A Beautiful Lie escrita por Raquel Severini


Capítulo 20
Capítulo vinte: Savior


Notas iniciais do capítulo

Leiam a nota final.
Enjoy ;*



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Shannon me fitou, com  o olhar incrédulo. A expressão foi se esvaindo, até que sobrou apenas dúvida em seu rosto.
- Te dividir? - Repetiu, mais para si mesmo que pra mim.
- É. - Coloquei a mão no ombro dele - Shann, eu também não gostei da idéia, mas eu não consigo mais fazer isso... - Fiz uma pausa, tentando proceder o raciocínio de
uma forma mais simples - Sempre que estou com o Jay, penso em você - Ele me olhou - Em como você está, o que está fazendo e como seria se estivesse contigo. Eu sei
que o Jared sofre por causa disso, mas ele esconde de mim. Isso me faz ficar mal, não sei por quanto tempo mais vou conseguir fingir que não me importo...
- Olha. - Respirou fundo antes de continuar - Eu te amo e é verdade que não consigo ficar muito tempo longe de você. Não me importo em te dividir, desde que você
seja minha. Mas o Jared... Você o conhece e sabe o que ele vai achar a respeito.
- Só vou saber tentando.
- Mellanie - Me advertiu - Ele vai acabar me matando só pra ter você só pra ele.
Fiquei boquiaberta durante um instante, porém ele riu e eu soube que era brincadeira. Suspirei de alívio e me senti tola, é claro que Jay não seria capaz de fazer algo do
tipo. Isolei os pensamentos e o abraçei.
- Você é a melhor pessoa que eu conheço. - Sussurrei e Shannon se afastou para me beijar. Virei o rosto rapidamente.
- Ainda vou conversar com ele. Até lá... Nada disso.
Dessa vez foi ele quem riu. Nos despedimos e eu subi com pressa para o quarto do hotel. Passei o cartão de acesso e a porta abriu-se com um clique mecânico. Entrei
silenciosamente, porém uma luz foi acesa, surpreendendo-me. Jared estava sentado na cama, o rosto não demonstrava expressão.
- Você estava com ele. - Afimou, e sabia que estava se referindo ao Shannon.
Fechei e a porta e me aproximei.
- Estávamos apenas conversando.
- Conversando as quatro horas da manhã? Quer que eu acredite nisso?
- Olha pra mim, você sabe quando eu estou mentindo.
- Eu não sei mais de nada. - Disse com o tom frio e começou a se levantar. 
- Jared...
- Não quero ouvir. - Me interrompeu.
Segurei o braço dele.
- Você vai ouvir. - Ele ergueu uma sobrancelha, na típica expressão de desafio - Eu estava conversando com o seu irmão... E chegamos a uma conclusão.
Ele riu.
- Vocês dois chegaram a uma conclusão juntos? Era só o que me faltava. 
- Eu não quero mais te magoar, nem magoar o Shannon, é por isso que decidi, que se você me quiser, terá que me dividir.
- O que!? Te dividir?  O que você está dizendo é um...
- Um absurdo, eu sei. Mas é a única alternativa. Não adianta ficarmos juntos, mas eu sempre estar pensando no Shann, e você sempre estar triste por isso!
Ele fixou o olhar no chão. Era teimoso, é claro que discutiria.
- Eu não sei se posso... Entenda, eu quero que dê certo, mais isso que você está pedindo... É demais. Não sei se consigo.
- Tenta? - Pedi me aproximando dele e alisando seu rosto. - Por mim.

Shannon;

Anna estava tendo mais uma crise de ciúmes pois eu havia saído da cama e é óbvio, ela pecebeu minha ausência. Nem escutava mais suas palavras, minha mente
estava distante, estava na Mell, e no sorriso dela quando falou que não podia mais me magoar. No fundo, estava feliz, agora só faltava...
- Anna. - Falei baixo, interrompendo seus gritos histéricos, num tom advertente e ela parou para fitar-me - Não dá mais pra mim.
Ela fez cara de desintendida. Era horrível magoá-la, pois nutria algum sentimento por ela, porém o que sentia pela Mellanie era infinitamente maior, e não podia ignorar
aquela proposta.
- O que você disse? - Perguntou, franzindo a testa.
Respirei fundo internamente e tentei não demonstrar nenhuma reação exagerada.
- Não dá mais pra mim. Sinto muito.
- O que eu posso melhorar pra você não me deixar? Eu prometo que faço o que você quiser.
- Você não pode. Desculpa, não quero te dar explicações para não magoá-la. Preciso ir.
- NÃO ME DEIXA! - Gritou e tive a imprensão de que todos do hotel ouviram a proporção de tal.
Me virei, ignorando suas palavras.
- SHANNON, VOLTA AQUI! VOCÊ NÃO PODE FAZER ISSO COMIGO!
Comecei a abrir a porta, porém foi um erro partir daquela maneira. Assim que cheguei ao corredor, ouvi o baque de algo sendo quebrado e percebi que um porta-retrato
havia se chocado contra a parede ao meu lado. Virei-me de costas, o braço indo instintivamente para frente da face, porém, tarde demais. Algo havia me acertado em
cheio, bem no rosto. Tudo foi escurecendo e a última coisa que ouvi foi o som da minha própria respiração, quase nula...

