A Pedra da Noite escrita por luizaac


Capítulo 7
Novos anjos.


Notas iniciais do capítulo

Bom bom, primeiro capítulo de 2011, não posto desde o ano passado [/piadinha sem graça. Espero que gostem, ér. Besos.



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    As três figuras dentro da sala me faziam arrepiar. Eram bem diferentes um do outro, mas tinham algo em comum : Eram muito bonitos. Assim como Leon e Oliver. Deve ser uma característica dos anjinhos.

    Leon entrou na sala e sorriu para os três. Os três sorriram, mas o sorriso da menina morena era o que mais se destacava. Ela era baixinha – mais do que eu -, tinha cabelos curtos e castanhos claro , quase mel, e olhos verdes escuro. Ela se aproximou de Leon e deu-lhe um abraço.

    - Senti sua falta. – a voz dela era baixa e aveludada. Senti alguma coisa estranha quando ela falou com Leon. Ele olhou para baixo e deu um beijo no topo da cabeça dela.

    - É, eu fiquei um bom tempo fora. – ele afastou-a delicadamente. Eu sorri.

    - E conseguiu o que queríamos. – o mais velho sorriu e olhou para mim, sendo imitado por os outros três. Eu corei.

    - Dei sorte de encontrar a pedra com alguém de confiança. – ele sorriu para mim e eu, involuntariamente, sorri também. Vi a garota fechar a cara.

    - Não sei como você pode confiar em humanos. – ela cruzou os braços e revirou os olhos verdes. – Eles são tão... Traiçoeiros. – fiquei constrangida. Leon virou para ela.

    - Cala a boca, Lizzie. – ela fechou mais a cara. – A maioria pode ser assim, mas Claire é... Especial. – Leon virou e sorriu para mim de novo.

    - Isso é o que veremos. – o mais velho fez sinal para que eu me aproximasse. Eu andei uns passos para frente, lentamente. – Claire é o seu nome, não é, mocinha ? – eu fiz que sim. Ele sorriu. – Sou Esteban e aquele é Mason. – Mason deu uma acenadinha. Eu sorri. – Aquela, se não deu para perceber, é Lizzie. Não ligue por jeitinho esquentadinho dela. – eu permaneci sorrindo. – Nós somos, se você ainda não notou, anges de la nuit. Para sua sorte, a parte boazinha deles. – ele sorriu e um arrepio passou por mim. – Leon, você já explicou tudo sobre la pierre pra ela ?

    - O básico, sim. – Leon mexeu no cabelo e meu sorriso tornou a abrir.

    - Perfeito, então você já sabe do perigo dessa pedra cair nas mãos erradas, não é mesmo ?

    - Exatamente por isso que eu vim aqui. – Finalmente falei.

    - Ótimo, ótimo. – ele acariciou seu cabelo. – E onde está a pedra ?

    - Está comigo. – Leon sorriu.

    - Onde ?

    - Não a trouxe. – ele parecia calculista.

    - Deixou-a desprotegida, Leon ? – Esteban parecia irritado.

    - Ela está na mais perfeita segurança. – o sorriso de Leon teria deixado qualquer humano desconcertado. Mas Esteban permaneceu irredutível.

    - Mesmo assim ! Somente aqui, no nosso cofre, protegido com magias, ela estará realmente segura.

    - Não necessariamente. – um brilho passou pelo olhar dele. Eu arrepiei. – Além disso, só amanhã agora, não é ? – olhei para Mason e ele me pareceu reprimir um riso.

    - É o que parece. – Esteban parecia frustrado. – Também temos que tratar de outros assuntos... – ele olhou para mim e eu me encolhi. – O que iremos fazer com essa humana conhecedora do mundo sobrenatural ? – ele me encarou, com um sorriso malicioso e eu dei um passo atrás.

    - Você sabe o que fazemos com esse tipo... – o tom de Lizzie me incomodou profundamente.

    - Mort – Esteban correu em minha direção em uma velocidade incrível e Leon foi em direção dele, me jogando para trás e me fazendo cair no chão. Lizzie ficou do lado de Esteban.

    - Você não vai matá-la. – Leon falou, em um tom um pouco mais calmo do que eu achei que fosse possível. Eu me arrastei um pouco mais pra trás. Leon virou a cabeça para Mason.

    - Você pode deixar essa decisão para depois, Esteban. – Finalmente, Mason falou. Ele parecia extremamente reservado. Sempre deixava os olhos pretos voltados para nós, mas nunca falava.

    - Vocês dois conhecem as regras. – ele olhava para Leon de um jeito que me incomodava. Minha vontade era de ir lá e acabar com a cara dele, mas sabia que Esteban era milhões de vezes mais forte do que eu. – Não se oponham, se não, pode piorar para vocês.

