A Pedra da Noite escrita por luizaac


Capítulo 11
A "guerra"


Notas iniciais do capítulo

Olá, pessoas lindas *-*. eu ia postar ontem, mas o capítulo não tava pronto e eu tive bloqueio criativo, triste. Espero que gostem, eu não gostei muito.



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    O clima estava muito tenso. Todos estavam visivelmente preocupados e receosos, principalmente eu. Afinal, nessa casa tinham pelo menos uns 8 sobrenaturais mais fortes do que eu umas milhões de vezes. Super legal. Mas ficar só pensando nisso não ia me ajudar em nada, então balancei a cabeça. Foco, Claire, foco.

     - À postos ? – me endireitei, tentando ficar mais firme. Mason olhou para cada um de nós – Assim que eu der o sinal, a gente entra. Eu e Lizzie vamos atrás dos vampiros. Leon, cuidado com a Claire. – eu engoli em seco. Ele ficou olhando para frente, em silêncio. Durante algum tempo, ficamos todos calados. Mas, do nada, Lizzie e Mason começaram a avançar e, em seguida, Leon e Esteban. Não vi escolha se não segui-los, apesar de não ter visto sinal nenhum de Mason.

     Fomos em direção às janelas, que estavam fechadas. Eu estava junto com Leon, que deu duas batidinhas de leve e fez um sinal positivo para Mason, que estava do outro lado da casa, na frente de outra janela. Simultaneamente, eles socaram as janelas, fazendo-as espatifar em vários pedaços. Leon deu uma balançada na mão, provavelmente pra tirar algum caco de vidro preso na pele. Em menos de um segundo, ele já tinha pulado a janela.

    - Quer ajuda ? – ele me observava, enquanto eu analisava o estado da janela. Se eu tentasse fazer qualquer coisa, iria me cortar bonito.

     - Uma ajuda seria uma boa – eu sorri, meio assustada. Ele deu um sorrisinho bobo, pulou a janela, me pegou no colo e voltou para dentro da casa comigo. Tudo em menos de meio minuto. Era inacreditável a rapidez deles.

     - Prontinho. – ele me botou no chão e voltou à concentração. Eu observei o lugar onde estávamos. Era um salão grande e vazio. Não sei se era só impressão, mas parecia que tinha uma neblina no ar. Um arrepio passou por mim.

     - Era para os vampiros estarem aqui. – Mason falou em um tom de voz um pouco acima de um sussurro. Leon encarou-o, preocupado.

     - O que isso significa ? – Mason fez um sinal de que não sabia. Eu analisei a sala. Parecia vazia.

     - Será que eles foram...

     - Leon ! – Mason interrompeu-me, gritando por Leon, que olhou para o lado. Não tive tempo nem de ver o que era. Leon me empurrou contra a junção de duas paredes. Eu bati com as minhas costas e fiquei arfando, assustada.

    - O que aconteceu ? – ele encostava as mãos nas duas paredes, claramente tentando me proteger de alguma coisa. Eu tentei olhar por cima de seus braços. Só vi Mason e Lizzie olhando para as laterais da sala. Eu não tinha notado, mas tinha uma parede falsa ali e, delas, estavam saindo dois homens altos e fortes, cada um com uma pistola. – As pistolas são... enfeitiçadas ? – Leon olhou para mim, um pouco confuso.

     - O que ? Ah, não ! Isso é para você. – meu queixo caiu.

     - Como assim ?

     - Descobriram que você viria, só pode. – Ele deu um tapa na parede, tentando descontar um pouco da frustração. – Claire, a gente tem que ir...

     - Não ! A gente já tá aqui. Eu consigo, Leon.

     - Claire, eles sabem que tem uma humana aqui ! Não duvido nada que já saibam que você vai pegar a pedra. É ridículo continuar e arriscar a sua vida.

     - Não insista. – desviei o olhar para o que acontecia atrás de nós e Leon virou-se para acompanhar também. Os dois vampiros estavam indo na direção de Lizzie e Mason, que pareciam despreocupados. Vampiros podiam ser grandes, mas anjos são quase indestrutíveis.

    O vampiro que ia na direção de Lizzie foi rápido. Tão rápido que não pude acompanhar com meus olhos humanos o que acontecia. Só sei que ele tinha derrubado ela.

    - Ai, meu Deus. – lamentei, num sussurro.

    - Espera só. – Leon sorriu. Eu o olhei por um segundo e depois voltei a acompanhar.

    Lizzie, por um momento, estava jogada no chão, presa em todos os sentidos por um cara aparentemente mais forte que ela umas várias vezes. Em menos de um minuto, Lizzie subiu nas costas do vampiro e puxou a cabeça dele para trás, fazendo-a rolar pelo chão do quarto. Eu semicerrei os olhos para aquela cena.

