Abstration... escrita por Lady Leticya Snape


Capítulo 34
34.Entre Beijos


Notas iniciais do capítulo

Oi minhas amorassssssss que saudade de vocês viu? Olha só me apedrejem, mas meu vovó tinha morrido e eu não estava com a mínima vontade de escrever nada, no entanto eu retornei, o fato é que essa estória parece ter vida própria e quase se escreve sozinha implorando para ser postada kkkk
Enfim espero que gostem, temos um novo convidado hje, sim! Demetri...
beijokinhas



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34.Entre Beijos

A alma decide ir

Sem que com um último beijo eu possa

Decentemente me despedir

Minha última lembrança? – era nossa.

Era o desejo que me restava

Brilhando em contraste

Com a tez lívida, clara

Apenas o vento negro

O alento justo

Meu suspiro sôfrego

O corpo pagando o custo

De acolher a dor da alma

Não tendo em si a calma

De deixá-la docemente partir

A solidão vive seus limites 
A alma se encontra sem norte 
E o verso que nasce – morre! 
Num corpo sem poema e porte.

A.L.G Rodrigues.


Suzane’s POV

                        Escuridão, dor, medo... tantas coisas podiam ser sentidas ali naquele buraco sem fim, na dor sem fim, na dilaceração sem limites, na minha horrenda perca... eu o perdi, perdi meu amor... Não pertenço mais a vida!

                        Uma dor constante entorpecia meus sentidos, não tinha mais como lutar, eu não queria lutar...  sabia que deveria resistir por Alec, mas não estava conseguindo, me render para a dor parecia tão mais fácil, tão mais ameno. Eu só queria sucumbir, dar as mãos aquela escuridão que me cercava e partir.

                        Nunca pensei que pudesse realmente ser o fim... Às vezes pensamos que é fácil resistir quando se tem alguém que ama que grita por você do lado de fora, que derrama lágrimas pela sua volta... Prometi que me manteria viva, mas já não dava. O sono era irresistível totalmente cálido e frio, lentamente fui escorregando para o fundo, não consegui mais agarrar ao fiapo de promessa que havia feito, apenas pedi para que ele ficasse bem e o torpor veio com força, nada... só o escuro... o frio incessante e talvez eu já repousasse eternamente.

                        O abraço da morte é bom, é um alívio para quem sofre... Talvez também fosse minha perdição, meu desejo se cumpriria? Alec seria feliz de novo? Eu não sabia, pois até meus pensamentos não queriam mais fluir. A alma ia o corpo ficava.

                        Quanto tempo havia se passado? Eu não poderia responder, estava perdida no nada e aos poucos consegui ouvir uma respiração ao longe, muito lenta e suave. Fui tomando consciência das pontinhas dos meus dedos do pé, parecia que eu estava novamente sendo transformada, a dor me queimava, só que agora não parecia tão ruim quanto foi e rapidamente apenas a dormência restava. A realidade me cercava, eu sentia a cama macia no qual eu estava deitada e o balançar de pérolas frias por cima de meus seios, meus olhos pediam para ser abertos e eu apenas deixei que eles despertassem.

                        Era noite, uma sacada aberta me mostrava isso, o cheiro de terra molhada delatava um lago próximo dali e o som de uma melodia tocada em um piano vinha de algum lugar exterior ao aposento que eu me encontrava. Passei algum tempo me acostumando com a sensação de ter corpo novamente... Eu não me lembrava o porquê de estar ali, algo enlameado tentou me retornar, fechei os olhos tentando me concentrar. Flash, eu e Alec em um chalé no Brasil, uma viagem, uma chantagem. O cativeiro e o momento final, os lábios impudicos de Roberto sentenciando a morte nos meus ouvidos, um grito desesperado.

                        Um impulso forte me fez levantar  com um grito assustado, calei-me e percebi o silêncio que me rodeava e que não durou muito: pude ouvir passos apressados se direcionando para o meu lado, me levantei ficando em posição de defesa, Aro não me mataria de novo, mas o que vi me desarmou. Jane parou de frente para a cama e começou a soluçar convulsamente ela veio andando e caiu nos meus braços:

-Suzane! Que- querida. –ela soluçava, abracei-a 

-Jane. Que houve?

                        Da porta do quarto Demetri espiava tímido, parecia deslocado diante da cena que se passava. Queria saber o que ele fazia ali, mas um cheiro me invadiu, uma voz me chamou... a voz que eu ansiava ouvir, era ele: Alec. Entrou pela janela e me tomou em um forte abraço espalhando beijinhos por todo meu  rosto

-Meu amor, você acordou! Eu sabia... eu... eu te amo! – ele não sabia o que dizia primeiro e me abraçava cada vez mais forte, não piscava como se tivesse medo que eu desaparecesse como uma visão, Jane completou nosso abraço familiar.

-Tudo bem gente... já esta tudo bem! – disse acalmando a situação

-Sim e... er... acho que eu e o Demetri vamos dar uma volta, pelo visto vocês tem muito o que conversar- Jane nos soltou e sorriu mais aliviada

                        Ela saiu arrastando o vampiro excluído pela mão e logo eu já não ouvia seus passos por entre as folhas do lado de fora. Agora era à hora da verdade, engoli seco e fiz a pergunta que quase morrera comigo:

-Como? –Alec me pegou no colo e nos levou até a cama me aconchegando enquanto embrenhava o nariz pelos meus cabelos

-Heidi... Ela te salvou.

                        Essa foi a frase que deu início a narrativa de terror que ele contou, eu estava horrorizada, como Aro pôde? Que monstro

-E foi assim, depois liguei para Jane, ela e Demetri estavam juntos e vieram! – ele deu meu sorriso autêntico e a mim sobrou apenas retribuir, eu deveria agradecer Demetri depois, jamais imaginaria que o mais distante de mim pudesse ser tão humano. Alec me abraçou

(Musiquinha para esquentar o cáp. http://www.kboing.com.br/regina-spektor/1-1023275/ )

-Mas agora está tudo bem! Está tudo bem porque você está aqui. – seu olhar apaixonado me deu um frio na barriga, a sensação de um beijo que chegava perto e finalmente nossos lábios colados, só então me dei conta do vestido justo que me cobria o corpo, pois ele estava absurdamente quente por sob as mãos de Alec. Ele me deitou de bruços e um a um desabotoou os botões que pendiam nas minhas costas revelando minha pele, eu sentia o tremor, o desejo o descontrole do que viria.

                        E como se meus lábios fossem desertos ansiaram pela água fresca que era aquela boca linda que eu mirava, as mãos suaves e saudosas que retiravam meu vestido quase imperceptivelmente, distribuindo carinhos e afagos por onde passavam deixando uma trilha de claro desejo... Eu não queria esperar mais, eu precisava dele, fitei aqueles olhos que estavam vermelhos derretidos assim como na nossa primeira vez e suspirei, minhas mãos criando vontade própria e desabotoando cegamente cada botão que separava o corpo de Alec do meu, ele não ousou desprender os olhos dos meus e eu não tinha força para fazer algo assim; meus dedos tocaram um a um os gominhos definidos de sua barriga e eu percebi o arrepio que se seguiu, não resisti... eu sorri de puro contentamento, satisfação, amor.... ele sorriu me hipnotizando.

                        O que passava por nosso olhar naquele momento era muito mais do que desejo carnal, era uma ligação, um amor que me fazia sentir o aconchego daquele sorriso, me fazia ver que qualquer lugar sem ele seria totalmente inconvivível. Eu só tinha um lugar no mundo e era aqui, ao lado dele, perto do homem que eu amo, do homem que me faz ser uma mulher completa e que me arranca sorrisos apenas com a doçuras de seus olhos.

                        Nosso beijo não foi quebrado e parecia que nosso abraço nunca findaria, minha alegria parecia não caber dentro de mim, então eu senti algo que fez meu já frágil corpo estremecer, sua ereção roçou longamente pela minha coxa desnuda e eu suspirei, ele ouviu e delicadamente me deitou enquanto espalhava beijos pelo meu pescoço e minha clavícula, suas mãos desceram cuidadosamente pela minha barriga, o toque era tão suave como se eu fosse o mais caro objeto de vidro e me quebrasse ao menor toque, suspirei novamente quando as mãos de Alec encontraram com meu ponto de prazer. Por cima da calcinha negra rendada eu sentia o prazer me dominar, prazer que só poderia emanar daquelas mãos, para meu delírio sua ereção ficou ao alcance das minhas trêmulas mãos e eu fiz o que meu corpo quase irracionalmente pedia, fechei minha mão em seu membro pulsante e deixei que ele fizesse o mesmo comigo, ali no meio daquele prazer mútuo ele me completou.

                        Senti como se a muito meu corpo estivesse só e necessitado do meu companheiro de alma, de corpo e amor! Ele se movia de uma forma inexplicável, mandando ondas de prazer até então intocadas, estar naqueles braços novamente era o ápice do prazer em si, nossos lábios colados enquanto eu mal me agüentava gemendo em sua boca e ele ainda derretido mal se contendo de prazer ao falar “eu te amo”... Com nossas declarações nossos gemidos aumentaram e eu senti, aquilo que vinha de dentro de mim, o que me fez sentir a mulher mais amada do mundo, o que compensava meus gritos insanos de prazer, o orgasmo veio forte e avassalados me fazendo quase inerte, o único som eram as nossas respirações e ofegos e meu gemido que ecoou pelo quarto quando senti o líquido precioso do Alec me preenchendo. Eu não queria mais nada, eu não precisava de mais nada e ao inferno toda a baboseira que não tínhamos almas e blá blá blá, porque um amor como esse só poderia se concretizar com a alma, os corpos se entendem, mas é a alma que realmente ama, e minha alma amava, finalmente, o dono da minha alegria: Alec Volturi!

Demetri's POV

                        Eu havia salvado Alec tanto pelo amor de irmão quanto pela minha rendição, eu não havia sido muito digamos... bacana nos últimos anos e quem mais eu quero enganar? Eu estava fazendo fina com o Alec também por Jane. Essa poderia ser minha chance, a verdade é que a Suzane tinha reanimado esses dois e eu vi pela primeira vez na vida ( ou pelo menos minha segunda vida ‘¬¬) uma chance de estar com Jane. Desde que coloquei os olhos nela me encantei, e sei o que podem pensar, Jane nunca foi o protótipo de menina doce e dependente, o que deveria ser. Ela era de uma época em que as mulheres eram verdadeiras damas, mas enfim, não era e quem sou eu para reclamar disso se foi exatamente o que me fez desejá-la? Tinha algo no seu gênio forte e mal-humorado que escondia algo de bom, ou como eu via agora uma garota forte, inteligente, amorosa e pelo visto extremamente frágil e insegura.

                        Sorri com a menção daquilo, não podia acreditar que ela estivesse fula comigo, quer dizer ajudei o irmão dela, ficamos quase grudados durante o caminho até aqui e agora ela agia como uma vampira louca? Primeiro tocou uma melodia no piano que costumava ouvir e tocar lá em Volterra sempre que estava chateada (ouvi tanto que decorei ú.ù), tentei tocar com ela, então ouvimos um grito, não sem antes ela ter ficado esquisita e literalmente ter me dado um fora daqueles, poxa será que eu era tão desprezível assim? Ah, fala sério eu tinha até tocado piano com ela, o que eu considerava altamente romântico e meloso ( e perigoso para os níveis de diabetes!) No entanto Suzane acordava, segui Jane com uma certa hesitação até o quarto de onde o grito tinha vindo, Jane já havia abraçado Suzane.

                        Fiquei na porta sem ter muito o que fazer ou dizer, mais desconfortável impossível só pioraria se Alec chegasse, o que não tardou claro, com minha falta de sorte (nada a ver com Suzane eu só queria passar um tempo com a Jane). A conexão que eles possuíam era incrível, era tangível no ar , meu desconforto cresceu. O olhar dos dois e os beijos que eles trocaram me fizeram crer que não seria nada bom continuar ali pelos próximos minutos, ou horas... Como se lesse meus pensamentos Jane nos safou:

-Sim e... er... acho que eu e o Demetri vamos dar uma volta, pelo visto vocês tem muito o que conversar

                        Suspirei de alívio e a segui enquanto corríamos pelas bordas do Mississipi, a floresta densa já havia se fechado sobre nós e Jane ainda não havia parado, me estagnei perto da entrada de uma clareira que banhava preguiçosamente no rio debaixo da lua clara e cheia que deixava tudo visível, ela parou e me encarou. Eu não reconhecia o que queimava em suas órbitas negras, mas eu também não consegui me concentrar enquanto seus lábios pálidos pareciam tremer na penumbra, não entedia o surto dela:

-Jane, Você está bem? Sei que só ouvia aquela melodia quando estava chateada... – deixei minha frase morrer enquanto a surpresa crescia no rosto dela, será que eu estava sendo inconveniente? Ela esboçou um sorriso fraco e eu relaxei

-Tudo bem Demetri... só algumas questões pessoais

A palavra “pessoais” saia quase como um sibilo, me aproximei, a conversa que tive mais cedo com o Alec foi alarmante. Ele não me proibiu e nem ficou fazendo piadinhas quando contei que era apaixonado por Jane há um século, apenas disse que seria difícil, que sua irmã não sabia o que era amar, e o que mais eu poderia dizer? Ela era quase uma criança quando foi transformada, não aparentava dezoito e com a fama que tinha no vilarejo, com certeza, não teve ninguém para cortejá-la, mas eu seria paciente; era o que eu era, não? Tenho a eternidade e ela também!

Aproximei-me da sua pele pálida e levemente prateada sob a lua, tão linda! Um verdadeiro anjo que nem o mais adorado poeta poderia descrever, me aproximei, minhas vontades comandando meu corpo e meu cérebro ( vampiros tinham? x.x) minha mente só se concentrava naquela beleza surreal saída da mais bela idealização, e sem me conter eu a puxei, seu olhos transmitindo ternura, descrença, surpresa, doçura e ... negação.

Meu lábios capturaram os dela, era tão suave quanto eu havia imaginado e seu gosto era melhor que um sangue “La tua Cantante”  ela na surpresa do ato não reagiu, mas tentou me empurrar, eu estava na barreira entre o cavalheirismo e o desejo, sabia que se ela não quisesse eu teria que parar, mas proletei o momento. Minha surpresa foi enormemente gratificante quando seus delicados e sedosos braços me enlaçaram e sua boca correspondeu a minha, em um sentimento tão secreto quanto quente, nossos corpos se enroscado como dois graciosos gatos, o beijo proibido, silencioso, quente...


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Notas finais do capítulo

então???? Quem pediu "Jametri"? (Demetri + Jane como diria Julisanmel kkk) e para quem queria ver o fim da greve "Sulec" Esse foi bem quente né? rsrs comentem e aproveitem! Amo cada uma!
PS: Sim foi eu que escrevi o poema... rsrs Obrigada! (convencida? 'Magina! rsrs)