A Pedra da Noite escrita por luizaac


Capítulo 14
E tudo termina bem ?


Notas iniciais do capítulo

oi meus amores. desculpa a demora aê, rs. Bom, espero que vocês gostem do capítulo que seria o último, e que foi adaptado, haha. Besos



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/111376/chapter/14

    - Claire ? – Leon me sacudia, um pouco indelicado. Acordei com cara de poucos amigos, mas meu mau humor durou pouco. Só de saber que estava em terras brasileiras já abri um sorriso animado. – Bem vinda de volta. – ele sorriu e indicou o caminho que eu tinha que seguir pelo avião. Peguei minhas malas e, enfim, pisei em meu amado país.  

    - É bom estar no Brasil. – Leon confirmou com a cabeça, semicerrando os olhos para o sol que batia diretamente neles. Eu até tentei, mas a imagem de Leon embaixo da brilhante luz do sol me fez ficar um pouco hipnotizada.

    - Cuidado que aqui tem mosca, tá ? – legal, eu estava boquiaberta. Fechei a boca rapidamente e revirei os olhos, fazendo Leon rir.

    - Não sei do que você tá rindo. – cruzei os braços. Ele riu um pouco mais.

    - É, nem eu. – Leon revirou os olhos e olhou para o movimento no aeroporto. – Acho melhor a gente ir. Vou te deixar na casa da Jane, ok ? Pra a mãe dela ver você saindo.

    - Ok – era incrível como Leon tinha o plano sempre todo armado. Tirei um fio de cabelo que teimava comigo e acompanhei-o pelo caminho até a mesma moto, ou pelo menos parecia ser a mesma. Subimos, botamos o capacete e ele acelerou, rápido demais, como sempre. Medrosa como sempre, me agarrei forte à ele, temendo cair e piorar os machucados e a mão quebrada.

    - Amanhã, vão todos pensar: “Nossa, como essa tal de Claire é desastrada. Primeiro, tava toda machucada. Depois, um braço quebrado”. – vi o sorriso de Leon por dentro do capacete.

    - Como se eles ligassem pra mim e eu pra eles. – dei de ombros. – Ah, Leon. Esqueci de te contar uma coisa. Eu sei por que aqueles vampiros já estavam me esperando. – ele me encarou por um momento.

    - Como é que é ?

    - É, mas olha pra frente que eu ainda não quero morrer. – ele deu uma leve bufada.

    - Mulheres.

    - Cala a boca, deixa eu te contar. Leon, a Lizzie contou pra eles, só pra me matarem.

    - O que ? Como assim ? Você tem certeza disso ?

    - Sim, ela me disse enquanto fazia isso – levantei levemente o braço para que ele entendesse. Leon pareceu se segurar para não sair correndo de volta pra França naquele segundo.

    - Eu não acredito que aquela...

    - Calma, Leon. – apoiei minha cabeça em seu ombro. – Ela só fez isso pra se livrar de mim. Ela é totalmente louca por você.

    - Louca, exatamente isso. E tem que ser internada urgentemente. Ela pôs todos nós em perigo !

    - Eu sei, e disse isso pra ela. – me endireitei na moto. – Mas Lizzie disse que tava tudo sobre controle.

    - Eu não teria tanta certeza disso.

    - Muito menos eu, mas enfim. Já passou. – sorri.

    - Sim. Mas nós vamos pegar aquela vadia, ah, se vamos. – abri a boca para falar, mas achei melhor não. Fiquei olhando para frente, onde tudo se mexia tão rapidamente, ansiosa para rever minha família. Depois de tudo o que aconteceu... 

    Em uns cinquenta minutos, o caminho começou a me parecer familiar. Leon parou com a moto no lado da mesma árvore que, há 5 dias, eu tinha descido em certa dificuldade. Olhei para a janela do quarto de Jane, no segundo andar da grande casa dos Fitzpatrick.

    - Será que ela tá em casa ? – perguntei, tirando o capacete.

    - A aula já acabou. Ela vem direto ? – eu confirmei com um aceno rápido de cabeça. – Então, provavelmente sim.

    - Temos que conferir. – peguei minha mochila, peguei meu celular e, agilmente, já que eu sabia o número de cor, digitei o telefone de Jane. Ouvi o celular dela tocar na janela aberta.

    - Alô ? – dava pra ouvir ela falando pelo celular e no segundo andar. Fiquei um pouco aliviada de, finalmente, ouvir o confortável som da voz da minha amiga.