    - Ficou com medinho ? – Leon não deixava nunca de brincar. Eu revirei os olhos.

    - Não, seu bobo. – ele pareceu sorrir. Esbocei um sorriso e voltei a olhar para o campo de batalha.

   O que foi na direção de Mason nem teve tempo de pensar em atacá-lo. Mason arrancou sua cabeça fora com apenas um movimento. Eu fiquei boquiaberta. Mason nem teve dó, nem qualquer outra coisa, do vampiro. Simplesmente matou sem nem dizer uma palavra.

   - Caramba. – sussurrei, assustada.

    - Assim é Mason – Leon deu de ombros e eu revirei os olhos. Mason fez um aceno de cabeça e Leon saiu da minha guarda claustrofóbica. Eu respirei e olhei para os anjos.

    - Claire, a gente só vai conseguir segurá-los por um tempinho para que você passe. Correndo. Sem fazer barulho. Tá bem ? – Mason não parecia ter sido afetado de maneira nenhuma pelo vampiro. Muito pelo contrário, ele estava como sempre, inflexível. Uma proeza para poucos.

    - Tá bem. – eles se viraram para a porta. – Mason... – somente ele me olhou. – se a senha não for mais essa ?

    - Tenho quase certeza que é. Mas, se não for, você volta correndo para onde estamos, que o Leon dá um jeito de tirar você daqui, ok ? – Leon e eu assentimos. – Todos prontos ? – eles fizeram que sim e Mason abriu, vagarosamente, a porta, que fez um ruído estranho.

    Como Mason tinha dito, três anjos nos esperavam. Uma garota alta. Um magricelinho, com cara de esperto. E um grandão, forte. Eu só teria alguns segundos para passar sem que eles pensassem em me atacar. Tinha que correr como nunca antes. Estava torcendo para que minhas pernas não me decepcionassem, como sempre faziam.

     Os três maus foram para cima dos anjos bons, com um sorriso malicioso. Os quatro do lado bom se uniram e começaram uma briga com os outros, uma briga que eu não podia ver, pois era muito rápida. Era minha hora, agora. Nem parei para pensar. Comecei a correr que nem uma louca pelo quarto, abri a porta e dei numa sala levemente iluminada e meio rústica. Não pensei duas vezes em fechar a porta. Ofegante, procurei o cofre. Olhei atrás dos quadros, que não eram poucos. No último quadro, dei um leve murro na parede e olhei para a porta. Nenhum sinal da guerra do outro lado. Respirei fundo, tentando pensar onde poderia estar esse cofre. Olhei pela sala. Tinha algumas cortinas, os quadros estavam no chão e tinha um tapete enorme, fora a escrivaninha. Encarei o tapete.

    - Será ? – sussurrei para mim mesma – Não custa nada tentar. – Ajoelhei no chão e joguei o tapete de lado, de modo que eu pudesse ver todo o chão que antes estava embaixo dele. Não tinha cofre nenhum. – Droga. – mexi no meu cabelo, tentando pensar em uma alternativa. Levantei e fiquei andando, olhando para onde antes tinha um tapete. – O que é isso ? – um pedaço do chão impecável estava levemente marcada, como se fosse um chão falso. Abaixei para olhar melhor. – É um chão falso. – Puxei a placa de chão e joguei-a de lado. Como eu previa, lá estava escondido um cofre. Sorri, um pouco aliviada.

   Olhei para a senha na minha mão. Assim que digitasse, eu teria a pedra e sairíamos dali, salvando a humanidade. E depois ? Iriam guardar a pedra ? Teria a possibilidade de eles destruírem-na ? Não, acho que não... Balancei a cabeça para me concentrar, já que meu foco tinha desviado mais uma vez.

    - Quatro, nove, dois, zero, três. – falava o número em voz alta enquanto digitava, tremendo de nervoso. – Agora é só clicar enter, e... Senha incorreta ? – minhas mãos começaram a suar. - Não, não acredito que eles mudaram a senha ! Eu devo ter digitado errado. Quatro, nove, dois, zero, três, enter. Senha incorreta. – Deitei no chão, frustrada. – Eles mudaram. Droga, mil vezes droga. – eu dava murros no chão. E agora ? Eu tinha que avisá-los, sair dali. Era perigoso. Sentei de volta. Eu tinha que tentar mais uma vez. Digitei os números de novo, mas, mais uma vez, deu senha incorreta. Que droga. Dei uma mexida no cabelo.

