A Pedra da Noite escrita por luizaac


Capítulo 12
A vingança da traidora


Notas iniciais do capítulo

aaaaai, milhões de desculpas pelo atraso. e não ficou tão bom pra compensar o atraso. mas, enfim. eu já tô escrevendo o próximo, o último, diga-se de passagem. Espero que gostem.



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    - Foi só um sonho – acordei assustada, arfando com o meu sonho. Eu sonhei que tinha matado o Oliver com um tiro, salvando Leon. – Só. Um. Sonho.

    - O que foi só um sonho ? – Leon estava sentado no mesmo pufe de sempre, sorrindo para mim. Eu pulei de susto quando ouvi sua voz. Ele fechou o sorriso. – Não queria te assustar.

    - Leon ! – levantei da cama correndo e fui abraçá-lo. Ele me abraçou, afagando minha cabeça. – Que bom que você está bem. Foi só um sonho mesmo.

    - Estou ótimo, Clairezinha. – Ele passou a mão no meu rosto. – Se você não se lembra, a senhorita me salvou. – eu paralisei, encarando-o.

    - Então... não foi um sonho ? – uma lágrima escapou. Leon me olhou, preocupado, não entendendo muito que eu estava falando. – Então... eu matei o Oliver ? – abaixei a cabeça.

    - Sim... – ele sussurrou. Levantei minha cabeça para encará-lo, perplexa – Mas, Claire, não fique assim. Ele não era uma boa pessoa. E ele ia me matar. Não sei se você prefere ele à mim, mas...

    - Não fala besteira. Claro que sempre vou preferir você – ele sorriu, radiante, e eu sorri de volta. – Mas... e a pedra ? Eu não consegui abrir o cofre.

    - Obrigamos um daqueles anjos a dizer. – ele deu de ombros.

    - Então... vocês pegaram-na ? – ele fez que sim. – Onde ela está ?

    - Destruímos. – meu queixo caiu. Quer dizer que eles tinham destruído o objeto mais poderoso do mundo mágico, é isso ? Meio inacreditável.

    - Como assim destruíram ? Leon, isso não pode causar sérias conseqüências pra vocês ? – ele deu de ombros.

    - Talvez sim, talvez não. Mas ela inteira causaria muito mais estragos do que ela causaria destruída. Então, resolvemos destruir. Só Lizzie discordou, mas ela tá brava mesmo comigo depois que eu... – ele me olhou e depois desviou o olhar. – Não importa mesmo, foi por maioria. – eu fiquei olhando-o, processando as informações, lembrando do que tinha acontecido.

    - Por quanto tempo eu fiquei apagada ? – eu sorri para ele.

    - Uma hora.

    - E vocês fizeram tudo isso só em uma hora ?

    - Não se esqueça que somos anges, Claire. – ele sorriu.

    - Ah, é – dei de ombros. Tudo para eles era muito rápido. Uma hora daria para quase ir para a minha casa e voltar... – Leon, quando eu vou voltar para casa ? – ele fechou a cara.

    - Daqui à uma hora e meia. Chegaremos lá amanhã de tarde. Exatamente 5 dias, como eu lhe pedi. – Eu sorri.

    - Você não pode prever o futuro não, né ? – ele revirou os olhos.

    - Acho que você deveria parar de assistir Crepúsculo.

    - Ah, por que ? – ele me olhou, como se fosse uma resposta óbvia. – O Edward é lindo e um fofo. E o Jacob, hm... Prefiro não comentar.

    - Ah, fala sério ! – Leon fez cara de nojo. Eu gargalhei e ele riu junto comigo.

    - Leon, obrigada. – disse, quando paramos de rir.

    - Pelo que ? – ele me olhou, curioso.

    - Por você ter me salvado, que tal ? – eu sorri.

    - Você que me salvou. Tá lembrada ? – ele sorriu.

    - Só te salvei porque você me salvou na hora exata.

    - Então tá, Claire. Não tem como teimar com você.

    - Eu sei. – dei de ombros. Ficamos em silêncio por um momento.

    - Claire, se eu te salvei, é porque eu não conseguiria agüentar te ver morta, nem ferida. – eu corei. Ele tirou um fio de cabelo do meu rosto. – Claire, eu... – ele sussurrou meu nome. Eu gostava do jeito que ele o fazia. Eu gostava do jeito que ele falava. Eu simplesmente gostava do jeito dele. Muito mais do que gostava. Ele se aproximou de mim, de modo que eu sentia seu hálito delicioso em meu rosto. Ele pegou na minha nuca, delicado, mas decidido.

    - Leon, - Lizzie chegou no quarto e nós nos afastamos. Ela parou na porta do quarto, parecendo constrangida. – Mason tá te chamando. – ela sorriu.