    - Regras ? Quem é você para exigir regras, Esteban ? – Mason reprimiu um sorriso – Esteban, ela não fez nada que pudesse acabar com o nosso segredo. Além de ter protegido la pierre. Não vejo porque matá-la, contanto que prometa que não irá contar. – Mason olhou com seus olhos pretos sinceros para mim.

    - Não. – ele avançou em minha direção. Eu segurei minha respiração e me preparei para levantar e fugir. Mas Leon se colocou na frente de mim, no chão, agachado.

    - Se matá-la, você morre. – Esteban, por um segundo, pareceu assustado. Mas depois, abriu um sorriso irônico.

    - Uau, Leon. Ela deve ser muito especial, não é mesmo ? – minha vontade era de levantar e dar um soco naqueles olhos cinzentos. – A ponto de você matar para deixá-la viva. Quer saber ? – ele levantou os braços como se dissesse “eu me rendo”. Leon levantou e Esteban se ajoelhou ao meu lado. Eu respirava aceleradamente. Esteban tocou meu queixo. – Vou deixá-la viva. Você não fez nada demais, não é mesmo ? – engoli em seco. – Mas... Fique avisada, qualquer coisa e – ele fez um movimento de cortar o pescoço. Eu assenti levemente com a cabeça. Ele levantou e sentou-se onde estava. Lizzie, desapontada, fez o mesmo. Mason sorriu, tranqüilo, e fechou a cara logo em seguida. Leon abaixou-se de novo ao meu lado e sussurrou no meu ouvido.

     - Vamos ? – eu assenti. Ele me ajudou a levantar e saímos por onde entramos. O mesmo corredor, a mesma escada e estávamos na casa de novo. O tempo tinha passado muito rápido. Olhei no relógio. Eram 3 da manhã. E eu não estava com o menor sono. Sentei no sofá, acompanhada por Leon.

   - Acho que... dei sorte. – Mal conseguia entender o que tinha acontecido. Eu quase morri. Era... inacreditável.

    - Acha ? Eu tenho certeza. – Leon me parecia um pouco perturbado também.

    - Acho que Esteban tem um pouco de medo de você.

    - Talvez – ele ficou um pouco pensativo.

    - Leon, por que você não levou a pedra ? – ele me encarou, com um sorriso.

    - Esteban é muito traiçoeiro, Claire. Ele tinha me dito que não ia tocar um dedo em você, se a pedra chegasse com segurança. Eu queria ter certeza que nada ia acontecer a você antes de dar a pedra.

    - Por que ? – eu olhava dentro dos olhos dele.

    - Porque... – ele parecia procurar palavras - você é...minha... amiga, Claire.

    - Você também é meu amigo. Obrigada. Por me proteger hoje. – eu sorri.

    - Para isso que servem os amigos. – ele piscou para mim. – E quer saber ? Esteban tem razão – eu segurei minha respiração, receosa. – Você é especial para mim, Claire. Muito – ele me deu um beijo na bochecha e subiu. Eu corei e segui.

    - Leon, o que deu naquela Lizzie hoje lá ? Ela me pareceu meio... Irritada com tudo aquilo.

    - Ah, não liga não. Ela é totalmente caidinha por mim. – ele sorriu, um sorriso de canto de boca.

    - Ah... – foi meio constrangedor.

    - Ela ficou com ciúmes de você. – ele disse, caindo num pufe do quarto. Era um bonito quarto. Grande, branco, os objetos coloridos, com uma cama de casal enorme bem no meio. As janelas ocupavam uma parede inteira, deixando o quarto sob a luz do luar. Eu corei.

    - Acho que ela não tem motivos não é ? – eu olhei para baixo. Leon levantou e me deixou contra a parede, sorrindo maliciosamente.

     - Será que não ? – eu só conseguia olhar para ele. Havia diversão em toda sua expressão.

     - N-não. – a respiração de Leon batia nos meus cabelos e me fazia arrepiar. Ele me encarou por uns três segundos e chegou mais perto. Tão perto que qualquer movimento...

    - Talvez sim... Quem sabe, né ? – ele chegou um pouco mais perto. Eu não estava acreditando. Leon ia me beijar ? Não, não pode. Eu segurei a respiração. Ele sorriu e me beijou na bochecha. Eu soltei minha respiração quando ele fez isso. Leon se afastou e sorriu para mim. – Apenas ignore Lizzie, ela é muito infantil.

    - T-tá. – eu sentei no pufe mais próximo. Eu não tinha entendido essa atitude de Leon. Será que... ? Não, ele só estava brincando comigo. Eu precisava mudar o assunto, meu coração estava disparado. – Leon, Mason é assim tão quieto ?

