - Respondeu, sorrindo.
- E isso por acaso é algum pedido fora do comum...? - Ergui uma sobrancelha e desci da bancada, envolvendo sua nuca com os dois braços e erguendo um pouco o rosto
para poder fitá-lo nos olhos.
- Acho que não...
- Isso fica pra mais tarde. - Sorri maliciosamente e pisquei pra ele, que apenas riu de volta e concordou.
Puxei Jared pela mão, guiando-o até o quarto. Ele se jogou na cama.
- Pega qualquer roupa pra mim. - Pediu.
Assenti e comecei a me despir. Quando estava apenas de roupas íntimas, fui até o closet escolher uma roupa pra ele. Peguei uma calça jeans escura, que tinha detalhes
em preto e branco, com vários fios estrategicamente soltos, uma blusa de malha cinza e um casaco preto, com grandes botões e fecheclers dourados em destaque.
Suspirei e procurei um, entre vários tênis, que combinasse com a roupa. Acabei pegando um esportivo creme, com cadarços pretos e símbolos prateados contrastantes.
Assim que peguei uma meia, joguei o conjunto ao lado dele, na cama. Percebi que ele já havia tirado as próprias roupas, ficando apenas com a cueca azul-marinho, com
o logo da CK.
Fiz muito esforço, preciso repetir, muito esforço mesmo, para ignorá-lo e ir me vestir. Quando retornei, Jared estava calçando o sapato. Ele ergueu os olhos para me fitar
e sorriu ligeiramente. Enquanto ele amarrava o cadarço, eu passava apenas batom e lápis de olho. A imagem dele refletia no espelho, enquanto este estava parado no
batente da porta, observando-me. Acelerei o procedimento, quase ficando cega na tentativa, porém, quando virei-me, não consegui resistir e parei para beijá-lo. Ambos
carregados de desejo. As mãos de Jay desceram para minha bunda e pernas. Eu não reclamei, apenas retribuí, puxando seu cabelo. Com a outra mão percorri lentamente
o caminho até o zíper da sua calça. Nem preciso dizer que a essa altura nós dois estávamos muito excitados, porém, parei ali e me afestei para olhá-lo.
- Para de me excitar, eu disse que fica pra depois.
Ele soltou um riso descontraído.
- Você é quem me excitou e agora não vai ficar assim. - Rebateu, enquanto voltava a me agarrar, prensando meu corpo entre ele e a parede.
- Não, Jared... - Falei, virando o rosto para um lado, esquivando-me de seus lábios. - É sério, eu não consigo fazer isso agora...
- Por causa do Shannon?
- É. - Assenti levemente e ele suspirou e se afastou.  - Agora vem, você está me devendo um café da manhã com direito a indigestão.
Jay sorriu fracamente, fitando o chão, mas pegou minha mão e levou-me até a porta. No caminho, fui ajeitando meu batom, que provavelmente estava muito borrado.
Quando chegamos no elevador, aproveitei para arrumar tanto o meu cabelo, quanto o dele e lhe dei um selinho carinhoso assim que terminei.

