Capítulo 13 – Ridiculamente apaixonadinha.

Eu estava, definitivamente, virando uma babaca apaixonadinha. Sério, eu sempre achei patético o jeito que as garotas da minha idade ficavam quando estavam gostando demais de alguém. Eu sempre ria e dizia que aquilo nunca, mas nunca mesmo, ia acontecer comigo.

Bem, acho que eu falei merda. Pois, eu estava realmente fodida. Infelizmente não no sentido literal ainda, mas fodida do mesmo jeito. Ah cara, eu estava apaixonada pra caralho por Edward Cullen!

Se Rosalie, ou até mesmo Jasper vissem minha atual situação agora, ririam e começariam a me zoar como os dois idiotas que eram, falando diversos ‘eu avisei que isso um dia ia acontecer’.

Imaginem então como minhas fiéis seguidoras estariam olhando essa cena então? Elas com certeza ficariam chocadas demais para falar qualquer coisa.

Bella Swan, mais conhecida como Queen B, estava em seu quarto, na sua cama, suspirando feito uma babaca, enquanto olhava uma foto do seu fodidamente lindo namorado!

Sim, eu estava me prestando a esse papel ridículo, mas era simplesmente inevitável. Quando eu via, lá estavam meus pensamentos no favelado.

A foto era recente, não tinha nem uma semana ainda. Estávamos na minha garagem, - o que tinha meio que virado uma rotina depois da escola-, e Edward veio me abraçar depois de ter cantado mais uma música com os meninos. Do nada, surgiu Alice com uma câmera na mão e nos mandou olhar pra ela. No momento que fizemos isso, eu senti o flash.

Eu a tinha revelado e colocado no meu mural, embora eu estivesse meio estranha, Edward estava perfeito como sempre. Aquele sorriso torto e aqueles lábios me faziam ficar com um calor só de imaginar tudo o que já fizemos. Porque, Deus, o homem era quente como o inferno.

Pensar nele me fez lembrar que todos já deveriam ter chegado. Era sábado, mas eu tinha convidado todos para vir aqui em casa ficar de bobeira como todos os outros dias após a escola. Eu sabia, no entanto, que minha mãe surtaria assim que voltasse da merda da sua viagem, simplesmente por Emmett, Edward e Alice não terem “status” como Jasper e Rosalie. Eu precisava dar um jeito dela não acabar com a minha alegria tão cedo.

Quer dizer, passar um tempo de qualidade com meus amigos era ótimo. Passar um bom tempo com meus amigos e Edward, era a perfeição.

Sim, eu sei. Apaixonadinha demais. Mas o que eu posso fazer? É inevitável. Fodidamente inevitável.

Eu estava pegando meu telefone (que por um acaso, estava com a foto minha e de Edward como papel de parede também), para ligar para um dos meus amigos e perguntar porque diabos eles estavam demorando tanto, mas não foi preciso. Logo Alice entrou desesperada no meu quarto.

—Bella! Você tem que me ajudar! Por favor, eu não sei mais o que fazer!

—Calma, Alice! Me conta o que aconteceu! Por que você se atrasou? Onde está Edward? –Ela estava nervosa, e pensar que algo podia ter acontecido com Edward me fez estremecer. Eu me preocupava tanto com ele, merda. Isso não podia ser bom. Mordi meu lábio.

—Um policial chegou à porta de nossa casa quando estávamos saindo e prendeu o meu irmão! Eu não sei o que aconteceu, porque Edward nunca faria nada ilegal! Eu sei que não.

Meus olhos se arregalaram. Como é que é?! Prenderam o meu namorado? Porra!

—Para que delegacia o levaram, Alice?! Vamos até lá!

Peguei as chaves do meu carro, meu celular e desci correndo o mais rápido que pude. Não sem antes mandar uma sms para Jazz e Rosalie.

Alice não sabia para qual tinham levado seu irmão, então decidi tentar a sorte e parei na mais próxima. Bem, não devia ter muitas na redondeza, certo?