    - Sim – ele estava mexendo em um objeto pequenino que eu não identifiquei o que era. – Ele simplesmente ignora Esteban e Lizzie desde... Sempre. Mason só confia em mim.

     - Ele é seu melhor amigo ? – meu choque já havia passado.

     - Pode se dizer que sim. – ele sorriu. – Mason parece um casca grossa, mas é totalmente o oposto disso. Ele só... Despreza quem ele não gosta.

    - Entendo. Ei, só tem vocês quatro de anjos bons ?

    - Não sei se você lembra, mas eu disse que eles são raros. – eu assenti. – Além disso, nem todos vivem aqui, no mundo dos mortais. De bons aqui em cima, só nós quatro mesmo. – ele sorriu.

     - Ah. – eu bocejei.

    - Acho que você deveria ir dormir. – ele abriu um sorriso malicioso. Eu não entendi. – E, bem, só tem esse quarto... Acho que você vai ter que dormir comigo...

    - Eu posso dormir no sofá da sala – eu o interrompi, levantando do pufe – Lá é bem confortável...

    - Xiu, deixa de ser besta. – ele sorriu. – Eu só estava brincando, tem um outro quarto. Pode ficar com esse aqui. – ele saiu do quarto e parou em frente a porta. – Durma com os anjos. E sonhe com eles também.

    - Palhaço. – eu revirei os olhos. Ele sorriu e fechou a porta.

   Eu deitei na cama, não acreditando no que tinha acontecido essa noite. Eu conheci os outros 3 anjos bons em terra. Quase morri. Eu e Leon quase nos beijamos. Era muita coisa para digerir.

    Deitada na cama, percebi o quanto estava cansada. Cansaço não só físico, mas mental. Acabei pegando no sono.

    Acordei com o sol batendo na minha cara. Sol de meio dia. Tapei os olhos com as mãos e fui tomar banho. Pensei que fosse ver o banheiro todo desorganizado por causa de Leon, mas não. Ele estava impecável. Eu sorri e tomei meu banho gelado. Desci e vi Leon preparando omeletes.

    - Quem poderia imaginar que Leon Thompson, novato adorado pelas garotas, era um chef ? – eu sorri.

    - Sou demais, eu sei. – ele riu. – Está com fome ?

    - Muita. – fazia algum tempo que eu não comia nada. – ele serviu uma omelete para mim e outro para ele. Sentamos no balcão da cozinha e comemos em silêncio.

    - Dormiu bem ? – disse, enquanto estávamos lavando os pratos.

    - Muito, aquela cama é muito boa. – eu olhei para Leon e ele sorriu para mim, malicioso. – Sem maldade, Leon. – gargalhamos.

    - Como quiser. – ele jogou um pouco de água em mim. Eu abri a boca, surpresa e retribui a água. Ficamos brincando nisso um tempo, rindo e nos divertindo como duas crianças. Quando meu celular tocou. Eu me ajeitei e fui atrás dele. Peguei-o. Era um número restrito. Estranhei, mas atendi.

    - Alô ? – Leon fazia caretas e eu comecei a rir. – Só um minuto – tirei o celular e tapei onde escuta – Leon, por favor !

    - Ok, ok – ele fez com os braços tipo “Eu me rendo”.

    - Alô, desculpa.

    - Nenhum problema, querida. – a voz de Oliver me fez paralisar. – Eu quero falar com você e não me importo nadinha de esperar. –respirei fundo.

    - Por que eu falaria com você ? – Leon me olhou, provavelmente assustado com o meu tom de voz.

    - Porque eu tenho algo que você não vai gostar de perder. – eu respirei fundo.

    - E o que seria isso ?

    - Tenho certeza que você ficaria muito, muito triste se perdesse qualquer um da sua família, não é ? – uma raiva súbita subiu por mim.

    - O que você fez com eles ? O que você fez ? – eu praticamente gritava. – Oliver, se você encostar em um fio de cabelo deles, eu juro que...

     - Eu ainda não fiz nada, fica calma – a voz cínica dele me dava nos nervos. Leon me olhava com cada vez mais preocupação. – Mas não terei o menor medo de fazer, se necessário.

    - O que você quer ? – por pouco eu não quebrava alguma coisa.

    - Fique calma e me escute. Eu não quero nada demais. Vamos fazer um acordo e todos vamos sair bem, ok ? – eu fiquei apreensiva. Não sabia o que era, mas vindo de Oliver, não era coisa boa.

    - Que tipo de acordo ? – sentei no sofá e esperei pela resposta.


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Notas finais do capítulo

Faça uma pobre escritora de fictions feliz, comente (: