Mercy escrita por M4r1-ch4n


Capítulo 7
Capítulo 6




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    Hermione estava lendo na sua poltrona favorita à luz de um abajur quando escutou um ruído de algo batendo contra o vidro da janela; piscando os olhos, ela se levantou de onde se encontrava e deixou a página marcada de um grande tomo sobre a história do direito entre os bruxos para ir até a fonte dos barulhos, encontrando uma coruja pequena, de penas marrom-escuras e parecendo levemente cansada de alguma viagem grande.
    A bruxa abriu o vidro, permitindo que a ave voasse para um móvel próximo. Ela apertou o casaco que vestia ao redor do corpo, evitando que uma rajada de vento mais frio lhe atingisse e foi até o animal-mensageiro que tinha uma carta presa numa das patas, não reconhecendo aquela coruja. Não era de Harry, não era a dos Weasley, não era do tipo padrão do Ministério, seus pais usavam o telefone... Quem poderia querer entrar em contato com ela?
    Assim que ela conseguiu tirar o pergaminho do lugar onde ele estava preso, Hermione caminhou de volta para a poltrona e pediu para a ave esperar enquanto ela lia; a pouca luz do ambiente fez com que ela se inclinasse na direção do abajur para conseguir enxergar a carta, desenrolando-a depois de quebrar um selo de grande pompa e feito com cera verde. Aquele brasão era familiar, embora ela não conseguisse se lembrar de onde já havia visto o desenho antes...
   
"Senhorita Granger,

Espero que esta lhe encontre bem. Gostaria, antes de mais nada, de agradecer-lhe por ter me ajudado a recuperar a consciência no baile do Ministério e por ter o discernimento de não estuporar qualquer ex-Comensal da Morte sem motivo, embora a vontade para tanto, especialmente no seu caso, seja absolutamente compreensível.

Chegou ao meu conhecimento também o fato de que você teria defendido a minha família, ainda que indiretamente, durante um jantar com o Senhor Potter. Meu filho estava no mesmo local e transmitiu suas impressões a mim, o que reforçou a minha idéia de entrar em contato com a senhorita a respeito de uma questão profissional.

Como imagino que seja do seu conhecimento em função do seu trabalho no Departamento de Aplicação das Leis da Magia, minha família e eu fomos sujeitados a várias punições por crimes cometidos antes e durante a guerra; no entanto, embora algumas penas tenham sido cumpridas, outras ainda exigem observações de regras específicas e o aval de um profissional do Ministério.

Dada a sua reputação, considero que a sua autorização para as minhas transações não seria questionada. Caso aceite trabalhar para mim e não encontre nenhum impedimento para tanto, solicito a gentileza de uma resposta pela minha coruja. Se precisar de tempo para pensar, estou disposto a esperar também. Receio apenas que os valores a serem pagos não serão tão generosos como em outros tempos, mas acho que podemos encontrar uma quantia justa.

Atenciosamente,

Lucius A. Malfoy."

    Hermione olhou para a coruja que estava quieta sobre uma mesinha, voltando a fitar a carta e repetir o gesto ao conferir se o animal ainda estava lá. O fato de Lucius Malfoy ter lhe escrito já era, por si só, merecedor de beliscões e de uma boa dose de espanto; mas ele ter sido educado, grato e ainda... Solicitar seus serviços parecia absurdo. Foi então que ela lembrou onde já tinha visto o lacre da carta: era o brasão dos Malfoy.
    Talvez fosse por hábito de ser puro-sangue e rico que Lucius tivesse selado a correspondência daquela maneira; talvez fosse para garantir que era genuína, porque qualquer um, no lugar da jovem bruxa, teria se perguntado se não era uma mera armação. Claro que, depois de todos os encontros curtos que tiveram, a morena precisava reconhecer que ele havia sido cortês e educado, quando muito galante do alto do seu status e elegância aristocráticos; mas ainda sim, a mudança era tão... Radical que levava Hermione a pensar se não havia um golpe sendo planejado.
    No entanto, ela se recusava a acreditar nisso. Não fora ela mesmo que defendera Lucius para Harry de maneira acalorada na cantina italiana? Foi com esse pensamento em mente e com o estímulo extra de demonstrar suas idéias para os outros dois membros do trio de heróis da guerra que ela correu pela casa em busca de papel e caneta, escrevendo numa folha de caderno e com uma esferográfica a sua resposta. Não havia metade da elegância da carta original, mas ela também não era puro-sangue nem sabia que era uma bruxa até seus onze anos, de forma que não tinha motivo para esconder aquilo.
    Assim que terminou, a garota dobrou o papel e o encaixou no lugar certo para tanto na perna da coruja, murmurando que ela estava livre. A ave deu um pio suave e solene, quase como se demonstrasse que havia entendido a ordem e alçou vôo, passando pela janela aberta e ganhando o céu noturno de Londres pouco depois. A garota se questionou por alguns momentos a respeito do que, exatamente, ela estava iniciando ao aceitar aquela proposta, mas ela não deixaria passar em branco uma chance de demonstrar ao mundo que as pessoas eram capazes de mudar para melhor.