Anna;


Meu Deus! O que foi que eu fiz? Comecei a chorar e me ajoelhei perto do Shannon.
- Amor, fala comigo...
Coloquei a mão no peito dele. Tarde demais. Entrei de volta para o quarto e peguei as chaves do carro e todo dinheiro que avistei. Não há tempo para se lamentar.

Mellanie;

Ouvi Anna gritando e em seguida algo se espatifando contra uma das paredes. Eu e Jared trocamos olhares apreensivos e resolvemos que era hora de ir ver o que estava
acontecendo. Entrei em choque quando vi o corpo do Shannon imóvel no corredor, com sangue pelo rosto inteiro. Pude ver a sombra de uma mulher esbelta  e tive a certeza
de que era ela. O Jared seguiu meu olhar atordoado e percebeu a mesma coisa. Olhou uma última vez para o Shann e correu atrás da loira. Quando meu corpo cooperou
me abaixei ao lado dele.
- ... Shannon? - Chamei, chorando. Peguei a mão dele, medindo seu pulso. Estava bem fraco. As pessoas que ouviram o barulho começaram a sair de seus quartos e se
reunir ao nosso redor. Alguém com bom senso gritou para chamarem uma ambulância. Eu mal ouvia as vozes, tudo que me importava naquele momento era ele. - Fica
comigo. Não desiste. A ambulância já vai chegar...
Ele começou a abrir os olhos com dificuldade e eu chorei mais ainda, pois eles demonstravam uma dor enorme.
- Mellanie... - Me chamou com a voz fraca, a mão apertando de leve a minha. - Fica comigo.
- E-eu estou aqui. - Gaguejei. Não posso perdê-lo, por favor... Não posso.
Shannon ficou com os olhos fixos no meu rosto. Tirei alguns pedaços de vidro do rosto dele, as mãos tremendo. Ele começou a fechar os olhos e eu soube que tinha de
mantê-lo consciente.
- Você lembra quando a gente se conheceu?
Ele sorriu e pareceu estranho em meio aquele sangue todo. Respirei fundo contendo os soluços, tentando falar.
- O Jay estava lá em casa, se lembra do que você disse?
Ele assentiu levemente, a mão ainda entre as minhas.
- Você me agradeceu, por cuidar dele. - Ele tentou falar, porém eu o impedi, estava fraco demais para tentar fazê-lo - Eu sempre quis cuidar de vocês dois... Só que
nunca percebi. Acredita nisso?
Ao longe pude ouvir o barulho das sirenes. Nesse momento queria desesperadamente que o Jared estivesse comigo.
- Estava bem debaixo do meu nariz o tempo inteiro... - continuei - E quando vi você aqui, tive certeza...
- Eu... Te amo. - Conseguiu dizer e então seus olhos ficaram ficaram vidrados em mim.
- Shannon? Fala comigo, pelo amor de deus.
Comecei a chorar desesperadamente, até que alguém me tirou de cima dele, e eu soube que os médicos haviam chegado. Pressionaram o peito dele, fazendo massagem
cardíaca, sem resultado.
- Levem ele até a ambulância! - Gritou um médico alto e em seguida ligou para alguém - Prepare o desfibrilador.
- Me larga! - berrei, vendo os médicos o levarem para longe de mim. - Me solta!
Quando finalmente consegui me desvencilhar daqueles braços corri até a escada, pulando de cinco em cinco degraus. Quando estava próxima a saída, pisei de mal jeito
e caí. Os braços foram instintivamente para frente do corpo, para protegê-lo da queda. Rolei uns dois lances de escadas até chegar à recepção. Tentei levantar-me, com
auxílio das mãos. Meu punho latejou em protesto e eu chorei mais do que pensei que era capaz, porém, consegui cambalear para fora do hotel à tempo de ver os médicos
aplaudindo.

Jared;

Segui a Anna até o aeroporto, não ia deixá-la escapar depois do que fez. Tudo em que eu pensava era em vingar meu irmão. A loira entrou apressada, empurrando todos
que estavam na fila para pegar um vôo. Estacionei o carro rapidamente e entrei no aeroporto.  Porém quando passei pela porta o detector de metais
apitou alto e os policiais vieram atrás de mim. Corri o máximo que pude. As pessoas olhavam a cena horrorizados. Um homem colocou o pé em minha frente propositalmente
e eu estava tão rápido que nem tive tempo de desviar. Caí com tudo, de cara no chão. Senti o corte recém-cicatrizado de meu supercílio se abrindo novamente e o gosto
metálico de sangue em minha boca.
Tentei levantar-me, porém alguém bateu com muita força em minhas costas. Ainda com o rosto contra o chão gelado eles me algemaram.
Um apontava uma arma para minha cabeça enquanto outro me revistava. E foi com a visão periférica que vi o avião partir, levando Anna com ele.


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Notas finais do capítulo

Se esse capítulo não tiver no mínimo dez comentários só vou postar no final de Maio. Chateada com os fãs. ;*



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