­—Olá, Sr. Eu procuro Edward Cullen! Ele está? –Ouvindo isso, até parecia que eu estava indo visitar meu namorado num escritório. Não na delegacia. Meu Deus!

O delegado me olhou dos pés a cabeça, de certo se perguntando o quê uma garota como eu estava fazendo ali, mas finalmente respondeu minha pergunta.

-Sim, aquele marginal está. Quem é você? Não tenho autorização para deixar visitas entrarem.

—Eu sou a irmã dele! Por favor, me deixe vê-lo!

—Eu não tenho autorização pra isso, Srta. –Ele olhou para os lados, como se estivesse nervoso. A minha ficha estava caindo, e eu queria muito estar errada.

—Porquê prenderam ele? –O imbecil do delegado fitou suas próprias mãos.

—Eu não tenho autorização pra isso, Srta. –Eu explodi.

—Puta que pariu, cala a porra dessa boca! Parece um gravador repetindo as mesmas coisas! Eu quero saber o motivo de meu namorado estar preso e você vai me dizer! Eu tenho esse direito.

—Quem você pensa que é pra falar assim comigo, Srta? –Ele também alterou a voz. Puff, como se ele fosse me acusar por desacato à autoridade.

—Sou Isabella Swan! E exijo saber porque merda meu namorado está preso! –Os olhos dele se arregalaram, e ele gaguejou antes de voltar a falar.

—Srta. Swan! Bem, er, bem... O denunciaram por vender drogas e abusar, tanto fisicamente quanto financeiramente da Srta. –Minha boca se abriu em forma de ‘O’ e meus olhos marejaram. Eu tinha desconfiado que aí tinha dedo da minha mãe, mas eu pensei que estava exagerando.

Bom, acho que não estava, no entanto.

—Solte-o! Você não tem provas! Eu estou aqui e estou dizendo que ele não abusou de mim, em nenhuma dessas maneiras! Ele nunca faria isso. –Foda-se se eu estava gritando descontroladamente.

—Mas Srta. Bella, sua mãe me pediu para mantê-lo aqui, pelo menos até a família dele provar que ele não trafica drogas ou quando pagassem sua fiança. – O delegado não era tão desumano, afinal de contas. Ele não precisava dizer que tinha sido minha mãe a denunciante, mesmo assim. Eu sabia disso. Estava muito claro.

—Bem, ele não trafica. Ele é uma pessoa honesta, ao contrário de minha mãe. Manipular a polícia oferecendo dinheiro pro senhor é um golpe muito baixo. –O delegado abaixou os olhos. —Mas se o problema é pagar a fiança, eu pago.

Abri minha carteira e tirei de lá o meu cartão para emergências que quase nunca era usado. Bem, isso com certeza era uma emergência. Uma fodida emergência.

—Bella, você não precisa fazer isso! –Alice gritou, constrangida. Eu sabia o que minha mãe tinha feito. Primeiro, ela tentaria falir os Cullen. Por terem pouco, provavelmente se matariam para pagar a fiança. Se isso não fosse o bastante, ela esperava que a família de Edward ficasse contra mim, porque eu era uma pessoa que traziam problemas a ele.

Por mim, nada disso ia acontecer. Minha mãe não esperava que Edward fosse tão importante a ponto de me fazer sair correndo de casa para ver o que aconteceu, mas ele era. Ele era importante pra caralho.

—Não se preocupe, Alice. Foi a minha mãe que causou toda essa merda e é o meu namorado. Esse dinheiro não me fará falta e fico feliz em gastá-lo com algo útil.

Assim que o cartão foi passado e o pagamento foi feito, o delegado foi abrir a cela de Edward. Eu fui atrás, ignorando os pedidos do homem imbecil de esperar na sala onde eu estava antes. Eu precisava ver Edward, abraçá-lo e pedir desculpas por toda essa tarde de merda.

