Diário de Um Cupido Revoltado escrita por Brasi Blue


Capítulo 1
Dia 1 - Parte 1




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  Querido... Aff... Vou mudar esse título! Caro amigo de capa dura com 96 páginas pautadas (comprido, mas muito melhor que aquela coisa gay de "Querido Diário", né?

  Todo mundo me odeia! Sim... Apenas pelo fato de lançar minhas flechas por aí. Eu sou um dos seres mais abomináveis da face da Terra... Até porque eu tive que mudar meu jeitinho meigo de menino pivete com carinha de anjo pra uma versão mais radical. Até mesmo os seres criados pelo homem envelhecem, como o Coelhinho da Páscoa que hoje tem uma fábrica de fazer ovos de chocolate. Ele decidiu fazer trabalho em equipe com o Papai Noel, que hoje tem quase a mesma idade de Matusalém. Porque eu então diabos, não poderia envelhecer também? Só porque eu tinha aquela carinha fofa de bebê? ACORDA! Hoje eu estou com 17 anos, quase 18. E ainda não me apresentei né? Prazer, eu sou o CUPIDO, aquele ser infeliz que todo mundo que matar quando está apaixonado pela pessoa errada.


  Quem falar que um garoto não pode ter um diário, e que é coisa de menina, eu vou dar um soco tão forte que nem mesmo Chuck Norris poderia fazer igual. Afinal das contas, ele é um mortal! Minha mãe brigou comigo ontem apenas porque eu pintei meu cabelo de rosa-cereja escuro (mas que p@#$ de cor é essa!?). Eu não queria pintar meu cabelo de loiro, porque eu já era meio loiro. Moreno preto? Eu iria virar o Michael Jackson! Pálido que nem numa foto 3x4 de fundo branco eu iria aparecer! Rúivo? Hum... Era uma boa, mas nada de vermelho, porque é muito forte para meus olhos. Tá um tom que não era vermelho e nem rosa... Tá aí.

  Meu primeiro dia na Terra foi constrangedor! Eu estava andando no shopping pra comprar umas roupas novas. Ninguém merece mais andar de fralda quando se tem 17 anos, né? Quando eu fui comprar, uns malandros passaram e começaram a me xingar:

  "Olha o viadinho de fralda!"

  "Acho que ele vai ter que comprar outro pacote porque a fralda dele está sujinha de m%&*!"

  "Não se preocupe, bebê. A mamãe logo logo vai te achar e quem sabe ela não te dê umas palmadas por fugir dela?"

  Já teve a impressão de que eles realmente queriam uma voadora na cara? Até lá eu não liguei, afinal das contas, era a imagem que passaram de mim... Mas quando eles falaram do meu cabelo...:

  "Meu Deus! Em que salão você foi? Você queria ser ruivo mas a trouxa do salão pintou seu cabelo de rosa? HAHAHAHAHAHAHA!!!"

  Foi aí que eu fiquei "p" com eles. Peguei meu arco e uma das minhas flechas. Os machões viraram cachorrinhos indefesos... Como é doce o gosto de poder né? Pena que ele pode durar pouco. Quando eu lancei a minha flecha eu nem imaginaria no que iria acontecer, o cara ficou apaixonado, mas não sabia por o que. Peguei o meu caderno de anotações, que é tipo aquele caderno preto chamado "Death Note" e escrevi que ele iria se apaixonar por uma moça da loja de celular. Ele saiu correndo, escorregou e saiu rolando pelas escadas até bater de cara com um vaso no térreo. O outro me olhou com cara de medo, acreditando que eu fosse um "deus da morte". Que frango, hein? Acabei com a felicidade deles e voltei para a loja de roupas. Cada uma delas parecia realmente mudar aquele meu aspecto de menino pamonha.

  "Posso ajudá-lo, senhor?" - virou a moça da loja. Ela era muito bonita. Não mais bonita do que a minha mãe.

  "Quero uma roupa que mude meu visual de menino fracote e pamonha. Quero radicalizar o meu jeito".

  "Acho que eu tenho o que você precisa. Siga-me."

  Era perfeito! Tudo estava ficando perfeito! Era como um sonho! Eu vou mudar meu estúpido visual! Experimentei roupa por roupa, peça por peça, conjunto por conjunto. Cheguei ao meu veredito: É esse!Fui ao caixa pagar. Tinha dinheiro suficiente pra comprar a loja toda, mas eu gosto muito de ser humilde. Deixei a loja e fui trocar de roupa no banheiro. Aproveitei e comprei uma mochila. Não agüentava ficar carregando aquele arco na mão o tempo todo!! Meu novo visual era: Uma blusa branca, lisa. Um casaco vermelho escuro com um coração preso por duas tiras pretas. Tinha as mesmas tiras do lado e nas mangas. Minha calça era jeans escuro com alguns rasgos e detalhes de asas. Ganhei tênis novos! Tudo era como eu esperava.

  Saí feliz, e me sentia mais homem do que antes. Todas as mulheres começaram a me olhar e os rapazes, alguns enciúmados e outros me invejando. Mas a maioria de cumprimentava normalmente. Fui andando pelas ruas e parei em uma loja de jogos eletrônicos. Comprei umas 10 fichas. Não sabia por onde começar e fui naquele em que pisamos nas setinhas. Eu não sou lá um profissonal mas... Aquilo era divertido! Olhei para o lado e havia um casal brigando. Uma loira de roupas um pouco justas e um rapaz, com aspecto porto-riquenho, usando uma blusa do Linkin Park e calça parecida com a minha. Odeio ver gente brigando, mas aquilo era uma situação f%$#@. Abri a minha mochila, peguei meu arco, peguei uma flecha e lancei nos dois. Antes do efeito da flecha acabar, peguei o caderninho e escrevi. A briga acabou e os corações voltaram ser apaixonados. Ufa! Foi quase.

 "Hei! Pirralho de cabelo rosa-sei-lá-o-que. Venha aqui" - P.M.! Já me meti em confusão.

 "O que foi? Fiz algo de errado?"

 Imagina um homem de quase dois metros na sua frente querendo te bater? Deus! Eu estava era ferrado! Mas não era apenas um! Era dois homens e uma mulher. Eles deviam fazer parte de alguma gangue ou coisa assim... Eu fiquei com muito medo!!

 "...O que... O que.. O que os senhores desejam?"

 "É porque a gente queria jogar um pouco. Podemos?"

 Eu desmaiei na hora.

 Tempo depois eu acordei. Estava em hospital. Eu não lembrava nada do que me aconteceu... A portar se abriu e uma vozinha xexelenta surgiu: "O senhor tem visita". Era a mulher da loja de jogos que apareceu com dois caras! Agora eu fiquei mais pasmo ainda! Ela era... Ela era... Ela era...

 "Cupido! O que você está fazendo?" - antes mesmo de continuar a minha frase para definir a santa, a minha mãe gritava do lado de fora do meu quarto me chamando pra comer.

 "Já vou mãe! Só um instante!"

 "Seu pai está com fome, muleque! Larga esse cardeno e vem comer!"

 "Tá" - Eu aprendi uma coisa... Com a nossa mãe a gente não discute. É melhor ficar calado não levar aquela p%&* bronca, né? Mais tarde eu escrevo em você, meu amigo listrado.

 See Ya!


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Notas finais do capítulo

A história vai se completar ao poucos e pode demorar para ser postada por completo. Mas não se preocupe porque eu vou tentar fazer de tudo pra continuar.