    Uma das primeiras coisas que Hermione descobriu depois da carta de Lucius foi o fato de que ela ainda não entendia tão bem de direito dos bruxos como pensava; ela acreditava ter exaurido a pesquisa sobre todas as condenações que os Malfoy haviam sofrido, mas ela deixou passar um pequeno detalhe: eram todas condenações criminais. Assim como no mundo dos trouxas, a justiça dos bruxos também era segmentada em diferentes campos, de forma que restavam algumas condenações e conseqüências cíveis para os Malfoy.
    Depois de voltar ao arquivo e dessa vez inspecionar as informações dos processos civis que Lucius havia sofrido, ela compreendeu, por exemplo, o que havia acontecido com a antiga mansão da família em Wiltshire: ela havia sido confiscada pelo Ministério da Magia como conseqüência dos crimes praticados pela família e por ter abrigado Voldemort durante a fase final da guerra, além de ter mantido diversos indivíduos cativos ou alvo de torturas ali. Aparentemente, uma facção mais radical do Wizengamot cogitou até mesmo a sua demolição, mas a residência em si era antiga e merecedora de preservação, apesar das coisas lamentáveis que haviam ocorrido ali dentro. E foi assim que a propriedade saiu dos Malfoy para passar para as mãos do governo dos bruxos, redecorando e dando outra utilidade ao local.
    O resto da fortuna da família também ficara com destino limitado: depois de ter sido usado para pagar indenizações, multas e outros encargos judiciais, o que restou acabou sendo alvo de condições: os galeões só poderiam ser usados para comprar itens básicos para o dia-a-dia e, para despesas extraordinárias, um aval de um membro do Ministério seria necessário. Descumprimento daquelas formalidades poderia acarretar em penas pecuniárias e isso explicava, em boa parte, porque os Malfoy haviam sumido mesmo depois do término da Nullificare: o retorno à sociedade bruxa sem dinheiro fácil para uma família tão conhecida deveria ter sido vergonhoso para eles.
    Tudo isso foi para que a jovem bruxa se certificasse de que tinha um mínimo de conhecimento sobre o que iria tratar com Lucius; ele havia gentilmente oferecido a ela a escolha de onde poderiam se encontrar para conversar, colocando a própria casa como uma opção, além de um restaurante ou estabelecimento público e até mesmo a casa dela; a exceção ficava por conta do escritório de Hermione no Ministério, já que o puro-sangue não parecia muito inclinado a aparecer em tal lugar para discutir um assunto de conteúdo relativamente privado.
    Com Ron ainda mantendo seu silêncio e esperando que a namorada fosse voltar atrás para procurá-lo (se é que ainda podiam ser chamados de namorados), a casa da jovem assistente de promotoria estava disponível. No entanto, nada impedia que ela fosse repentinamente visitada por algum amigo pela rede de flu ou qualquer coisa do tipo, certamente criando um embaraço para todas as partes envolvidas. Afinal, para uma boa parte da população bruxa, Lucius Malfoy era um ex-Comensal da Morte ainda muito perigoso, alguém que pessoalmente causara muito sofrimento para os Weasley e Hermione não era cruel para desejar criar mais intrigas desnecessárias para a família.
    A própria bruxa, na verdade, estava surpreendida por não pensar dessa forma a respeito de Lucius; conforme ajustava a sua saia e prendia o cabelo em um coque profissional, ela também achava que tinha todos os argumentos do mundo para querer que ele terminasse seus dias pedindo esmola na rua, mas, por algum motivo... Estava indo até a sua casa lhe ajudar, munida de todas as melhores intenções do mundo e uma genuína curiosidade a respeito daquele homem que havia se transformado tanto.