O delegado abriu a cela e Edward saiu de lá. Antes que ele pudesse falar qualquer coisa, eu o abracei forte.

—Me desculpa, me desculpa, me desculpa. –Enquanto repetia isso, ia dando pequenos selinhos por toda a extensão de seu rosto, pouco me fodendo pro delegado que ainda estava ali.

—Desculpas pelo quê, Bella? Tá tudo bem, mesmo. Só vamos sair daqui, tá bom?

—Mas a minha mãe, ela... –Edward colocou um dedo sobre meus lábios, me pedindo silêncio.

—Eu ouvi daqui a conversa. Está tudo bem. Não é sua culpa. –Meu namorado me lançou um sorriso tranquilizador e eu respirei aliviada. Ele não sairia correndo, afinal. Ele não me expulsaria de sua vida dizendo que eu era a causa de seus problemas, mesmo que eu fosse.

Ele gostava de mim. E eu gostava dele, pra caralho. Isso tinha que significar alguma coisa.

Nós seguimos até o meu carro em silêncio. Quer dizer, eu estava em silêncio. Alice estava tagarelando sobre como ficou nervosa quando Edward foi preso. Ele continua repetindo que tudo estava bem. Pelo menos ele não estava bravo comigo.

Eu, por outro lado, estava puta da vida com a minha mãe. Quem ela pensa que é pra se meter assim? Eu sabia o que ela diria, no entanto. “A mulher que paga as suas contas.”

Ela me levou nessa por tempo demais. Foi assim que aconteceu com o namoro com Jacob, foi assim com tudo. Até agora. Eu sabia que Edward era uma pessoa que valia a pena e, podem me chamar de louca, eu faria de tudo para mantê-lo em minha vida, juntamente com meus dois novos amigões: Alice e Emmett.

Eu deixei Edward e Alice em casa. Não queria que eles fossem mais para a minha casa hoje. Minha mãe provavelmente estaria lá e eles já foram humilhados demais para um dia só por minha causa.

—Se cuida. Vê se não faz merda. –Foi tudo o que Edward disse antes de me prensar contra o meu carro e me beijar. Eu já disse o quanto à pegada dele é boa? Estratosfericamente, fodidamente, boa? Pois é.

—Eu nunca faço, meu bem. Sou a Queen B, lembra? –Eu pisquei para o meu namorado favelado e ele riu, finalmente. O som da risada dele era melhor do que a minha música favorita. Eu poderia ouvi-la sempre e sempre. Incansáveis vezes.

Okay, Bella Swan! Já chega do momento ridiculamente adolescente. Já chega de bancar a apaixonadinha por hoje.

Depois de mais alguns amassos tendo apenas meu carro como testemunha, eu finalmente soltei Edward e entrei no automóvel. Eu precisava ir pra casa.

Já estava na hora de Bella Swan crescer e enfrentar a mamãe. Nós duas teríamos uma conversinha nada agradável, mas necessária.

Eu nunca dei bola para o preconceito ridículo da minha mãe, até porque eu havia herdado um pouco dele, isso era inegável. Porém agora, as coisas tinham mudado.

Eu estava perdidamente apaixonada por Edward. Um favelado sim, como eu costumava chamar, mas a pessoa com o coração mais nobre que eu já conheci.

No final das contas, dinheiro não define porra nenhuma. Pelo menos não define o amor.

Eu sei, brega pra caralho, mas não é a verdade? Eu estava apaixonada por Edward e eu tinha orgulho disso. Tinha orgulho porque ele não era um riquinho metido a babaca como Jacob. Ele me oferecia coisas muito mais valiosas do que bens materiais, e foda-se todo mundo!

Era hora de enfrentar a mamãe. Eu diria a ela tudo o que estava entalado na minha garganta há tempos, e ela ouviria.

Eu não estava preocupada com as consequências. Se era isso que eu tinha que fazer para ficar com Edward em paz, eu faria.

Sem pensar duas vezes.