Coração em Conflito escrita por Chibieska


Capítulo 6
Abrigada pelo Céu Noturno




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ABRIGADA PELO CÉU NOTURNO

Ainda estava incerta se deveria conversar com Tsuna. Como dizer ao seu noivo que os guardiões a disputavam e que ela estava indecisa sobre o casamento.

Foi até o escritório e parou com a mão na maçaneta. De dentro do cômodo ouviu aquela voz forte e ruidosa. Engoliu em seco, Gokudera. Não teve tempo de se afastar, a porta se abriu e Gokudera parou diante dela, seus olhos se arregalaram quando a viram e sua expressão se converteu em desagrado.

- Ouvindo a conversa dos outros, mulher estúpida?

- Hahi, eu não... Eu vim falar com Tsuna-san. – disse, sentindo o rosto corar.

- Veio contar do seu amante? – perguntou sarcástico. Não esperou uma resposta dela, saiu pela porta e atravessou o corredor, com passos firmes. Ele estava visivelmente incomodado.

=8=

- Haru? – a voz de Tsuna a trouxe de volta. Ela olhou para o décimo, parado a porta, no lugar onde minutos antes estava Gokudera. Ele estava com um sorriso delicado, porém parecia cansado.

- Tsuna-san, eu gostaria de lhe falar. – disse, fitando o chão.

Tsuna concordou e deu passagem a mulher, que entrou no escritório. A porta para a varanda estava aberta e uma brisa delicada balançava as cortinas e trazia um delicado aroma de flores para o ambiente.  Tsuna a encaminhou até a varanda e indicou uma cadeira para ela se sentar, mas Haru parou diante da balaustra da varanda e ficou fitando o céu que escurecia rapidamente e as primeiras estrelas fulguravam delicadamente.

Tsuna sentou na cadeira ao lado da que havia oferecido a Miura e ficou observando a brisa agitar-lhe os cabelos. Poucas vezes ele reparara na beleza da jovem que Yamamoto tanto comentava ou que imperceptivelmente prendia a atenção de Gokudera.

Sabia que seus guardiões tinham uma admiração por ela. Doce, amiga e companheira, mas não sabia até onde os sentimentos deles se estendiam.

- Tsuna-san parece triste. – disse, ainda de costas para ele.

- Estou apenas cansado. – respondeu.

- Todos parecem tristes. – disse com um suspiro. – Até mesmo a Haru. – e virou-se para encará-lo.

Tsuna estava tão alienado nos dias que seguiram ao noivado que não percebera que Haru não estava contente com o enlace dele. Quando a escolhera como sua esposa tinha certeza de estar fazendo o melhor para todos. Se ele tivesse que abrir mão de sua felicidade, para que todos os outros estivessem bem, não importava.  Mas agora, analisando as palavras de Haru, todos estavam infelizes.

-Tsuna-san gosta da Kyoko, não é? – encarou-o.

-Haru... eu... – as palavras lhe faltaram.

- A Haru sabe, a Haru sempre soube. – deu um fraco sorriso, mas uma lágrima atrevida escorreu pelo rosto.

Tsuna levantou e foi até ela, fez um gesto para secar-lhe a lágrima, mas ela desviou o rosto.

- A Kyoko-chan gosta de você, e você também gosta dela. Deveriam ficar juntos. – Tsuna abriu a boca para protestar, mas ela o interrompeu. – É nobre você querer protegê-la, mas e a Haru? Quem protege? Eu não sou um joguete em suas mãos. – a expressão dela era severa. Tsuna nunca a vira assim.

- Eu... me desculpe se fui egocêntrico. Você disse que sempre estaria ao meu lado, e que eu poderia contar com você. – respirou pesadamente e a encarou. – Eu fiquei com medo de algum mal acontecer a Kyoko. Reborn disse que eu precisava de uma esposa e que você seguraria melhor a barra. Eu fui idiota em ouvi-lo. Era só um conselho e eu acatei como uma ordem e feri seus sentimentos.

- Tudo bem. – ela sorriu. – Mas sabemos que ninguém vai ser feliz com esse casamento. – retirou a aliança de noivado e entregou a Tsuna. Fez uma pequena reverencia e caminhou para a porta.

- Veio aqui para cancelar o casamento? – perguntou, fitando a aliança que segurava na mão.

Ela se virou e o encarou um longo tempo antes de responder, como se escolhesse a resposta certa.

- Vim aqui para ter um conselho e consegui.

- Mas você não me perguntou nada. – respondeu, atônito.

- Não, mas eu precisava saber o que realmente sentia por você para poder dar continuidade a minha vida.

- E você sabe?

- Sim, agora eu sei. – deu um sorriso sincero, porém profundamente triste. Deu as costas a Tsuna e saiu do escritório.

=8=

O herdeiro da Vongola olhou mais uma vez para a aliança que a mulher havia devolvido, então fitou o céu, o seu céu e se sentiu solitário e vazio. Sua ação impensada havia o afastado de todas as pessoas que ele amava e as deixado muito tristes. Ele precisaria de tempo para ajeitar tudo.


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