    Ela tinha pedido as coordenadas do apartamento do seu potencial cliente em Bristol para poder aparatar; ela não tinha vontade de chegar suja de cinzas ou de errar o caminho com flu, olhando uma última vez no espelho para conferir tudo e apanhando uma pasta de couro de dragão e fivela de ouro que havia sido presente dos seus pais depois de que ela lhes contara sobre a sua promoção para o seu cargo atual. Respirando firme, Hermione sacou a sua varinha e realizou o feitiço, abrindo os olhos para se encontrar na frente do apartamento 45 de um prédio bem comum. Aparentemente Lucius não mais tinha uma casa, talvez pelo custo de manutenção.
    A garota bateu na porta, mantendo a varinha na mão e a pasta na outra; não havia muito onde esconder a mesma com a sua saia e camisa social, além dos sapatos de salto. Ela tinha se produzido além do necessário, já que não iria até lá com as vestes do Ministério. Ela também se lembrava do jeito pomposo e elegante que o bruxo loiro exibia ao se vestir e não queria dar a impressão de que não estava à altura do trabalho que ele podia lhe oferecer, ainda que a sua competência fosse reconhecida pelos Malfoy mesmo nos tempos de Hogwarts.
    Ela ouviu passos do lado de dentro e então o ruído de chave girando na fechadura; algo mundano e ainda sim difícil de pensar que era ligado ao bruxo mais velho. E então, de repente, a porta se abriu quando um segundo trinco foi removido e ela vislumbrou o seu potencial cliente, espantada, antes de mais nada, com a aparência do outro homem.
    - Senhorita Granger. Achei que não era uma ocasião tão formal, peço desculpas.
    A frase de Lucius definia os pensamentos de Hermione: ela nunca vira o outro tão... Descontraído. Ele usava simplesmente uma calça jeans de lavagem escura e uma camisa azul clara, lisa e que estava impecavelmente passada, ainda que aberta na altura dos dois últimos botões. Ele tinha os cabelos loiros soltos, caindo pelos ombros, destacando ainda mais o modo como seus olhos reluziam em conjunto com a camisa. Ele estava descalço e parecia tão à vontade que foi a mais jovem que teve a sensação de que interrompia algo pessoal em vez de ser Lucius quem estava mais simples do que mandava a ocasião.
    - Oh, não. Eu acho que está tudo bem, senhor Malfoy. Eu apenas...
    - Não precisa se desculpar por estar perfeita para o trabalho. Eu já ouvi dizer que perfeição é uma característica sua. - ele sorriu tão pequeno e de forma tão suave que a morena não tinha certeza se aquilo tinha acontecido ou se ela realmente fora elogiada de maneira indireta. Conforme Lucius andou para o lado e liberou espaço, Hermione passou para o lado de dentro da casa dele, segurando a pasta e a varinha com mais força que o necessário e analisando o ambiente em que entrava logo depois.
    Era um apartamento de um homem, certamente; o tom das paredes, a mobília mais esparsa que privilegiava uma televisão grande, a ausência de porta-retratos ou objetos de artesanato tipicamente femininos... Havia plantas, o que surpreendeu a garota, mas no geral era sóbrio, elegante e arrumado como Lucius. E Hermione só percebeu que estivera parada ali quando o seu anfitrião pigarreou, mostrando uma mesa de jantar com quatro cadeiras mais a frente e onde existia café preparado e vários papéis.
    - Se quiser se acomodar, senhorita Granger, já podemos começar e evitar a perda do seu tempo comigo.
    - Eu reservei a tarde inteira para este compromisso, senhor Malfoy.
    - É mesmo? - ele perguntou com uma sobrancelha erguida e uma expressão indecifrável, fazendo Hermione se sentir tola e envergonhada da declaração; ela lutou contra um rubor que teimou em subir às suas bochechas para depois se mover, notando que Lucius não deixou que ela puxasse a cadeira: ele fez questão de acomodá-la como se estivesse em um restaurante e se sentou depois.
    - Café, senhorita Grang...
    - Hermione.
    - Perdão?
    - Me chame de Hermione quando estivermos a sós. - ela falou, sorrindo pequeno mas com confiança para ele, causando a transformação de um olhar de surpresa em um de compreensão; a bruxa ficou contente consigo mesma por conseguir fazer aquilo com o puro-sangue.