O café da manhã foi tardio, de modo que nós basicamente almoçamos. Conversamos sobre algumas coisas a respeito do caso e a respeito de Constance. Ambos estávamos
confusos, o que não contribuiu muito. A hora passou rapidamente e nós resolvemos ir para o hospital. Precisamos aguardar alguns minutos para ir visitar o Shann, a
ansiedade me angustiava, queria muito vê-lo e ter a certeza de que estava "bem", dado as circunstâncias em que se encontrava.
Abri a porta do quarto silenciosamente e observei-o. Ele havia engordado um pouco, o que me fez sorrir, pois da última vez ele estava consideravelmente mais magro.
Seu rosto, que antes parecia pálido, agora ganhava o róseo nas maçãs e o bronzeado comum. Sua barba estava maior, algo que ele nunca permitiria se estivesse
consciente. Os olhos estavam com olheiras, e pude perceber, curativos que antes não estavam ali, em seus braços e pernas. O aparelho que media seus batimentos,
batia numa frequência constante e ritmada, o soro pingava de instante em instante e o suprimento alimentar, continuava a cair através do tubo enfiado em seu
pescoço.
Me aproximei e beijei seu rosto com carinho. Na minha opinião, ele continuava incrivelmente lindo, mesmo que milhares de pessoas pudessem dizer o contrário. Antes que
eu pudesse falar alguma coisa, a porta foi aberta e um médico bem idoso adentrou o cômodo. Seus cabelos eram branquinhos, a postura, encurvada e o olhar, concentrado
e compadecente. Ele sorriu, de maneira amistosa, fazendo com que eu e Jared retribuíssimos inconscientemente.
- Tenho boas notícias. Para os três. - Anunciou. Nada dissemos, então ele prosseguiu - Os exames, detectaram que o veneno encontrado na corrente sanguínea, chama-se
Organofosforados, compostos orgânicos, sendo sua base maior, o fósforo. Normalmente são utilizados na agropecuária como insecticidas, herbicidas e reguladores do
crescimento das plantas, servindo de agentes terapêuticos. O que faz com que elas cresçam mais rapidamente - Explicou. - Assim que chegam ao nosso corpo, uma série
de fatores e reações químicas, impedem as transmissões nervosas. Em mamíferos, estes efeitos caracterizam-se principalmente por lacrimejamento, salivação, sudorese,
diarreia, tremores e distúrbios cardiorrespiratórios. Estes últimos são decorrentes de broncoconstrição, aumento das secreções brônquicas e bradicardia, bem como de
depressão do sistema nervoso central, sendo as principais causas de morbidade e mortalidade. - Assentimos, mostrando que havíamos entendido - Isso explica a convulsão
no meio do palco, e também o coma.
Jared se remexeu incomodado e perguntou, tentando não parecer mal-educado:
- E quais são as boas notícias?
- Oh! Sim, sim. Preciso explicar algumas coisas, para que vocês possam compreender. - A avaliação do coma é medida por seus níveis de gravidade, por uma escala
conhecida como Escala de Coma Glasglow, onde o coma mais profundo equivale a Glasgow 3, e o indivíduo orientado e que responde adequadamente a comandos
verbais, dolorosos e luminosos é classificado como Glasgow 15. É é em Glasglow 15 que o sr. Leto se encontra no momento.
- Isso quer dizer que ele pode nos ouvir agora? - Perguntei, sorrindo alegremente.
- Sim. Recomendo que utilizem seu horário de visitas com uma conversa estimulante com o paciente. Ele pode reagir melhor à medicação e aos estímulos, e,
posteriormente, sair do estado em que se encontra.
- Ok, muito obrigada pelo seu tempo, sr...
- Joseph. - Sorriu - E não há de que. Agora, se me dão licença...
Jared acenou e ele saiu do quarto, deixando-nos a sós para falar com Shann.
- Ouviu amor? - Sorri e afaguei sua mão - Daqui a pouco você já vai acordar!
Só agora percebi que seu coração estava batendo aceleradamente, o que me deixou mais convencida de que ele podia mesmo ouvir. Jay se aproximou e deixou uma
mão no ombro dele.
- E quer ouvir quais são as outras boas notícias? - Perguntou ele, alegremente. - Anna foi presa e será submetida a interrogatório e julgamento. Se ainda restar uma
faísca de bondade dentro dela, talvez confesse o que fez e acabe com isso de uma vez por todas.
- Jared pintou o cabelo, de novo...
- Não ficou tão ruim. - Protestou ele.
- Sua barba está uma catástrofe - Ri e alisei o rosto dele.

E foi alegremente que contamos as novidades para ele, até que uma enfermeira anunciou que o horário de visitas havia terminado. Eram 16hrs e resolvemos dar uma
volta pela cidade antes de ir para casa. Visitamos alguns pontos turísticos, como a Praça Vermelha, a Catedral de São Basílio, o Kremlin, a Catedral de Pedro e Paulo, o
Museu Estatal Hermitage e a Igreja do Salvador em Sangue. Todos os locais eram antigos e muito lindos. Jared tirou várias fotos com o Blackberry e, no caminho de volta
pediu para eu postar em seu twitter enquanto dirigia.
Jantamos no próprio restaurante do hotel e fomos muito assediados por papparazzis, nada que não pudéssemos ignorar. Voltamos para o nosso quarto e assim que
fechei a porta, Jay estava com o rosto e corpo incrivelmente próximos do meu. fitei-o interrogativamente. Ele sorriu de maneira corrompida.
- Cadê minha recompensa? - Perguntou, ainda sorrindo.
Retribuí seu olhar orgástico e o beijei com carinho, pegando sua mão e guiando-o para o quarto. É, parece que finalmente as coisas estão melhorando por aqui.


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Notas finais do capítulo

Bom, todos sabem que a história está chegando na reta final, minha mente está dando voltas e mais voltas, fervilhando de ideias insanas; A maioria sem sentindo algum. Confesso que nem mesmo eu sei qual o final dessa fic, como sempre, tentarei surpreendê-los o máximo possível! Assim como PROMETIDO, no ÚLTIMO CAPÍTULO DE ABL, postarei, nas NOTAS FINAIS, o link da minha próxima fanfic, assim como o primeiro capítulo desta. Como o povão pediu, também será sobre 30STM, mas preciso de opiniões. Atualmente, além desta fic, escrevo casualmente, outras duas sobre 30stm. Nº 1 - gira em torno de um mistério muito banal, sendo assim, seria uma short fic. Nº 2 - É fofa, totalmente descritiva e mantêm o suspense do início ao fim! Preciso saber, qual das duas postarei, e peço a vocês que votem nos reviews.


Enfim, to falando demais. Gostaram do capítulo? Quero as opiniões, espero não ter decepcionado ninguém! Agradeço de coração a todos que acompanham ABL desde o começinho e sinto muito por não responder os reviews, tenho andado sem tempo, mas podem ter a certeza de que eu leio TODOS! Muito obrigada, mesmo. s2



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