    - Jane ?

    - Darling ! Quanto tempo ! Já tava preocupada. Nem pra me ligar, hein ? – Jane jogou uma enxurrada de perguntas.

    - Ah, desculpa. Depois eu te explico tudo.

    - Onde você tá ? Minha mãe tá ficando desconfiada, sei lá. – ela abaixou um pouco a voz.

    - Vem aqui na janela que você vai ver. – um minuto de silêncio e ela apareceu na janela, com seus cabelos ruivos presos num coque perfeitamente bagunçado. Eu sorri para ela, e Jane me olhou, incrédula, jogando o celular de lado.

    - Eu ia pensar em todos os lugares do mundo, menos no meu quintal. Ah, oi Leon. – ela sorriu e ele acenou para ela. Eu sorri.

    - Hã, eu vou subir, ok ?

    - Ok, to te esperando aqui em cima. – Jane olhou para Leon mais uma vez, reprimindo um sorriso e saiu da janela. Virei para Leon e lhe dei um abraço apertado.

    - Estamos seguros. – ele beijou o topo da minha cabeça.

    - Disso eu tenho certeza, amém. – eu sorri e me afastei um pouco, a fim de olhar em seus olhos. – Te vejo amanhã ?

    - Claro. – ele sorriu. O sorriso mais lindo de todos. Sim, eu ia vê-lo amanhã. E depois. E todos os dias. Abracei-o mais uma vez. – Agora você tem que ir. Antes que a senhora Fitzpatrick mande me prender por invasão à uma propriedade privada.

    - Bobo. – virei para a árvore e me apoiei em galhos para chegar à janela da minha amiga. Olhei para baixo, mas Leon já tinha ido. Mordi o canto da boca.

    - É, dona Claire, quero que você me conte tudinho. – Jane me pegou por trás e me jogou na cama. – Primeiro, esse gesso aí. Segundo, seu envolvimento com Leon...

    - Eu vou contar, amiga, eu prometo. Mas eu preciso ir para casa antes, pode ser ? De lá eu te ligo.

    - Claro, você deve estar com saudade.

    - Exatamente.

    - Só não esquece de me ligar.

    - Pode deixar. – peguei minha mochila e joguei por cima do gesso. Descemos e seguimos em direção da porta. – Tchau. – acenei para a mãe de Jane, que sorriu ao ter a certeza de que eu realmente estava na casa da filha.

    - Tchau amiga – ela me abraçou bem forte.

    - Tchau, flor. Quando eu chegar lá, eu ligo avisando. – ela assentiu com a cabeça e eu sai, vendo a porta fechar atrás de mim. Fui andando apressadamente para a minha casa, com a maior vontade de chegar lá e abraçar meu pai, a Keila, talvez sorrir pra Ellie...

    Cheguei na frente da porta tão conhecida por mim e bati três vezes, ansiosa para revê-los, dizer para mim mesma que tudo aquilo não passou de um sonho ruim. A porta se abriu depois de um tempo maior do que o normal e, para a minha surpresa, não era nem meu pai, nem Keila quem tinha aberto. Era Ellie, com seu celular apoiado no ombro e lixando a unha da mão esquerda.

    - Peraí, Tha, que a insuportável acabou de chegar, só um minutinho.

    - Cadê meu pai ? – perguntei, entrando em casa e fechando a porta. Ellie subia as escadas de volta para o quarto e eu fazia o mesmo.

    - Ele e minha mãe estão no hospital. O bebê nasceu. – ela deu de ombros. Eu fiquei perplexa. Afinal, ainda faltavam, pelo menos, umas 5 semanas. Era um bebê prematuro. Lágrimas vieram aos meus olhos. Agora, oficialmente, eu tinha um irmãozinho. Quis, mais do que nunca, dar aquele abraço no meu pai. Segurei-me para não dar em Ellie mesmo.

    - Mas, eles estão bem ?

    - Estão. Seu pai já ligou avisando e blá blá blá. – ela entrou no quarto. – Ah, tem comida no forno pra você.

    - Hum. Obrigada.

    - Ei, como você consegue se machucar tão rápido ? Primeiro tava toda arranhada, depois um braço quebrado ? Você é de papel ou alguma coisa parecida, garota ?

    - Como se você ligasse. – dei de ombros.

    - Não ligo mesmo. Mas acho que tudo isso é carência de um namorado. – ela sorriu, malvada, pra mim e fechou a porta. Fiquei encarando a porta e me lembrei de Leon. Ai, meu Deus, eu não tinha dito sobre meus sentimentos pra ele. Botei a mão na testa, desapontada. Agora, só amanhã, se ele realmente for. E se ele ainda sentir alguma coisa por mim, né ? Afinal, tem tanta menina bonita na CTD. Balancei a cabeça e fui tomar banho.

    Assim que acabei de tomar banho, meu celular tocou. Era Jane.

    - Desculpa, amiga, eu fui tomar banho.

    - Tudo bem, sunshine, mas agora conta. – ela parecia ansiosa. Podia apostar que ela estava sentada, só esperando eu falar. Eu sorri com a cena.

    Expliquei tudo para ela, desde as revelações sobre o mundo mágico até a chegada há uns 20 minutos atrás. Jane ficou atônita.

    - Isso é... – as reticências ficaram no ar.

    - Inacreditável, né ?

    - Totalmente – eu ri.

    - Mas é tudo a mais pura verdade.

    - Até a parte da declaração ? – eu corei.

    - Até.

    - Claire, você gosta dele ?

    - Amo. Muito.

    - Então, peraí. O que você tá fazendo falando comigo no telefone, ao invés de ir lá agarrar seu bofe, menina ? – eu ri do comentário dela.

    - Ai, amiga, você não existe !

    - Existo sim e estou te mandando ir na casa do Thompson nesse momento. Sem discussão. Quando você voltar, vai me contar tudo. Beijos amiga. – ela desligou o telefone, sem me deixar retrucar. Eu sorri e não vi outra opção se não obedecer minha amiga teimosa. Liguei para Leon, que ficou curioso e confuso quando perguntei onde ele morava. Não era tão longe. Peguei meu celular e fui caminhando em direção a casa dele. Em menos de 10 minutos, já estava no prédio de apartamentos que ele morava. Bati no 302. Leon mal demorou para abrir a porta.

    - Oi. – eu sorri, meio embaraçada.

    - Eu não acredito que você veio aqui.

    - Foi pra isso que eu pedi o endereço, né ? – revirei os olhos.

    - Entra, mas não repara a bagunça.

    - Faça-me o favor. Você entrou no meu quarto ! – olhei, desafiadora.

    - Mas ele tava organizadinho.

    - Impossível.

    - Tá, teimosa. – ele sorriu – Mas, o que a trás aqui ?

    - Eu preciso... falar com você.

    - Sou todo ouvidos.

    - Leon... Lembra que, hã, antes da invasão você disse que era apaixonado por mim, e tal ? – eu suava nas mãos de nervoso.

    - Claro.

    - Então, você tava falando a verdade ? Tava falando sério ? – ele me encarou por uns segundos, perplexo.

    - Você acha que eu iria mentir sobre isso, Claire ? É óbvio que é verdade. Eu te amo, Claire. Mas, é claro, você não é obrigada a sentir o mesmo... – ele abaixou a cabeça levemente.

    - Mas sinto. – ele levantou a cabeça rapidamente e ficou me observando, como se tivesse me incentivando a continuar a falar. – Leon, faz um tempo que eu sinto isso, mas... eu não achava que você fosse sentir nem um pouquinho. Mas, Leon, eu te amo. Muito. Eu só queria te dizer isso, mas tinha muito medo que isso pudesse estragar a nossa amizade, eu não sei. Só que, quando você se declarou, bem... Eu, ai, não sei... Eu sou péssima com palavras. – abaixei a cabeça.

    - Por que você não falou nada quando eu me declarei ?

    - Porque eu sou uma idiota.

    - Uma completa idiota – ele segurou o meu queixo para que eu olhasse para ele e me chegou pra perto, com um sorriso que me fazia ficar louca. – Totalmente e completamente idiota. A idiota que eu amo. – Meu coração rodou dentro de mim.

    - Mas...

    - Shiu ! – Leon me interrompeu. – Você fala demais. – Ele tinha razão. Totalmente razão. Ele sempre tinha, e isso me irritava. Mas eu simplesmente amava isso e tudo o mais.

    Leon me puxou para perto e, finalmente, me beijou. Todo o nervosismo simplesmente desapareceu. Ele me beijava calmamente, estávamos em sintonia. Com certeza, o melhor beijo da minha vida inteira. Um beijo apaixonado. E, diga-se de passagem, Leon beijava muito, muito bem.