    - Certo. Gostaria de café, Hermione? - ele indicou o conjunto de porcela branca com listras negras, sóbrio mas novo, certamente a fonte de onde emanava o aroma suave que ela sentia no ar.
    - Aceito, Lucius.
    - Tenho leite, açúcar e creme ao lado, caso prefira. - ele deixou que a garota adoçasse o café como bem quisesse, ficando na cadeira ao lado e ocupado em separar alguns papéis enquanto a sua convidada tomava a bebida quente.
    Alguns momentos de silêncio se passaram enquanto Hermione tomava o café; ela tentava entender como Lucius podia ter se transformado tanto, mas acreditava que era algo genuíno; ninguém podia passar por três anos tão diferentes de tudo que conhecia até então e não sair transformado. E depois, o bruxo puro-sangue tinha tido ocasiões de lhe fazer algum mal e optara por não fazê-lo. Talvez, com Voldemort destruído, não havia mais motivo para ele continuar numa campanha contra gente como ela.
    - Bom... Hermione. Como tenho certeza de que sabe muito bem, a minha condição atual é um tanto quanto... Delicada quando o assunto é o acesso à minha fortuna.
    Fortuna essa que já havia sido lapidada substancialmente, a jovem promotora acrescentou para si mesma em silêncio, deixando que Lucius prosseguisse com a sua versão dos fatos ou explicações que ele julgava necessário.
    - Meu dinheiro só é liberado para algumas coisas banais e, para mais do que isso, é necessário ter a aprovação do Ministério. Comprei algumas ações de Gringotes e outros negócios de menor reputação sem problemas, mas... Eu tenho em mente algo mais ambicioso para poder me restabelecer dentro da nossa sociedade. Algo que certamente mentes mais fechadas não aceitariam.
    Naquele instante, Hermione admitiu que ficou com um leve receio de que tivesse caído em uma armadilha. Ela continuava se lembrando de que tinha sido ela que escolhera o lugar do encontro e que Lucius não podia estar armando algo tão evidente contra uma profissional tão reconhecida quanto ela em função da sua amizade com Harry Potter, mas ela forçou seus receios a serem engolidos ao apertar sua varinha com leve apreensão sobre o colo e assentir com a cabeça.
    - Muito bem. O que seria essa sua iniciativa tão ousada quer requer a chancela de alguém de "mente aberta", Lucius?
    Ele curvou os lábios de maneira quase enigmática, parecendo divertir-se, de certa maneira, com o desconforto que a bruxa tinha certeza que mascarava muito mal. Apesar de inteligente, bem-sucedida e famosa, Hermione ainda era muito jovem, estava passando por um período atribulado com seu (ex?)namorado, colocava uma pressão absurda em cima de si mesma e ainda estava sendo confrontada, de certa maneira, por um bruxo mais velho, experiente, confiante e perigosamente convincente e carismático.
    - O meu tempo de exílio, digamos assim, foi certamente enriquecedor. Embora no momento eu não tenha pensado isso e a minha família tenha sofrido e passado por modificações profundas, eu fui capaz de entender a mente dos trouxas de maneira como nenhum bruxo pode compreender, especialmente os de famílias tradicionais como a minha. E eles têm algumas idéias muito interessantes sobre algumas coisas.
    A mais jovem ficou quieta, apenas esperando pela conclusão do raciocínio de Lucius e com uma pontada de ansiedade.
    - Durante meu tempo lá fora, descobri que criminosos como eu recebem um tratamento interessante. Alguns, em troca de uma pena menor, delatam seus companheiros... Ou até mesmo passam a colaborar com investigadores. Por que não posso usar o que eu aprendi com Você-Sabe-Quem e melhorar tanto os aurores como capacitar as pessoas?
    O período de silêncio que se passou foi mais longo do que Hermione previu, mas Lucius não pareceu surpreso por aquela reação. A garota ficou quieta, tentando entender o que o bruxo de cabelos loiros estava propondo, respirando fundo e tentando colocar suas dúvidas em palavras:
    - Você está propondo... Passar adiante seu conhecimento nas artes das trevas?
    - Não apenas isso. Só é possível se defender bem delas quando se conhece as trevas muito bem.
    - Mas Hogwarts já ensina isso às pessoas.
    - Aulas não são suficientes, Hermione. Se me lembro bem, Potter começou um grupo não-oficial para treinar seus colegas em virtude das aulas pouco competentes que recebiam.
    - Mas isso tinha a ver também com o fato de que a cadeira estava amaldiçoada por Lorde Vold...
    - Não. Isso tem a ver com o fato de que as aulas são inócuas porque as pessoas acreditam que estão a salvo. - o mais velho falou com a sua expressão saindo da sua polidez e elegância naturais para algo mais inflamado e sério, surpreendendo a bruxa - Você não lembra disso porque sequer sabia que era bruxa... E talvez meu testemunho não conte por conta da minha filiação, mas Hermione... Nada impede que outra pessoa assuma o legado de Você-Sabe-Quem. Ainda hoje existem neo-nazistas, por que não outros comensais?
    Aquilo calou Hermione novamente, algo que certamente teria tirado olhares de assombro por parte dos colegas da garota no tempo da escola; a mais jovem se via sem argumentos, sacudindo a cabeça lentamente e internamente impressionada pela aula de história trouxa que Lucius demonstrava; ele com certeza havia aprendido uma coisa ou duas sobre a humanidade não-mágica ou então... Elaborara aquele discurso todo de forma muito convincente.
    - O que você tem em mente então, Lucius?
    - Algo mais próximo do que Potter fez, para ser sincero. Um curso, ou especialização, nas artes das trevas. Poderia ser inicialmente para aurores, caso isso faça a iniciativa ser mais bem-vista. Mas, Hermione... - ele tinha os braços dobrados sobre a mesa, inclinando-se para a frente então e ficando mais próximo da promotora, o suficiente para que ela sentisse inclusive o perfume dele - Não se engane. Evitar as maldições e o lado obscuro dessas artes não cria pessoas protegidas. É possível resistir à Imperio, mas apenas se você for progressivamente exposta à ela; é quase como uma vacina. Isolamento total gera apenas ignorância.
    O silêncio voltou, Hermione sentindo seu coração disparado e incerta sobre o que causava aquilo; não tinha idéia se era a proximidade tão avassaladora do bruxo, seus argumentos ou a idéia de que aquilo podia ser tanto um golpe como algo muito verdadeiro. Ela encheu mais uma xícara de café, notando as mãos levemente trêmulas quando foi adoçar a bebida, respirando fundo antes de erguer o rosto e encarar os olhos quase faiscantes do patriarca dos Malfoy.
    - Lucius, eu... Não sei. É tudo muito recente e a sua idéia é...
    - Ousada, Hermione. Eu tenho plena consciência disso. - ele replicou com mais calma, sentando-se na sua cadeira de forma mais relaxada outra vez - Essa pode ser apenas a reunião preliminar, caso você se interesse pela idéia. O que eu estou propondo, de forma geral, é abrir todos os meus conhecimentos sobre as artes das trevas para quem quiser entendê-las melhor, bem como treinar aqueles que visam combatê-las ou apenas se proteger de eventuais problemas. Algo mais avançado que Hogwarts, mas muito mais aplicável à realidade.
    - Como alguém que rouba um banco e é pego para passar a trabalhar em consultoria de segurança de outros bancos para indicar as falhas. - ela falou, de repente, erguendo o rosto e vendo a expressão de Lucius se transformar em um sorriso que era evidentemente satisfeito.
    - Exatamente, minha cara.


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Notas finais do capítulo

Peço desculpas aos eventuais leitores pela demora, mas estive muito afastada de qualquer fanfic por um bom tempo. Planejo voltar a elas pouco a pouco.