Ao longo de meus trinta e cinco anos, eu vivi uma vida tranqüila e comum. Sempre fui um aluno presente nas aulas, embora minhas notas nunca fossem as melhores, mas sempre lutei e busquei o que eu desejava. Hoje, bato no peito e digo que sou um dos donos da maior revendedora de carros, em Forks.

O trabalho toma muito de meu tempo, afastando-me dos meus amigos. Amigos esses que a maioria eu guardo da juventude. Foram tantos anos de conversas engraçadas, risadas soltas e algumas traquinagens de adolescentes.

Entre esses amigos, uma amizade em si marcou de mais minha vida. Sem dúvidas digo que minha melhor amiga fora e ainda é a Bella. Menina pela qual pensei estar apaixonado quando éramos adolescentes, mas logo vi que apenas confundia uma grande amizade com algo maior.

Nunca me apaixonei de verdade, ou simplesmente gostei realmente de alguém, para casar-me. Desacredito no amor! Houve algumas mulheres que marcaram minha vida. Uma delas fora Leah, que iluminou meus dias e me ajudou a superar as barreiras impostas pelo destino. Realmente acreditei que seria com ela que permaneceria, mas por fim, nós resolvemos que não daríamos certo juntos. Imãs com o mesmo pólo!

Bella, ou melhor, Bels como eu a chamava durante a juventude; ela sim conhece o amor, só não sei se isso foi satisfatório ou não, já que com apenas vinte anos ela se casou com Edward, já grávida de sua filha Renesmee.

Ela sempre encarou de forma responsável a vida, e não hesitou em se mudar para New York e começar uma vida de casada repleta de responsabilidades. Sempre soube que Bels seria feliz, só não imaginava que seria tão longe de mim. Não nego que ainda sinto falta de nossas tardes juntos, sempre pude contar com ela para chorar algum problema em seu ombro.

Depois de anos sem nos ver, uma viagem a trabalho me trouxe até New York, e sem pensar duas vezes, liguei para Bella, querendo marcar de nos encontrarmos. Ela como sempre, não aceitou que eu ficasse em um hotel, me fez aceitar passar esse fim de semana em sua casa.

Depois de passar a manhã, e o inicio da tarde de sexta feira resolvendo todas as questões da revendedora, eu estou a caminho de sua casa, que por sinal, fica em um dos bairros mais ricos de New York. Ela também cresceu na vida!

Lembro-me da última vez em que nos vimos, já fazia uns dez anos. Bella foi me visitar em La Push, levando consigo a pequena e travessa Renesmee. A menina de sete anos era a mistura exata dos pais: a pele clara com as bochechas levemente rosadas, as feições angelicais, os cabelos cobres como os de Edward e, por fim, os olhos marrom-chocolate, expressivos e intensos de Bella.

Mas as aparências enganam, a menina era uma peste! Absurdamente, mimada! Ela fazia tudo o que queria, e quando Bella ia repreendê-la, ela usava a carinha de anjo para convencê-la do contrário. Não posso julgar Bella, até comigo os grandes olhos funcionavam, eu não conseguia dizer nenhuma das palavras que havia pretendido. Com apenas sete anos ela dominou La Push.

Estava me preparando para lidar com a diabinha, jogaria o mesmo jogo dela, só que, com cartas diferentes, ou melhor, com um urso de pelúcia gigantesco. Afinal, que criança não gosta de ursos de pelúcia? Ainda mais quando são tão grandes e caros.

Estava contente e animado para o fim de semana - que apesar da pequena diabinha de cabelos vermelho - estava prometendo ser tranqüilo e repleto de recordações.

Como eu estava enganado...