    O beijo foi se tornando mais intenso a medida que o tempo passava. Caímos, os dois, na cama do pequeno apartamento dele. Quando dei por mim, eu estava levantando a camisa dele, e ele, a minha blusa. Terminei o beijo com um selinho e me afastei. Tentei pegar fôlego e ele sentou do meu lado, me olhando.

    - Desculpa, mas... Eu não me sinto pronta ainda. – abaixei a cabeça. Ele fez exatamente como antes, segurando o meu queixo para que minha cabeça levantasse.

    - Não se preocupa. – ele sorriu e eu me derreti. Dei um selinho nele e encostei minhas costas no peito dele. Ficamos conversando por um tempo, rindo muito, como sempre. Pelo visto, eu estava errada quanto à isso, quanto à nossa amizade acabar. Sorri com esse pensamento.

    - Sabe, Leon, eu só não entendo.

    - O que você não entende ? – ele perguntou,fazendo uma carícia na minha testa.

    - Por que eu ? Quer dizer, na CTD tem garotas tão melhores... Eu sou tão feia, est... – ele me deu um selinho, me impedindo de continuar. Eu o encarei. – estra...- deu outro. – estranh... – mais um. Fiquei encarando o sorriso moleque dele. – Eu sou f... – outro selinho.

    - Você é linda. Dá pra parar, por favor ? Eu posso ficar te beijando o tempo que for necessário para isso. – ele sorriu.

    - Proposta tentadora, mas... Eu só to falando a verdade.

    - Você tá falando besteira, é isso sim. – revirei os olhos e ele segurou me virou e segurou meu rosto entre as mãos. – Vê se entende. Claire, você é a garota mais bonita da CTD inteira ! Pelo menos pra mim é.

    - Não sou..

    - Xiu. – mostrei a língua pra ele – Pode não ser a mais bonita para os outros, mas eu sei de vários lá que adorariam ter a chance que eu estou tendo agora, pequena. Acorda, por favor. Você é linda, inteligente, engraçada, sincera e leal. O que eu iria querer mais ?

    - Mas você é tão mais !

    - Não sou. Eu sou um nada ao seu lado, pequena Claire. – ele me deu mais um selinho – E também, não importa nada disso. Só o que importa é o que você sente. Tá entendido ?

    - Sim – meus olhos se encherem de lágrimas.

    - Ai, que bonitinha, tá chorando.

    - Cala boca, seu idiota – dei um tapa no braço dele.

    - Ai, doeu. – eu revirei os olhos para o sorriso dele.

    - Ah, fala sério. Você nem sentiu direito.

    - Verdade – ele deu de ombros. Eu sorri.

    - Bobo. – fiquei olhando para o nada, sorrindo. Tava tudo tão mágico. Achei que nada poderia estragar isso. – Leon, e a Lizzie ?

    - Não sabemos onde ela está – ele abaixou a cabeça e eu engoli em seco. Será que ela poderia fazer alguma coisa pra me prejudicar ? – Não se preocupe, eu te protejo – E abriu o maior e mais confortador sorriso do mundo. Eu o abracei com vontade e lhe beijei mais uma vez. Fomos interrompidos pelo meu celular tocando. Frustrada, atendi.

    - Alô ?

    - Claire ? Ah, não acredito, achei que tivesse ligando pra Jo. Esquece isso, babaca. – Ellie gemia no telefone. Era isso que parecia a voz dela. Um gemido. Bufei.

    - Lerda. – desliguei o telefone antes que ela começasse a resmungar. Olhei para as horas e me surpreendi. Estava bem tarde. Encarei Leon, triste. – É, tenho que ir. Tá tarde.

    - Acho que... você tem razão. – ele deu um sorriso meio triste. – Quer que eu te leve pra casa ?

    - Não precisa – sorri. – Amanhã nos vemos. – ele me levou até a porta, me deu um beijo e eu sai, nas nuvens. Tudo estava perfeito. O mundo estava salvo, eu estava, pelo menos, ficando com um garoto lindo que correspondia aos meus sentimentos, meu irmãozinho tinha nascido... Alguma coisa poderia estragar isso tudo ? Acho que não...

    Num momento de distração, alguém me agarrou por trás, colocou alguma coisa no meu rosto e eu caí, mais uma vez, desmaiada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comente e me deixe muito inspirada.