Eu não acreditava que aquilo realmente estivesse acontecendo. As lágrimas desciam descontroladamente por minha face. Segurei seu corpo antes dele se encontrar ao chão. Caí de joelhos. Aquilo doía muito! Minha mãe morta em meus braços. 

As lembranças do momento vinham à tona para minha mente, suas palavras sobre como não aguentava mais aquela vida sem o seu amado, sem o seu querido Hades. Suas palavras de como finalmente ia estar junto dele. Meus gritos pedindo pra ela não se matar,a hora em que ela enfiou a faca em seu peito.

Olhei para seu rosto, seus olhos ainda abertos. Passei a mão fechando-os. Ela morrera e eu não podia fazer nada. Tudo culpa do homem que eu me recusava a chamar de pai, tudo culpa daquele maldito rei do mundo inferior. Dava gritos cada vez mais altos, cada vez mais dolorosos, desesperados. Eu não aguentava. Era muito forte o aperto no meu coração.Olhei para a faca largada no chão. Por que não? Pelo menos estaria ao lado dela, ao lado da única pessoa que eu vivi minha vida toda, a minha amada mãe.

 Deitei seu corpo no chão frio e peguei a faca. Relembrei de tudo o que eu passei com ela nessa vida. O seu jeito de conseguir me fazer parar de chorar com apenas um toque, o jeito como ela me fazia rir nos horários mais impróprios, como por exemplo, na reunião de pais da minha escola.Dei um  pequeno sorriso quando lembrei daquele dia.E então percebi que não dava pra viver sem ela. Fiz um corte de três centímetros em meu pulso, o sangue começou a se acumular no local. A única coisa que vi antes de apagar foi uma grande quantidade de sangue se espalhando pelo meu antebraço.