    - Você achou realmente que íamos deixar a mesma senha ? – olhei para a voz familiar que me deu um susto. Oliver. Meu coração começou a bater na velocidade da luz. – Achou mesmo que fossemos tão ingênuos assim, Claire ? Poxa, achei que você fosse um pouquinho mais esperta. É, todos se enganam. – ele sorriu, malicioso e veio até mim, num piscar de olhos. – Eu já disse que seria uma pena te machucar, não é ? – ele tocou o meu queixo e eu recuei, enojada. – Pena que tenha que ser assim. – ele chegou perto, tocando a ponta do nariz na minha bochecha. – Eu prometo que vai ser bem rapidinho, você não vai nem perceber – havia muita maldade no seu sussurro e eu arrepiei. Olhei para ele e cuspi em sua cara. Oliver se distraiu um pouco e eu aproveitei para sair correndo. – O seu maior problema, minha querida, é que você faz as coisas sem pensar nas conseqüências. – ele veio correndo em minha direção, me jogou contra a ligação entre duas paredes e deixou seu braço esquerdo me segurando no alto, pelo pescoço.

    - E você, pensa ? Já pensou no que vai ser você me matar ? Já pensou o que vai acontecer se você dominar o mundo ?

    - Claro, queridinha. Eu serei poderoso. Não há nada melhor do que poder ! – ele sorriu.

    - Mas você vai ser feliz ? Já parou para pensar ? – ele me encarou por um tempo e depois revirou os olhos.

    - Acha mesmo que esse discursinho clichê vai mudar alguma coisa ? – eu fiz levemente que não. – Ótimo, porque não vai. – ele falou pausadamente e eu engoli em seco. – Agora, se despeça dessa sua vidinha miserável. – eu queria dar um soco na cara dele, mas meus braços estavam bem presos.

    Era o fim. Olhei à minha volta. Minha cena final tinha que ser bem guardada por mim. Lembrei da minha família. Do meu pai, da minha madrasta, da Ellie, aquela irritante. Lembrei dos meus poucos amigos. Da Jane, do Ronnie, do Leon... Vieram lágrimas aos meus olhos e Oliver sorriu. Fechei os olhos, achando que isso fosse aliviar um pouco da minha dor. Oliver fez um carinho no meu pescoço. Adeus, mundo.

    Do nada, eu fui jogada no chão por Oliver. Não estava entendendo, era para eu estar morta. Abri meus olhos e vi quem tinha me salvado. Sorri levemente quando vi Leon olhando Oliver, que tinha sido jogado em cima da escrivaninha, quebrada pelo impacto. Leon virou rapidamente para ver como eu estava, mas logo virou de volta, já que Oliver tinha saído do meio de restos de madeira de lei. Ele veio no maior impulso e eles começaram a brigar. O resto, meus olhos não puderam ver. Mas sabia que estava tenso. Como sabia não daria para ver nada mesmo, fiquei sentada, pensando.

    Com certeza, eu nunca mais na minha vida teria sorte como eu tive hoje. Quer dizer, eu quase morri, fui salva no último minuto. Pelo garoto que eu era apaixonada. Muito legal. A lágrima que estava presa nos meus olhos antes caiu, e eu a sequei com as costas da mão.

    Eu estava com a cabeça enterrada no joelho, quando um barulho chamou minha atenção. A briga tinha terminado. Não muito bem. Leon estava apagado no chão. Provavelmente Oliver também sabia das técnicas para tirar a consciência de um anjo. Eu engoli em seco e me segurei pra não gritar. Oliver parou por um momento e encarou Leon jogado no chão. Com um movimento rápido, ele pegou alguma coisa que estava dentro do seu casaco de couro, alguma coisa que eu não conseguia ver direito. Semicerrei os olhos.

    - Não... – eu grito ficou preso na minha garganta. Aquilo que Oliver segurava era uma arma. Ele ia matar o meu Leon. Não, ele não ia. Não podia deixar. Senti a arma que Mason tinha me dado pesar no meu bolso. Engoli em seco. Não era certo eu atirar, mas... Eu não podia deixar Oliver matar Leon. Peguei a arma e deixei apontada para Oliver, com as minhas mãos tremendo. Era contra todos os meus princípios matar alguém. Balancei um pouco a cabeça. Só ia apertar o gatilho se fosse necessário.

    O barulho da arma de Oliver pronta para atirar me fez arrepiar. Deixei a minha pronta também. Era agora. Se eu fosse fazer alguma coisa, tinha que fazer nesse instante, antes que o pior acontecesse. Encarei Oliver, respirei fundo para tentar controlar minha tremedeira e apertei o gatilho.

    De repente, tudo escureceu.


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Notas finais do capítulo

Comenta e me deixe sorrindo, é.