Capítulo 9 –Fica comigo?

Eu e Edward desgrudamos nossas bocas imediatamente ao ouvirmos alguns assobios e vários aplausos. Vi Alice e Rose batendo palminhas e Jazz assobiando. Fala sério, nem na minha própria casa eu tinha privacidade!

—O que eu perdi? –Vi Emmett entrando pela porta da minha casa, sem nem ao menos pedir licença, mas achei melhor deixar isso para lá. Tinha que ser amigo do Edward.

—Daí, Emm! —Jazz o cumprimentou, como se fossem velhos amigos. Bufei. –O Ed e a Bellinha estavam no maior amasso aí. E a gente aplaudindo. –Emmett soltou uma ruidosa gargalhada, e todos o olharam sem entender absolutamente nada.

—Eu disse para o Edward! “Você reclama tanto da Swan, que estou começando a achar que isso aí é amor retraído.” —Todos riram, entendendo o porquê da risada de Emmett dessa vez. Menos eu e Edward. Eu me limitei a revirar os olhos e Edward deu um sonoro tapa na cabeça de seu amigo.

—Cala a boca, imbecil.

—Nossa, é mesmo. Sempre dizem que ódio e amor andam de mãos dadas né?! –Dessa vez foi Jasper que se manifestou. Meu melhor amigo. Tirando com a minha cara! Isso era bullyng!

—Ah, vai se foder. –Edward gritou para o Jazz. Quem ele pensava que era pra falar assim com o meu melhor amigo idiota?

—Vai se foder você, Edward! Não fale assim com o meu melhor amigo.

—É mano, não fala assim do Jazz! –Alice também o defendeu. O que deixou o loiro todo bobo e com olhar apaixonado. E Alice, parecia estar lhe devolvendo o mesmo olhar. Eu mereço!

—Estava demorando para dar chilique né, Isabella? –Mas que mania que todo mundo nessa merda de vida tinha de me chamar de Isabella!

—E estava demorando para você me chamar de Isabella né, seu favelado?! –Não sei o que era. Juro que não. Mas nós dois não conseguíamos ficar no mesmo ambiente sem discutir ou sem se... Beijar. Oh, vida cruel.

—Crianças, acalmem-se! –Emmett se meteu no meio de nós dois. Como se realmente fosse alguém mais velho que pudesse impedir qualquer merda que eu e Edward quiséssemos fazer.

—Crianças é o cacete. –Eu murmurei, brava.

—Você age como uma! –Edward provocou. E eu, numa atitude muito madura e sensata, lhe mostrei a língua.

—Edward, cala a boca. Você a provoca o tempo todo, isso não é nada maduro da sua parte também.

Vi Emmett se sentar no sofá, Jasper já estava sentado no outro, ao lado de Alice. Rosalie sentou-se ao lado de Emmett, e não me restou outra opção senão sentar-me ao lado do favelado. O destino parecia conspirar contra nós. Ou será que era a favor?

—Então... Sinceramente? –Todos olharam para Alice. –Eu acho que vocês dois se gostam. –A baixinha respondeu sorridente. Filha da mãe! Como assim nos gostávamos? Eu era a patricinha metida que ele odiava, e ele era o favelado arrogante que eu não suportava. Não nos gostávamos, era impossível.

—Não nos gostamos, Alice. –Nós dois respondemos juntos. O que fez todos da sala rirem.

—Oh, que bonitinho! Eles têm até sincronia já! Formam um casal perfeito! –Eu quis esgoelar Rosalie no segundo que ela disse isso. Era minha melhor amiga, mas poxa... Às vezes ela perdia uma bela oportunidade de ficar quieta.

—Eu concordo. –Emmett disse.

—Vocês deveriam ficar juntos. –Até o Jasper? Meu Deus!

—Nunca! –Eu gritei. E por mais que isso fosse incrivelmente irônico... Edward gritou a mesma coisa, ao mesmo tempo que eu. Mas que merda!

—Bem, o almoço está servido, Srta. Swan. –Mary apareceu na sala em que estávamos, e logo se foi. Eu suspirei.

—Opa, vamos encher o bucho, pessoal! –Eu ri. Olha só, essa frase veio de Jasper.

—Essa frase não deveria vir do Edward? –Eu provoquei. Ele me olhou com cara feia, mas nada falou. Talvez estivesse cansado de brigar. O que eu duvidava muito. Mas em todo caso...

A lasanha estava ótima. Até Edward que estava relutante em admitir, admitiu! Talvez assim, ele percebesse que eu não era uma riquinha esnobe. Eu era mais que isso, era sim. Mas por que ele não via isso?

Ah, sim. Porque eu criava uma máscara para todas as pessoas ‘de fora’. Pensando muito esses dias, eu cheguei a conclusão de que as únicas pessoas que eu deixei me conhecerem de verdade, foram Jasper e Rose. E agora, Alice.

Vendo as cartinhas, bilhetes, fotos e cartões de aniversário que meus amigos me deram ao longo da nossa amizade, eu percebi que aquela Bella que eles descreviam, era a Bella que deveria permanecer. Era a Bella que eu gostava de ser.

E por alguma razão louca, eu queria que Edward a conhecesse também.

Olhando para ele ali, comendo a lasanha, na minha casa, e rindo de alguma coisa que Emm contava, eu permiti que a informação que meu coração soube muito antes, entrasse, finalmente, em meu cérebro.

Eu gostava de Edward Cullen.

Meu. Deus.

Meus amigos tinham razão. Droga!

Saí de meu transe quando Edward percebeu meu olhar sobre si e ia se levantando. Eu quis levantar também e o implorar que não fosse embora. Eu não estava o olhando para provocar, ou para sei lá o quê. Simplesmente olhei. Mas ele, surpreendentemente não foi embora. E o que ele disse a seguir, me deixou chocada.

—Que se dane! Isab... –Eu o olhei feio. E ele logo tratou de se corrigir. –Bella, eu gosto de você, caramba! Pare de ser uma patricinha esnobe e... Fique comigo. –Ele sussurrou a última parte. Eu estava meio chocada com o que eu tinha acabado de ouvir, mas não poderia perder essa chance.

—Eu não ouvi o final... Pode falar mais alto? –Provoquei.

–Ah, cala a boca, Bella. Uma chance de você desencalhar e fica aí fazendo cu doce? – Eu deixaria para matar Rose depois. Quando vi, Jasper me empurrava de encontro a Edward, e Alice empurrava Edward para onde eu estava. Logo, nós estávamos a centímetros de distancia.

—E então?

—E então o que, favelado? –Ele riu.

—Você nunca vai deixar de ser uma idiota, não é?

—Não. E você nunca vai deixar de ser um favelado arrogante.

—É.

—Ótimo. –E a próxima coisa que eu senti foram seus lábios nos meus mais uma vez naquele dia.

Nada importava mais agora. Tudo estava perfeito. Tudo estava como deveria estar. Como deveria estar há muito tempo.