Falling escrita por ka


Capítulo 22
Sem Esperanças




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      -Carter, essa garota é tudo pra mim. Ela é fofa, divertida, me faz rir e... eu me mataria se o que eu irei falar mudasse alguma coisa por simplesmente, talvez, por favor não, ela não sentisse o mesmo. Carter, ela é você! – fiquei boquiaberta. Sem pensamentos. Sem mais nem menos. Luca havia falado que... Ele... ele me ama? – Olha, Carter, você não precisa sentir o mesmo, não é obrigada, mas eu queria te dizer o que sentia. Eu precisava dizer o que sentia! – Luca ainda estava perto de mim. Suas mãos já não estavam mais no meu rosto. Eu puxei seu rosto e lhe dei um beijo. Sem mais nem menos. Smack. Luca estava surpreso com a minha reação. Eu também.

      -Eu gosto de você, Luca. Eu estou completamente apaixonada por você! Eu nunca imaginaria que você sentiria isso por mim.

      -Serio? – assenti com a cabeça. Luca chegou para perto e segurou minha cabeça. Outro beijo. Mas, esse era melhor. Molhado, mas não tanto. Mágico. Especial. São palavras que podem descrever aquele beijo, mas talvez não sejam as melhores porque foram bem melhores do que isso. Ficava intenso a cada momento.

      Depois de vários minutos o beijo foi se acabando com vários beijinhos. Havia sido perfeito. Mais do que perfeito! Suspirei. Olhei para o Luca e ele estava me olhando de lado. Virei à cabeça do lado oposto dele.

     -O que foi? – ele passou a mão na minha bochecha.

     -Nada é que... nunca imaginei que você gostava de mim!

     -Por quê?

     -Não sei. Diz-me uma coisa?

     -Fala.

     -Por que você mentiu pra mim? Você namorava a Loren?

     -Carter, é complicado. Eu não queria que você soubesse da Loren. Eu gostava de você e ela foi minha namorada. Eu não sei. Eu a namorei há cento e sessenta e sete anos atrás. Ela ainda gostava de mim. E então eu conheci você e fui me aproximando e ela ficou com ciúmes. Eu sempre gostei de você, Carter! Eu não sabia se você gostava então eu deixei pra lá. Loren queria resolver a situação do jeito dela, matando você, mas não foi isso que ela fez. E o mais triste é que você já não é uma humana e não vai poder ficar comigo!

     -O que? Por quê?

     -Aquele ritual que Loren fez foi para você ser um anjo da morte, mas não um simples anjo da morte. Olha, ela sabia que se você morresse eu não ficaria com ela, só teria mais raiva dela, mas mesmo assim ela te torturou, e não tem naquela hora que ela disse que já sabia o que ia fazer com você? Então, era fazer você virar um anjo da morte. Você foi possuída e não tem volta.

     -Cuidar do que? Eu vou virar um anjo da morte, mas posso ser como você, não é? Posso não querer ser como eles, não é? – Luca ele respirava olhando para baixo – Luca?! Luca! Me responde, por favor.

     -Você não pode. Você em menos de uma semana vai deixar de ser assim como você é de verdade. Você vai virar malvada. Lembra dos primeiros minutos depois de você virou um anjo da morte? Você se fascinou por sangue, por matar e é assim que vai ser daqui pra frente. Essa era a vingança da Loren. Você vai ser uma deles e eu não posso evitar. – uma lagrima queria cair, tentei segurar, mas caiu – Eu amo você. Eu não sei quanto tempo precisa conhecer alguém para amar, mas eu sei que te amo, mais do que qualquer uma que já tenha passado na minha vida. Desde daquele dia que você saia do carro de mudança, você não me viu, mas eu te vi. Você saia com uma saia jeans e blusa branca com um tênis laranja e rosa com cadarços azuis. Desde aquele dia você me encantou! Seu sorriso quando viu a nova casa que ia morar e logo depois a tristeza de ver seus pais brigando, eu queria ter te abraçado naquela hora.

      -Por que você era frio comigo? O que eu tinha feito de errado? Você parecia um deles! Frio, quieto, mal.

      -Eu sei, eu sei, mas eu tinha uma missão de capturar o medalhão de você antes que outro descobrisse que estava com você e pelo jeito não deu certo. Eu me apaixonei por você. Quando eu te vi no shopping eu instintivamente coloquei em sua mochila, mas sabia que ia dar errado para tentar pegar de volta. Eu queria te conhecer, mas não podia porque talvez atrapalhasse tudo e na verdade atrapalhou – ele deu um risinho, eu fiquei seria.

      -Então eu só atrapalhei você. Você preferia não ter me conhecido – achei que ia começar a chorar desvia o olhar e depois virei à cabeça de lado para ele não ver como eu estava. Luca pegou minha mão e delicadamente com os dedos no meu queixo virou minha cabeça.

      -Isso não é verdade.

      -É sim – suspirei – Quer saber?, talvez seja melhor esquecer isso. Eu vou ser outra pessoa daqui a alguns dias, então talvez seja melhor nos despedirmos.

      -Mas...

      -Adeus – me levantei, olhei pra trás, Luca parecia surpreso. Eu me sentia péssima. Comecei a voar.

       Lagrimas começaram a cair. Estavam embaçando minha visão, limpei-as.

       Havia avistado uma ilha. Nossa, estava muito longe. Ali não era o Brasil. Era em direção onde estávamos, na praia, mas estava longe do Brasil e ainda mais do Rio de Janeiro.

       Chegando a tal ilha avistei muitas, muitas árvores. Sentei-me na praia. Comecei a fazer desenhos na areia. Varias lagrimas caíram. Soluçava. Ainda estava com as asas abertas e não pretendia voltar ao normal. Olhei para o lado. O sol estava se pondo. Desviei o olhar. Minhas asas estavam escuras e apesar de não ser um anjo da morte a muito tempo, sabia que aquilo não era normal. Aquilo talvez posso ser porque irei virar “um deles”.

      Começara a pensar em minha vida antes de Luca aparecer. Eu tinha família, amigos, eu já tive uma namorado, era uma pessoa normal. Ok, eu nunca tive uma vida normal. Um amigo dos meus pais as vezes cuidava de mim quando eles não podiam e ele começava a gritar para as paredes falando com o que ele chamava de “deus”. Não era Deus, mas sim um espírito do mal, ele havia me explicado. Ele me oferecia balas e pedia para eu na contar para meus pais que ele falava com seu “deus”. Meses depois ele morreu. Minha madrinha tinha se suicidado quando eu era pequena e tinha sido eu quem tinha visto. Sempre acreditei em vampiros, fadas, lobisomens, seres sobrenaturais. Quando pequena sofria bulling por ser a menininha ridícula que acredita nessas coisas. Para que pararem eu tinha que me adaptar a sociedade, ser como eles querem ser, mas ter minha própria personalidade é algo que ninguém pode tirar. Eu parei de falar sobre isso com os outros, mas continuei acreditando. A sociedade sempre quer nos impor padrões, eu nunca aceitei. Eu nunca fui magrinha como as outras. As vezes excluída. Eu tinha um melhor amigo, Nate, ele brigou comigo e paramos de nos falar. Mudei de colégio várias vezes, meu pai sempre era transferido. Eu não tentava me encaixar, ficava no meu mundinho lanchando sozinha não me preocupando em ter amigos porque eles não seriam para sempre ainda mais porque o “pra sempre” não tem mais o mesmo significado de antes. Com doze anos eu era mais sociável. Saia, tinha mais amigos. Com treze tive meu primeiro namorado ele forçou a barra e eu terminei. Já tive tantas paixõeszinhas bobas, mas um amor de verdade eu também tive. Eu não acredito, mas apesar de meus pais terem morridos – lagrima escapou -, minha amiga, ter virado um anjo da morte e ainda por cima do mal, tudo graças a ele, eu amo Luca!

       -O que eu estou fazendo? – falei para mim mesma. Levantei. Quando eu me virei, lá estava ele. Talvez, provavelmente, tão surpreso quanto eu. Mas a vida não é um conto de fadas nem um filme romântico. Ele olhou para baixo.

       -Você esqueceu o medalhão. – fechei os olhos, fiquei assim durante três segundos. Respirei. Ele mostrava o medalhão em sua mão. Fui em direção a ele, peguei o medalhão e comecei a caminhar. Ele segurou meu braço – Eu não quero me despedir assim!

       -Então como você quer se despedir? Porque no final vai ser apenas mais uma despedida porque não vai importar porque é uma despedida e não adianta nada já que eu vou virar um deles – e esse era o fim. Eu vou virar um anjo da morte do mal e eu não posso fazer nada, Luca não pode fazer nada, ninguém pode fazer nada. Eu não vou continuar desse jeito, meu jeito. Tudo que sonhei, pensei, acabou! Suspirava. Queria ser jornalista. Agora o que resta é esquecer porque nada disso vai acontecer.


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Notas finais do capítulo

Tenho que estudar para as provas, tenho tempo limitado no pc, nem todo dia eu entro e eu tenho que esperar minha amiga para escrever o meu porque as novas personagens vão se encontrar! Eu posso demorar para postar as vezes, sorry! Comentarios?



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