Coração em Conflito escrita por Chibieska
TEMPESTADE ELÉTRICA E NUVENS DE CHUVA
- Saia daqui sua vaca estúpida! – gritou Gokudera atirando uma dinamite na direção de Lambo.
- Are, are Gokudera-san, eu só estava tentando te animar. – respondeu o adolescente, desviando do ataque, com um par de maracas nas mãos.
- Eu não preciso ser animado, seu idiota.
Fazia dias que o clima na mansão Vongola andava carregado, Tsuna parecia triste e evitava Kyoko a todo custo. A jovem Sasagawa já não sorria e ponderava com Bianchi voltar para Namimori. Haru quase não saia do quarto e Gokudera tinha explosões constantes de humor.
- Are, are Gokudera... – disse chacoalhando as maracas. Gokudera pegou outra dinamite e apontou para o rapaz, mas parou quando Haru se postou entre eles, defendendo o adolescente.
Ele não a via há três dias, desde aquele final de tarde. Ela olhava para ele como se nada tivesse acontecido, como se ainda fossem os mesmos adolescentes que moravam em Namimori.
- Gokudera-san, não brigue com o Lambo-chan. – disse irritada.
- Mulher estúpida, saia do meio! – disse, manobrando a dinamite na mão. – Ou vou explodir você junto.
- Yo, Gokudera, o que está acontecendo aqui? – perguntou Yamamoto entrando no salão. Ao ver Haru, sentiu seu rosto corar, mas tentou manter-se impassível.
- Ótimo, mais um idiota para se meter. Saiam todos vocês. – vociferou.
- Calma Gokudera! – sorriu Yamamoto.
- O que você veio fazer aqui? Defender sua namoradinha? – só então percebeu que falara demais. Viu o sorriso de Yamamoto sumir, assim como Haru arregalar os olhos. Só Lambo parecia não entender que aquela discussão inútil trazia muitos sentimentos guardados a superfície.
- E se eu a proteger? – desafiou Yamamoto postando-se na frente de Haru.
- Hahi! – Haru sentiu o rosto corar. Gokudera baixou a dinamite, a atitude de Yamamoto o deixou sem reação.
Yamamoto ao ver que Gokudera baixara a guarda, virou as costas e conduziu Haru para fora do salão.
Lambo ainda ficou parado no extremo da sala, com as maracas nas mãos olhando para a cena que se desenrolava. Gokudera estava vermelho e uma veia pulsava na tempora.
- O que está acontecendo entre o Yamamoto e a Haru-chan? – perguntou o adolescente. Infeliz pergunta que nunca teve uma resposta. Ele apenas viu as rocket bombs voando em sua direção.
= 8 =
Yamamoto levou Haru para uma pequena sala e a acomodou numa das cadeiras da pequena mesa de chá. A garota estava pálida e desorientada, as palavras de Gokudera ainda ecoavam em sua mente.
- Me desculpe se pareci atrevido... – Yamamoto a tirou de seus devaneios. A garota voltou os olhos para o guardião da chuva e viu que ele fitava o chão. Ela abriu a boca para responder, mas não sabia o que dizer a ele. – Mas talvez Gokudera tenha razão. – completou depois de um longo tempo.
Finalmente Takeshi olhou para a jovem e encarou-a esperando algum comentário. A garota sentiu o rosto corar e fechou as mãos sobre o vestido. O que estava acontecendo? Ela acreditava que ninguém desse muita atenção a ela, e agora, que seu amado Tsuna a tinha escolhido, seus guardiões apareciam para disputá-la a tapa.
Gostava de Yamamoto, ele sempre fora carinhoso e solicito para com ela. Protegera-a e a aconselhara diversas vezes. Fora ele quem estivera ao seu lado quando titubeou sobre o casamento.
- Sei que você gosta do Tsuna... – ele disse, quebrando o silêncio. – E eu não quero interferir no casamento de um amigo. Mas eu gostaria que você soubesse o que eu sinto.
- Yamamoto-kun...
- Haru, eu gostaria que você pensasse... a respeito do que eu sinto... e do que você sente por mim... independente dos seus sentimentos pelo Tsuna... – Yamamoto tentava parecer alegre e despreocupado, mas podia se ver que sorria de nervoso.
- Eu gosto de você Yamamoto. – só então percebeu que respondera sem pensar, levada pela gratidão que sentia pelo rapaz. Tapou a boca com a mão, mas mesmo assim ele sorriu. Um sorriso leve e despretencioso.
- Haru, eu quero que você pense... e só então me responda. – enfiou as mãos nos bolsos e se inclinou, dando um beijo delicado na testa da mulher, deu seu sorriso mais autêntico e saiu deixando Haru sozinha no aposento.
A mulher sentiu o rosto queimar e remexeu incomoda na cadeira. Gostava de Yamamoto, mas a sensação de ter beijado Gokudera ainda estava lá. Ela se sentira subitamente leve e realizada, coisa que deveria ter sentido quando Tsuna a pedira em casamento.
Precisava de ajuda e conselhos, mas de quem?
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