    - Hã, estou indo. – ele sorriu para mim e saiu do quarto, deixando eu e Lizzie sozinhas. Ela esperou Leon descer a escada e fechou a porta, sorrindo para mim.

    - Lizzie, eu sei que temos nossas diferenças e...

    - Nós não temos diferenças, Claire. – eu deixei minha cabeça tombar de lado. – Nós temos semelhanças. Amamos o mesmo cara, não é mesmo ? – ela abriu um sorriso malicioso e eu assenti de leve. – O problema é : ele é só um e só pode querer uma de nós duas. Parece que você foi a escolhida. E isso não está certo. – Ela chegou perto de mim e eu engoli em seco. – Afinal, eu o conheço desde que eu era uma anjinha. Bem pequenininha. E sempre o amei. Só que ele nunca, nunquinha ligou para os meus sentimentos. Eu era só a irmãzinha mais nova dele. – lágrimas vieram no olho dela.

    - Olha, Lizzie, é uma história muito triste, mas eu tenho que... – fui me levantando.

    - Não ! – sentei com o grito dela. – Continuando... O bom era que eu não tinha a dor de vê-lo com outra, ele nunca se apaixonava... Mas aí você veio. Quando Leon falou de você pela primeira vez, eu já sabia. Sabia que, pela primeira vez, alguém tinha tocado o coração do meu Leon – ela enfatizou o meu. – Você não faz idéia de como isso me doeu, Claire. E ainda me dói. Muito.

    - Desculpa, Lizzie, eu não queria...

    - Muito tarde para desculpas. – ela me olhou e eu finalmente compreendi o que “olhos fumegantes” queria dizer. – E o que eu fiz ? Contei para Oliver que você estava conosco, e qual era sua parte no plano. Era idiota, mas eu fiz. Esperando que você morresse... – meu queixo caiu para o que ela tinha dito.

    - Você contou para eles ? Por isso que os vampiros estavam com aquelas armas, por isso que o cofre estava com outra senha e por isso que Oliver estava me esperando ? – ela assentiu.

    - Exatamente.

    - Você é louca. Completamente insana. Não parou para pensar que todos nós podíamos ter morrido ? Hein ? – ela não fechou seu sorriso.

    - Ninguém ia morrer, Claire. À não ser você.

    - Ah, não ? Não ? Como você tinha tanta certeza ? – botei as mãos na cintura.

    - Estava tudo combinado. As únicas pessoas que iam morrer naquele lugar eram você e os vampiros. Aí, quando você estivesse morta, eu ia ajudar o meu Leon a superar isso, essa dor profunda de perder quem você ama. Assim como eu sinto – ela sussurrou a última frase.

    - E aí ? Você acha que ele ia começar a te amar, Lizzie ? E você acha que eles não iam descobrir depois ?

    - Não, não iam. – ela deu de ombros. – Só que alguém atrapalhou tudo. Você atrapalhou tudo. Mais uma vez. Por que você tem sempre que atrapalhar ? É sua missão ?

    - Eu não podia deixar o Leon morrer...

    - Ele não ia ! – ela deu um grito que me assustou. – Será que você ainda não entendeu que você quem ia morrer ? – ela enfatizou a palavra você. Eu abaixei minha cabeça. - Você tem que sentir dor. Sentir o que eu sinto. – engoli em seco.

    - Mas... Eu já tive um amor não-correspondido, eu já senti o que você sente.

    - Não, não sentiu. Dói tudo, Claire, tudo. – uma lágrima veio aos seus olhos e eu senti verdadeiramente pena dela.

    - Eu te entendo e... desculpa ! – eu falava de coração.

    - Cala a boca ! – ela gritou em um tom que fazia tempos que ninguém usava comigo, pegou meu braço com raiva e me jogou na parede, fazendo com que eu batesse minhas costas com força. Soltei um gemido de dor. Ela chegou perto e me segurou no alto pela garganta, mal me deixando respirar. – Acho melhor você não gritar, porque eu não quero ferir bebês inocentes. – tentei cuspir na cara de Lizzie, mas ela sorriu e fez que não. Sua mão no entorno do meu pescoço se apertavam, me sufocando cada vez mais. Eu tentava puxar o ar, desesperada. Comecei a bater minhas pernas. – É ruim ficar sem ar, né ? Foi assim que eu me senti ! – ela semicerrou os olhos. Continuava a bater braços e pernas, tentando, em vão, me libertar das mãos fortes de Lizzie. Já estava desistindo de tentar respirar, quando ela me jogou no chão do quarto, quase deixando minha cabeça bater no chão. Ia gritar de dor, mas lembrei da ameaça de Lizzie. Depois do que ela estava fazendo, não duvidava de mais nada.

