Durante vários séculos, observei muitas pessoas e só essa longa observação me basta para concluir uma coisa: os seres humanos são MUITO complicados. Não me importo com o que possam tentar dizer sobre isso, pois eu não menti.

Uma prova da complexidade humana é o fato de que invariavelmente, eles mesmos se contradizem e eu nem preciso ir muito longe para ver isso com meus próprios olhos, basta olhar para minha mestra e dizer-lhe as coisas certas no momento oportuno: ela pode até gastar todas as balas que tiver, mas sempre haverá um lado mais parecido com as mulheres como costumam ser, o que é bem contraditório com alguém que é temida tanto por seus inimigos quanto pelos próprios soldados.

Por trás da máscara, Integra tem alguns pontos em comum com várias damas que já existiram neste mundo. Entretanto, esqueça as mulheres fúteis e indefesas que existem por aí, pois a fragilidade aparentemente não combina com a mulher de quem eu falo. É quase impossível compará-la às outras, que mais parecem simples rosas brancas diante de uma grande rosa vermelha como o sangue, ou como um simples esboço diante de uma obra de arte rara. A força que Integra tem é quase inacreditável (para não dizer improvável) e ainda assim ela conserva uma belza discreta, que só é percebida por quem tiver bons olhos.

O lado contraditório dela, porém, é o que mais me impressiona nela. O modo como ela reage a algumas das minhas perguntas são exatamente o contrário do que posso perceber nela: se pergunto de uma forma sutil se ela se sente quando está perto mim, qual é a resposta dela? Acertou quem imaginou que ela ficaria tomada pela raiva e acabaria me enchendo de buracos de bala, mas a verdade é que Integra com toda certeza me deseja quanto eu a quero para mim.

 Eu se que é muito estranho uma pessoa encher de balas alguém que supostamente se ama, mas como eu disse antes e sempre vou repetir:

     Os humanos são realmente complicados.