    Fiquei me remexendo de dor. Os machucados, até antes esquecidos, ardiam como se eu tivesse acabado de cair naquele buraco de novo. Tentei me levantar, mas Lizzie pegou o meu braço e começou a torcê-lo. Me forcei muito para não gritar daquela dor absurda.

   - Tá doendo, não tá ? – eu fiz que sim, com muito sofrimento. – É assim que eu me sinto ! – ela gritou comigo, enfatizando o assim. Eu me remexia toda, segurando o grito e suando muito. Nunca, na minha vida, tinha sentido uma dor tão intensa. E, provavelmente, nunca mais iria sentir. Se é que eu ia escapar com vida dessa. Afinal, Lizzie não ia ser tão burra em me deixar viva e eu contar tudo para Leon. Não, sem chances.

    Doía tudo. A pressão que Lizzie fazia em meu braço refletia por meu corpo todo, fazendo meus machucados arderem e piorando a situação. Eu daria qualquer coisa para parar com aquela dor. Até minha própria vida.

    Do nada, Lizzie encarou a porta. Tentei me desconcentrar um pouco da dor para ouvir o que se passava. Os passos de Leon subindo. Esbocei um sorriso em meio a dor. Olhei para Lizzie, que parecia furiosa. Ela virou um pouco mais o meu braço, devido à raiva, e ele começou a dor ainda mais. Eu me contorcia toda.

    - Claire ! – Leon abriu a porta, um pouco confuso e disparou em minha direção quando me viu no chão, suando, chorando e com o braço jogado de lado. Procurei, mas não vi Lizzie. Ela era rápida. – Claire, o que houve ? Claire, por que você tá no chão ? – chorei com dificuldade.

    - Lizzie... – falei, com esforço, quase num sussurro.

    - O que ela fez ? Ah, eu vou matar... – ele viu meu braço. Tentou segurá-lo, mas eu gritei de dor e ele recuou. – Temos que ir no hospital. E, dessa vez, você não vai me impedir. – eu esbocei um sorriso e Leon fez uma cara de pena. Ele me botou no colo e desceu ao encontro de Mason. – Mason, a Lizzie quebrou o braço da Claire.

    - O que ? Como ?

    - Não sei, mas a Claire tá com dor. Onde é o hospital mais próximo ?

    - Na próxima rua, à esquerda. Quer que eu vá ?

    - Não precisa. – Leon deixou Mason falando sozinho e saiu correndo, comigo no colo. – Não se preocupa, Clairezinha. Vai ficar tudo bem. – ele deu um beijo na minha testa e eu sorri.

    Chegamos no hospital em menos de 5 minutos. Leon diminuiu o ritmo na porta, e foi correndo como uma pessoa qualquer. Pediu para o primeiro médico que viu que me examinasse, que ele achava que eu tinha quebrado o braço. O médico me levou para um sala de raio-x e, meia hora depois, meu braço já estava engessado. Eu teria que ficar com o gesso por um tempo, meu braço tinha realmente quebrado.

    - Me desculpa. – Leon saiu do hospital abraçado comigo, me deu um beijo na lateral da cabeça e disse sussurrando no meu ouvido.

    - Pelo que ?

    - Pelo braço.

    - A culpa não foi sua. – eu revirei os olhos.

    - Tanto faz, mas desculpa. Agora, vamos, temos que ir pro aeroporto. – ele nem me deu tempo de responder. Me pegou no colo e saiu correndo. Nem cinco minutos para chegar no aeroporto. Mason estava nos esperando.

    - Quase perderam o avião.

    - Demora um pouco pra engessar, sabia ? – Mason olhou para o meu braço, e depois de volta para Leon – Pegaram a Lizzie ? – Leon tentou falar de modo que eu não ouvisse, mas, não deu muito certo.

   - Não, mas estamos atrás dela. Vão tranqüilos – ele sorriu. Não me segurei e pulei no pescoço de Mason para lhe abraçar.

    - Obrigada. – vi que ele estava levemente corado. Pelo visto, abraços não eram muito o forte dele.

    - Não foi nada. – ele sorriu. Um sorriso muito sincero que eu estava vendo pela primeira vez no rosto dele. – Agora vão, não querem perder o avião.

    - Até mais, Mason.

    - Talvez. – Mason saiu correndo como a luz. Eu e Leon fomos embarcar. Por pouco, perdemos o avião. Estávamos, mais uma vez, na primeira classe, cuja qual tinha uma cadeira muito confortável, na qual eu dormi a viagem inteira. Estava realmente cansada.

    Nem o pouso do avião em terras brasileiras me fez acordar.


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Notas finais do capítulo

Bom, comentem né ? *-*